Eu assustei-me com a pergunta dele. O meu coração  começou a bater muito depressa, as minhas mãos começaram a soar, e  meu estômago parecia estar cheio de borboletas. Eu estava a sonhar? Eu não sei, mas estava com series dificuldades em acreditar que isto era realidade.

PARA! Mas isto não pode ser assim…não é só quando ele pensa que, “quero tê-la” que resolve o assunto. Eu tenho a minha dignidade.

E apesar de saber que o mais certo é eu vir-me a arrepender.

-não. Desculpa, mas não estou preparada para voltar a sofrer. – disse.

Ele ficou de boca aberta e pálido a olhar para mim.

-como não? – estou com pena dele…

-justin tenta compreender.

-não. Eu não consigo. Eu amo-te porra. Eu amo-te… - disse já com as lágrimas nos olhos.

-eu também mas…

-então porque é que não podemos ser felizes? – perguntou ele, com as mãos a agarrar a minha cara.

-HEY, POMBINHOS, VIREM-SE PARA MIM. EU ESTOU A EXPLICAR. – gritou o professor.

Corei quando todos os outros estavam a olhar para nós.

-vamos fazer voleibol. As regras são as seguintes… - começou a enumerar as regras e a falar sobre o voleibol.

Acabou de falar e agora todos os alunos estavam a dirigir-se para diversos campos para jogar.

-stor. – chamei.

-diga.

-o que é que eu posso fazer? – perguntei.

Ele ficou a olhar com uma cara de confuso.

-jogar voleibol. – o seu tom era mais como uma pergunta.

Ele provavelmente deve-se ter esquecido do meu caso.

-não posso.

-e porque é que não pode?

-porque o meu pulso ainda não está bom… e não quero ficar com uma lesão mais grave.

-desculpa. Já me tinha esquecido do teu caso. Então fazes 3 voltas ao campo, a correr, e depois fazes flexões e abdominais, ok? – perguntou.

-sim… - respondi.

Comecei a correr e todos se perguntavam porque é que eu não estava a fazer o mesmo que eles.

Mais preferia que o meu pulso se magoasse mais, do que estar a correr. Eu já disse que sou uma naba a correr? E também já disse que EU DETESTO EDUCAÇÃO FISICA? E que não presto para nada?!

2 voltas e meia…mais um bocadinho mariana, SÓ…MAAISS UMM BOOCADINHOO…

As minhas faces já estavam vermelhas e MUITO quentes.

JÁ ESTÁ!!

Agora tenho que ir fazer abdominais…--‘

1…2…3…

-estás de castigo? – perguntou uma rapariga a rir-se.

-porque? – Perguntei mal-humorada.

-ahaha por nada por nada.

-vê-se não te caem os dentinhos de tanto rir… - disse MUITO “ mal-humorada.

-olá…estás de castigo? – perguntou o ryan para mim.

-mas que porra. Não não estou de castigo. – disse despejando TODO o meu mal humor nele.

-desculpa… - disse ele sendo sincero.

Puxei-o.

-desculpa…fiquei mal humurada assim de repente. E não não estou de castigo. Apenas não posso fazer o que vocês estão a fazer. – disse.

-porque é que não podes?

-o meu pulso. Ainda não está recuperado desde o ultimo acidente. Ele vai sempre ficar lesionada para toda a vida, mas não quero agravar mais a situação. Percebes?

-sim, mais ao menos. – disse a sair dali.

Voltei a fazer o que estava a fazer… até que sinto alguma a subir o meu braço.

Olhei e era uma…ARANHA! Ahhhhhhh eu morro de medo das aranhas.

Esta era GRANDE, preta e parecia ter pelos…

-ahh…tirem-me esta cena nojenta cima de mim!! – comecei a gritar aos pulos. Mas falava em português.

Estava tão em pânico que nem conseguia raciocinar para dizer olá em inglês.

-ahhhh tirem-me esta merda nojenta de cima de mim… - continuei a gritar em português.

Todos os alunos que estavam ali, ficaram a olhar para mim sem perceber nada.

-stor…stor…por favor tire-me isto de cima de mim… - tentei me acalmar (apesar de continuar a gritar) e falei em inglês.

