A Vingança 2 escrita por Mandy


Capítulo 6
Tentações




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06 Tentações

No outro dia acordei me afogando.

- O que é isso? - Eu disse, sendo encharcado com mais água, eu não conseguia ver quem era. Só sentia aquele frio e a água entrando pelo meu nariz.

- Já ta bom. - Ouvi a voz do meu irmão. Então consegui ver, sem a água caindo sobre meus olhos. Dois rapazes, e meu irmão em volta da minha cama.

- Ficou doido Kayo?.- Falei com raiva tremendo de frio.

- Para de ser mocinha Gabriel. - Os outros rapazes riram. Respirei fundo e me levantei. - Onde pensa que vai? Não terminamos.

- O que você quer dizer com isso?

- Peguem ele. - Meu irmão disse. Então os dois rapazes me seguraram me arrastando escada a baixo.

Me solta, o que vocês pensam que estão fazendo? - Eu estava ficando agressivo, estava muito frio, estava até chovendo. Eles pareciam não se importarem, me arrastavam para o fundo da casa. Lá tinha uma piscina, tiraram minha roupa e me jogaram, quando senti aquela água tão fria bater em meu corpo,senti o choque térmico tomar conta de mim, mas fui forte o suficiente para resistir.

- A água está boa mano? - Kayo perguntou, meus lábios tremiam, eu não conseguia responder e muito menos me mexer.- Se pretender entrar para o time de futebol Brasileiro, tem que ter resistência mano.- Do que aquele demente estava falando? Eu não estava pensado em entrar em time nenhum. - Vamos vê quanto tempo você dura, dentro dessa água. - A chuva o molhava, mas ele não parecia nem sentir. Seus amigos estavam da porta olhando e se divertindo.

- Kayo? - Ouvi Megan gritar. - O que você ta fazendo?- A última coisa que vi antes de desmaiar foi ela pulando na água.

- Gabriel, acorda. - Ouvi a voz doce da minha mãe ao longe. - Você está bem?- Abri meus olhos, eu estava vestido e quentinho na cama.

- Estou. - Falei por fim, olhei em volta. Estava Kayo, Megan e meu pai.- Obrigado.- Falei olhando para ela,para logo em seguida fuzilar Kayo com os olhos.- Qual é o seu problema?.

- Calma, eu só estava brincando.

- Brincando Maycon Kayo? Você queria o que? Matar seu irmão?- Minha mãe perguntou em tom de desaprovação.

- Não deveria ter feito isso filho.- Meu pai falou calmo e passivo.

- Não fiz para machucá-lo, eu creio que ele vai entrar no time. Foi só um trote de boas vindas.

- Quem te disse isso? Eu não iria entrar em time algum. - Para falar a verdade eu não sabia que tinha time aqui. Eu gostava de jogar, provavelmente eu jogaria.

- Eu vi seu histórico mano. Capitão do time do seu colégio ganhou quase todos os jogos fora de casa. Um ótimo jogador.

- Estava fazendo o que? Levantando minha ficha?- Falei irritado.

- Um pouco, foi mal. Eu não sabia que você era tão fraco. - Serrei os olhos.

- Mas um pouco ele morreria por baixa temperatura. - Megan disse. - Os trotes geralmente não são assim, você fez por maldade. - O acusou.

- Não se mete. Era só um trote. - Ele se irritou e saiu do quarto.

- Você está bem mesmo?- Minha mãe perguntou.

- Estou mãe.

- Que bom. - Ela me beijou. E saiu junto com meu pai do quarto que não era meu, era o de Megan.

- Porque estou aqui?

- Sua cama estragou, aliás, ta toda molhada. - Suspirei, tirando seus lençóis de cima de mim, eu sentia seu cheiro e isso era bom. Eu não gostava de sentir essa sensação.

- Vou para o quarto de Kayo, ele estragou minha cama, é justo que ele fique sem cama.

- Está fugindo de mim? - Ela disse sedutora.

- Agradeço muito por ter me ajudado. Mas não sou obrigado a ficar aqui, então tchau. - Ela sorriu de lado e não disse mais nada.

Megan POV

Gabriel estava resistindo aos meus encantos, eu estava gostando disso. Geralmente eu conseguia fácil qualquer um. Quero dizer, menos um, Emmett, mas esse não vem ao caso, pois nunca tentei algo com ele. Já Gabriel, acho legal o jeito tímido e reservado dele, ele realmente estava despertando um interesse em mim. Mas isso não muda o foco, ele será meu cedo ou tarde,quanto mais ele resistir, mais fácil será depois, pois ele ficará mais preso a mim. Como Kayo é, ou talvez pior. Esse joguinho com ele vai longe, sim, muito longe. Eu sinceramente estou adorando.

