A Crônica Esquecida escrita por EmmaW, Clarizabel


Capítulo 4
A Aventura Começa




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           No momento em que o jantar terminou o Grande Rei desejou a todos que com a graça de Aslam todos tivessem uma boa noite. E como prometido Edmundo acompanhou-a para fora do palácio até um lugar que parecia ser uma cabana, sem que ninguém os visse. Então ele acendeu algumas velas que estavam lá e Catherine pôde ver as maravilhosas armas, em sua maioria eram talhadas em ouro e prata.

           De repente ambos ouviram um barulho vindo de fora da cabana, parecia que alguém os seguira. Edmundo imediatamente desembainhou sua espada e bradou:

             -Quem está ai?!

            E apareceu envolta num manto encapuzado a rainha Lúcia.

             -Quer matar-me de susto, e o que a senhorita pensa que está fazendo aqui tão tarde?! – Disse o jovem repreendendo a sua irmã.

             -Vocês nunca me contam nada e sempre me tratam como criança, então eu decidi que se quisesse descobrir algo teria de ser por mim mesma e aqui estou.

             -Detesto me meter em discussões familiares, mas preciso ver as armas e ainda há muito que aprender – Interveio Cathy, e em seguida acrescentou – Se não for nenhum incomodo gostaria de fazer uso deste caderno que está em cima da mesa para anotar algumas observações.

             -Não tenho objeção quanto a isso. – Respondeu Edmundo

           Então ele mostrou como se empunhavam as espadas e exibiu a armadura e a rainha Lúcia lhe ensinou a usar o arco e a flecha. Catherine tomou nota de algumas informações sobre as armas inclusive como ela poderia melhorá-las posteriormente, porém como ela possuía bom senso escreveu tudo em português para que ninguém jamais entendesse.

           E assim eles passaram o resto da noite, e antes do amanhecer eles estavam de volta a Cair Paravel, e ninguém (pelo menos era o que eles pensavam) notara sua ausência. Eles apenas puderam descansar por uma ou duas horas, pois em seguida teriam uma reunião com o Grande Rei e o comandante.

           Seria uma terrível mentira se eu dissesse que Catherine não estava nervosa, ela não tinha nem idéia do que vestir, mas o pior era que entre as roupas que lhe enviaram não havia calças, nem nada prático que ela pudesse usar, apenas vestidos.

           Ela escolheu entre eles, um com corte reto cor verde musgo bem apagado com uma faixa delicada abaixo do busto cor de champagne e levou consigo o caderno de anotações numa mochila. Ela não queria passar a imagem de uma moça delicada e inofensiva. Ela queria mostrar que poderia ser firme, por isso melhorou a postura e ergueu o rosto, e foi ao encontro daqueles que haviam de acompanhá-la.

           Ela encontrou Edmundo e Lúcia a sua espera na entrada principal, e estes a levaram até um campo aberto com vários equipamentos para treino onde a tropa estava organizada, isto é, reunida, pois como nossa líder pôde ver de longe de organizados aqueles soldados não tinham absolutamente nada!

           O rei que já estava lá pôde pela primeira vez ver quem era aquela moça que havia proposto comandar o pior regimento invadir a Calormânia e libertar “os supostos prisioneiros”.

           Ela possuía a pele de um tom diferente, lábios rosados e perfeitos, olhos possuíam a cor de terra molhada. Seu olhar era firme e decidido e seu sorriso era doce e agradável. Os cabelos eram escuros e possuíam cachos perfeitos. Ela era magra e mais alta que Lúcia e pouco mais baixa que Edmundo.

           Ela andava firmemente tal como um militar e estava com uma espada embainhada, Pedro apesar de achar improvável que ela fosse conseguir qualquer mudança, admirou-a por sua coragem e determinação, pois mulher alguma, ou melhor, ninguém jamais quis ter audiência com o Grande Rei após ter sido preso em Nárnia.

