If It Was Diferent... escrita por bellafurtado


Capítulo 2
O piquenique e a história de Trudy Willians


Notas iniciais do capítulo

Ooooi, gente! Bem, até agora duas garotas me deixaram reviews... valeu pra vocês, garotas! Eu sou uma fã de Universo Alternativo, como podem ver, haha! Mas enfim, perceberam que eu fiz uma capa nova para a fic? O que acharam? Não esqueçam de comentar sobre isso no review, hein? Enfim, atualizo logo que possível... boa leitura e muito obrigada!



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                Eu não estava entendendo definitivamente nada. Bom, desde o dia em que tudo mudou em um solavanco, era difícil entender qualquer coisa. Mas enfim, eu nunca pensei que ia encontrar os Pevensie agora.

                -Trudy! – Pedro exclamou. Abri um grande sorriso ao vê-lo e corri até lá, abraçando-o com força.

                Ao perceber o que havia feito, senti minhas bochechas queimarem com a vergonha;  eu havia abraçado um homem. Isso não é legal, definitivamente. Separei-me do aperto quente e gostoso do abraço de Pedro e encarei Susana.

                -Su, senti muitas saudades de você!!! – eu a abracei com força.

Bem, Susana era a minha melhor amiga e eu passei 1 ano em Nárnia sem vê-la e... espera aí, 1 ano se passou e os Pevensie nem sentiram minha falta? Nossa, fico surpresa do quanto as pessoas me amam. Ainda bem que só brigo quando tentam matar/ferir a mim ou aos meus queridos...

-Nem mesmo sentiram minha falta em todo esse tempo? – perguntei um tanto decepcionada com os dois.

-Do que está falando? – Susana perguntou erguendo uma sobrancelha e usando seu olhar de dúvida que funcionava como marca registrada. – Passaram-se apenas 2 dias desde que te vimos, Trudy...

Cerrei os olhos. Vasculhei em minhas lembranças alguém me contando que o tempo entre o meu mundo e Nárnia era diferente, mas ninguém havia dito nada. Talvez pelo fato de que os telmarinos desconheçam meu mundo.

-Ainda estamos em intervalo de aulas? – perguntei esfregando minha cabeça, que doía de maneira horrenda.

-Sim, voltamos amanhã – Susana disse. – O que andou fazendo durante esses dois dias?

Oh, como eu queria contar a eles que estava numa terra maravilhosa chamada Nárnia, aonde eu era princesa, vivia aventuras maravilhosas, tinha aulas com um velho baixinho sobre criaturas mágicas... mas eu não podia. A não ser que eu quisesse alguns dias na ala psiquiátrica de um hospital qualquer.

Em vez de contar qualquer coisa, dei de ombros:

-O mesmo de sempre... ajudando a senhora Willians com as roupas.

-Por que chama sua mãe pelo nome? – Pedro perguntou sem entender.

Como contar que Janine Willians não era minha mãe biológica? Já sei: é só NÃO contar. Minha história é muito complexa para qualquer um entender.

-Eu não sei, já me acostumei com isso. Eu vim pra cá antes da guerra começar, ao contrário de vocês. Janine é – eu tentava encontrar as palavras certas para descrever Janine, mas percebi que se fizesse isso, revelaria meu “segredo”. – esqueçam.

Pedro sorriu daquele jeito lindo que só ele conseguia e balançou uma cesta de piquenique que segurava com os dedos.

-Por que temos de voltar às aulas? – resmunguei encarando a cesta e imaginando a comida ali dentro. Meu estômago rugiu, tentado por todas as gostosuras que eu imaginava. Ah, que maravilha; logo na hora em que eu tento parecer uma garota linda e educada, meu estômago faz isso comigo.

-Nem me fale – Pedro disse, ignorando o barulho vergonhoso vindo de mim. – Pelo menos lá temos esgrima...

-Diga por si só, caro amigo. O machismo da nossa sociedade não permite a nós, mulheres, esse tipo de atividade.

-Deixe de ser ranzinza, Trudy – Pedro disse com seu tom brincalhão. – Sei que gosta de artes.

