Rumando entre Marés escrita por Catherine


Capítulo 7
7 - O Submundo é uma droga com D maiusculo!




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           Encarei Annabeth com a testa franzia em dúvida enquanto agarrava o braço de Nico e Natasha se despedia dele ao mesmo tempo que Percy também lhe agarrava no outro braço.

 

           - bem, então o plano por agora é o Nico levá-los ao Submundo enquanto nós montamos acampamento e esperamos que ele volte, depois disso estão por vossa conta okay ? – nós balançamos a cabeça quando Annabeth falou, mas algo me disse que isto ia correr realmente mal. Talvez porque o meu jantar fora lasanha e haviam sérias hipóteses que a fosse vomitar na terra de Hades ...

 

           - segurem-se bem – disse o filho do senhor dos mortos enquanto eu apertava mais o seu braço e viajámos pelas sombras. Tenho que dizer a verdade, a primeira coisa que fiz ao colocar os meus pés no Hades foi virar-me para o lado e vomitar, infelizmente, só depois que o fiz reparei nuns brilhantes sapatos pretos, agora cobertos com a minha lasanha. Elevei o olhar lentamente e encarei uns olhos negros que me olhavam curiosos e certamente com raiva. Notei o quão parecido era com Nico e engasguei-me enquanto tentava inutilmente limpar-lhe os sapatos com lenços de papel que havia puxado de dentro da mala.

 

           - certo, não contava com isto, mas sem problema – disse Hades enquanto estalava os dedos e trocava os sapatos sujos de lasanha por umas botas do estilo cowboy de cabedal. Dei um suspiro meio irritado meio aliviado. A droga do deus podia ter dito antes que conseguia trocar de roupa com um estalar de dedos antes de eu gastar mais de metade do meu pacote de lenços – então o que vos trás aos meus domínios ? – perguntou olhando de mim para Percy que apenas o encarou de volta, enquanto Nico encolhia os ombros e se jogava na poltrona de seu pai como se nada se passasse.

 

           - bem, estamos á procura da pérola de .. – comecei por falar, mas Hades interrompeu de imediato com uma gargalhada.

 

           - boa sorte em encontrá-la, nem eu faço ideia onde está – respondeu sentando-se ao lado de Nico na outra poltrona livre. Vi o Percy a morder o lábio, e a única coisa que fiz antes de deixar a sala de Hades foi dizer maldito filho da mãe antes de jogar a água da fonte na sua cabeça. Claro, depois disso o que mais fizemos foi correr para fora do palácio como uns doidos com esperança que não viesse atrás de nós, e se o fizesse, podia sempre dizer que fora o Percy .. qual é, ele também controla a água não é? Acho que a lista de deuses que me odeiam vai crescendo dia a dia.

 

           Depois de caminharmos cerca de meia hora em silêncio começava a ser estranho, e tive que começar a pensar numa maneira de passar tempo, nada, nada me vinha á cabeça a não ser tropeçar na porcaria da pérola por milagre e voltar para casa. De certo, o Submundo era uma droga, principalmente com todas as almas de um lado para o outro, era assustador. No momento estávamos a passear pelos campos Elísios, onde todos os heróis poderiam descansar até escolher beber do rio Lete e reencarnar ou permanecer lá para sempre. Não era tão sombrio quanto o resto do Submundo, era até de certa forma ... agradável, no seu sentido. Quando mais caminhávamos mais escuro se ia tornando, e antes que Percy dissesse alguma coisa, senti o chão sobre os meus pés ruir enquanto eu caía num buraco inibido de luz e o ouvia gritar o meu nome do alto.

           Levantei-me e olhei em redor, era aterrador e bastante escuro. As árvores praticamente estavam sem vida, o chão era uma poeira cinzenta escura e o ar era apenas respirável por mera sorte. Andei ao redor durante alguns minutos até que avistei um chalé roxo escuro no meio do nada e mesmo com algum receio, abri a porta e entrei. Haviam prateleiras com frascos de várias cores por todos os lados, e quanto me encostei e ia deixando cair um frasco branco transparente, e a mão uma esbranquiçada de uma mulher agarrou-o saindo da escuridão. Parei de respirar durante segundos enquanto a encarava e ela me encarava a mim, tinha os olhos violeta e os cabelos eram castanhos encaracolados. O vestido, claramente um clássico grego, era longo e de um rosa desbotado, ela sorriu enquanto fazia sinal e uma cadeira aparecia do nada para que eu me sentasse. Senti-me inclinada a rejeitar, mas podia ver que ela não era ninguém normal a quem gostasse de provocar.

