Dimitri

Todos me olharam intensamente.

-Guardião Belikov segundo o Sr Mazur a guardiã Rosemarie é inocente, o que você tem a dizer? – A juíza me perguntou.

-Ela é inocente. – Ouve um pequeno alvoroço no local e a juíza pediu silencio, eu prossegui. –E eu tenho como provar.

-E como você provaria isso? – Ela me perguntou, retirei de dentro da caixa, primeiro uma pasta com vários papeis. O resultado das digitais que encontrei no quarto da rainha Tatiana e também alguns digitais que eu peguei no quarto de Rose. Depois retirei uma fita, entreguei tudo à juíza. Ela pediu a um guardião pra buscar uma TV para vemos a fita e folheou lentamente os papeis. O guardião trouxe a TV e logo colocaram a fita. O silencio predominou no local, todos esperavam pra ver quem apareceria na fita, e então todos viram. Primeiro o corredor do quarto da Rose vazio, e então apareceu alguém, dava pra ver que era um homem, ele estava com uma roupa toda preta e um capuz preto cobrindo o rosto, ele abriu a porta com facilidade e entrou no quarto, pouco tempo depois ele saiu e fechou a porta, quando se virou eu falei.

-Parem a fita. – Então eu mostrei. –Dá zoom e olhem o bolso esquerdo dele. – E ali estava a estaca da Rose, não tinha como duvidar que era ela, pois a estaca dela era diferente, ela tinha um design geométrico na ponta. Ouvi alguns “Isso” e “boa” entre o povo e dei um sorriso, mesmo sabendo que ainda não provávamos nada. Ires logo comprovou o que eu disse.

-Isso não prova nada. – Iris falou.

-Isso prova que a estaca da Rosemarie foi roubada do quarto dela e pelo horário da fita bem antes das 7 horas.

-Mas quem garante que o homem da fita não estava trabalhando pra senhorita Hathaway.

-Excelência, se a senhora olhar esses papeis verá que ai tem dois laudos, o primeiro é do quarto da rainha e o segundo do quarto de Rosemarie. – A juíza abriu a pasta e olhou boquiaberta pro papel.

-O que... – A juíza levantou a mão em um sinal de espera para a advogada de acusação, após alguns minutos ela falou.

-Essas provas são incontestáveis. A senhorita Rosemarie Hathaway é declarada inocente, mas teremos outra audiência quando a encontrarmos para confrontá-la com... O verdadeiro assassino da rainha Tatiana. – Todos começaram a falar ao mesmo tempo. Eu me perguntei se havia valido de alguma coisa todo o nosso esforço pra provar a inocência da Rose e fazer o verdadeiro assassino pagar, pensei por um momento que a juíza poderia vir a encerrar o caso e então ela se levantou e declarou em alto e bom tom.

-Natan Ivanovik você esta preso por alta traição a rainha. – Todos ficaram em silencio perplexos com o que tinham acabado de ouvir e então Natan pulou tentando sair antes de ser preso, dois guardiões o rodeou e logo o imobilizaram. Eu olhava para ele mais não o via, a única coisa que vinha em minha cabeça era que a minha Roza estava salva.

Rose

Eu andava de um lado para o outro da sala e todos estavam sentados me olhando. Há poucos minutos começaria a audiência que poderia me inocentar ou por Lisa, Abe e todos os outros em apuro.

-Se acalma Rose. – Tamy pediu. Ela estava certa, sentei-me e me concentrei pra ligar minha mente a da Lissa. No mesmo instante eu estava em uma sala grande cheia de gente, a sala do julgamento, pelo meu laço com liss pude ver que ela estava muito apreensiva. A juíza logo começou e de cara chamou o Dimitri, meu coração deu um pulo no meu peito. Lissa começou a pensar no tanto que ele estava se esforçando pra me inocentar, e que não tinha lógica ele dizer que não me amava mais. Dimitri foi esplêndido e a juíza declarou Natal como assassino da rainha.

Abri os meus olhos e encarei a sala sem ver ninguém, somente uma sensação incrível tomava conta de mim, eu estou livre. Eu tinha vontade de gritar, e agora o que eu iria fazer primeiro, voltar para corte? Eu não agüentava de saudade de minha melhor amiga. Procurar o seu irmão ou irmã? Mas seria estranho, logo após eu ser inocentada eu reaparecer na corte, ou em outro lugar publico, seria melhor esperar um pouco mais, sem contar que Abe havia me ligado e dito que tinha novidades no caso do filho ilegítimo do Erik.

-Rose. – Tamy gritou balançando meu ombro, puta merda, dei um pulo e a olhei com a mão no peito.

-Ta querendo me matar é? – Ela olhou e riu.

-Eu estava te chamando a um tempão e você estava ai olhando pro nada... O que aconteceu, no julgamento. – Fiz cara de mistério por um minuto e gritei.

-Eu to livre. – Todos gritaram e me abraçaram.

-Isso significa que você vai embora? – Artur perguntou.

-Não, ainda não. Seria suspeito eu aparecer logo depois do julgamento e eu ainda tenho algo a resolver. – Voltei a olhar o nada e todos logo se dissiparam algo que Lissa pensou não saia da minha cabeça e me fazia perguntar “por que ele me ajudou tanto se não me ama mais.”

-Merda. – Disse baixo.

-Pensando no irmão da Viktoria? – Dado perguntou, ele sentou do meu lado no sofá e passou o braço pelo meu ombro.

-Como você sabe?

-O que? Sobre ele ou que você estava pensando nele? – Fiz uma careta.

-Os dois. – Ele sorriu de lado e respondeu.

-Vik me falou algo sobre você ser cunhada dela, daí perguntei a Tamy. Esta chateada por elas terem me contado?

-Não. – E realmente não estava se tinha algo bom que me aconteceu nos últimos tempos, isso seria a amizade do Dado. Eu o olhei e ele prosseguiu.

-E eu sabia que você estava pensando nele por que você estava com cara de boba apaixonada. – Ele gargalhou e eu dei um soco em seu ombro e então gargalhamos os dois juntos, eu sorri aliviada como se há muito tempo não fosse tão feliz. O celular do Dado tocou e ele o atendeu, falou algo por um tempo e então seu semblante mudou, quando ele desligou pude ver ate mesmo lagrimas no canto dos seus olhos.

-O que aconteceu? – Perguntei preocupada.

-Era minha irmã, minha mãe esta muito mal no hospital, os médicos não sabem se ela vai sobreviver. – Um nó se formou na minha garganta, eu fiz a única coisa que eu podia fazer, o abracei.

***

Dado se despediu de todos, Tamy chorava discretamente em um canto, ele veio até ela e abraçou, ele se afastou um pouco e olhou nos olhos dela, deu um sorriso, que não alcançou seus olhos, e inclinou tocando seus lábios nos dela em um beijo calmo e apaixonado.

-Não me esquece, por que eu volto. – Ele disse com a voz triste. Dei mais um abraço no meu amigo e sorri amarelo.

-Dê noticias.

-Claro... Até mais. – Ele disse e saiu, fui até onde a Tamy estava e a rodeei com meus braços e ela se permitiu chorar. Os meninos saíram e nos deixaram sozinhas.

-Onde a mãe dele mora? – Perguntei.

-Algum lugar do Canadá. – Ficamos em silencio por um bom tempo, até que o cansaço nos fez ir deitar. Antes de deitar me lembrei da minha missão, falar com a Yeva, uma missão altamente perigosa.