Não pude deixar de sorrir. Primeiro, pelo tom brincalhão que amolecia qualquer um. E segundo, por ele tentar me animar mesmo sabendo que a probabilidade de adiantar era nula.

-Vamos logo, estou doida para comer essas delícias que Marta preparou – eu os chamei indo para o meu canto preferido do parque.

Eles me seguiram e começamos a comer.

 

Flashback mode on - Narrador Observador:

O lorde Miraz tinha dois irmãos: o rei Caspian IX e Laiane II. A princesa Laiane havia se apaixonado por um plebeu do reino, e com ele casara escondida. Com isso, obteve o ódio de Miraz, mas não de seu irmão Caspian IX. Bem, Caspian construiu para ela uma simples casa na encosta do rio, onde deixou sua irmã vivendo com o marido para tentar encondê-la de Miraz.

Deu certo por um tempo... até Laiane engravidar. A esposa de Caspian tinha um único filho – Caspian X, o primo de nossa heroína -, ao contrário da esposa de Miraz, que continuava sem engravidar.

Miraz já estava planejando o assassinato do irmão, e da esposa dele também. Quando matasse os dois, ficaria à espera de seu herdeiro homem e assim que ele viesse, Caspian X morreria também. Mas com a gravidez de Laiane, tudo ficaria mais difícil. Seria mais uma família inteira para matar, e pior: ele nem mesmo sabia aonde a irmã e seu marido plebeu estavam escondidos.

 Laiane deu à luz uma bela garota com cabelos castanhos claros e os olhos num tom perfeito de cinza esverdeado. Mas ela nem teve a oportunidade de nomear a pequena garota: Miraz estava vindo em seu encontro. Com tudo isso, só teve tempo de colocar sua pequena num cesto, escrever um pequeno aviso e largar o cesto na porta do único que confiava: o futuro tutor de Caspian X.

No bilhete estavam escritas duas curtas frases: “Leve-a de volta à origem, para que Miraz nada possa fazer.  Na hora certa, ela voltará”.

O velho apenas pegou o cesto e deixou-o diante da grande floresta que todos julgavam ser amaldiçoada. Olhou para o emaranhado de árvores e pediu solenemente:

-Aslan, meu verdadeiro rei, tu saberás o que fazer. Leve-a à origem.

Aslan, ao ver que o professor havia saído, pegou o cesto com a garota em sua boca, da forma delicada que só Aslan tinha, e levou-a a um outro mundo, a origem dos telmarinos. Quem achou a pequena garota por lá foi Janine Willians, no mesmo ano em que Susana Pevensie havia nascido.

Janine apaixonou-se pela garota desde que a viu, de forma que logo forjou um parto e fingiu que a pequena lhe pertencia. Seu nome agora era Trudy, Trudy Willians.

A garota estudava num internato, o mesmo em que os Pevensie viriam a estudavam. Ela conheceu Susana em uma de suas aulas, a qual tiveram que compartilhar o livro já que a garota Pevensie havia acabado de chegar à Inglaterra. Com Susana, vieram também Lucia Pevensie e Teresa. Ela conheceu Pedro quando estavam na estação de trem, voltando para suas casas, que eles não sabiam serem vizinhas.

Mas essa parte, a própria Trudy deve contar:

Eu estava conversando com Teresa e Melanie, pois Susana estava na banca lendo as manchetes dos grandes jornais de Londres e Lucia estava tentando convencer seu irmão Edmundo a brincar com ela. Mel encarava um garoto lindo, cabelos loiros do tipo que parecia gostoso de passar a mão e olhos azuis claro extremamente penetrantes.

Ele estava conversando com alguns garotos e deu uma risada, revelando seus dentes tão perfeitos quanto o restante de seu rosto.

-Quem é aquele? – pergunto interessada.

-Ele não é lindo? – Melanie pergunta o encarando. – Oh, ele é maravilhoso! E esses olhos? Deus que não permita eu ter um ataque cardíaco aqui mesmo!

Rolei os olhos enquanto tentava segurar o riso.

Quando estava prestes a dizer algo, os olhares de Teresa e Melanie ficaram abobalhados, olhando algo que estava às minhas costas.

-O que diabos estão olhando, bobas apaixonadas? – digo irônica.

