A brisa fresca de Paris não combinava nada com a tarde quente por causa da semana de moda, então estava com todas as janelas abertas. Da janela do escritório mais conhecido como a minha sala, eu conseguia ver uma pequena ruazinha e uma praça. Meus olhos não vagaram muito por ali, temendo ver algo que os faria nunca mais fechar, porque eu trabalhava tanto que mal conseguia dormir direito ultimamente. Foi então que eu avistei um menino de cabelos castanhos de olhos esverdeados. E então o meu coração inflou, meus olhos lacrimejaram e minha mente, cansada de do trabalho extra que eu a fazia suportar para não sentir saudades, viu no desconhecido alguém que meu coração enterrara há muito para não se esquecer, e sim conservar. Tommy, eu suspirei. Mas sabia que era a minha mente pregando mentiras de novo, porque com uma segunda olhada tudo que eu vi foi um rosto desconhecido e genérico acendendo um cigarro. Meu coração foi estourado com um prego da minha consciência e minha mente que estava lenta voltou a funcionar. E com um último olhar sobre o homem da rua, eu fechei a janela e os meus olhos, quando notei, entorpecida, que estava chorando lágrimas de saudade que com seu gosto agridoce azedavam minha tarde.