           Quando a jovem moça se aproximou dirigiu um suave sorriso ao rei  e ao centauro Fielis e só quando foi apresentada ao comandante ela realmente percebeu que ele não gostava muito dela, portanto seu primeiro dever seria tentar ganhar o respeito dele. Em seguida os reis e rainha Lúcia se retiraram para que ela começasse a treinar o regimento.

           A primeira coisa que Catherine fez, foi perguntar a Fielis se ele estava de acordo com aquela situação. Ele respondeu honestamente dizendo que se aquela era a solução para resgatar os narnianos ele a cataria sem discordar. Então ela solicitou que todos um por um dissessem seu nome, sua posição em combate e fizesse uma demonstração de seus talentos.

           Ela aprendeu o nome de todos os cem soldados e suas aptidões e propôs a eles o seguinte:

             -Nos próximos três dias, nós iremos nos reunir aqui para praticar as habilidades bélicas começando do nascer do sol até ele desaparecer no horizonte. Aqueles que quiseram desistir é melhor que o façam agora. Pois a partir de agora apenas os leais, os corajosos e os nobres permanecerão neste regimento.

             -Mas senhorita!- Bradou um corajoso soldado (fauno) chamado Dawn - O que acontecerá após os três dias de tanto esforço?

             -Bem, vocês saberão daqui a três dias. E é bom que estejam preparados até lá.

           E após este discurso houve muitos cochichos no local, como era de se esperar. Catherine dispensou todos e como já estava na metade do dia, logo ela se dirigiu à Cair Paravel. E lá encontrou a rainha Susana (irmã do rei Pedro), que indagou:

             -Eu gostaria de saber o que a senhorita pretende ao ficar na corte?

             -Acredito que Sua majestade vosso irmão já deve ter lhe informado quanto à isso. Bem, se era apenas isso que queria falar-me, então eu irei para o salão o almoço já deve estar quase pronto.

             -Você já deve saber que os governadores virão daqui a doze dias para resolver o problema que a senhorita nos relatou. Então se sua intenção com tudo isso era apenas atrair atenção do governador das Ilhas Solitárias, está perdendo tempo porque ele mandou-me uma carta dizendo que gostaria de ter um conversa com meu irmão sobre certos assuntos...  Enfim, você não tem a menor chance.

             -Ah! De forma alguma majestade eu teria tamanha ousadia e além do mais eu não sou ninguém comparado a vossa beleza. Entretanto, se me dá licença.

           Catherine ao sair foi para seus aposentos e desatou a gargalhar. Aquela idéia sobre tentar conquistar um governador que nunca se quer vira na vida era absurda! Depois de se controlar ela se olhou no espelho penteou os cabelos e ajeitou o vestido e desceu para o salão.

           Chegando lá se encontrou com o rei Edmundo, que lhe perguntou como decorrera a reunião, ela respondeu apenas que tudo fora muito bem. Em seguida todos se reuniram na mesa para o almoço e o Grande Rei comunicou que com a chegada dos governadores dentro de alguns dias acharam que seria conveniente fazer uma comemoração.

           Lúcia, depois do almoço, imediatamente veio a seu encontro exclamando alegremente:

             -Venha depressa! Temos que mandar fazer o seu vestido, imediatamente Catherine!

             -Ah é claro! Havia me esquecido completamente desse detalhe.

             -Detalhe? È uma das coisas mais importantes de um baile! E além do mais, a senhorita deseja causar uma boa impressão e como líder não deve se descuidar em nenhum “detalhe”.

           Não havia como argumentar quanto a isso por mais que parecesse futilidade a rainha tinha toda a razão, então elas escolheram as cores, os tecidos e os modelos de seus vestidos.

           E isso não era tudo, Susana pediu que elas a ajudassem com os preparativos, pois não conseguiria fazer tudo em tão pouco tempo. Elas planejaram tudo naquele dia, desde as flores (que as escolhidas foram obviamente as rosas mescladas ) até a música e o que seria servido.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!