Uma Poderosa em Twilight escrita por Gabriela Cavalcante


Capítulo 7
Mumificação para alemães na Alemanha


Notas iniciais do capítulo

Desculpem por ter demorado tanto. Achei esse capítulo fraco, mas tnha que escrever logo porque já havia demorado muito. Por favor, não me crucifiquem, e eu espero não ter perdido leitores com essa demora bombástica. Por ora, não vou perder tempo com desculpas.
Boa Leitura!



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No dia seguinte eu acordei e não encontrei nem Rudy nem Liesel. Por ora, achei que fosse mais um daqueles meus sonhos malucos, mas parecera real demais para um sonho.

            E se fosse verdade, por que Rudy Steiner e Liesel Meminger foram parar na casa de Jacob Black no meio da madrugada para roubar um livro? Provavelmente acharam que ali era a casa do prefeito, mas a casa do prefeito era na Alemanha, há um tempão atrás.

            Só o que faltava era eu ter colocado um livro dentro do outro, como naquelas fanfics malucas que eu leio de vez em quando, que as pessoas entram em Crepúsculo ou misturam séries de tevê ou colocam Bella Swan no Acampamento Meio-Sangue junto com Percy Jackson e Annabeth Chase, sendo filha de Hermes e apaixonada por um Edward não vampiro.

            Saí do quarto para procurar e acabei encontrando Billy Black, em sua cadeira de rodas e assistindo televisão.

            Ele abaixou o volume assim que me viu.

            - Bom dia, ahn...

            - Joana.

            - Bom dia, Joana.

            - Bom dia, Billy. Obrigada por...

            - Ah, não foi nada. Jacob chegou aqui com um bando de gente dizendo que a amiga deles tinha desmaiado no meio da floresta e eu dei um teto para eles dormirem. Ainda mais com a Bella, filha do meu amigo Charlie.

            - Bella ainda está aqui?

            - Não, todos eles foram dar um passeio no mercado. – Ele sorriu. – Só moramos eu e meu filho aqui, não tinha comida para aquela matilha de adolescentes.

            - Matilha – pensei comigo mesma.

            - Sim, mas você pode esperar por eles. E eu espero que não esteja com tanta fome, porque aquele Ivan tem cara de quem come muito. – Ele sorriu novamente com a própria piada sem graça, e eu tive de rir também. Afinal, eu estava na casa dele.

            - Vou lá fora... Er... Ver se eles já estão chegando.

            Billy sorriu de novo.

            E eu fui.

            Procurei pela volta da casa inteira, até que achei duas crianças dormindo do lado de um lugar que deveria ser a janela do quarto em que eu estava. Eu me abaixei ao lado delas.

            - Liesel. Rudy – murmurei o mais baixo que pude para os dois dormindo no chão. – Rápido, acordem.

            - Hein? – Liesel foi a primeira a abrir os olhos.

            - Por que não dormiram no quarto?

            Rudy acordou com a minha voz.

            - Tentamos voltar para casa – disse Rudy. – Mas não conseguimos e voltamos. E tínhamos fechado a janela.

            - Sim – concordou Liesel.

            - De onde vocês vieram?

            - Bom, ainda há pouco estávamos na casa do prefeito – disse Liesel, confirmando o que eu já imaginava. – E viemos parar aqui, nesse lugar esquisito. – Ela piscou os olhos. – Onde estamos?

            - Estão em La Push. Nos Estados Unidos. Na casa de Jacob Black. Falando com sotaque alemão com Joana Dalva – eu disse.

            - Como viemos parar nos Estados Unidos, Liesel? – Rudy pareceu irritado.

            - Eu não sei! – defendeu-se Liesel. – De repente viemos parar aqui. E aqui não tem como jogar futebol?

            - Tem, sim – eu disse. – Mas não é com futebol que vocês deviam se preocupar, ok? Vocês tem que voltar para casa.

            - Eu sei – disse Liesel.

            Ouvi alguns passos vindos pela grama.

            - Fiquem aí – pedi. – Tem alguém aqui.

            Eles assentiram em concordância, mas ainda assim era difícil confiar em alguém que roubava livros e em seu cúmplice com cabelos cor de limão.

            Dei a volta por fora da casa, e em uma das “esquinas” da casa de Billy Black eu levei um susto.

            - JACOB! – Respirei fundo. – O que está fazendo aqui?

            Ele me encarou.

            - Bom, aqui é a minha casa.

            - É, acho que sim.

            - E posso perguntar do que você esta fugindo?

            - Fugindo? – Eu me assustei. Ele viu alguma coisa?

            - É. Ontem você estava apagada, e hoje está correndo por aí feito uma gazela assustada.

            - Frase esquisita – pensei alto.

            - Talvez não seja uma gazela assustada – disse ele, evidentemente sem jeito.

            - Olha, eu preciso ir. Mesmo.

            - Sério? Eu disse que você estava fugindo.

            - Charlie deve estar preocupado.

            - Bella telefonou pra ele.

            - Eu tenho dever de casa.

            - Hoje é sábado.

            - Eu quero fazer xixi.

            - Bom, nesse caso... Vai logo.

