Definitivamente a casa do Bobby virou nosso quartel general. Às vezes me pergunto se ele não estranha nos três andando de um lado pro outro depois de ter ficado tantos anos, sozinho.

 Era de madrugada e eu dormia com a Mary num dos quartos do segundo andar quando ouvi um barulho no andar de baixo. Desci as escadas com atenção penas para encontrar o meu irmão trabalhando em alguma coisa.

- Ver sites pornográficos na internet não acaba com a insônia – brinquei parando atrás dele.

- Na verdade, eu estava trabalhando num caso de possíveis movimentos de demônios em uma cidade no Texas – ele me passou uma grande quantidade de papeis – Acho que pode te ajudar durante a investigação.

- Claro. Vamos para lá assim que amanhecer – disse ao ver suas malas prontas perto da porta.

- Dean, eu não vou com você – disse ele.

- Se vai ficar com o Bobby, pra que as malas? – eu estava confuso.

 - Eu tentei. Juro que tentei. Mas não posso continuar caçando – disse ele – Eu sou fraco demais pra essa vida.

 - Você vai embora? Vai jogar a toalha novamente e me largar sozinho de novo – a historia se repetia.

 - Você tem a Mary agora. E é justamente por você que eu estou indo embora.

 - Do que esta falando? – nada fazia sentido.

- Eu sou fraco, Dean. Pensei que não era, mas na verdade sou mais fraco do que pensei. Eu sei o quanto a Mary significa pra você.

- Você não vai matá-la, Sam. Eu sei disso.

- Eu não tenho tanta certeza. Eu sou massa de modelar nas mãos deles e você sabe disso. Na hora, posso nem saber o que estou fazendo e...

- Você não faria nenhum mal a ela, Sammy. Eu te conheço – gritei – Você é meu irmão e sei que não faria uma coisa dessas.

- Você também achava que eu não seria capaz de matar a Lilith e eu fiz – disse ele calmo demais pro meu gosto.

- Tudo bem – disse depois de fuzilá-lo com o olhar – Pode ir se quiser. Mas eu não sou o papai. Não vou cuidar de ti sem que saiba. Se quiser ir, é melhor não me procurar por um bom tempo.

 - Pode deixar – disse ele pegando suas coisas – Sei bem como funciona.

- Nos poderíamos lutar juntos contra eles – disse antes que ele saísse. Ele olhou pra mim e tentou sorrir ao dizer:

 - Estou fazendo a minha parte. Pode acreditar – ele foi embora e eu fiquei sem dormir aquela noite.