Walkie-talkie escrita por Franiquito
Notas iniciais do capítulo
Eu estava tão ansiosa para postar esse 2° capítulo que estava quase roendo as unhas! *apanha* huahauhauhauha
Eu só tenho que agradecer MUITO a todos que leram e deixaram review, eu realmente não esperava! Fiquei imensamente feliz!!!
Espero que gostem desse capítulo - o 1° contato entre a Yoko e o Kai!! Beijos e divirtam-se! ^.^
Quando Yoko chegou em casa sua irmã já estava lá. Mai estava preparando o jantar enquanto assistia ao jornal na televisão. A mais velha ainda vestia suas roupas de trabalho por baixo do avental.
- Estou em casa – Yoko anunciou.
- Que bom que chegou – Mai respondeu sem emoção – O jantar fica pronto em 10 minutos.
- Certo, eu vou me trocar.
A jovem foi até seu quarto e trocou rapidamente de roupa. A noite caía preguiçosamente lá fora, trazendo uma brisa fresca. Yoko gostava daquela atmosfera agradável; de alguma forma a tranquilizava.
Yoko virou a bolsa em cima da cama para pegar o celular, que ela sempre mantinha por perto. Junto de suas coisas estava o walkie-talkie preto. Era tão bonitinho! Alguma criança devia tê-lo perdido... Yoko pegou-o com a mão desocupada e voltou para a sala.
- Mai, olha só o que eu achei.
A irmã ergueu os olhos por um segundo sem real interesse. Sua atenção já estava dividida entre o preparo da comida e as notícias na TV.
- Parece de brinquedo... – Yoko o analisava enquanto esperava o jantar, já sentada à mesa – Mas eu não vi nenhuma criança por perto...
- Oh, Yoko, pelo amor de Deus! – Mai só viu o que a irmã segurava quando serviu a mesa – O que você quer com isso?
A caçula olhou atentamente para a irmã que se sentava à sua frente. Seus olhos tinham uma expressão ingênua e desentendida.
- Como assim?
- Você vai usar isso para quê, Yoko? Sequer há crianças na nossa família a quem possamos dar isso... – Mai repreendia a mais nova enquanto se servia – E outra, você disse que achou isso? Achou onde?
- No chão.
Mai encarou a irmã nos olhos pela primeira vez na noite.
- Você está catando as coisas do chão, Yoko, é isso que está querendo me dizer?
Yoko desviou os olhos ingênuos para o walkie-talkie.
- Mas eu achei tão bonitinho...
- Qualquer dia desses você vai aparecer com um cachorro aqui em casa! Você não pode simplesmente pegar as coisas da rua, Yoko-chan...
- Preciso de você no palco agora!
- AH!
Yoko se assustou com a voz abafada e largou o walkie-talkie por reflexo, deixando-o cair no chão. Mai tinha congelado no processo de levar os hashis à boca. As irmãs se voltaram uma para a outra lentamente.
- Não é de brinquedo – Yoko não achou algo mais útil para falar.
- Bem, não era uma criança falando, definitivamente – concordou Mai.
Houve um breve silêncio.
- O que eu faço? – perguntou Yoko, numa entonação infantil.
- Como assim o que você faz? – a mais velha se exasperou – Você não faz nada, Yoko-chan! Está pensando em responder? Você nem sabe quem é, que tipo de pessoa está do outro lado! Pode ser perigoso.
- Mas ele também não vai saber quem eu sou – respondeu Yoko – Não vejo perigo nisso.
Yoko pegou o walkie-talkie novamente, o que fez Mai abrir ainda mais os olhos naturalmente tão pequenos.
- Yoko, não se atreva a falar...
- Não tem problema algum.
- Você não sabe se esse homem é decente...
- Mas ele queria falar com alguém, e parecia sério. Ele pode ter problemas por isso.
- Nós não temos nada que ver com isso, Yoko!