-o que? O que é que tu tens em cima de ti? – perguntou ele ao pé de mim.

Quando o professor veio ter comigo, todos os da minha turma juntaram-se ao pé de nós fazendo uma roda.

-está MERDA! – falei esta em inglês e merda em português. Não podia dizer a asneira em inglês né?!

-esta que? – perguntaram todos.

-ARANHA!!!! – berrei.

E mostrei o meu braço. Eles recuaram, por se terem assustados, mas voltaram a ficar juntos novamente.

-espera tem calma, tem calma… - é, o stor também estava em pânico.

O ryan veio para a minha frente.

-porque é que estavas a berrar? – perguntou ele.

-porque é que achas. Eu tenho…medo como ó caraças destes bichos nojentos. – disse.

-justin, tu é que já estás habituado a ajudar as outras pessoas nestas cenas.

Ele veio para a minha frente.

O medo era tanto que eu nem me perdi com o seu olhar…

Comecei a chorar com o pânico.

Ele pegou-me na outra mão.

-tem calma. Respira…pensa que não está ai nenhuma…aranha. – disse ele.

-eu não consigo.

-porra mariana, se já estás a dizer que não consegues assim não consegues mesmo.

-estou aqui, estou aqui… - disse o stor com uma luva e um pano.

Com a luva pegou na aranha e embrulhou-a no pano e saiu do ginásio.

Suspirei aliviada.

Fui para ao pé do justin e do ryan.

-obrigada aos dois…a serio. – disse.

-é na boa. – Disse o ryan.

-sim, é na boa. – disse o justin piscando-me o olho.

As aulas acabaram, finalmente.

Fui para casa e mostrei logo o papel á minha mãe. Ela assinou o papel e deu-me o dinheiro. Fiz a mala, jantei e adormeci.

-está na hora…está na hora. Acorda. Acorda. – era o meu despertador irritante.

Tomei banho, vesti e fui-me logo embora dando um beijo nos meus pais que ainda estavam a dormir.

Cheguei ao aeroporto e assustei-me com a quantidade de pessoas que estava lá.

-olá. – disse chegando ao pé das pessoas que iam.

-olá. O teu papel e dinheiro? – perguntou um professor.

-está aqui e, aqui. – disse entregando tudo.

-dá-me já a tua bagagem. – disse.

Entreguei também a minha mala.

O justin ainda não tinha chegado…

-avião preparado para descolar destino a Portugal. Porta A7. – disse uma mulher ao microfone.

Começámos a andar mesmo quando o justin se juntou a nós.

-estou habituado que sejam os aviões a esperar por mim e não ao contrario. – sussurrou ele.

-lol

Entramos dentro de o avião.

-vá meninos eu vou dizer os números dos vossos lugares. – disse um professor quando nós já estávamos no avião para nos sentarmos.

-para a fila g é justin, mariana, ashley. – disse.

Olhei para o justin.

-sortudo. – disse a resmungar.

-porque? – pergunta ele.

-ficas do lado da janela. – disse.

-ahahha não seja por isso. Eu nem gosto muito de ser á janela. – disse ele a rir-se.

Sentei-me no meu lugar e houve aquele vídeo muito estúpido sobre as regras e o funcionamento do avião…

-podes me dar a mão? – pergunta ele.

Olhei para a cara dele e ele estava muito vermelho, e estava com uma cara de pânico.

-p-posso… - respondi metendo a minha mão por cima da dele.

Ele apertou com muita força. Com força até demais.

Eu percebi quo pedido dele não era para ser com segundas intenções, ele provavelmente deve ter medo de andar de avião.

-o que é que se passa amor? – sem querer deixei escapar a palavra amor.

Ele olha para mim substituindo o olhar de pânico para estar com um brilho no olhar. E sorriu.

-desculpa… - disse muito corada.

-não peças desculpa por uma coisa que adorei. – disse ele.

-posso te beijar? – perguntei.

-estava a ver que nunca mais perguntavas isso. – disse.

Encostei os meus lábios aos deles e um beijo que começou lento e apaixonado transformou-se num beijo sôfrego.