Tia Sarah me olhava desentendida. E agora? Vou ter que explicar quem é o Justin Bieber para a Tia Sarah?

- Justin Bieber? – ela disse. – Aquele que canta “Baby, Baby, Baby, noooo!”?

- É tia! – a interrompi. – Esse mesmo.

- O do cabelinho? O que a Ashley vive falando?

- Sim.

- Mas como é que você conheceu um astro do pop, menina?

Então lá fui eu, contar toda a história para minha tia. Era a terceira vez que eu contava essa história em duas semanas.

- Mas é... fã e ídolo ou... namorad--

- Ah, somos amigos! – interrompi.

- Meu Deus! A minha sobrinha namorando um super star. – ela sentou do meu lado, me abraçando.

- Não somos namorados! – tentei me livrar do abraço dela.

- Você tem que tomar muito cuidado agora! Agora você vai ficar famosa e aparecer em capas de revistas e essas coisas.

- Tia, nem tanto! Nós...

- Tem que contar para sua mãe. Ou você não quer que eu conte a ninguém? Talvez ela não deixe você namorar e eu quero que você ame...

- Mas não somos namorados! – interrompi de novo.

Tia Sarah continuou implicando comigo. No dia seguinte, sexta-feira, eu acordei muito ansiosa. Eu ia ver o Justin e íamos ter um encontro! Eu teria que dividir o nosso encontro com o Kevin e a Sam, mas eu supero. Depois da escola eu corri para o meu quarto escolher o que eu ia vestir. Tia Sarah havia ido ao supermercado algo para eu e o Justin comer. Eu ia puxar o Justin para o carro assim que ela parecesse com a comida, que com certeza ia ta horrível! E então a campainha tocou. Eu jurava que era a Tia Sarah que tinha esquecido a chave e voltou pra pega-la porque ela saiu não faz muito tempo.

- Eu já vou! – gritei na escada.

Eu abri a porta e quase morri.

- Alicia!

Justin estava na minha porta. Perfeito e sorrindo. Eu travei por um estante, mas tentei me recuperar. Eu achei que ele só viesse à noite. Mas o que importa? É o Justin Bieber na minha porta! *rimou*

- Justin! – o meu instinto mandou o abraçar.

Nós ficamos lá, parados, nos abraçando. As mãos deles subiam e desciam pelas minhas costas e eu agarrei sua nuca. Depois de um tempo, quando as coisas estavam começando a ficar estranhas, eu me soltei dele. Justin riu.

- Mas o que você esta fazendo aqui agora? Achei que você só vinha de noite.

- Eu queria um tempo só com você. Pra te conhecer melhor. Não vai me convidar para entrar?

Eu abri a porta para ele entrar. Assim que ele entrou, eu vi um homem de preto enorme, o mesmo que me carregou até o camarin do Justin no show, sair do carro e cruzar os braços se encostando no mesmo. Eu olhei para ele e perguntei ao Justin:

- Ele não vai entrar?

- Ele fica lá fora pra vigiar a casa.

A casa não precisava de vigias, mas tudo bem. Eu fechei a porta e o Justin rodava os olhos conhecendo a casa. Eu estava tão feliz de estar ali com ele! Então ele se sentou no sofá me chamou para eu sentar com ele. Ele colocou o braço atrás de mim, no sofá.

- Sua casa é bonita!

- Obrigada!

- Você mora aqui com seus pais?

- Não. Moro com a minha tia-avó.

- Hum... você não é daqui, não é? – perguntou. – De outro estado, talvez?

- Errou. – eu ri. – De outro país! Eu sou do Brasil.

- É serio? Que legal! E eu tentando adivinhar de onde vinha o seu sotaque. Eu adoro as minhas fãs brasileiras!

- Elas também te adoram muito!

Ele sorriu.

- Seus pais estão no Brasil?

- Ah, sim. A minha mãe mora lá.

E então Miu entrou na sala pulando no colo dele.

- Ah, você tem um gato! Como ele se chama?

- Ah, é da minha tia-avó. Você... pode chamar ele de Miu.

- Miu?

- Sim. É como eu o chamo. Mr. Pom-Pom é meio gay. – franzi a testa e o Justin riu. – Vem. Quero te mostrar a casa.

Ele se levantou e eu mostrei o cômodo mais perto, a cozinha. Depois subimos as escadas e eu apontei ao banheiro e ao sótão. Depois mostrei o quarto da Tia Sarah e o meu. Ele entrou no meu quarto e se deitou na minha cama. Ele estava tão perfeito ali!

- O seu quarto é muito legal!

Eu peguei minhas roupas da cama e joguei em uma cadeira perto de mim, mas deixei cair meu sutiã no chão. Justin, para me ajudar, pegou a minha peça de roupa e depois descobriu de que se tratava de um sutiã de renda azul. Eu senti meu rosto queimar.

- Você deixou cair o seu...

Eu puxei o sutiã da sua mão e o joguei pra baixo das outras roupas.

- Você não deveria sair por ai pegando o sutiã das pessoas. – disse com raiva.

- Me desculpe, eu não sabia que... – ele disse rindo mais o interrompi.

- Vem, vamos descer.

Na cozinha, mandei o Justin se sentar enquanto eu tentava me virar com algo na geladeira. Ele ainda estava sorridente com o que acabara de acontecer. Eu peguei duas taças de sobremesa e coloquei duas bolas de sorvete de baunilha em cada. Estendi uma colher para ele enquanto a minha estava na boca.

- Como você sabia que eu adoro sorvete de baunilha? – ele perguntou.

- Eu não sabia. É o meu preferido também! – sorri.

- Sabe o que é estranho? – ele disse levando o sorvete a boca. – Eu rodei o país para esta aqui com você, mas nem te conheço.

Eu me senti envergonhada.

- O que você quer saber?

- Bom, onde você nasceu?

- Em Recife, nordeste do Brasil.

- E os seus pais?

- O que tem eles?

- Ah, como se chama sua mãe e seu pai.

- Meu pai morreu quando eu tinha quatro anos.

- Eu sinto muito.

- Ta tudo bem, isso faz muito tempo. – sorri para ele. - Próxima pergunta?

- Quantos anos você tem?

- 15.

- Onde você compra suas lingeries? – fez graça.

- Já chega de perguntas! – disse furiosa.

- Só mais uma pergunta! – Justin parou de rir e olhou para a taça de sorvete. - Você... vai voltar para o Brasil?

- Sim, em seis meses.

P.O.V. Justin

Então era isso. Eu só tinha seis meses com a Alicia? Isso era muito pouco! Se considerar que desses seis meses eu vou passar cinco longe dela, isso era muito pouco!