Tomei o café da manha mais feliz, o Abe ia me tirar daqui. Aquela era a melhor noticia do mundo! Porem nem mesmo estando feliz não deixei de desconfiar, nem mesmo Zmay teria tanto poder assim. Varias suposições vieram em minha mente, será que ele havia achado o filho do Eric? Ou acharam o assassino da Tatiana? Isso eu descobriria mais tarde!

Depois que terminei o café da manha me deitei e fiquei imaginando o que ia acontecer comigo depois que meu pai me tirasse daqui, eu ia pra onde? Fazer o que? Eu voltaria a ser guardiã? Colocariam-me na administração pro resto da vida? Como o destino nos prega peças.

Naquele instante vários momentos da minha vida me vieram à mente. Eu nunca convivi com família, pelo não com a minha família. Minha mãe me deixou na academia assim que eu nasci, nunca foi uma mãe presente, para ela ser guardiã era mais importante, eu sempre a julguei por isso, até pouco tempo atrás onde pude ver e conhecer a verdadeira Janine. Eu também só conheci meu pai a pouquíssimo tempo, então a única família que eu tinha era os dragomir e minha Irma de coração LISSA. Mas depois de um acidente de carro eu os perdi e quase morri se não fosse por Lissa que me trouxe de volta dos mortos, e por isso temos um laço e eu posso senti-la e entrar em sua mente, desde então eu me tornei uma Shadow-Kiss.

Na academia sempre disseram que eu era uma vadia por viver sempre aprontando, eu gostava de festas e de namorar, mas eu nunca tive ninguém pra me dizer o que é o certo ou errado. Quando alguém começou a ameaçar a Lissa, eu fugi da academia uma loucura, eu sei, mas foi o melhor. Porem resolveram ir atrás de nós e naquele dia minha vida mudou totalmente.

Levaram-nos de volta e nos aceitaram na academia, mas eu ia ter que fazer aulas extras, e foi assim que Dimitri se tornou meu mentor e amor da minha vida, ele me ensinou tudo que eu sei porem o destino é cruel, em um ataque à academia ele virou um strigoi, mas não antes de fazer amor comigo pela primeira vez e jurar que sempre estaria la pra mim. Eu o amava e sempre o amaria porem cumprindo uma promessa mutua que nos fizemos há um tempo, fui atrás dele na Rússia pra matá-lo.

Mas como se mata o homem da sua vida, o homem que você mais amou durante toda sua existência? Eu não sei, e por isso eu não consegui. Eu sabia que se o matasse eu morreria junto. Quando pude voltei pra academia e me formei, só então descobri que tinha como salvar ele e por amor eu soltei meu pior inimigo de uma cadeia de segurança máxima, com isso descobri o que teria quer ser feito, mas era perigoso e a Lissa tinha que teria quer fazer isso. Quando eu desisti de tentar trazer Dimitri de volta, ele veio atrás de mim, seqüestrou a Lissa e o Cristian, pois ele sabia que eu iria salva-la, durante o resgate ela o empalou com uma estaca enfeitiçada com o espírito e assim ele voltou a ser o damphir que eu amo.

Quando eu soube que era a hora de ser feliz, ele não quis me ver, disse que não me amava mais, e numa das vezes que eu tentei me aproximar dele ele disse a frase que me matou por dentro “o amor acaba, o meu acabou”, mas ele negou a maldita frase quando vieram me prender por alta traição, e ele derrubou todos os guardiões pra ninguém tocar um dedo em mim, porem eu não podia deixar ele jogar no lixo todo trabalho que ele e a Lissa tinham tido pra fazer todos acreditarem nele, eu fui presa e estou aqui agora. Mas antes eu o magoei, o único que em todo o momento esteve lá por mim, Adrian sempre disse que me amava, e sempre demonstrou isso, a única coisa que ele me pediu foi uma chance de sermos felizes, e eu? Lógico que dei porem como eu poderia ser feliz com ele, amando o meu ex-mentor, ex-strigoi, Dimitri.

