Meu Anjo Vampiro escrita por Lice Lutz


Capítulo 13
Capítulo 11 - Incompetência


Notas iniciais do capítulo

Tenham uma tima leitura!



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Por Isabella Swan

PI.PI.PI.PI.PI.PI.PI.PI.

Minha cabeça latejava, cada PI.PI que soava em meus ouvidos, era como uma nova explosão na minha cabeça. Vagarosamente, consegui abrir os olhos. Olhei a minha volta. E estava num quarto de hospital. Peraí. Eu estava no hospital?

- Então eu não morri...

- Não, Bella. Por um milagre não.

Só percebi que havia falado, quando escutei a resposta de Alice. Ela me encarava com uma expressão de alivio, mas ao mesmo tempo, seus olhos me fuzilavam.

- O que você estava pensando quando tentou se matar, Bella? - a voz de Alice tinha um tom de reprovação, que eu nunca ouvira antes.

Em nada. Era o que eu queria responder. Senti minha face queimar levemente.

- Você realmente acha que eu tenho condições de continuar vivendo Alice? - com a cabeça baixa, respondi com outra pergunta.

- Acho. Basta você querer, Bella. Eu estou aqui, Carlisle, Esme e toda nossa família.

- Você não viu o que eu vi, nem sentiu tudo o que senti quando vi Edward sendo morto ali, na minha frente. - disse em um sussurro inaudível a qualquer humano, mas é claro que ela poderia me ouvir. As lagrimas já escorriam livremente por todo meu rosto.

- Está enganada Bella. Eu vi tudo o que você viu, e ainda por cima, todos os planos de ataque deles. Vi e sinto a mesma coisa que você. E não é por isso que estou tentando acabar com minha vida, Bella. Como você acha que Edward se sentiria vendo você assim?

- Ele não senti nada, porque ele não está mais aqui. - respondi entre soluços.
- Eu sei Bella. Mas pense também nas pessoas que ainda estão aqui, pense em Charlie, na sua mãe, em nós, até mesmo naquele cachorro. - sua voz mudou para um tom completamente sarcastico- Aaah, e por falar nisso, Bella, você anda muito espertinha ultimamente, não? Você sabia que eu não poderia ver seu futuro, com aquele pulguento na sua casa. Mas não vá pensando que terá outras oportunidades, mocinha. Já cuidei pra que ele não fique nem há 5 quilometros perto de você. E a partir de agora, eu é que irei tomar conta de você em tempo integral.

- Que ótimo. - respondi num tom frio, e virei para o lado, já não aguentava mais encarar o semblante furioso - e ao mesmo tempo angelical - de Alice.

O tempo se arrastava dentro daquele quarto. Alice continuava ali, sentada numa poltrona, completamente imersa em seus pensamentos, mas a cada movimento praticamente imperceptivel meu, ela me lançava um olhar repleto de repreensão. Ainda não consigo entender como eu estava ali, naquele quarto. Era um plano infalivel. Tinha tudo para dar certo. Eu era tão incopentente para nem ao menos conseguir me matar? Seria tão mais facil, seria um alivio para todos a minha volta, e principalmente para mim. Era esse o meu castigo? Continuar vivendo sem ele? Preferiria um milhão de vezes passar toda a eternidade queimando no inferno, pelo menos, sentiria alguma dor fisica. Já seria um grande avanço, alguma coisa além do nada.

Um estrondo, me despetara de meus desvaneios. Na porta, havia um Charlie, completamente preocupado.

- Bella, filha, você está bem? - meu pai me perguntou, tocando-me como se fosse de vidro, com a mesma delicadeza dele.

- Estou, pai.

- Meu Deus, tudo isso é culpa minha. Fui eu que te deixei sozinha e... com aquela maldita arma, em lugar tão facil de encontrar... - meu pai falava, com a voz carregada de arrepedimento - Bella... Me prometa que você nunca mais fará isso de novo. Por favor, filha.
Eu não poderia lhe prometer, eu não iria desistir. Mas Charlie merecia um pouco de tranquilidade. Pelo menos, por ora.

- Eu prometo pai. Me desculpe por isso. - disse, sendo abraçada por Charlie.

- Obrigado, filha. - agradeceu meu pai, entre lagrimas. Charlie estava chorando? Não havia o visto chorar, desde, desde...nunca.