- O que está fazendo?- Perguntei entrando no quarto de Emmett,

- Vou adotar uma criança. - Arregalei os olhos. - Não faz essa cara, não vejo nada de mau nisso.

- Não vejo nada de mau. Mas adotar uma criança não é uma coisa tão fácil assim.

- Claro que é.

- Primeiro você pelo menos na aparência é um adolescente indo para a fase jovem. Ninguém em sã consciência vai dar a guarda de uma criança para você. E segundo, está fora de cogitação criar uma criança humana entre nós.

- Está enganada, Gabriel é humano, e ai?

- E ai, que ele é filho legitimo de um de nós, e mesmo assim ele é um revoltado por ser diferente. Acho que essa nova criança seria também.

- Gabriel é louco, reclama de barriga cheia. E eu vou adotar, estou decidido, eu tenho dezoito anos, já sou maior de idade. Meus pais podem me ajudar, acho que consigo fácil a guarda de uma. Aliás, vou fazer melhor. Não vou procurar em orfanatos, vou pegar uma criança de rua, ai vou alegar para o juiz que foi amor a primeira vista e tenho estrutura para criar ela, mesmo estando no colegial. E ainda tenho o apoio de meus pais. Sério, será fácil. E vou fazer isso agora.

- Você esta falando serio?

- Sim. - Ele se levantava, pegando as chaves do carro. - Vai ser hoje e agora.

- Mas está chovendo.

- Não importa.

- Vou com você. - Fui atrás dele que ia em direção a garagem. Ele entrou no carro e eu fui para o banco do carona. - Onde pretende começar?

- Não é obvio? Na parte mais pobre da cidade. - Meu Deus, estávamos na Inglaterra. Não existe parte pobre, e sim pessoas pobres.

- Mas que parte?

- Na cidade vizinha, tem um município bem humilde. Acho que não vai ser difícil.

- Por que está fazendo isso?- Ele parou de dirigir, ficou estático, deu uma fungada forte e respondeu:

- Porque é o sonho de alguém que eu conheço.

- Rose?- Falei sem pensar.

- Sim.

- Eu acho que você está sendo dramático. Pelo que eu sei o sonho dela era ser mãe, e não adotar uma cria.

- Olha, é verdade. Mas ela já considerou a hipótese de adotar, mas eu fiz a cabeça dela dizendo que era loucura, assim mesmo como você está tentando fazer a minha. Mas eu quero, além de estar ajudando alguém, vou está realizando o sonho de outro alguém.

- Mas ela está morta. - Sua feição se entristeceu.

- Materialmente, mas dentro de mim ela está mais que viva.

- Você tem que esquecê-la. - Falei irritada.

- Nunca farei isso pequena Megan. - Ainda mato meu pai, por ter botado esse apelido em mim. Eu o odeio, mas era o Emmett, o que eu poderia fazer?

- Podia pelo menos tentar, para poder parar de sofrer. Tentar amar outra pessoa.

- Seria uma solução, mas acho impossível para mim. - Mesmo sendo um brincalhão, o sorriso de Emmett, nunca conseguiu voltar ser o mesmo. Ele nunca tentou se aproximar de outra pessoa, acho que ele sofria tanto ao lembrar-se de Rose, que de uma natureza agressiva tinha morrido,e ficado apenas uma pequena solidão dentro de si.

- Como pode dizer que é impossível, se você nunca tentou? - Ele sorriu de lado.

- Pelo simples fato, de nem ao menos conseguir tentar.

- E se alguém tentar por você?

- O que quer dizer?- Tomei coragem de fazer alguma coisa, o que eu tinha a perder? Quase nada, qualquer coisa era só mudar a mente dele.

- O que eu quero dizer, é alguém tomar o passo por você. - Me aproximei devagar, ele parecia entender minhas intenções, pois me olhou de cima a baixo, analisando meu corpo. - Sou desejosa?- Ele ficou meio que sem palavras, me encarando. Então encostei meus lábios nos seus, sentindo finalmente aquela pele doce. Ele de início correspondendo o beijo, movimentando sua boca vagarosamente, mas depois, não sei o que ouve que ele me empurrou.

