Fathers Day escrita por Swann


Capítulo 4
Urahara Kisuke


Notas iniciais do capítulo

Poxa gente, desculpa a demora. Meio de semana é meio complicado para mim, mas como hoje é sábado, já vim logo postar.



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Milhares de Hollows, por uma causa ainda desconhecida, invadiam a cidade de Karakura. Estes destruíam tudo e tentavam devorar a maior quantidade de espíritos possíveis. Os tenentes Abarai, Hinamori e Izuru foram enviados ao leste da cidade para cuidar daquela região. Ao oeste ficaram Shuuhei, Matsumoto e Madarame como responsáveis. As áreas mais afetadas eram a norte e sul, onde ficaram o Kuchiki-taichou e Kenpachi-taichou respectivamente nesta ordem.

 

Separados como um todo, Kurosaki e seus amigos lutavam aleatoriamente pela cidade, sem ponto certo para ficar. Os únicos que se mantiveram unidos, como sempre, fora Urahara e Yoruichi. A última usava suas técnicas Kidou para acabar com qualquer Hollow asqueroso que se aproximava dela. Fracos, porém em inacreditável quantidade. Parecia que quanto mais matavam, mais apareciam. O loiro fazia menção em não usar a Benihime para combater seres tão insignificantes. Ela é boa demais para esses vermes inferiores.

 

- O que você acha que pode estar causando esta visitinha? – A descendente da família nobre indagou ao rapaz com quem decidira finalmente compartilhar sua vida.

- O que mais, Yoruichi? – Finalmente resolveu esquecer a formalidade, afinal, estavam juntos agora. Sorriu debochado, demonstrando que era óbvio demais para sair de sua boca; e ela sabia muito bem sobre o que se tratava.

- Isca para Hollows – concluiu mesmo sem deixar que ele confirmasse. Era tão óbvio quanto verdadeiro. Mas quem? E por quê? Descobririam logo.

 

Os indivíduos não paravam de chegar. Eles se concentravam principalmente no casal que estava no centro de Karakura. O loiro e a morena. Os dois e os capitães eram os que possuíam as reiatsu mais poderosas do local. Sem contar com o Kurosaki, que rondava feito tonto, batalhando com qualquer um que aparecesse em sua frente – claro, que desse indícios de Hollow.

 

 - Kisuke – a morena o chamou durante a batalha. Ela deu um salto no ar e acertou um chute na máscara branca do monstro, virando logo em seguida para socar outro que vinha por trás.

- Sim? – Virou o rosto para trás para encará-la rapidamente. – Hadou número 31 – ele juntou as mãos bem à frente do corpo, ainda olhando para trás, mas sem perder o foco à sua frente. – Shakkahou! – Gritou, lançando o ataque espiritual com a coloração rubra para cima do monstro, que se desintegrou até desaparecer.

- Eu tenho que te contar uma coisa importante – disse, meio apreensiva. Usou shunpo e parou diante de três Hollows no ar. – Hadou número 4 – sua expressão era indecifrável no momento. Fria e calculista. No momento, ela sorriu, desmanchando a última aparência relatada. Yoruichi era uma mulher misteriosa. – Byakurai – murmurou abrindo ainda mais o sorriso para demonstrar que sabia muito bem o que estava fazendo. Um relâmpago, que possuía uma cor pálida, saiu da ponta de um dos dedos da morena, que o conduziu para cima dos três indivíduos, destruindo-os.

- O que é? – Estava pouco interessado no momento. Aqueles Hollows o entediavam de uma maneira tão grande que o estava irritando.

- Estou... – Tentou dizer, mas foi impedida por um baque diretamente em seu corpo. Sem proteção e completamente despreparada para esta situação, Yoruichi foi arremessada para longe. Ele tentou usar shunpo para pegá-la, mas foi impedido pelos Hollow. Tudo que viu foi o corpo dela bater de encontro a um prédio comercial quarteirões à frente.

 

Ele reprimiu o grito que significava o choque por ter visto tal cena. Tudo que podia fazer agora era socorrê-la. E o faria, agora. Virou-se de costas e caminhou lentamente na direção do prédio em que a morena fora arremessada. No terceiro passo, ele parou. Notou que mais de oito Hollows estavam impedindo sua passagem, deixando extremamente irritado. Primeiro olhou para o edifício a procura de vestígios da mulher que sempre amou. Se ela aparecesse, seu coração derreteria de puro alívio, mas não foi o que aconteceu. Nada de ela aparecer. Continuava soterrada sobre os destroços. Ele fechou os olhos tentando manter a calma e, quando os abriu, liberou uma quantidade absurda de reiatsu, desintegrando todos os Hollows a sua volta, exceto o que atingira a morena. Este aparentava ser mais forte que os outros.

 

- Aonde pensa que vai? – Ele indagou, observando o loiro caminhar para o sentido oposto em que estava. – Sua alma cheira a shinigami – a voz arrastava enquanto pronunciava as palavras. – Será delicioso devorá-la. Saque sua zampakutou, shinigami.

- Se arrependerá de ter me feito esse pedido – murmurou com tamanha ira. Ira esta incomum para o ex-taichou do 12º esquadrão de proteção da Soul Society.

- E o que pretende fazer? – Continuou a provocá-lo. Agora, com um sorriso debochado no rosto.