- Creio que não há motivos pra se preocupar, Charlie - interrompeu Alice - faço questão de cuidar de Bella. E garanto que Bella não irá fazer isso novamente.

- Muito obrigado, Alice. E desculpe pelo incomodo. - Charlie disse, claramente envergonhado.

- Não precisa me agradecer, Charlie. - respondeu Alice, prestativa.

Alice ganhara pontos com Charlie, desde quando fui atacada por James. Meu pai confiava nela, tanto que as vezes me dava um pouco de medo. Alice tinha plena consciencia da confiança que Charlie depositava nela, e por vezes, abusava. Ela sabia que Charlie precisaria de alguem para cuidar de mim. Alguém que estaria em tempo integral comigo - até mesmo para tomar banho - e esse alguém, era a propria Alice - e ela nem precisava ler pensamentos para ter certeza disso. Extremeci, ao lembrar-me de quem tinha esse poderoso dom.

Um silêncio mortal pairou por alguns segundos. E eu pude sentir, que vozes gritavam culpando-me por ser tão estupida, ao ponto de não ter conseguido sucesso com meu plano praticamente perfeito. Eu estava agoniada, e precisava escultar algum outro ruido, além da minha consciencia.

- Eu estou aqui a quanto tempo? - perguntei, com a voz trêmula.

- Há um dia e meio. - Alice respondeu-me, monotona.

- Nossa! - não pude deixar de me surpreender - E Jacob?
- Ele teve de voltar para casa, Bella. Billy precisa dele tanto quanto você. Inclusive, ele até passou mal ontem. - dessa vez, quem me respondera, fora Charlie.

- Mas... ele está bem? - senti-me extremamente culpada por saber que Billy passara mal, enquanto Jake estava comigo aqui, no hospital. E se algo de ruim acontecesse ao seu pai?

- Está sim. Só sentiu um pouco mais de dor nas pernas.

- Ah! Que bom! - respondi, finalmente aliviada.

O quarto sucumbira a profundidade do silêncio outra vez. Alice, continuava sentada na poltrona, com o celular em mãos. Charlie, puxara uma cadeira até a beira da cama, e estava perdido em seus proprios pensamentos. E eu, continuava sendo massacrada por minha conciência. Não que eu me arrependesse de ter tentado me matar. De forma alguma. Apenas me culpava por ser tão estupida, tão inutil, ao ponto de não ter conseguido levar meu plano a diante.

Seria tudo tão mais fácil... Meus pais chorariam por mim, até mesmo se culpariam por minha fraqueza. Mas eu tinha certeza absoluta que algum dia eles superariam o fato de terem perdido sua unica filha. Os humanos podem superar perdas. Podem dar a volta por cima. O tempo, é nosso aliado, funcionando como uma borracha que apaga - ou ameniza - as feridas.

Bem, apenas, algumas feridas. Porque, existem aquelas que nunca, jamais poderão ao menos iniciar o processo de cicatrização. São feridas, que estarão sempre ali, abertas, e a cada segundo passado, a cada lembrança pensada, ou a cada gesto repetido, aumentarão ainda mais, até nos consumirem por inteiro. Sem pena. Sem chance de recuperação. Nos levando aos lugares mais obscuros da vida, nos entregando á loucura. Ao desejo do suicidio. Hoje, nesse quarto de hospital, considero-me como uma ferida ambulante, chorando lagrimas de sangue. Sem futuro. Sem alma. Sem cura.
O criador da minha ferida? O amor. O tão almejado e intenso amor.

'O amor doi'.

Nunca foram ditas palavras tão verdadeiras. O amor dói tanto, que não existe um antidoto para sua dor. O amor está cravado em mim, numa ferida que abrange cada um dos meus orgãos, cada centimetro do meu ser, em cada um dos meus pensamentos. Eu estou entregue a sua vontade. Tão submissa à ele, que tornara-se insuportavel para mim, viver. Entreguei-me, agora, à morte. Apenas desejo, que ela venha me buscar o mais depressa possivel. Sem atrasos.

O meu erro? Amar demais. Ser frágil, humana. Arrependo-me do meu erro? Não. Jamais me arrependerei por ter o amado. Por ter entregado minha alma a ele. Os melhores meses da minha vida foram ao lado dele. E eu não os trocaria por nada. Ele se foi, e eu fiquei, aqui, em pedaços sangrentos. Um dia nos encontraremos, e esse, era o unico motivo pelo qual obrigava meus pulmões a inspirarem oxigenio. O unico que eu poderia pedir, era que fosse o mais rápido possivel. Que a morte não falhasse outra vez.