            Depois dessa rápida discussão com Jacob Black, o futuro lobisomem da reserva quileute, eu saí correndo. Agradecendo por Billy não estar plantado na sala, fui ao quarto em que eu dormi e comecei a procurar algum tipo de papel, caneta, qualquer coisa que servisse para escrever uma frase rápida e com efeito. Só que...

            - Joana, o banheiro é por ali.

            Sério, eu senti raiva dele naquele momento. Lembrei-me de que em Eclipse Bella tenta socar aquele cara e acaba com a mão quebrada, e mesmo sabendo que ele ainda não era um lobisomem, decidi não arriscar.

            - Obrigada, Jacob. Eu me perdi.

            Enquanto eu saía correndo, ouvi-o dizer:

            - Pode me chamar de Jake... JOANA! Você está bem?

            A história do momento parecia uma repetição de quando eu tinha treze anos e quebrei o braço esquerdo tentando esconder da minha mãe que eu transformara minha avó de setenta anos numa adolescente problemática de cabelo vermelho e piercing na sobrancelha. Acontece que dessa vez era a perna, e eu não tropeçara numa mala, mas sim batera de cara no sofá, e não sei como eu consegui torcer o tornozelo.

Aquele mesmo barulhinho de hospital. Sortuda como sou, lá estava eu novamente. E é claro que dessa vez havia um médico que não fazia piadinhas – eu sempre digo: piada de médico não tem graça.

            Principalmente quando se vai para lá com toda a certeza de uma mumificação – e o medo também. Não que eu tenha medo das máquinas, ou de todo mundo rir da minha cara (isso é o de menos). Mas sempre que vou ao pronto-socorro volto com uma notícia ruim.

            Bem, a parte boa disso tudo foi quem me atendeu. Carlisle Cullen. E, aliás, eu recomendo super. Ele atende bem, se preocupa contigo, te dá atenção, não faz piadinhas e ainda é bonito. Visando que ele tem lá seus séculos de existência, Carlisle está muito bem para um vampiro com algumas centenas de anos.

            - Joana, o que sente?

            - Dor na perna.

            - Hmm... Tudo bem, garota. Vai poder ir para casa, mas vai precisar enfaixar.

            - Ainda vou poder andar?

            Ele riu de mim.

            - Claro que vai, mas com suas restrições. Expliquei tudo para o... sr. Black e para o filho dele. E, aliás, o chefe Swan esteve aqui e eu expliquei tudo para ele também, já que está na casa dele. Espero que não haja problemas.

            - Não se preocupe. – Eu sorri. Aí me lembrei de uma coisa muito importante.

            - Joana, vou ali e não demoro, tudo bem?

            - Tudo bem. – Esqueça a caneta, esqueça a caneta, esqueça a caneta... Bom, foi melhor do que eu pensava. Ele deixou na mesa ao meu lado uma mina de ouro! Uma caneta... e um bloquinho de papel.

            Pensei um pouco antes de escrever porque calculei que tinha tempo suficiente. Eu havia me apegado àqueles dois, mesmo que por pouco tempo, e queria tanto me despedir... Mas não podia arriscar mais ainda a vida deles, arriscar a minha já vale por um milhão de escolhas erradas. E, além do mais, eles eram só crianças.

            Respirei fundo e tentei fazer uma letra bacana.

           

Rudy e Liesel estão de volta à sua história, ao seu país, e à sua época. Não se lembram de nada, mas eu nunca me esquecerei deles.

            Olhei para o papel, satisfeita com o meu trabalho. E arranquei a folha e a coloquei no bolso imediatamente antes que Carlisle voltasse. E já não era sem tempo. Bem na hora em que eu pus o bloco e a caneta exatamente no mesmo lugar em que deixou, o médico vampiro voltou sorrindo.

            - Bom, já pode ir para casa.

Não, eu não podia. Porque o pior de se estar num hospital, é encontrar certas pessoas ao sair dele. Encontrei Edward, Bella e Alice, mas isso não vem ao caso. Edward e Bella foram os primeiros.

            - Joana! O que aconteceu?

            - Eu quebrei a perna, e agora tenho um tornozelo de múmia – disse eu.

            - Mas como? – perguntou Edward.

            - Nem sei direito. Só lembro-me de esbarrar no sofá e bum.

            - Bum? – disseram os dois em coro.

            - É. Bum, eu quebrei a perna.

            - Charlie está muito preocupado – informou Bella.

            - Você contou pra ele?  Sempre desconfiei da sua sanidade mental, Bella!

            - Contei. Mas uma hora ele teria de saber. Você não conseguiria ficar dia e noite escondendo do chefe Swan essa perna enfaixada.

            - Hmm... Verdade – concordei.

            - E então? – disse Edward, praticamente isolado e provavelmente sem graça. – Quer que eu te leve para casa?

            A pergunta era pra mim.

            - Não é necessário – Bella respondeu, e eu a fuzilei com o olhar sem que ninguém visse. – Eu posso levar.

            - É, né? – murmurei. – Você pode.

Depois conversamos – pensei para Edward, e ele acenou com a cabeça.

