O Nosso Segredo escrita por Angel_Nessa


Capítulo 37
CAPITULO 47 – ACONTECIMENTO INESPERADO




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No terceiro mês que eu estava no Afeganistão, eu recebi uma carta com o endereço de remetente da Shizune. Ao abrir o envelope, vi que em seu conteúdo havia outra carta. Ao tomá-la em minhas mãos, vi o símbolo do exército na lateral e minhas mãos tremeram.

Dirigi-me até a sala de cirurgia, que estava vazia àquela hora, e abri a carta. Li cuidadosamente linha por linha, e ao terminar de ler meus olhos estavam cheios de água. Chorei muito naquela tarde, e a noite, eu pedi que Naruto fosse me encontrar no lago atrás do acampamento.

- Sakura, o que aconteceu? – ele me perguntou num de voz de preocupação.

Não contive as lágrimas ao contar ao Naruto o que havia acontecido.

- O Sasuke está morto. Ele morreu em combate...

Os olhos de Naruto se entristeceram. Eu abracei meu próprio corpo.

- Por que vocês dois tinham que inventar de vir para essa maldita guerra?! – eu fiquei nervosa e soltei meus braços que caíram paralelamente ao meu corpo -  Ele não precisava ter morrido dessa forma!

Com o dorso das mãos, eu limpei as lágrimas que caiam. Em meio a soluços, continuei falando.

- Droga! O Sasuke deveria estar aqui com você! Por que eles mandaram o Sasuke para outro lugar?

Naruto deu dois passos a frente, porém ao vê-lo se aproximar eu recuei.

- O Sasuke disse que eu era a noiva dele. Ele pediu que me avisassem caso alguma coisa acontecesse com ele... – eu abri um sorriso nervoso

- Ele gostava de você...

- Claro que gostava! O Sasuke esteve ao meu lado por muito tempo. E eu sempre estive ao lado dele...

Senti-me culpada por haver estragado a minha relação com o Sasuke. Antes da volta do Naruto, o Sasuke e eu tivemos momentos felizes em nosso namoro; ainda que ele fosse um homem reservado e por vezes frio, eu não podia negar que nas noites de solidão era nos seus braços quentes que eu dormia.

- Eu não deveria ter voltado para você, Naruto – algumas lágrimas se desprenderam de meus olhos – Se eu tivesse me casado com o Sasuke, ele não teria vindo para essa estúpida guerra...

Eu falava sem me dar conta de quanto as minhas palavras estavam machucando os sentimentos do Naruto. Afinal, se eu tivesse me casado com o Sasuke, eu teria renunciado ao amor do Naruto.

- Eu sinto muito, Sakura – foi tudo o que ele conseguiu me dizer num sussurro.

- Nada muda o passado – eu disse com pesar.

Girando os calcanhares eu caminhei de volta para o hospital.

À noite, deitada em minha cama, eu fiquei pensando na minha conversa com o Naruto, e foi então que eu percebi o quanto eu havia sido estúpida em falar para o Naruto que eu deveria ter me casado com o Sasuke.

Como o que eu poderia mesmo ter me casado com outro amando tanto o Naruto? Eu estava no meio daquela guerra por ele. Meu coração só se acalmava quando eu estava ao lado dele, e eu há muito tempo sentia que não poderia viver num mundo sem ele. Rezei aos céus para que o Naruto percebesse que minhas palavras não tinham nenhum significado verdadeiro.

Sonhei com Tsunade e Kakashi. Na verdade, o sonho era mais uma lembrança do dia que eu pretendia contar a Tsunade sobre a minha viagem ao Afeganistão. Eu fui até o ginásio e encontrei Tsunade dizendo ao Kakashi:

“A Sakura tem medo de perder a proteção do Naruto, e ele tem medo não mais poder protegê-la. Quando eles eram crianças podiam estar sempre juntos, mas quando ficaram mais velhos perceberam que a vida os estava separando”

E Kakashi acreditando nas palavras de Tsunade retrucou:

“Então, a Sakura e o Naruto dizem que se amam só para que eles não tenham que se separar”

Furiosa, voltei para casa sem conversar com nenhum dos dois. Sorte que eles não haviam me visto.

Eu achava irritante o fato das pessoas não acreditarem que eu podia amar o Naruto simplesmente por amá-lo. Só porque eu não o havia conhecido numa festa de forma casual, não significava que não o poderia amar como uma mulher ama um homem. O nosso histórico de vida nos condenava a esse julgamento de que o nosso amor era uma extensão do enorme carinho fraterno que tínhamos um pelo outro; o nosso amor era uma tentativa de não nos separarmos, e isso até mesmo o psicanalista disse para mim.

