Lua Vermelha escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 36
Capítulo 34 - Chicago


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *o* Nos falamos lá embaixo.

Boa leitura.

beijinhos



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Capítulo 34 – Chicago

Assim que os primeiros raios dourados tingiram o céu, Edward, seu irmão Matthew, Bella e sua prima Leah deixaram a mansão. Carlisle e Esme iam na Mercedes preta e os últimos quatro, iam no discretíssimo carro de Alice.

Era em torno de dez horas da manhã, quando já estavam no aeroporto em Seattle fazendo o check-in para ingressarem num vôo direto para Chicago. Bella assim que entrou no avião, imediatamente tratou de dormir, para que não visse e nem sentisse nada. Ela tinha medo de avião, concluiu Edward. Matt e Leah sentaram-se nas duas poltronas a frente do casal. Leah, ao contrário de Bella, estava adorando a viagem.

- Bella, amor, já chegamos. – Edward sussurrou docemente ao ouvido dela.

Ainda meio grogue mas sabendo onde estava, Bella se levantou, pegou sua bolsa e saiu com seu namorado-vampiro e com Leah e Matthew. Não havia ninguém que estivesse esperando-os naquele lugar, por isso pegaram suas malas e seguiram direto para a saída do aeroporto. Matthew alugou um carro, enquanto Edward colocava as bagagens no porta-malas e Bella e Leah compravam algo para comer.

- Onde vamos ficar, Edward? – Bella perguntou.

- No apartamento de Carlisle. – Ele respondeu.

- Ele tem um apartamento aqui? – Leah ergueu uma sobrancelha. – É estranho, porque vocês têm jeito de que vivem isolados.

- Não é afastado demais, mas não é longe do centro, apenas algumas quadras. – Explicou Edward, que guiava o carro pelas ruas centrais, virando duas outras quadras e depois virando novamente.

Ao longo de toda aquela alameda, havia prédios antigos, reformados. Alguns eram mais modernos que os outros e alguns ainda conservavam sua natureza antiga, mas todos tinham sofrido modificações. Edward seguiu até o fim da rua, num prédio de esquina, de cor de palha, com as arestas brancas. Ele parou o carro em frente à porta de entrada, que era branca, dupla. Suas maçanetas eram em ferro e formavam uma espiral escamada, que de longe lembrava um dragão, mas de perto, percebia-se que as escamas formavam uma rosa delicada.

Bella saiu do carro indo ao lado dele, quando alguém abriu a porta.

- Boa tarde, Fermín. – Edward disse sorrindo.

- Sejam bem vindos. – O estranho homem de traços fortes, pele pálida e cabelos escuros, convidou-os a entrar. – Carlisle ligou me avisando que viriam e que não sabiam quanto tempo ficariam na cidade.

- Sim. Exatamente. – Edward respondeu, subindo as escadas que terminava uma saleta.

Ainda segurando duas malas, uma em cada mão, ele parou ao entrar na saleta. Havia um sofá em couro claro, em frente ao sofá havia uma pequena estante, antiga e em madeira. Havia uma mesinha de centro, uma cortina branca e esvoaçante. Na sala ao lado, atrás das portas duplas de carvalho, havia uma mesa redonda, também em madeira, a mesma da estante onde estava a TV. Além da mesa, haviam quatro cadeiras estofadas e um piano de armário.

Do outro lado da saleta onde estavam, havia uma cozinha, com bancadas em granito claro percorrendo toda a extensão de uma parede. Os armários ficavam embaixo e em cima. Havia uma geladeira, microondas e todas essas modernidades, contrastando com o aspecto antigo que aquele apartamento tinha.

Sala, copa e cozinha eram ambientes apenas separados por arcos, não por portas, apesar de haver uma sala de jantar. Na copa, um pequeno espaço, menor que a sala de estar, havia uma escada em cores claras. Lá em cima, havia três quartos. Não eram grandes como os da mansão branca na floresta, mas não eram pequenos. E havia um banheiro.

- Edward, amor, o que houve? – Bella chamou-o.

- Estou relembrando. – Ele falou. – Eu vivi por alguns anos aqui, Bella.

- Então Carlisle também morou aqui. – Ela fitou todo o ambiente.

