Nyx, a Demônio Banida escrita por Live Gabriela


Capítulo 8
O Centro




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   Voei, voei e voei, durante horas fiquei vagando pro aquele lugar que parecia não ter fim, mas por pura sorte encontrei a Morte, sim aquela não me suporta.

   - Morte!

   - Ah, só pode ser brincadeira!

   - Hey, preciso de um favor seu, eu to meio perdida aqui e preciso voltar pra Terra, mas onde eu acho um portal?

   - Você não acha, nós o fazemos, e quando digo nós quero dizer eu, ou os chefões.

   - Bom, então, me manda de volta pra Sao Paulo. Eu preciso muito voltar.

   - Mas afinal, como você veio parar aqui?

   - Olha, me manda logo pra casa que eu nunca mais te peço nada ok?

   - Tá legal, garotinha insuportavel você hein.

   Ela abriu um portal que em questão de segundos me mandou para casa. Me senti aliviada, mas eu sabia que com certeza não iriam demorar para me procurar lá. Preparei minhas coisas e fui ao único lugar que sabia que poderia encontrar alguém.

   Fui até a pedra e como eu previa ele estava lá.

   - Você é louca, o que te deu lá embaixo? Perdeu a noção do perigo? - perguntou Gadrel, meio irritado, meio preocupado.

   - Tá, tá, eu sei que não foi uma das minhas atitudes mais inteligentes...

   - Pois é né!

   - Mas então, você vai entrar pro exército?

   - Você está sendo caçada, está banida do Céu, do Inferno, é procurada pela polícia na Terra e quer saber se eu vou entrar pro exército?

   - É... por isso eu perguntei "Você vai entrar pro exército?".

   - Não, eu disse que ao invés disso eu iria ajudar a te caçar.

   Momento de surpresa?! Nem um pouco.

   - Bom, o que está esperando?

   - Você sabe que eu não vou...

   - É, mas se não me capturar você vai estar contradizendo Lúcifer, e como você é um anjo caído, assim como ele, seria um traição muito maior não concorda?

   - Pode ser, mas eu não ligo.

   - Se descobrirem que você tá me ajudando você também vai ser caçado, sabe disso né?

   - Aham.

   - E mesmo assim vai entrar nessa?

   - É, minha vida anda muito parada, assim pelo menos eu tenho o que fazer. - disse ele dando um sorriso de lado.

   - Tá, você tem sérios problemas mentais, mas como eles ainda não sabem da nossa "parceria" você pode ir acompanhando a busca por mim e ver se eles estão perto de me achar.

   Ele concordou com a cabeça - Tô vendo que já fez suas malas.

   - É, o primeiro lugar em que vão me procurar é em casa.

   - Então pra onde você pretende ir?

   - Sei lá, São Paulo é muito grande, da pra eu ficar vagando por essa cidade numa boa.

   - Pensei que você iria querer ir pra outro país, sei la.

   - Eu vou, mas antes tenho que arranjar dinheiro pra uma passagem, e pra isso vou ter que arranjar um emprego.

   - E por que você não viaja voando?

   - Tá brincando? Eu tenho que usar meus poderes o mínimo possível, eles conseguem me encontrar pelo meu cheiro de demônio, por isso tenho que ficar em minha forma humana, como há muita gente na Terra, meu cheiro humano pode ser facilmente camuflado ou confundido.

   - Bem pensado. Então, pra onde vamos?

   - Bom, no centro tem muita gente, eu poderia arranjar um emprego qualquer, dormir num hotel baratinho e ficar por lá.

   - Beleza, vou te acompanhar até lá, assim caso eles sintam seu cheiro eu digo que na verdade é o meu.

   Fiz que sim com a cabeça.

   Notei que Gadrel poderia ser legal, e eu também. Que coisa estranha.

   Fomos até o centro e lá encontramos um hotel super barato, fiquei por lá mesmo. Gadrel ficou voando por aqueles lados pra disfarçar meu cheiro. Quando voltou teve de ir logo, para não levantar suspeitas.

   No dia seguinte fui até a vinte e cinco de março e arranjei um emprego de vendedora, mas não durou muito (menos de três horas), é que aconteceu o seguinte:

   - Olhe aqui minha filha, eu comprei esta blusa e ela não me serviu, então eu quero trocar, tá me ouvindo?! - disse uma mulher grande, grande em todos os sentidos, ela deveria pesar uns 90kg, mas isso não vem ao caso. 

   - Olha aqui, primeiro de tudo, tira esse seu dedo gordo da minha cara, segundo, eu não sou sua filha, e terceiro, você sabendo que parece mais um barril do que uma pessoa, como em sã consciência você compra uma peça de tamanho M sendo que você deve vestir extra GG hein sua anta? Além de tudo temos uma placa gigantesca no caixa escrito que não fazemos trocas! Então, a menos que você seja cega, acho que é melhor a senhora ler novamente a placa e se retirar!

   - Mas que desaforo! Eu vo rodar a baiana aqui com o seu gerente! Pode chamar ele! Porque eu não saio daqui sem minha blusa trocada!

   - Eu não vou chamar ninguém não! Não sou sua empregada não, ô velha gorda!

   - Velha gorda?! Mas você tá achando que é quem hein, ouw rapariga?!

   A discussão ficou meio fora de controle. Então quando tudo foi resolvido meu chefe me chamou em sua sala.

   - Tá demitida!

   - O que? Por que? Vai dizer que a baleia tinha razão?

   - Não, não tinha.

   - Então!

   - Acontece que não estou te demitindo por você não querer fazer a troca. Estou te demitindo por ter pulado em cima da cliente!

   - Ah, qual é!

   - Adeus Adrik.

   - É Nyx, porra! - disse me levantando da cadeira e indo embora, claro que eu não pude sair sem bater a porta.

   Chegando no Super Plaza Sampa Hotel contei toda a história para Gadrel, que riu muito da minha cara.

   - Do que é que você ta rindo em seu idiota?

   - Você pulou no pescoço da mulher!

   - Lógico! Aquela gorda maldita! Se pudesse eu a teria devorado.

   - É mas não pode! Então é melhor arranjar outro emprego logo e se controlar mais.

   - E desde quando você virou meu pai?

   - Desde que tenho te ajudado a não ir para o pior lugar que existe.

   Virei os olhos.

   - Tenho que ir agora. - disse ele - Ah, antes que eu me esqueça, eu estava passando por uma fazenda e vi um cavalo morto, trouxe pra você, deixei no banheiro por que tava fedendo muito e o dono do Hotel poderia suspeitar de algo.

   - Ah, valeu, eu tenho me alimentado muito mal. Só de comer o mesmo que quem eu deveria comer (humanos) come me deixa com nojo de mim mesma.

   Ele não ligou para meu comentário só se virou e foi embora. Pela janela, claro.

   Enquanto isso, no Inferno...

   - Algum sinal da pestinha?

   - Não senhor, mas estamos procurando.

   - Sem ela não poderei começar a guerra, ao menos posso ir treinando meus soldados. Muito bem, continue procurando-a, e quando a encontrar me avise, andei pensando, e não posso mandá-la para Tártaro, ela é o centro do meu plano, uma das chaves principais para a minha vitória, então tragam-na inteira.


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