O interessante quando se está numa guerra é que esses tipos de questionamentos sobre sentimentos serem reais ou não passam a não ter nenhum valor. O que realmente importa numa guerra é sentir e deixar que o outro saiba o que você sente, pois nunca se sabe se ainda estará vivo no dia seguinte.

Na manhã seguinte fui procurar por Naruto, mas a única noticia que eu recebi deixou meu coração aflito. Naruto havia saído em missão e não voltaria por uma semana.

Dois dias depois da partida de Naruto, o helicóptero do exército chegou trazendo soldados feridos. Eu corri para realizar os primeiros atendimentos, e para o meu desespero, vi Naruto saindo do helicóptero amparando o ombro direito que estava todo ensaguentado. Apressei ainda mais os passos e me aproximei dele.

- Naruto, o que aconteceu?

- Eu estou bem, Sakura – ele me disse de maneira séria – É melhor ver os outros.

Passando por mim, ele seguiu andando até o hospital; no meio do caminho foi amparado por uma enfermeira. Nessa hora, eu tive certeza que ele não havia me perdoado pelo o que eu havia dito.

Eu não acreditava que Naruto estava chateado comigo por eu ter ddito que ia me casar com o Sasuke. Eu sei que eu fui errada, mas também não era para ele ter me ignorado quando tentei ajudá-lo. Tudo o que eu desejava era uma chance para poder me explicar.

Mesmo não querendo, Naruto foi obrigado a passar a noite no hospital, e eu era a médica plantonista naquela noite.

Próximo a meia noite, enquanto todos dormiam, eu decidi ir até o leito de Naruto. Caminhei suavemente pelo corredor até chegar ao leito onde ele estava. Havia uma divisão de biombos entre os leitos, e isso me deixava mais a vontade para me aproximar dele sem que aqueles que estavam ao lado ficassem nos olhando.  

Encontrei-o deitado na cama, com os braços cruzados atrás da cabeça e sem camisa, só vestindo uma calça de moletom preta, os olhos fechados repentinamente se abriram e se fixaram em meu rosto, eu pude notar que ele havia ficado surpreso ao ver-me ali.

- O que está fazendo aqui? – ele me perguntou surpreso.

Respondi sussurrando.

- Eu vim ver como você estava. E, por que me ignorou? Eu estava preocupada, sabia?

Ele virou o rosto para a lateral.

- Eu sempre te amei, Sakura, e sempre quis me casar com você.

Sentei-me ao seu lado na cama, e meu movimento não o fez voltar o olhar em minha direção. Toquei seus cabelos, um pouco receosa, com a voz chorosa e baixa comecei a falar o que havia em meu coração.

- Bobo, acha mesmo que eu nunca fui sincera quando disse que te amava? – Naruto voltou seu olhar em minha direção – Eu não tive coragem de subir ao altar com o Sasuke, nem mesmo quando eu pensei que nunca poderia haver um espaço no mundo para nós. Sasuke foi meu primeiro amor, mas Naruto é com você que eu quero viver até a minha morte.

Apoiando os cotovelos no colchão, Naruto tentou se sentar; mas antes que ele fizesse isso eu colei meus lábios no dele. Não demorou a que eu fosse correspondida em meu beijo.

- Desculpe, eu não deveria ter...

Ele não deixou que eu continuasse falando. O beijo se tornava mais urgente e mais desesperado a cada momento. As molas do colchão rangiam alto, e eu tive que interromper o beijo antes que alguém acordasse. Um sorriso doce e cúmplice surgiu em nossos lábios.

Fiz menção de me levantar, mas Naruto segurou meu pulso.

- Fica aqui, Sakura.

Ouvimos o som seqüencial de três tiros do lado de fora do hospital. Naruto, sem soltar meu pulso, se levantou rapidamente da cama. Os soldados que estavam ao lado também acordaram e se agitaram.

- Vamos sair daqui – ele me ordenou enquanto me puxava em direção a saída do hospital.

- O que está acontecendo? – eu perguntei desesperada enquanto resistia em me movimentar.

- Venha comigo! – Naruto parecia bem nervoso.

- Não!

Ele se virou para mim com uma expressão séria no olhar me contou o que estava acontecendo.

- Sakura, estão atacando o acampamento.

Em seguida, Naruto voltou a puxar o meu braço e eu continuei resistindo.

- Não! Eu não posso abandonar os soldados que estão feridos! Eles precisam de mim.

- E eu preciso de você, droga!

Houve uma forte explosão que jogou meu corpo para trás. Bati com força as costas no chão, senti quando um pedaço colchão e ferro caíram sobre mim. Uma nuvem de fumaça densa se ergueu e minha visão aos poucos perdeu o foco, fechei os olhos e ouvi por alguns segundos gritos de desespero e dor. Meu último pensamento foi em direção a Naruto.


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Notas finais do capítulo

nota da autora: Que situação complicada! A guerra começa a mostrar seu lado negro para a Sakura tb.



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