Acordei um bagaço, parece que fiquei resfriada, nem pensar direito eu conseguia. O que já era surpreendente com todos os acontecidos.

Juro que não entendo qual é a dos garotos que me rodeiam. Vejamos:

Dylan: um tremendo babaca, idiota que eu amei por 2 anos, e que me arrependo profundamente hoje em dia.

Sandro: um amigo totalmente importante da minha vida, que me ajudou quando mais precisei e que não me deixa na mão. E que eu penso estar gostando. Porém, há um segredinho que ele cisma em não me contar

Bernardo: meu primo, que mudou pacas desde a ultima vez que o vi. Continua o mesmo pirralho, mas o pirralho tá gato. E me deixou arrepiada ontem com aqueles beijos no meu pescoço.

Então, alguma sugestão do que eu tenho que fazer?

O Sandro é o mais normal dos três.

E o Dylan, quero que ele se exploda.

Meu primo, ele tá me tirando dos nervos mas sabe mexer comigo. Como um garoto de 16 anos consegue fazer isso? Como?

Desci as escadas procurando minha mãe e a achei na cozinha com o Bernardo grudado nela querendo comida. Que esfomeado, credo! Vai acabar com a comida daqui de casa e é bom que ele não tenha comido meu precioso chocolate, eu os devoro só nos dias de cólica, nas quais eu mal levanto da cama de dor.

- Mãe, posso faltar o colégio hoje? Não tô me sentindo bem

- O que tá sentindo? - se eu não tô me sentindo bem, chegue a conclusão que estou doente, certo?

- Dor de cabeça e no corpo, acho que tô resfriada

- Tudo bem, vai pro sofá que eu levo algo pra você comer

- Valeu mãe

Fui pro sofá e me joguei nele, deitei onde o Bê tinha dormido e me tampei com o lençol que ele usava. Que perfume bom! Ele é cheiroso! pensei.

Eu tava de top e shortinho de novo e vi o Bernardo vindo se sentar comigo no sofá

- Você tá bem?

- Eu pareço bem?

- Para de ser grossa - Eu tô doente, que saco!

- Então para de ser lerdo.

- Se eu sou lerdo, você é a grosseria em pessoa.

- Só não te dou um estabefe porque tô muito fraca.

- Você tá com febre - disse, colocando a mão na minha testa.

- Virou médico agora?

- Só estou preocupado com você.

- Tudo bem, desculpe.

- Tá beleza. Tô acustumado com sua delicadeza. - o olhei com desprezo, ele tentava ser fofo mas não conseguia, o que me chamava atenção, porque vejamos, ele é fofo

- Pede pra minha mãe remédio pra dor de cabeça?

- Tá, perai.

- Valeu

***

Não sei o quanto eu dormi, mas quando acordei eu ainda estava no sofá e o Bê dormia no sofá ao lado. Me levantei pra ir ao banheiro e passei por ele, o olhei e ele dormia com uma calma serena, que achei uma graça. Era tão desconfortável a situação que eu estava ali, eu tava achando meu primo fofo e uma graça? Só posso tá ficando maluca!

Antes que eu fizesse alguma besteira, fui ao banheiro. Depois subi pro meu quarto, era melhor não acorda na sala junto com ele. Me deitei e dormi até o dia seguinte, sorte que era sábado.

****

Nossa, estou melhor. Bom, não tanto, mas bem mais disposta que ontem.

- Bom dia filha - falou minha mãe quando me encontrava ao pé da escada

- Bom dia mãe. Vai sair? - perguntei, a vendo toda arrumada

- Tenho um caso pra resolver, eu não volto tarde, está bem? - falou, me dando um beijo - Qualquer coisa você me liga entendeu? Eu saio de lá e venho pra casa rapidinho.

- Tudo bem. Bom trabalho

- Obrigada. Deixei o café na mesa.

- Tá. Tchau

- Tchau

Fui pra cozinha e tomei meu café. Ouvi passos atrás de mim e deduzi que fosse o Bê.

- Bom dia, está melhor? - perguntou, entrando na cozinha e pegando o café

- Bom dia. Tô sim

- Bora sair hoje? Se você tiver boa pra sair

- Sair? Pra onde quer ir?

- Talvez alguma boate

- Haha, tem que ver se é permitida a entrada de crianças - falei e comecei a rir na cara dele

Ele se levantou e veio na minha direção, antes que eu o empurrasse sua boca encostou na minha. Sua lingua invadia minha boca, pedindo passagem, no começo eu resisti, mas não sei o que deu em mim, talvez fogo (!!) que abri minha boca permitindo a passagem de sua lingua. Começamos a nos beijar e sua mão apertava minha cintura, eu arfava. Agarrei seus cabelo o puxando mais pra mim. Seus braços me levantaram e sentei na pia, ele se colocou entre minhas pernas, as apertando.

Meu coração batia forte mas, QUE DIABOS EU ESTAVA FAZENDO?

O empurrei e ele se chocou com a mesa ( minha mesa era aquela tipo cozinha americana, minha mãe quis isso até conseguir fazer).

- O que você pensa que está fazendo?! - perguntei, saindo de cima da pia

- Ah não me vem com essa, você bem que gostou - respondeu, se aproximando de mim

- Não! Fique onde está. Você é maluco, não se aproxime mais de mim - disse isso e sai da cozinha subindo pro meu quarto

Meu deus, o que eu estava fazendo? Ele é meu primo. Não posso fazer isso, o que minha mãe, ou minha tia falariam.

Mas.. ele beija bem. E tem uma pegada. Não! Acorda Juliana, volta pra Terra.

Fui tomar um banho pra esfriar a cabeça. Eu tinha que sair de casa.

****

Me encontro em minha casa da árvore, único lugar que poderia ficar sozinha pra organizar meus pensamentos.

O que eu tinha feito ainda pouco com meu primo me atormentava, eu não devia ter sedido o beijo dele, mas não sei o que houve, eu queria, eu.. quis beijá-lo. Eu quis!

- Julianaaaa - Mas quem é o infeliz que veio me pertubar?

- Quem é?

- É o Sandro. Posso subir?

Joguei a escada pra ele e ele subiu

- Você está bem? Não foi ao colégio ontem por que? - foi despejando um bando de pergunta pra cima de mim - É por causa do ..

- Não! Não tem nada a ver com o Dylan, eu fiquei doente

- Doente? O que você teve? - perguntou enquanto eu me deitava nas almofadas

- Sei lá, acorda indisposta, mas tô melhor. E você? Como tá o clima lá?

- Se quer saber do olho dele, está parecendo uma beterraba - HAHAHA, eu ri com essa

- Bela descrição! Fora isso, alguma coisa?

- Bom, os amigos se afastaram um pouco dele, talvez pelo que você falou

- Como assim? - sentei interessada no que ele dizia

- É que, os que te conhecem, sabem que você pode ser estressada e um pouco grossa e briguenta, mas nunca foi mentirosa - sorri com o que ele disse

- Que bom, fico feliz de acharem isso tudo de mim

- Haha, você sabe que põe medo em algumas pessoas com esse jeito de durona que não se abala com nada. Mas você devia mostrar a Ju meiga e carinhosa pra eles também?

- Meiga e carinhosa? Desde quando sou assim?

- Comigo você é

- Com você é diferente