- Tudo bem.

Nessa hora chegou Alice, saltitante como sempre. Como diria Jacob, uma gazela saltitante que parecia ter visto gnomos dançando num arco-íris.

- Joana, tudo bem com você?

- Sim, Alice. Não se preocupe.

- Fiquei tão preocupada – disse ela, me esmagando num abraço vampiresco.

- Sim, Alice. Não se preocupe – repeti, com a voz meio abafada pela falta de ar, e ela me soltou.

- O que aconteceu? Carlisle foi bom com você?

- Claro! Dr. Cullen foi ótimo. Ele enfaixou minha perna. – Sorri, mesmo que não estivesse feliz com aquilo.

- Alice – disse Edward. – É melhor irmos para casa. Elas também vão, Joana precisa descansar.

- Preciso?

- Joana! – repreendeu Bella.

- Ah, claro. Preciso muito.

Na porta do hospital encontrei alguém que eu queria muito ver. De verdade.

- Ivan!

- Joana. – Ele me deu um abraço meio esquisito, porque tropeçou no meu gesso ao me soltar e quase caiu para trás.

- Ai! – murmurei. Respirei fundo. – Obrigada, Ivan, por ontem. Você deixou sua “Trilha Feliz pela Floresta de Forks” para me ajudar.

- É isso o que os amigos fazem.

-Tenha certeza disso.

- Você... Anda falando com a Danyelle?

- Não. Nunca mais nos falamos desde... Acho que nem me lembro da última vez que nos falamos. Por quê? Queria falar com ela?

- N-não, imagina – Ivan gaguejou. – Só queria... saber.

- Tudo bem. O Samir estava mal por esses dias. João me ligou, disse que estava todo mundo triste, mas agora tudo voltou ao normal. Bom, depende do seu conceito por “normal”.

Ele riu.

- Imagino que tem um dedo seu nisso.

- Tem toda a razão.

- Preciso ir.

- Obrigada mais uma vez, Ivan. Ah, e essa é a Bella.

Os olhos dele brilharam.

- Bella Swan? Não acredito.

- Como sabe meu sobrenome? – Bella parecia desconfiada.

- Todo mundo sabe – disse ele, e eu quase me desesperei, se não fosse por uma frase rápida do Ivan: - Você é a filha do chefe Swan.

- Ah. Claro.

Senti-me aliviada.

- Tchau, Ivan. A gente se vê.

- Tchau, Joana Dalva. Garanto que a gente se vê.

E depois disso, nós duas fomos embora.

Ah, mas como eu queria acreditar nisso, de verdade. Só que apareceu a Margarida. Leia-se: Mike Newton.

- Joana, me desculpa, o que aconteceu com você, me desculpa, é sério, juro que estou muito arrependido, como foi que você se machucou, me desculpa, não foi por mal, acredite em mim, eu nunca faria nada para te magoar, me desculpa, você está bem... Desculpa.

- Mike, é melhor esquecer o que aconteceu ontem, ok? Ah, e você fez por mal, sim.

- Você não entende...

- O que?

- Não me disse que tinha um namorado no Brasil.

- E como ia saber que encontraria um psicopata de plantão que adora agarrar mulheres seguras e indefesas na frente dos amigos? Francamente, Mike... Você é uma ameba.

Bella riu, mas era uma discussão, eu não estava achando graça.

- Hein?

- Uma ameba, um vírus chatinho, ou então um cavalo!

- Um cavalo? Agora você diz que eu tenho cara de cavalo?

- Caramba, foi a pior ofensa que veio na minha cabeça agora, não me culpe. Acho que esse gesso também afeta o meu cérebro, ou coisa parecida.

- Deve ser...

- Vamos, Joana – disse Bella, segurando uma gargalhada quilométrica.

- Ok. Vamos – resmunguei. Queria brigar mais um pouco com o Mike. É ótimo para a autoestima, isso eu posso lhe assegurar.

Tudo o que eu fiz depois de sair do hospital foi:

            1 – Passar na casa dos Black (em parte, para pegar minhas coisas, em parte para conferir se Rudy e Liesel ainda estavam lá. Não estavam);

            2 – Deixar Jacob Black falando sozinho de novo;

            3 – Bater com a cabeça na porta da picape da Bella e quase provocar um segundo acidente;

            4 – Ir para casa e ligar para a mamãe.

            Dona Sônia gostou de ouvir minha voz, mas não foi a mesma coisa de falar pessoalmente. Não mencionei a fratura na perna só para evitar constrangimentos e um possível incêndio no prédio com tantas velas para Santa Joana d´Arc. Tentei imaginar meu padrasto, o Lipe, de bombeiro, mas não deu.

            Aproveitei e liguei para Salete. Falei com ela, com o Apolo e com o João. Liguei também para a Bia, a Leninha e o Samir. Ele estava melhor.

            Quando pus o telefone do gancho de vez, afundei no sofá e não consegui segurar as lágrimas da saudade.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam? Vão continuar lendo ou vão me deixar para sempre no mar da escuridão e das incertezas? *-*

*fio de esperança quase arrebentando*

Beijos, A Autora.



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