 

           - tens que ter cuidado com o que partes, aquele frasco continha uma poção de esquecimento feita com água do rio Lete – explicou-me enquanto fazia uma mesa de madeira e algum chá aparecer entre nós, espero que não seja um cházinho de cogumelos .. – não costumo ter visitas, se não eu mesma tinha preparado alguma coisa e dado uma arrumação no chalé, tenho que admitir que tens coragem em vir aqui a baixo, filha de Oceanus – concluiu com um meio sorriso enquanto servia o chá a ambas. Só então pareceu se lembrar de algo – acho que não me apresentei direito, sou Hécate, de certo ouviste falar de mim – olhei para a mulher na minha frente antes de levar o chá aos lábios. Estava quente, e tinha um doce sabor de menta. Claro que tinha ouvido falar de Hécate, na ultima guerra, a deusa menor da bruxaria havia ficado no lado de Cronos contra os Olimpianos, assim como meu pai – mesmo que sejas filha de uma mortal, creio não haver problema uma vez que és filha do grande titã Oceanus – riu – ele foi de grande ajuda a Cronos na ultima guerra, apesar de termos perdido para os deuses, a culpa foi daquele maldito Perseus Jackson, filho de Poseidon – vi-a franzir a testa irritada mas relaxar de imediato e dei por mim a pensar o quão grata estava por Percy não ter caído junto comigo – mas deixando isso de lado, o que fazes aqui? – olhei por ela surpresa.

 

           - aqui, como aqui? – perguntei querendo saber exactamente onde estava. Ela deu uma gargalhada sonora antes de um homem de olhos dourados aparecer ao seu lado, com seus cabelos pretos e postura arrogante.

 

           - ora, no Tártaro pequena meia-titã – a voz dele era cruel e assustadora, engoli em seco enquanto assimilava o lugar onde estava e os encarava aos dois. Demorei algum tempo a perceber quem era o homem de olhos dourados, mas após uns segundos, deixou de haver dúvidas, aquele era Cronos, tinha certeza. Levantei-me da cadeira e respirei fundo antes de responder.

 

           - procuro a pérola de Nereu é claro – eles entreolharam-se e soltaram uma gargalhada sonora. O titã do tempo ordenou a Hécate que deixasse o chalé e sentou-se na mesa, fazendo aparecer uma outra chávena e servindo-se do chá enquanto me encarava com um sorriso torto.

 

           - Hipérion escondeu-a no rio Flegetonte, a menos que sejas imune ao fogo, não te recomendo aproximar – riu antes de bebericar no chá. Eu congelei no lugar lembrando-me do que dizia a minha profecia. Rumando no rio de fogo te perderás. Era isso, o rio Flegetonte, que cruzava o Tártaro, droga como fui idiota, esta era uma missão suicida desde o inicio! Só então me dei conta de algo ainda mais estranho.

 

            - porque me estás a ajudar? – o titã riu enquanto bebia o resto do chá em sua chávena e se levantava desaparecendo numa poeira dourada. Senti o meu corpo tremer enquanto ouvia a gargalhada cruel que tinha e enquanto suas palavras ecoavam dentro da minha mente.

 

            - porque algo maior virá filha de Oceanus, e será divertido de ver o que os Olimpianos farão quando ele aparecer – o que quer que ele quisesse dizer com aquilo, esperava que não fosse realmente tão ruim quanto parecia. Droga, eu esperava realmente que não me fosse prejudicar depois de tudo isto.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capitulo pessoal ! :D
Vou ficar uma semana ou assim sem posta '__' a minha net tem um problema (só liga quando quer xD) e vamos mandá-la para a loja pó arranjo TT^TT vou ter tantas saudades das vossas fic's! Beijos, Ja ne! :D