A jovem resolveu não dar ouvidos à Mai; afinal, qual seria o problema em entrar em contato com o verdadeiro dono do walkie-talkie? Ela só queria fazer uma boa ação.
Yoko apertou o botão lateral para poder falar.
- Ahn... Oi? – ela pigarreou – Olá, tem alguém aí?
Ela soltou o botão e esperou por um instante, mas não obteve resposta.
- Alguém me ouve?? – ela tentou em um tom mais alto. A réplica não demorou nem três segundos.
- Estou ouvindo – apesar do leve chiado percebia-se claramente que a voz pertencia a um homem adulto – Preciso do Hayato no palco agora, é urgente.
- Ahn – Yoko voltou a apertar o botão lateral – Eu não sou o Hayato.
- Isso eu já notei. Passe o walkie-talkie para ele, por favor.
O homem parecia bastante sério e autoritário. Mai encarou Yoko com um olhar que dizia claramente “Eu avisei para não se meter”.
- Acontece que eu não conheço nenhum Hayato – Yoko limpou a garganta novamente – Eu acho que ele perdeu esse walkie-talkie.
A voz do outro lado estava cada vez menos amistosa.
- Eu realmente não tenho tempo para brincadeiras! O live está prestes a começar e eu preciso do Hayato aqui para reposicionar algumas coisas. Deixe-me falar com ele.
- É o que eu estou tentando lhe dizer, senhor! Eu achei esse walkie-talkie no meio da rua. Eu não sei quem é Hayato nem sei quem é o senhor. Acho que Hayato-san perdeu o walkie-talkie... Eu... Eu sinto muito...
Yoko mordeu o lábio inferior enquanto esperava pela resposta do seu interlocutor. Mai comia devagar e silenciosamente à sua frente, tão ansiosa quanto a caçula. O silêncio seguiu-se por vários segundos.
- O que você disse?
- Yoko, larga essa coisa... – a tentativa de Mai foi em vão mais uma vez.
- Eu sinto muito – foi tudo o que Yoko conseguiu dizer. Ela estava se sentindo um pouco mal; aquele senhor parecia realmente precisar do walkie-talkie. Parecia que o usava para trabalhar.
Mais alguns segundos de silêncio se passaram. O homem parecera um pouco nervoso e Yoko podia imaginá-lo respirando fundo várias vezes para tentar se acalmar.
- Certo. Me escute com atenção – ele finalmente disse e parecia realmente respirar com dificuldade – Se você me devolver esse walkie-talkie ficará tudo bem, entendeu? As coisas não irão se complicar para você se você devolvê-lo o quanto antes.
Yoko ergueu as sobrancelhas em surpresa. Como assim “as coisas não iam se complicar para ela”? O walkie-talkie era tão importante assim? Era de ouro? Pertencia ao segurança do presidente?
Aquele cara era abusado!
- Mas eu pretendia lhe devolver o walkie-talkie! – ela se defendeu – Está insinuando que eu sou que tipo de pessoa? Não fui eu quem o perdeu, a culpa não foi minha, senhor!
- Não, não, você me entendeu mal – o homem tentou consertar o erro – Mas eu precisava desse walkie-talkie com urgência, se possível agora mesmo...
- Yuk, nós já vamos nos preparar! – surgiu uma segunda voz masculina ao fundo.
- Droga. Já estou indo! – o homem respondeu em voz alta, o que deixou o aparelho com um chiado horrível. Yoko esperou o homem continuar falando, mas tudo o que ouviu foi o chiado combinado com ruídos estranhos e vozes inteligíveis.
E então o walkie-talkie emudeceu.
- Eu falei que não era para você se meter, Yoko! – Mai ralhou outra vez.
- Que homem arrogante. Eu queria ajudar – Yoko resmungou fazendo beiço – Bem, o azar é todo dele.
Então a moça pôde finalmente se servir e jantar.
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Aguardo vocês no próximo sábado!