Percebi um nó na minha garganta e uma lagrima rolar por meu rosto.

-Hey Rose. Ouvi alguém chamar, me sentei assustada, afinal não me era permitido receber visitas.

-Homem tocha?

-Eu mesmo Hathaway.

-Como você entrou aqui?

-Longa historia depois te explico!

-E o que você faz aqui?

-Nossa eu também estava com saudade Hathaway. Dei uma gargalhada, como desde que entrei aqui não tinha dado. _Todos estão preocupados com você. Ele disse serio.

-Eu estou bem... Então mandaram você aqui pra ver como eu estava? Perguntei sorrindo novamente, ele fez uma careta.

-Bem, na verdade a Lissa queria vir... Mas era perigoso. Agora eu compreendia, por mais que eu não fosse muito com a cara do Cristian, as vezes, eu tinha que admitir que ele sempre tentava fazer o melhor pra Lissa. Acenei com a cabeça, ele me entregou um embrulho.

-O que é isso? Eu perguntei suspeita. Ele deu de ombros e eu resolvi olhar. Meu espanto foi enorme quando eu vi um dos livros de faroeste do Dimitri la dentro.

-Adrian...

-Ele está preocupado Rose. Ao virar o livro uma carta caiu em minhas mãos, porem pela letra logo vi que pertencia a Lissa.

-Eu não quero.

-Ah Rose pega logo. Cristian disse meio irritado, ele provavelmente não estava gostando de ser garoto de recado, bufei.

-Yeah.

-Vou nessa Hathaway, se cuida. Ele disse com um sorriso verdade e eu afirmei com a cabeça. Sentei na minha cama e fiquei um bom tempo olhando para o livro, velho e gasto de Dimitri. O que isso significava? Deixei o livro de lado e concentrei na carta da Lissa.

“Rose

Você não tem noção do quanto sinto sua falta. Já chorei tudo que tinha pra chorar, agora vou tentar fazer alguma coisa pra tirar daí.

Eu tenho tido varias reuniões e festa reais pra ir, Cristian tem me acompanhado, a contragosto.

Depois que eu insisti muito eles aceitaram colocar o Dimitri como meu guardião, porem eles não confiam nele o bastante, por isso eles colocaram a Meredith junto, ela até que é legal, acho que ela gosto do Eddie, mas ele não sabe.

O Dimitri sente sua falta, e nem adianta revirar os olhos, você sabe que é verdade.

Estou preocupada com o Adrian, ele tem bebido muito, acho que pra compensar a saudade sua.

Tirando isso as coisas não mudaram, alguns dhampir tem tentado brigar contra a lei que foi aprovada, mas eles não tem tido muito progresso.

Isso é tudo, estou morrendo de saudades.

Sai logo daí.

Beijos... Lissa”

Só percebi que estava chorando quando uma lagrima borrou a letra de Lissa no papel, enxuguei meu rosto com a mão. Reli a carta alguns vezes, e então resolvi descobri como eles conseguiram entrar aqui, encostei minhas costas na parede e deixei minha mente vagar pra da Lissa.

...

...

...

-Merda. Xinguei alto quando tentei pelo quarta vez entrar na cabeça da Lissa e não consegui.

-Não xinga Hathaway. Um dos guardiões que me vigiavam disse. Eu em resposta somente revirei meus olhos. A única coisa que me importava era saber, por que a Lissa está me bloqueando. Frustrada eu finalmente resolvi pegar o livro de Dimitri. A primeira coisa que senti foi o seu cheiro marcante, levei o livro ate meu rosto e aspirei profundamente, deixando o cheiro de Dimitri entrar em mim.

Na segunda folha eu vi por que eu não gostava de livros, larguei o livro de lado e fui até a grade da cela.

-Ei. Chamei o guardião que estava próximo. Ele veio até onde eu estava. Ele parecia ter uns vinte anos, era moreno e alto, ele deu um sorriso simpático, pelo visto ele não acreditava no que diziam contra mim, isso era bom. –Como o Cristian entrou aqui? Já que não teria como eu saber pela Lissa, eu teria que descobrir de outro jeito.

