Nyx, a Demônio Banida escrita por Live Gabriela


Capítulo 4
Escola




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   Ah, o sol... ó,grande e quente sol, porque me punistes com seus raios?! Não sei se vocês sabem, mas sou um demônio da Noite, não gosto muito de manhãs ensolaradas e tardes quentes, mas infelizmente não controlo o tempo. Acordei com meus olhos praticamente queimando com aquela luz forte que entrava pela minha janela, me virei e voltei a dormir. Mas minha querida amiga Morte achou melhor eu me levantar para ir para a aula. Eu não estava afim não, então enrolei o máximo que pude, cheguei atrasada, mais especificamente na terceira aula. Me deixaram entrar apenas por eu ser uma aluna nova e ser "russa", uma boa desculpa pelo atraso foi que eu ainda não me acostumei com o fuso horário.

Entrei na sala de aula e vi que havia um lugar no fundo da sala, longe da janela é claro. Me sentei, mas acho que alguns professores adoram ser animados e adoram fazer com que seus alunos novos se apresentem contra sua vontade para um bando de pessoas estranhas que dividirão a sala contigo o resto do ano.

- Não seja tímida, se apresente. - disse a professora que dizia ensinar história.

- Não, obrigada, me sinto bem em meu anonimato.

- Se apresente logo menina! Não custa nada dizer seu nome, idade, essas coisas.

Suspirei, não eram nem 10h da manhã e já havia percebido que seria um longo dia.

No intervalo fiquei na sala de aula em meu canto apenas lendo um livro. Quando sentou um menino ao meu lado e ficou me encarando. 

- Se você quer saber do que se trata o livro não me pergunte, vá a uma livraria que você ganha mais e eu não perco meu tempo. - disse sem olhar para ele.

- Nossa, você é sempre assim tão simpática ou está de bom humor hoje? - disse ele com sarcasmo.

Não respondi, continuei lendo meu livro. Depois de uns dez minutos aquele infeliz continuou me encarando e isso me irrita muito. Abaixei o livro e o encarei também.

- O que é que você quer hein? Por que não vai encher o saco de outro?

- Simplesmente porque você sentou no meu lugar.

- Seu lugar?

- É, caso não tenha reparado eu cheguei meio atrasado, e quando fui sentar em meu lugar de costume vi uma russa gótica ou emo, seja lá o que você for, sentada em meu lugar.

- Eu não sou gótica e nem emo. - ele deve ter achado isso pelo meu estilo, eu gosto de preto e de bastante acessórios e isso não é o padrão de uma pessoa com estilo básico - Além disso, este ERA o seu lugar, agora quem vai sentar aqui sou eu. - continuei.

- Você é durona, mas não me assusta. Mas já que você se recusa a sair daí amanhã veremos, quem chegar primeiro fica com o lugar.

Na palavra "durona" eu já tinha levantado o livro e voltado a ler. Aquele humano folgado, se pudesse eu faria um churrasco com ele, se bem que, humanos "crus" são bem mais saborosos, o cheiro é bem melhor. Falando em cheiro notei algo diferente no garoto inconveniente, ele não tinha o cheiro normal de um humano, na verdade mal senti seu cheiro, apenas o odor de seu perfume horroroso, mas enfim.

Todos voltaram para a sala após o intervalo, tivemos mais algumas aulas chatas, levei bronca de alguns professores por dormir na aula, mordi a mão de um garoto que estava me provocando, não, não era o garoto do intervalo, era um outro, um nerd chato que para não ficar sozinho num trabalho em dupla tentou fazer amizade comigo, o que não deu muito certo já que ele tentou fazer graça apertando a ponta do meu nariz. Só um lembrete: nunca toque no meu rosto, principalmente se for para apertar meu nariz, bochecha ou qualquer outro lugar, a menos que queira levar uma mordida que faça sua mão sangrar.

Meio-dia toca o sinal, penso em ir para casa, mas lá não teria nada de divertido para fazer. Decidi ir na biblioteca. Peguei o livro que eu estava lendo anteriormente mas o terminei rápido demais, então fui procurar por outro. Passei por várias estantes e não achei nada de interessante só o garoto do intervalo.

- Tá me seguindo é? - perguntei com raiva.

- Olha só, se não é a gótica que rouba lugares.

- Cale a boca. Tá fazendo o que aqui hein?

- Vim tomar banho, a não, espera isso eu faço no meu banheiro. Aqui, não sei, o que tem pra fazer aqui... ah é, estou lendo livros!

Virei os olhos e dei as costas a ele, continuei minha procura por algo que me interessasse. Dei a volta por trás do menino e reparei algo diferente. Uma pena negra que estava sobre seu ombro. Peguei ela e a mostrei a ele.

- Onde conseguiu isso? - perguntou ele.

- No seu ombro.

- Alguma pomba deve ter passado e deixado cair.

- Eu não sei o seu nome...

- Nem eu o seu.

- Fala logo qual é o seu nome.

- Por que?

- Fala logo.

- Não to afim, garota! Caralho, me deixa em paz.

Fiquei encarando ele por um momento quando veio uma senhora perguntar se eu estava com problemas para achar um livro. Respondi que não, mas o cheiro dela me lembrou que estava na hora de comer, e isso sim era um problema, agora eu tinha que procurar algum paciente terminal ou achar algum suicida no alto de algum prédio. " Ah, qual é, você vai morrer mesmo, assim pelo menos seu corpo terá uma finalidade, me alimentar." , é, acho que eu diria isso para um suicida, mas não é fácil encontrar um, infelizmente.


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