 

Urahara levou a mão lentamente até o punho da Benihime e dobrou os dedos sobre ele, envolvendo-o. Ficou parado, ainda de costas, esperando o segundo certo. Sabia que não podia demorar muito, pois Yoruichi ainda continuava soterrada. Desembainhou a zampakutou e virou finalmente para encará-lo. Com o cenho franzido e com tamanha vontade de matar, ele elevou a espada, ainda em estagio normal e chamou seu nome:

 

- Nake, Benihime – as palavras saíram como um murmúrio. Apenas Benihime ouviu, seguindo assim a ordem de seu parceiro de batalha. O movimento foi rápido demais para a capacidade do Hollow. O ex-taichou o atacou com uma onda de energia cor de sangue, fazendo-o sumir num piscar de olhos e sem saber como foi que isso aconteceu. – Desculpe, Benihime, por fazer você atingir alguém tão insignificante – desculpou-se, colocando-a de volta na bainha enquanto virava-se para finalmente ir procurar pela morena.

 

Usou shunpo e chegou a uma fração de segundos no edifício, aparentemente destruído. Com o semblante preocupado, ele deu um salto para chegar até a cratera aberta que se encontrava na metade do prédio. Ele a procurou com os olhos e a encontrou desacordada no chão, coberta por destroços. Tirou-os de cima dela e a pegou no colo. Não parecia ser grave, mas então por que ela aparentava estar tão frágil? Sentiu sua garganta dar um nó cego e seu coração apertar de uma maneira tão forte que chegava a sufocá-lo.

 

- Vou levá-la até onde está Unohana-taichou – o rapaz de madeixas loiras disse, mesmo sabendo que ela talvez não o ouvisse.

 

Com a permissão do comandante geral do Gotei 13, Urahara se encaminhou até a Soul Society com Yoruichi nos braços para que a taichou do quarto esquadrão pudesse verificar o que ela estava sentindo. Estava morrendo de preocupação naquele momento.

 

Ao chegar, ele a cumprimentou formalmente e, sem mais devaneios, explicou o que havia acontecido. Unohana pediu para que ele esperasse ao lado de fora do quarto e a própria cuidou de seus ferimentos, descobrindo um sangramento entre as pernas enquanto a despia para vesti-la com algo mais confortável. Ela arregalou os olhos de imediato e correu para fora.

 

- Isane! – Chamou sua tenente desfazendo sua tão tradicional calma e demonstrando uma face preocupada. A tenente de cabelos curtos apareceu no corredor, o fato deixou o ex-taichou do 12º esquadrão ainda mais atônito. O que será que havia acontecido com sua amada?

 

As duas passaram a tarde cuidando dos ferimentos e da hemorragia da morena. Enfaixaram seu braço direito e sua mão esquerda. Estes usados para amortecer a colisão com o concreto do prédio. A mulher de tranças saiu, acompanhada por sua tenente; e ambas procuraram Kisuke ao lado de fora do recinto.

 

- Vai contar a ele? – Isane indagou. Seu semblante era indecifrável.

- Não, vou deixar que ela conte – respondeu a taichou, olhando o loiro que cochilava sobre um banco no corredor. – Urahara-san?

 

Ele levantou assustado, observando-as.

 

- Como ela está? – Indagou em tom um pouco desesperado.

- Ela está bem. Fique calmo – respondeu com tal calmaria, indicando que ele poderia entrar no cômodo. – Ela está acordada. Não faça muito barulho – aconselhou. – Ela teve uma hemorragia, mas nada pude fazer para salvar a criança.

 

Ele piscou um par de vezes para ela, absorvendo a informação.

 

- Criança?! – Ele foi pego de surpresa. Então que dizer que... Ele entrou no quarto imediatamente e a encontrou deitada na cama, olhando fixamente para o teto. Ela parecia estar abatida. – Yoruichi... – mordeu os lábios, tentando impedir a acumulação de lágrimas em seus olhos. Sentou-se ao seu lado. – Então era isso que você queria me dizer? Que você estava esperando um filho meu? – Ainda não conseguia acreditar que ganhara e perdera seu filho no mesmo dia. – Sinto-me culpado por não proteger você – ele apertou o lençol, que a cobria, com as mãos. Sentia-se tão inútil quanto aqueles Hollows que derrotara com tanta fúria.

- Kisuke – ela esboçou um sorriso leve, deixando-o ainda mais confuso. Como ela pode sorrir em um momento como este? Então ela tirou o braço que estava coberto pelo lençol alvo e mostrou a ele um par de sapatinhos verde.

- Parabéns, papai – a taichou, ainda culpada por ter mentido para o rapaz, pronunciou, enquanto encostava-se no batente da porta. – Conseguimos salvá-lo a tempo.

 

Ele não conseguiu conter um fio de lágrima que escorreu por seu rosto pálido. Yoruichi sorriu, colocando os sapatinhos sobre o ventre e envolvendo a mão dele com as suas. Como amava aquele homem. Um sentimento que nutria por tantos anos e que só teria seu fruto agora. Eles estavam felizes.

 

- Eu amo você, Yoruichi – ele se declarou, inclinando o corpo para beijar seus lábios.

- Eu amo você, papai – retribuiu, secando a lágrima que escorrera segundos antes e, em seguida, beijou o homem da sua vida.

 


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Notas finais do capítulo

Créditos a Liruichi, que acertou qual seria o casal. Como muita gente chutou HitsuMatsu, tratarei de escrevê-lo logo. E então, alguém arrisca o casal dessa vez?

Beijoo, pessoas, espero que tenham gostado.