-Cristian? Ele perguntou me olhando com espanto, eu suspirei pesado, seja lá o que for ele não sabe de nada.

-Qual o seu nome guardião? Eu estava cansada de ficar sozinha e pior não ter com quem conversar.

-Ivan.

-Prazer Ivan, eu sou a Rose.

-Yeah, eu sei quem é você. Claro que ele sabia. Ficamos um bom tempo conversando, ele me falou mais sobre as tentativas de mudar a lei que havia sido aprovada. Até que outros guardiões entraram, eles trouxeram meu almoço e Ivan trocou de turno, em seu lugar ficou um guardião de aparência de uns 35 anos e com a cara muito fechada, eu nem tentei puxar assunto.

Deite-me novamente na cama, após o almoço e tentei de novo ler o livro de Dimitri. Como não sou boa leitora fui direto a ultima folha saber o que aconteceria. E engasguei ao ver na ultima pagina a letra de Dimitri.

“Você é sempre impaciente, tinha que vir ler o final antes de ler o livro?

Como você está?

Se cuida Rosa.

Ti tiraremos daí.”

Puta merda como ele me conhecia assim. Depois que consegui controlar minha respiração, voltei ao inicio do livro. Depois de ler umas oito pagina me vi surpresa em estar gostando do livro, porem eu nunca deixaria ele saber disso. Continuei a ler até que eu senti os braços de Dimitri em minha cintura. Eu soube imediatamente que eu estava sonhando, primeiro eu sabia que estava na cadeia, e segundo mesmo se não estivesse, Dimitri simplesmente não me amava mais.

-Rosa. Sua voz rouca acariciou o meu nome e eu me deixei levar, afinal era um sonho mesmo. Sua mão percorria meu rosto, decorando cada detalhe dele. Senti seu hálito quente no meu pescoço e olhei dentro dos seus olhos, eles me prenderam ali, enquanto seu rosto diminuía a distância entre nós.

-Pequena dhampir. Abri os meus olhos e vi um sorridente Adrian vir até mim. Senti um pouco de raiva por ter sido tirada dos meus sonhos, ter sido tirada de Dimitri. Porem Adrian me olhava com tanta intensidade, seus olhos verdes estavam exitados.

-Adrian. Lembrei-me do que Lissa me disse na carta. –Como você está? Perguntei, deixando que ele me abraçasse. Nós estávamos em uma campina brilhante, o sol estava alto no céu.

-Bem pequena dhampir, bem. Sentindo sua falta feito louco. Ele disse tocando seus lábios nos meus. No fundo eu também sentia a falta de Adrian. E ele era o que eu tinha. Os lábios de Adrian se tornaram urgentes contra o meu e não foi possível deixar de lembrar que há poucos minutos os de Dimitri estavam tão próximos. Afastei-me e dei um pequeno sorriso.

-Vai ficar tudo bem, pequena dhampir. Ele disse com verdade no olhar. –Tenho que ir. Ele disse me dando um ultimo beijo. Eu acordei na minha cela. A bandeja do jantar estava colocada em um canto, então deduzi que já era noite em nosso mundo. Comi avidamente, era de se imaginar que minha fome sumiria, já que estou presa, mas não. Depois do jantar a única coisa que poderia fazer era voltar pro livro de Dimitri, e eu estava curiosa pra saber o que aconteceria com Afonso e Katerine. Já que eu não li o final.

-Rose, bom dia. Mikhail cumprimentou-me, me entregando a bandeja com o café da manhã.

- Mikhail... Como deixaram você entrar aqui.

-Alguém deu um jeito pra que eu fosse seu guardião pessoal hoje. Ele disse sorrindo.

-Alguém? Ele deu de ombro.

-Não faço idéia de quem seja. Enquanto comia algo me veio a cabeça, algo que estava me irritando desde antes de ser presa.

