POV Juliana

Isso foi uma merda mas aceitem!

Amanheci, chamando por Gabi. Precisava das ajuda de todos. Tooooodos!

- Mãe relaxa, você vai se casar, e não pro matadouro - falou Gabi, revirando os olhos. Estávamos no meu quarto e eu me arrumava. Daqui a 2 horas eu estaria andando pelo gramado da casa, onde foi tecnicamente organizado para celebrar minha união com o Bê. Isso foi tão filosófico que até eu me surpreendi.

- Calma tia, você indo nua o Bê casa com você - disse Alice, rindo da própria piada, sendo acompanhada por Gabi, e até por Otavio, que soltava gritinhos.

- Tudo bem, mas teremos convidados - disse, rindo também. Meu vestido se baseava num pano branco, que ia até o pé (!), tomara que caia, não tinha muito brilho, era simples, eu o escolhi assim e porque eu não casaria numa igreja.

- Ahn, mão, acho que ta quase na hora.

- Não Gabi, a cerimônia é só as 17h.

- São 16: 30. - ela disse me olhando como se eu fosse uma tapada. Como passou rápido, deus!!

- Ai sério? Ai meu deus!

- Ih, calma. Você já fez isso uma vez. Para de drama.

- Deixa ela Gabi, é normal ficar nervosa mesmo se casando dezenas de vezes - disse Alice. Gabi lhe deu língua e riram.

- Tudo bem, como você gosta de novela mãe... Toma - ela pegou um buque lindo de rosas de dentro do armário. - Eu não acredito que você não viu, é cega mesmo então... Bom pra mim.

- Você que fez?

- Eu comprei. Presente.

- Pra jogar pro alto e alguém pegar - disse Alice.

- Ou, fica quieta, é um dos presentes.

- Tem mais? - perguntei.

- Aqui - ela tirou a pulseira que estava em seu pulso e me deu.

- Mas é sua.

- Não bobona, eu coloquei em mim pra não perder e, por que você ia pensar que era minha mesmo, como pensou.

- Que linda filha, obrigada. - a pulseira era de ouro e continha dois pingentes. Uma letra G e uma letra O. Gabriela e Otavio. Senti que ia chorar mas me controlei, não podia borrar a maquiagem.

Suspirei fundo e sai do quarto, ouvi o burburinho das pessoas que me esperavam. Aparecei na porta da cozinha e os vi se levantar, não vi ninguém, me concentrei apenas em meu futuro marido, que sorria ao me ver caminhar pelo tapete vermelho. Gabi e Alice vinham atrás de mim, perfeitas daminhas de honra. Gabriela segurava Otavio no colo, e Alice vinha com as alianças.

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Aquele momento era nosso, como tantos outros. Com o passar dos dias, das horas e dos segundos eu me apaixono cada vez mais pelo bê, e posso assegurar-lhes que sim, o amor entre primos existe. E por ser diferente como o nosso, prevalece entre outros tantos, se destacando e se tornando tão valioso quanto outros amores que vemos por ai.

Podemos ter nos afastados, podemos ter tido brigas e até renunciado o amor que tanto cuidamos agora mas, com nosso jeitinho, com nosso afeto e consideração... O amor que antes víamos perdido, foi encontrado e, agora, guardado e protegido, como deveria ter sido feito. Afinal, nosso amor era, é e será sempre diferente e especial.