- Fermín, vou lhe apresentar. – Disse Edward. – Esta é Isabella, minha companheira. – Ele falou, fazendo com que Bella sentisse um orgulho incomum dentro de si. – Esta é Leah, prima de Bella e companheira de Matthew, meu irmão.

- O clã cresceu. Eu não estava me lembrando de você. – Fermín, com seu sotaque espanhol, cumprimentou-o. – Fiquem a vontade. Tomei a liberdade de fazer algumas compras, já que fui avisado de que haveria humanas aqui.

- Obrigada. – Bella e Leah agradeceram.

Edward subiu, ainda carregando as malas, e foi em direção ao quarto próximo à rua. Havia uma cama, uma sacada aberta e uma cortina branca e fluida. Havia um armário, de quatro portas largas e algumas gavetas, encostado numa das paredes. Em cima de uma cômoda simples, havia uma caixa.

- Este era meu quarto. – Ele sibilou. – Bella, foi neste quarto que fui transformado... Há 110 anos atrás.

- Entendo. Deve estar se lembrando de muita coisa. – Ela comentou. – Os móveis desta casa são antigos, não são?

- Sim. Antes de sairmos de Chicago, Carlisle encontrou Fermín vagando. Ele já era um vampiro, mas estava fraco. Nós dois julgamos que ele fosse uma boa pessoa, então até hoje, ele mora aqui.

- As pessoas não notam?

- Algumas sim. Mas Fermín só sai de noite. – Edward comentou. – Carlisle mandou que restaurassem os móveis, quando nos mudamos. Viemos algumas vezes aqui, antes de encontrarmos Emmett. Estes móveis estão sempre sendo conservados.

- São lindos, Edward. É um lugar bem modesto, em relação a mansão branca. – Bella falou, passando os dedos pela cabeceira da cama, onde havia um entalhe delicado, de um leão, trevos e uma mão.

Edward desceu até a sala, onde Matt, Leah e Fermín estavam. Bella aproveitou para tomar um banho e vestir uma roupa confortável, enquanto eles conversavam. Quando entrou no banheiro, percebeu que até aquele cômodo mantinha o aspecto antigo. Havia uma banheira branca, dessas antigas, com os pés curvadinhos. Junto a ela, havia uma pesada cortina e um chuveiro instalado. Era um lugar charmoso, que parecia levá-la direto há um século atrás.

Enquanto tomava banho, Bella tinha a impressão de que sairia dali e iria ao seu quarto, abrir o guarda roupa e vestir um daqueles longos vestidos, de mangas fofas e delicadas, com um sapatinho de salto médio e os cabelos meio presos.

Leah tomou um banho, logo em seguida, depois foi a vez de Edward, Matthew e, por último, Fermín. Quando estavam todos arrumados, decidiram que sairiam para jantar fora e começariam suas buscas só pela manhã.

“Então, Edward, eu vi vocês começando a vasculhar a cidade amanhã.” Alice comentou ao telefone. “Não vai fazer sol, parece que durante a semana inteira não fará sol até o próximo domingo.”

- Que bom baixinha. Obrigado. Mande lembranças a todos. – Edward falou. – Qualquer problema, me ligue.

- Quem é “Baixinha”? – Perguntou Fermín.

- Baixinha é a Alice. – Leah respondeu. – Uma vampira muito pequena e bem irritante, mas uma ótima pessoa.

- Você ainda não a conhece. – Edward respondeu. – Você conhece a Rosalie. Lembra-se dela?

- Sim, me lembro. A loirona.

- Essa mesma. – Edward riu. – Depois dela, nós estávamos morando em Ohio, quando Rosalie estava caçando e encontrou Emmett a beira da morte. Carlisle o transformou e ele está conosco até hoje. Depois dele vieram Alice e Jasper, há mais ou menos uns cinqüenta anos. Eles apareceram em Treesville, quando eu, Rosalie e Emmett estávamos caçando.

- E eu fui o último. – Matt respondeu.

- Há quanto tempo?

- Uns trinta anos. – Respondeu Matthew.

- Tecnicamente, eu vou ser a última. – Leah disse sorrindo.

- Eu serei a próxima. – Bella falou.