- Mikhail... Respirei fundo, não era certo pedir isso a ele, porem era tão pouco. –Eu queria ver uma pessoa... Teria como você dar um jeito? Ele me olhou por um tempo.

-Yeah, quem?

-Adrian. Eu disse somente, ele me olhou novamente e saiu da sala.

Apos vários minutos em que ele havia saído ele retornou com o Adrian. Adrian me olhou com amor e meu coração se apertou

-Pequena Dhampir... Que saudade, posso saber o motivo de me chamar com tanta pressa? Não que isso me incomode mais é uma surpresa... Eu o interrompi tinha que acabar logo com isso.

-Adrian eu te chamei por que tenho que te falar algo que não posso mais adiar.

-Fale pequena Dhampir, o que precisar?

E la ia ele falando bobagens de novo.

-Adrian, eu tentei eu juro que tentei, eu fiz de tudo pra te amar, mas não consegui... Eu te dei uma chance, porem meu coração é teimoso e não quis esquecer ele... Adrian eu não posso fazer isso com você, você merece coisa melhor que eu, eu estou presa e amo outro, me perdoe Adrian, mas eu não posso fazer isso com você, não posso te enganar, não posso deixar você preso a mim, você tem o direito de se dar a chance para se apaixonar, só eu sei como isso esta doendo em mim, mas não da mais Adrian, eu te amo porem como eu amo a Lissa, o Cristian, o Eddie, eu te amo com um irmão e melhor amigo. Você é muito importante pra mim Adrian, muito mesmo. Você é um cara super especial e é por isso que eu não posso fazer isso com você, não posso te enganar dizendo que te amo e que nós teremos uma chance no futuro por que não da, Adrian me perdoe mais está tudo terminado entre a gente.

Só então eu percebi que eu e ele estávamos chorando muito... Então ele começou a implorar.

-Rose, por favor, não faz isso comigo, eu sei que um dia você vai amar, eu posso sentir... Mas não me deixe agora Rose, não agora.

-Adrian eu não posso mais sustentar uma mentira, não posso mais tentar te amar, Adrian se eu pudesse escolher juro que te escolheria, mas não sou eu que escolho...

-Não Rose você nunca me escolheria, você o ama de mais pra isso, e apesar dele te fazer sofrer você sempre ira amá-lo.

Ele saiu e eu comecei a chorar igual eu só chorei quando o Dimitri foi embora. Eu era uma idiota por que eu não podia amá-lo, por que eu tinha que amar o Dimitri que nunca vai me amar... Com eu me odeio... Então resolvi fazer a única coisa que me acalmaria nesse momento, fui pra cabeça da Lissa, e depois de tanto tentar mais cedo, consegui, porem me arrependi instantaneamente. Ela estava com o Cristian e Dimitri e então Adrian chegou.

-Lissa eu só vim aqui falar que ela esta bem.

-Adrian o que aconteceu com você?

-Nada, ela só terminou comigo...

Ai ele começou a chorar novamente, eu nunca tinha visto o Adrian tão triste, então ele falou.

-Eu só queria que ela me amasse metade do que ela te ama Belikov, se ela me amasse metade eu juro que seria o homem mais feliz do mundo. Mas não, ela tem que amar você e você nem valoriza o amor que ela te da. Você é um cara de sorte Belikov, mas você só esta desperdiçando o amor que ela te da.

Dimitri rosnou e falou

-Você não sabe nada sobre o que é amor. Você não tem noção do que somos capazes de fazer quando amamos uma pessoa. E você com certeza é a pessoa certa pra ela. Porem não sou eu quem decide isso.

Eu cansei de ouvir mentiras e sai da cabeça da Lissa chorando mais ainda... Chorei por quase uma hora ate que eu dormi, exausta. Um sono sem sonhos.

Acordei com um a porta da frente sendo aberta, eu estava descansada, como se tivesse dormido por mais de vinte quatro horas. Sentei-me na cama, esperando pelo café da manhã, porem o que vi me fez dar um salto e me colocar em posição de defesa.