- Não devia ter feito isso. - Ele olhou para fora, vendo a chuva caindo.- Não devia.- A última frase saiu agressivo.

- Desculpe. - Pedi, eu não queria mudar a mente dele para esquecer aquilo, se ele me desculpasse já seria um ponto a mais para mim. - Desculpe de verdade Emmett, eu não sei o que ouve. Te vi tão triste, foi um impulso- Abaixei o rosto fingindo tristeza e confusão.

- Não faz essa carinha, acho que a culpa foi minha. Eu aqui, reclamando da vida, seu instinto protetor só quis ajudar. Só não se repita, esta bem?.- Balancei a cabeça positivamente, como se estivesse arrependida e magoada ao mesmo tempo.

- Foi mal, de verdade.

- Tudo bem, eu entendo. Mas agora vamos. - Ele deu partida no carro. - Carlisle vai me matar quando me vê chegando com uma criança.

- Não contou a ele?

- Não, depois conto. Primeiro a criança. - A outra cidade era longe, ficamos quase três horas na estrada. Quando chegamos à cidade vizinha, ficamos dando voltas, muitas voltas, o céu já estava querendo escurecer.

- Daqui a pouco fica escuro, não vamos encontrar criança nenhuma aqui. Ainda mas nessa chuva.

- Só mais um pouco. - Ele insistiu e eu não falei nada. O carro continuou dando voltas e mais voltas, até que parou. - Somos burros, de carro nunca vamos encontrar. Temos que ir andando.

- Mas está chovendo.

- Não seja por isso, tem guarda-chuva.

- Mas e meu salto?- Ele deu uma gargalhada.- Qual é a graça,é novinho não queria estragá-lo.

- Para de frescura e vamos logo. - A contra gosto sai do carro, o bom de tudo era que ele só tinha trazido um guarda-chuva e nós teríamos que dividir.

- Não tem ninguém na rua. Não vamos encontrar nada. - Continuamos andando, nos primeiros minutos sem sucesso algum. Depois a coisa tava ficando pior. Motivos. A chuva aumentou e estávamos entrando em um bairro meio barra pesada,conseguíamos ver umas pessoas na rua,bêbados,claro e um bar.- Te garanto que não vamos encontrar uma criança aqui.

- Háaa.- Ouvimos um grito. Olhamos na direção do grito, tinha seis homens agredindo uma garota,um bateu no rosto dela, diversas vezes,os outros puxava os cabelos dela com tamanha força que dava para sentir a dor.

- Emmett, o problema não é nosso. - Ele nem me deu ouvidos, saiu de baixo do guarda-chuva e foi na direção dos caras, eu é claro, fui atrás dele.

- Porque não brigam com alguém do tamanho de vocês. - Ele disse.

- Se não quiser morrer, e perder a namoradinha gostosa para nós, é melhor sair daqui. - Um super alto falou. Eu adorei a parte da namoradinha.

- Eu acho que não. - Emmett deu um soco no homem, foi o suficiente para ele cair desmaiado e sangrando pelo nariz. Seu corpo caiu ao lado da garota que já estava desmaiada de tanto apanhar. - Mas alguém?- Ele perguntou sério, os homens se olharam. Já viam o perigo que corria então recuaram. Bando de humanos covardes. - Bons meninos. - Emmett disse, enquanto os homens se afastavam.

- E ela?- Ele não respondeu a pegou no colo toda ensangüentada e machucada. - Espera ai,não está pensando em levá-la conosco.

- Sim,ela está muito ferida,vou levar para Carlisle da uma olhada. Depois ela que se vire. - Eu não disse mas nada até chegar no carro, ele botou ela no banco de trás e entramos.

- Ela fede. - E ela realmente fedia, a bebida.

- Também achei. - Ele disse sorrindo e dando partida no carro.

- Eu podia jurar, que estávamos procurando uma criança. - Debochei.

- Faremos isso outro dia, ela está fraca, sinto seu coração cada vez mais fraco. - Por mim ela que morra, mas eu não falaria isso.

- Não é mais fácil deixarmos ela em um hospital qualquer?

- Não, é mais fácil levar para Carlisle.- Eu não disse mas nada a partir daí,a garota estava praticamente morta mesmo. Acho que não duraria o percurso até chegar em casa, mas para mim tanto faz. Eu tinha coisas mais importantes com que me preocupar.

 

 


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Notas finais do capítulo

Comentarios?

Beijos fofixxx....