Duas suavez batidas na porta, trouxeram-me para a realidade, dissipando minhas divagações sobre minha morte-vida. Era Carlisle, que me encarava com um pequeno sorriso nos lábios.

- Olá, Bella. Como está se sentindo? - perguntou, amavel.

- Bem. - menti.

- Mesmo? Você levou uma pancada muito forte na cabeça, e ficou muito tempo inconsiente. Não sente dor de cabeça? Tontura?

Carlisle era muito perspcaz, seria impossivel mentir para ele, principalmente, se for levado em consideração, o fato de eu ser uma pessima atriz.

- Bom, a minha cabeça dói um pouco. Esse PI.PI. está me matando...

Calisle sorriu.
- Vou providenciar para que abaixem, se for possivel, o volume dos bip's. - Calisle voltara a me analisar - Tem certeza que não sente nada além disso?

- Tenho sim. - respondi, tentando esboçar um sorriso.

- Ótimo. Olhe para mim. - pediu, pegando meu queixo com suas mãos gélidas.

Extremeci, quando minha pele entrou em contato com a sua. Calisle ergueu minha cabeça, para examinar meu ferimento, obrigando-me a encarar seus tão familiares olhos cor de ouro derretido. Imediatamente, seu rosto distorcera-se para as feições de seu filho primogênito. Balancei a cabeça, num gesto automatico, na tentativa de afastar o rosto angelical de minhas lembranças. Antes que minha ferida aumentasse ainda mais, - se fosse possivel. Antes que desabasse em lágrimas. A cada dia que se passava, tornava-se para mim, mais insuportavel,olhar para os rostos perfeitos dos Cullen. Eles sempre me fariam lembrar dele, de sua beleza extrema, desumana.

Calisle terminara o rápido exame antes que o previsto - devia ter percebido a minha reação, embora tivesse ligado-a com sua pele extremamente fria.

- Você está se recuperando muito bem, Bella. - constatou, afastando-se alguns passos de mim.

Eu apenas sorri fracamente.

- Quando ela poderá ir para casa, Doutor? - meu pai perguntara.

- Creio que mais tardal, depois de amanhã. Mas, caso contrario, se ela responder bem aos medicamentos, amanhã mesmo.

- Ótimo. - Charlie suspirara, claramente aliviado.

- Vou pedir as enfermeiras, que tragam-lhe algo para comer, Bella. - Calisle, disse, caminhando até a porta.

Eu apenas assenti.

- Eu não acredito nisso. - Alice disse, num sussuro tão baixo, que Charlie não conseguira escultar - nem eu teria, se não estivesse acostumada ao timbre baixo dos vampiros.
Alice fitava o nada, com uma expressão um pouco raivosa. Ela devia estar tendo uma visão não muito agradavel. Eu não tinha decidido nada de ruim. Tinha? Só havia uma coisa que ela detestava além de minhas estupidas escolhas, que poderiam deixa-la irritada: Lobisomens. Maneando a cabeça levemente, voltou ao presente. Seus labios moveram-se suavemente, sem produzir som algum. O unico que poderia ouvi-la, era Calisle, que deteve-se com a mão na maçaneta da porta. Alice devia ter lhe pedido algo. Calisle girou seu corpo, na direção de Charlie.

- Chefe Swan, porque não me acompanha até meu escritório, para acertarmos algumas pêndencias sobre a estadia de Bella no hospital?

- Claro, Doutor. Já volto, Bella. - despediu-se, afagando meu cabelo.

Esperei a porta bater, para perguntar a Alice o que tanto a incomodava.

- O que você viu, Alice?

- Nada, Bella. O nosso futuro sumiu.

Alice respondera, visivelmente com raiva. Em seguida, um pequeno - mas intenso - rugido escapara de sua garganta, enquanto seus lábios moviam-se freneticamente, praguejando algo.

- Bella! - uma voz rouca, confortavel e extremamente familiar, era fruto do dono das preocupações de Alice.

Jake encarava-me aliviado, e em segundos estava ao meu lado, abraçando-me tão forte, que eu mal conseguia respirar.