- Imaginei. – Fermín estreitou os olhos. – A senhorita tem algo diferente. E você também, Matt.

- Matt era um lobisomem. – Leah falou. – E eu sou uma transmorfa.

- Isso é bem incomum. – Fermín riu.

Eles passaram mais duas horas ali, conversando, relembrando coisas do passado, até que Bella e Leah quase caíram de sono. Fermín despediu-se das duas e foi curtir o resto da noite, já que – como ele mesmo costumava dizer – era um “prisioneiro do sol”.

Fermín era o primeiro nome de Fermín Romero de Torres, um espanhol, que havia lutado em algumas guerras na Espanha em mil novecentos e alguma coisa, quando foi capturado e torturado por Javier Fumero, um soldado metido a sargento e queridinho dos tenentes. Fermín, depois de torturado, foi tratado e largado nas ruas de Barcelona, quando um garoto chamado Daniel, que tinha acabado conhecendo-o por acaso, o chamou para trabalhar na livraria de seu pai, como procurador de obras.

Desde aquele dia, Fermín se tornara outro homem, até... Fumero, em 1919, encontrá-lo novamente e torturá-lo, deixando-o com a vida por um fio, em uma ruela qualquer em Barcelona. Fermín não sabe quem o transformou, mas só sabe que foi levado a um navio que viria para o novo mundo, e que nesse navio, não podia se alimentar das pessoas que viajavam ali, porque eram doentes. Num estado de quase mumificação, Fermín aportou, onde hoje é New York. De lá, vagou até chegar a Chicago.

Ele diz ser eternamente grato à Carlisle, por tê-lo salvado.

Quando amanheceu, Edward e Matthew foram os primeiros a se levantar. Os dois prepararam o café da manhã, enquanto Bella e Leah ainda dormiam. Matthew certificou-se de que o corredor do segundo andar estava escuro o suficiente, para não causar problema algum a Fermín. Algumas horas depois, os quatro saíram e começaram uma busca na cidade.

- Vamos olhar primeiro no hospital. Talvez eles mantenham algum registro. – Edward falou.

Quando chegaram ao hospital Bella se dirigiu a recepção acompanhada de Edward. Uma atendente vestida de branco, em frente a um computador, os atendeu.

- Em que posso ajudá-los?

- Eu estou procurando sobre alguns familiares meus. Por acaso vocês tem algum registro com o nome de “Swan”? – Bella perguntou.

- Que ano?

- Em torno de 1918. – respondeu Edward. – Poderia nos ajudar? – Ele perguntou, usando um tom de voz mais aveludado que o costume.

- Posso fornecer a sessão da biblioteca. Muitas pessoas vêm procurar pela história de parentes aqui. Infelizmente nessa época, muito morreram por causa da...

- Gripe espanhola. – Edward completou.

- Sim, sim. Bem lembrado. – Ela comentou. – Procurem nesta sessão. Fica bem ao fundo, no último corredor.

- Obrigada. – Bella agradeceu.

- Este hospital foi o que Carlisle trabalhou. – Edward comentou. – Mas está bem diferente...

Eles se dirigiram à biblioteca. A senhora que ficava na recepção central, não queria deixá-los entrar, então foi preciso que Matthew e Edward a “convencessem” do contrário.

A biblioteca parecia mais uma espiral sem fim de estantes e mais estantes altas e cheias de livros. Era tudo na cor mogno, brilhante e bem arrumado. Havia mesas compridas, com quatro ou seis cadeiras em todo o salão, próximos aos fins das estantes. E em alguns lugares, havia mesas com apenas dois lugares.

Assim que chegaram, os quatro se dividiram em duplas e percorreram as últimas sessões da biblioteca. Foi Matthew quem achou os livros de registro. No livro continham os nascimentos e óbitos desde o inicio do século. Cada um deles pegou um livro e começou a olhar. Como haviam sido milhares de pessoas mortas, ter um registro delas era bem útil nessas ocasiões.

- Achei! – Bella falou. – Aqui diz... Swan, Elizabeth... Oh. My. God.

- O que foi, amor?

- Bella… não me diga que ela morreu mesmo e estamos aqui a toa... – Leah resmungou.

- Não. Hã... Amor... É... Aqui diz... Swan, Elizabeth Masen. – Ela gaguejou.

