Walkie-talkie escrita por Franiquito


Capítulo 6
Terceiros


Notas iniciais do capítulo

Minna-san!! Passaram bem a semana? Espero que sim! ^.^
Hoje tenho novidade pra vcs!! A fic está de capa nova!!!! Que vcs acharam? Fui eu que fiz, e eu não sou um primor desenhando (sou péssima, falou?), mas achei que até que ficou bonitinho... Torto, mas bonitinho. Eu queria saber a opinião de vcs, podem ser bem sinceros, viu? Se quiserem a capa velha de volta eu coloco xD Não vou ficar brava com ninguém por isso.
Melhor eu parar de falar, vcs tão é querendo ver o Kai e a Yoko conversando mais, nee??? Então... boa leitura! ^.^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/87453/chapter/6

A noite de sábado estava fresca e agradável. O céu escuro estava salpicado de estrelas, indicando que o dia seguinte seria tão bonito quanto o anterior. Havia grande movimento nas ruas, principalmente de jovens se encaminhando para reuniões e encontros.

Mas Yoko estava em sua casa. Ela não costumava ter programa para os sábados à noite, e aquela não era uma exceção. A jovem estava deitada de bruços em sua cama, o peso do corpo apoiado nos cotovelos enquanto observava distraidamente o pequeno walkie-talkie em seu travesseiro.

- Por que ainda não jogou isso fora, Yoko? – perguntou Mai, sentada na cama ao lado. Ela parecera concentrada em ler uma revista até então.

- Joguei fora o quê? – Yoko puxou o walkie-talkie pela antena, deslizando-o pela coberta em movimentos circulares.

- Essa coisa – Mai indicou o aparelho.

- Ah. Eu preciso devolvê-lo, Mai. Eu disse que ia devolvê-lo...

A mais velha observou Yoko brincar com o walkie-talkie por alguns instantes e então largou a revista.

- Yoko, eu não gosto disso – ela disse com preocupação – Você não sabe quem é esse homem que usa o walkie-talkie. Ele pode ser um assassino, um estuprador, um louco... Você simplesmente não sabe! Você devia cortar qualquer contato com ele, Yoko-chan. Pode ser realmente perigoso.

Yoko ergueu os olhos para a irmã, que parecia realmente angustiada com a situação. A mais nova pensou por algum tempo no que a outra tinha falado.

- Eu entendo o que quer dizer – respondeu por fim – Mas eu sei me cuidar. Eu estou tomando cuidado! – Yoko sorriu.

- Você é inocente demais, Yoko, eu tenho medo do que esse homem possa convencê-la a fazer...

- Ele não vai me convencer a fazer nada. Eu só vou devolver o walkie-talkie dele. Só isso.

Mai arregalou os olhos pequenos.

- Yoko! Me prometa que não vai se encontrar com esse homem!

A caçula piscou algumas vezes, um pouco assustada com o tom da irmã.

- Eu... Eu não vou...

- Me prometa, Yoko! Pelo amor de Deus!

- Eu prometo!

- Se você for realmente devolver isso, devolva logo e não se apresente a ninguém! Marque de deixar essa coisa em algum lugar e saia correndo! Ele que vá buscá-lo...

Yoko sorriu com a preocupação da mais velha e a abraçou rapidamente.

- Maninha, eu não vou fazer nada que me ponha em risco! Não se preocupe, tá? – Yoko estalou um beijo na bochecha de Mai – Vai dar tudo certo!

Mai suspirou, revirando os olhos.

- Eu espero que sim. Agora me dê licença; eu quero ler!

Ainda sorrindo, Yoko voltou a sentar em sua cama. Sua atenção logo foi desviada para o walkie-talkie preto.

- Será que é muito tarde para falar com ele? – ela perguntou para si mesma.

- O que você disse? – Mai a encarou, preocupada novamente.

- Você não disse que quer que isso acabe logo? É o que eu vou fazer – Yoko deu de ombros – Vou marcar o lugar para devolver isso aqui amanhã.

- Hum – Mai tentou demonstrar indiferença, mas manteve os ouvidos apurados.

- Olá, alguém está me ouvindo? – Yoko tentou iniciar contato. A resposta veio mais rápido do que ela podia esperar.

- Olá, Yoko. Estou te ouvindo – a voz de Yuk pareceu muito cansada do outro lado.

- Ele te chamou de Yoko??? – Mai se exasperou, jogando a revista longe – Ele sabe o seu nome??

- Calma, Mai, não tem nada de mais... – e fez um gesto para que a outra se calasse enquanto se dirigia ao walkie-talkie – Você nunca parece muito bem quando eu entro em contato. Eu atrapalho?

- Não, está tudo bem – ele respondeu e Yoko pôde sentir que ele sorria – Eu acabei de, ahn... encerrar meu expediente.

Yoko podia jurar que ouviu risos ao fundo, mas preferiu ignorar aquilo.

- Você estava trabalhando até essa hora? Não é muito tempo trabalhar desde a manhã até agora?

- É que eu não trabalho todos os dias. Mas quando trabalho é assim.

- Yoko, desligue isso! – Mai implorou – Esse cara é um assassino de aluguel!! Ele pode ser da Yakuza!!

- Não, Mai! Ele não tem cara de ser da Yakuza...

- Como você pode saber??? – ralhou a mais velha – Você não o conhece!

- Eu... Eu simplesmente sei, tá legal?

Yoko se levantou e saiu do quarto, indo até o banheiro para tentar conversar em paz com Yuk. Ela entendia perfeitamente o ponto de vista da irmã, mas Mai tinha que confiar nela. Yoko sabia para quem dar seu voto de confiança. Além disso, a Yakuza não usaria walkie-talkies para se comunicar. Era muito arriscado e... idiota.