- Ah, Bella, você não sabe o susto que me deu... - disse, enquanto suas mãos enormes acariavam o meu rosto - Nunca, jamais, faça isso de novo Bella, entendeu? - disse, olhando no fundo dos meus olhos.

Eu não conseguia continuar encarando o rosto preocupado do meu amigo. Para fugir do seu olhar, afundei em seus braços quentes, confortaveis.

- Pronto, lobo. Você já viu que ela está bem. Agora, sai daqui. - Alice disse, rispida.
Jake nada respondera, apertando ainda mais o abraço. Alice batia o pé, e grunia, impaciente.

- Jacob, saia daqui. Nós temos um trato, lembra?

Quem rugira desta vez, fora Jacob. Seu corpo começara a tremer.

- Eu não estou nem aí para aquele trato idiota. Eu vou ficar aqui, com Bella.

Alice bufara.

- Ótimo. Espero que você diga o mesmo quando a ver morta.

Jacob tremia ainda mais, balançando-me consigo - ele se metaforsearia em lobo a qualquer momento. Suspirando, Jake, afrouxara o abraço, afastando-se.

- Está bem, está bem. - revirou os olhos - Bella, me prometa que não vai fazer nenhuma besteira como essa. Isso não é um pedido, é uma ordem. - ele me encarava sério, com a máscara de Sam, que eu tanto odiava.

Eu apenas assenti, sem olhar nos olhos dele.

- Se cuida, Bell's. Qualquer coisa é só chamar. - deu um beijo na minha bochecha.

- Tchau, Jake. Se cuida.

Jake, sorriu - meu sorriso preferido, que poderia iluminar uma noite fria.

- Ah, Bella. Eu sempre me cuido!

Caminhou a passadas largas e se foi, sem ao menos olhar na cara de Alice.

- Insuportavel. - bufara, outra vez - Eu não sei como você aguenta todo aquele fedo. A qualquer momento, ele ia se transformar, maxucando você. Eu não sei porque você anda com lobisomens, Bella. Já não basta vampiros? Não, mas, você tem que procurar criaturas misticas né?! Você não sabe viver longe do perigo mesmo... - Alice resmungava, a partir da sétima frase, parei de prestar atenção no que ela dizia.
Poucos minutos depois, a enfermeira batera na porta, trazendo o almoço para mim. Comi, sem vontade alguma, a pavorosa comida de hospital. Alice passou o dia inteiro ao meu lado, policiando cada movimento meu - ela foi até no banheiro comigo. Eu estava me sentido sufucada - e eu que achava que ele era superprotetor - e incrivelmente exausta.

Charlie tivera de sair, para resolver outro pequeno acidente envolvendo motos, em Forks. Fora despidir-se de mim, dizendo que não voltaria a noite.

O dia passara numa lentidão extremante tediante. Fiz no total, quatro baterias de exames. Recebi, algumas ligações preocupadas de meus amigos da escola. Angela, Jessica e Mike me ligaram, desejando melhoras, e para confirmar se a história do suicidio era verdadeira. Confirmei, é claro. E todos eles me obrigaram prometer que eu não tentaria isso novamente. Eu não queria mentir, mas eu tinha que tranquiliza-los.

Minha mãe também ligara, aos prantos, implorando para que que não repetisse minha tentativa, dizendo que era pra mim voltar para Phoenix. Mas eu não queria voltar. Por mais doloroso que fosse permanecer em Forks, onde cada parte da cidade me fariam lembrar dele, era a unica maneira de garantir para mim mesma, que ele existira, que fora real. Mesmo com toda a dor. Mesmo que cada lembrança me dilacerasse ainda mais. Eu ficaria ali. Por ele. Por mim. Por nossa história. O dificil, fora convencer Renné, que eu estava bem - fisicamente - que eu tinha amigos, e que Charlie poderia cuidar de mim. Minha mãe se tranquilizara um pouco, mas eu sabia que ela voltaria a ligar. E assim o fez, ligou a cada uma hora durante o dia, para saber como eu estava e o resultado dos exames, que não apontaram nenhuma sequela.
A chuva caia insistentemente, sem tregua. O barulho das gotas de chuva, preenchiam o eco opressor do silêncio, que reinava no quarto. Já passara da hora do crepúsculo, anunciando o fim de mais um dia solitario. Repleto de agonia e dor. E claro, as lágrimas. O encerramento de mais um dia, sem aqueles braços gélidos e ao mesmo tempo tão confortavéis, unicos em todo o mundo. Poderiam existir trilhões de vampiros sobre a face da Terra, mas nenhum seria capaz de substitui-lo. Nenhum teria uma voz tão doce quanto a sua. Nenhum saberia entoar a minha canção de ninar tão delicamente como ele. Nenhum possuiria os mesmos lábios suaves, que reproduziriam seu beijo instenso, apaixonante. Edward era unico. E estava morto.