Olho para trás ao não receber respostas de nenhuma das duas e me deparo com o grande e forte corpo do garoto louro. Sinto o ar se esvair dos meus pulmões e esqueço-me como respirar por alguns instantes.

-Olá – ele diz para mim com um sorriso estonteante.

Olho para o lado e percebo os olhares ciumentos de Teresa e Melanie. Engulo em seco e decido simplesmente ignorá-las. Teresa bufa e sussurra para Melanie algo como “vamos deixar os pombinhos em paz”.

-Olá – eu disse retribuindo o sorriso.

-Você sabe aonde é a plataforma 2?

Cerrei meu olho direito, ergui minha sobrancelha esquerda e uni meus lábios em uma firme linha reta; como eu sempre fazia quando desconfiava de algo.

-Bem... digamos que você tenha acabado de sair dela – indiquei a plataforma em que ele estava há alguns instantes atrás.

Ele deu uma risada e mexeu no cabelo de uma forma tímida muito fofa. Estendeu a mão para mim e se apresentou:

-Eu sou Pedro Pevensie.

Inclinei minha cabeça levemente.

-Pedro Pevensie? – perguntei. – Oh céus, o irmão de Susana! – acrescentei surpresa. – Ela fala um bocado de você! Como nunca o vi antes?

-Você é amiga de Susana?

-Oh, perdão; nem mesmo me apresentei... sou Trudy Willians, prazer em conhecê-lo.

Ele sorriu.

-Susana também fala um bocado de você – ele fala puxando assunto.

A amizade entre Trudy e os Pevensie se intensificou e logo eles eram inseparáveis. Logo as aulas começariam, Trudy e Susana tinham 15 anos – quase 16 -, Pedro tinha 17, Edmundo tinha 13 e Lucia apenas 9 anos. Os cinco haviam se encontrado pela última vez durante as férias do internato.

Trudy gostava de Pedro cada vez mais. Ela havia acabado de se encontrar com os Pevensie e agora estava voltando para casa. Mas, ouviu um estalo e olhou para trás. Tudo o que havia ali era um buraco.

Trudy se aproximou dele e se abaixou para encará-lo. Sentiu algo a empurrando e então caiu no buraco. Mas no momento em que abriu os olhos, estava sentada em um chão de tijolos, trajando um rico vestido dourado e encarando um homem que lhe parecia bastante velho.

-Já estava na hora, alteza – ele disse fazendo uma reverência. – Tenho de apresentá-la a todos como a filha da princesa Laiane.

E foi aí que soube de toda sua história e tornou-se a Princesa Trudy Wilians.

Flashback mode off.

 

Olhei para Susana e sorri.

-Tenho de ir para casa – falei. – Janine deve estar preocupada.

Pedro e Su se levantaram imediatamente.

-Nós te acompanhamos, Trudie – Pedro se ofereceu. Meus ouvidos há muito não ouviam alguém me chamando de Trudie... era sempre “alteza” ou “princesa Trudy”, ou no caso de Casp, simplesmente Trudy.

Sorri.

-Sinto muito, mas acho melhor não. Tenho medo do que John pode tentar fazer com Pedro – eu disse referindo-me ao meu pai adotivo.

-Ah, eu posso dar uns socos no senhor Willians – Pedro disse estalando os dedos e sorrindo.

Minha expressão ficou séria.

-Não quero você se metendo em nenhuma briga, esqueceu, Pedro Pevensie? Brigas não são necessárias a não ser que você esteja sob ameaça de morte. Vou ficar muito triste se te ver brigando com alguém.

Pedro rolou os olhos. Levantei-me também e ajeitei a barra da saia. Eu ainda teria de arrumar minhas malas para o internato... se bem que Janine já devia ter feito isso.

-Até amanhã – murmurei sorrindo. – Minhas lembranças a Lucia e Edmundo.

Virei-me e fui andando calmamente para a minha casa.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem e se gostarem pra valer, recomendem! Se você não sabe como recomendar, eu te digo: na página da fic, tem três botões: denunciar, imprimir e recomendar. Clique em recomendar e escreva porque você gosta dessa fic e porque você recomenda que todos leiam e essas coisas todas...

beeijos:*
bellafurtado