- Yoko?

- Estou aqui. Ahn, eu preciso lhe devolver isso o quanto antes.

- Ah, bem... Não precisa ter nenhuma pressa, você sabe – dessa vez Yoko realmente ouviu risadas junto de Yuk – Não quero incomodá-la.

- Mas eu realmente preciso, ou vão me matar. Senão for você, vai ser minha irmã.

- Por que eu a mataria?? – Yuk se surpreendeu – Ainda acha que sou um matador de aluguel? – as risadas se intensificaram e foram abruptamente interrompidas.

- Eu acho que não é uma boa hora para falar, né? Devo estar lhe causando incômodo... Você provavelmente está com seus amigos... no happy hour...

- Não, tudo bem, eu...

- Yutaka certamente está numa “happy hour”! – uma segunda voz masculina surgiu abafada e Yoko ouviu mais risos em seguida.

- Me desculpe por isso, são realmente meus amigos, mas...

- Não se acanhe! Vamos deixar você namorar em paz!

Yoko sentiu seu rosto esquentar e deu graças a Deus por Mai não estar mais ouvindo.

- Akira, por favor?! – o walkie-talkie ficou mudo e passaram-se vários segundos até Yuk voltar a falar – Me desculpe por isso, Yoko, eles não estão mais comigo. Akira parece não ter boas maneiras às vezes. Gomenasai.

- Tudo bem, não se preocupe. Eles só estavam brincando com você. Eu quem deveria pedir desculpas por causa isso.

- Não, você não deve desculpas a ninguém. Aliás, eu devo lhe pedir desculpas também por ter sido tão grosso com você anteriormente. Eu realmente não tive a intenção. Eu estava muito atarefado no trabalho e a culpei pela perda do walkie-talkie. Gomenasai.

Yoko sorriu timidamente.

- Pare de me pedir desculpas ou eu vou me sentir mal. Não tem por que falar nessas coisas, elas não têm mais importância.

- Não está chateada?

- Não.

- Tem certeza?

- Absoluta – ela riu com a preocupação do homem. Como Mai podia achar que ele era da Yakuza? Bom, talvez ela não pudesse realmente culpar a irmã: a única vez que Mai ouvira Yuk fora no primeiro dia que Yoko e ele se comunicaram, e ele não foi exatamente amigável naquela ocasião.

Porém, quanto mais Yoko conversava com Yuk, mais gentil ele parecia. A imagem de criminoso ficava cada vez mais distante da voz agradável e da risada sincera... Seria tudo um jogo de manipulação? Yoko não podia acreditar que alguém se daria aquele trabalho todo... Não fazia sentido.

- Mesmo que diga que não está chateada, me sinto mal – a voz de Yuk interrompeu os pensamentos da jovem – Eu não sou daquele jeito, não queria que ficasse com aquela imagem de mim.

- Por que você se preocupa tanto com isso? A primeira impressão que tive de você realmente não foi das melhores, mas já não penso da mesma forma – Yoko o tranquilizou – Se você insistir em se desculpar dessa maneira aí sim ficarei chateada.

Yoko pôde ouvir Yuk rindo antes de falar.

- Tudo bem, eu paro se é assim que você quer. Mas um dia encontrarei uma forma de me redimir.

- Me dê uma caixa de doces – Yoko disse. Era uma brincadeira que ela costumava fazer; uma vez que trabalhava em uma loja de doces, Yoko enjoara deles só de olhá-los o dia inteiro.

Mas Yuk não sabia que ela trabalhava em uma loja de doces. Ele também não precisava saber. Yoko fez um muxoxo e deu de ombros. Piada perdida.

- Seu pedido está anotado – Yuk entrou na brincadeira mesmo sem querer, usando um tom divertido – Mandar flores deve ser uma boa opção também... Talvez eu deva levá-la ao cinema?

- Só se você vier me buscar em uma limusine – Yoko prosseguiu com o teatro – Ah, e você vai ter que se apresentar e pedir permissão à minha família primeiro.

- Claro, claro – o tom de voz de Yuk indicava que ele sorria abertamente – Usarei meu melhor terno!

Yoko gargalhou. Aquela era uma situação a qual ela nunca se expusera, apresentar um garoto aos seus pais. Mas ela se divertiu imaginando a cara de Mai conhecendo Yuk.

A brincadeira seguiu e logo a conversa tomou outros rumos. Tanto Yuk como Yoko estavam curiosos a respeito do seu interlocutor, e as perguntas surgiam naturalmente. Yoko não se sentia constrangida conversando com Yuk, embora não o conhecesse pessoalmente.

A conversa animada só foi interrompida tempos depois, quando batidas insistentes quase derrubaram a porta frágil do banheiro.

- Yoko! – chamou Mai do lado de fora – Você já está aí dentro a mais de uma hora!

A jovem definitivamente não viu o tempo passar enquanto conversava com Yuk. Só agora ela notara que estava caindo de sono.

Yoko se levantou rapidamente e abriu a porta para encarar uma Mai rabugenta.

- Largue essa coisa e vá dormir.

Yoko apenas assentiu envergonhada e rumou para o quarto, onde se jogou na cama.

- Yuk? – ela sussurrou para o walkie-talkie.

- Sim? – a voz dele soou cansada novamente, como no início da conversa.

- Vou dormir. Boa noite!

- Boa noite, Yoko-chan. Sonhe com os anjos.

Yoko sorriu, aconchegando-se sob os cobertores leves. Repousou o walkie-talkie ao lado de seu travesseiro com cuidado e adormeceu em seguida.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!