A dor me atingira numa punhalada letal, certeira no centro do meu peito. Fora tão aguda, que um gemido escapara de minha garganta, obrigando-me, a ficar encolhida em posição fetal. Eu abraçava meus joelhos com uma força tão grande, como se eu dependesse daquela força para me manter inteira, antes que meu corpo se separasse em pedaços irrecuperaveis.

- Shii! Vai passar...Tem que passar. - Alice me consolava, aninhando-me em seu colo. Era a primeira vez que alguém assistira uma de minhas crises.

Ficamos abraçadas até que o céu ficasse totalmente negro, iluminado apenas pelas poucas estrelas solitárias. Uma enfermeira trouxera o meu jantar. Mas eu não sentia fome - um enorme coagulo formado pelos mais deprimentes sentimentos obstruia minha garganta - Alice, ao contrario do que eu esperava, não me obrigara a comer, apenas dispensou educadamente a enfermeira.

- Ah, Bella...Nós vamos conseguir superar tudo isso...- dissera, numa frustante tentativa de me acalmar.
Soluços timidos começaram a escapar de sua garganta. Alice sofria. E muito. Voltamos a nos abraçar, o quão forte nos era permitido. Meus olhos ardiam tanto, que eu mal conseguia enxergar o relógio digital, localizado na mesinha de cabeceira, ao lado da minha cama temporaria. Passava das duas da madrugada.

- Jass, não. - Alice se afastara bruscamente de mim.

Ela tinha visto algo.

- O que foi, Alice? - perguntei, preocupada.

- Jasper. Ele foi caçar, e encontrou dois alpinistas no caminho. O cheiro de um deles é apelativo demais. Eu não sei se ele irá conseguir resistir a tamanha tentação... - sua visão ficara fora de foco - Ah, Jass... Nem Emmett, nem Rosalie e Esme serão capazes de dete-lo...- suspirara - Calisle tem que ficar de plantão... - sua visão ficara perdida, outra vez - Ele irá se arrepender depois... Eu sou a unica que poderei fazer algo...

Eu observava Alice, perplexa, enquanto ela tentava encontrar uma maneira de impedir que Jasper sofresse por um ato impensado. Alice estava paralisada no meio do quarto. Ora sua visão ficava nublada, distante; ora ela voltava para o presente e me encarava, aturdida. Subtamente, - numa ação que demorara menos de um segundo para acontecer - ela estava ao meu lado, segurando ternamente minhas mãos.

Ela havia tomado sua decisão.

- Ouça, Bella. Jasper precisa de mim, tanto quanto eu preciso cuidar de você. Eu irei encontra-lo, mas ficarei de olho em cada gesto que você pensar em fazer, antes mesmo de decidir faze-lo. Calisle estará com o celular em mãos, pronto para te acudir, ao primeiro toque meu. Bella, me prometa, jure pelo que lhe é mais sagrado, que não irá fazer nenhuma besteira como aquela. Por favor.

- Eu prometo, Alice. - minhas palavras eram sinceras - Pode partir tranquila. - tentei convence-la com algo parecido com um sorriso.
- Obrigada, Bella. - sorriu, aliviada - Voltarei assim que puder. Boa noite!

- Boa sorte.

Nos despedimos e ela partira, tranquila, com minha promessa - ela havia feito questão de verificar o meu futuro dezenas de vezes antes de partir. Mas temerosa, quanto ao futuro de Jasper.

Minha promessa fora sincera. Apenas seria mais fácil de cumpri-la, se minha mente colaborasse, deixando de enviar lembranças que queimavam as bordas da minha ferida. E se não fosse pedir muito, uma boa dose de sono, seria algo perfeito, para evitar os pensamentos suicidas. E claro, a dor.

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Notas finais do capítulo

Ok, capitulo no muito emocionante, mas de um certo jeito importante, de qualquer forma 'HAHAA
Por favor, comentem ;*