- Ma-mas-sen? – Leah engasgou.

- Edward, esse era o seu sobrenome. – Matt encarou-o.

- O.M.G. – Bella e Leah engasgaram. – Ed-d-wa-rd-d, su-su-a ma-ma-ãe era mi-min-nha par-ren-te-te. – Bella gaguejou.

Edward pegou o livro e encarou-o. Swan, Elizabeth Masen. 1879 – 1918. A maioria das pessoas ali estavam declaradas mortas em 1918, o ano em que a gripe mais atacou. Poderia até ser verdade, mas a maioria, também poderia ter sido declarada morta, afinal, não faria diferença, em meio a tantas outras mortes, que mais uma ou menos uma, morresse. Pelo menos, era assim que todos eles ali pensavam.

Porém, dentre eles, Edward era o que mais estava confuso.

- Pode ser outra Masen, certo? – Leah ergueu uma sobrancelha.

- Não. Chicago não era tão grande naquela época. De Masen, só havia a minha família. A família do meu pai, que não era grande. Só havia o meu pai, ele não tinha irmãos. E pelo jeito... Nem minha mãe. – Edward revirava sua memória humana, falha, em busca de pistas.

- Ainda sim, não faz sentido. – Matthew falou. – Você havia me dito que sua mãe morreu, que Carlisle tinha cuidado dela. E que ela morreu na frente dele.

- Sim, foi o que ele me disse.

- Você viu? – Bella perguntou,

- Não. Naquele dia eu estava internado. Ao lado dela, mas eu mal tinha consciência do que acontecia ao meu redor. – Ele falava.

- Eu vou tirar uma cópia dessas páginas.

Enquanto Leah ajudava Matthew com as cópias, Bella saia com Edward, que ligava para Carlisle. Ao segundo toque, ele atendeu. A voz de Edward era embargada, por uma estranha mistura de sentimentos. Ele não sabia definir o que sentia, e muito menos se conseguia pensar direito.

“Edward, Alice disse que iria ligar. O que houve?”

- Minha mãe... Era uma Swan. Era ela que viemos procurar. Você se lembra de algo a mais naquela noite, em que ela morreu. Aqui só consta 1918. Sem data mais específica.

“Tenho certeza que ela havia morrido naquele dia. Logo que ela morreu, eu avisei para levarem o corpo e na deixa, o peguei e levei para casa.” Disse Carlisle.

- Então ela pode ter sobrevivido de algum jeito?

“Se ela for como Bella, pode ser que sim.”

- Alguém pode ter transformado-a. – Edward murmurou. – Se ela se tornou uma vampira, ela pode estar em qualquer lugar do planeta, Carlisle.

“Filho, não se desespere. Sua mãe era apegada a você. Antes de morrer ela me disse para salvá-lo, para fazer o possível. Tenho alguma certeza, de que ela sabia que eu não era normal e de que ela não tinha idéia de quem ela era.” O vampiro tentava acalmar Edward, que estava a ponto de se desesperar.

- Carlisle, é Bella. – Disse ela ao pegar o celular. – Não tenho idéia de onde podemos ir agora. Não adianta procurarmos lápides, algo me diz que ela não morreu realmente.

“Bella, procure na casa onde Edward morava. Ele sabe onde é. Se não acharem nada por lá, tentem procurar nas casas mais afastadas da cidade. A partir daí, caso não a achem, vocês terão que procurar em clãs.” Carlisle instruiu. “Mas voltem para casa e procurem por ela durante a noite. Não sabemos se ela é resistente ao sol, ou não.”

Bella desligou o celular depois de trocar mais algumas palavras. Então é isso. Daqui para frente as coisas vão mudar. Eu sinto isso. Algo me diz que ela não morreu. Resta sabermos onde ela está.


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Notas finais do capítulo

Aiya pessoal!! :D

Espero que tenham gostado do capítulo e de mais um rolo que eu acrescentei. hihi.

Não me matem pela demora em postar o capítulo, que eu não mato voc~es por não terem comentado muito. hihi. mas enfim... Eu fiquei doente, para variar tem a facul e vocês sabem, por aí vai...

Well, comentem bastante...
beijinhos

@ninaxaubet



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