Barulhento Silêncio escrita por Dark_Hina


Capítulo 10
Final (Parte 2)


Notas iniciais do capítulo

Esse tempo todo e a fic termina hoje!
Eu sei, eu sei, parecia até que tinha abandonado...
Mas consegui fazer esse final que não saia.
OBRIGADA DO FUNDO DO CORAÇÃO A TODOS!!!
Os que leram, comentaram, acompanharam meu: MUITO OBRIGADA!!!!
(Mesmo não devendo, sou obrigada a direcionar um outro Muito Obrigada a Lety, até porque eu não teria começado essa fic sem ela, muito menos acabado. Obrigada por todo o apoio!)



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O perito já estava cansado de perambular pela cidade e não achar nenhum sinal de Sara, acima de tudo, estava preocupado. Procurou em seu apartamento, ligou para o laboratório, já tinha andado por todos os bares, restaurantes e boates que Sara frequentava em suas noites de depravação ao lado do álcool e nada, nenhum sinal de existência.

Grissom começou a puxar pela memória todos os lugares que ela já tinha comentando, todos os que normalmente ela lhe chamaria para sair e ele negaria... Já tinha ido a todos.

Estava tão debilitado emocionalmente que não percebeu a trajetória do seu caminho. Ele exalou com força quando voltou a si após ver uma placa de transito apontando sua direção, mostrando que sua rota lhe levaria para fora de Vegas.

Ele não parou nem mudou a rota do carro, talvez fosse isso mesmo que precisasse: ir embora largando tudo e ninguém ter mais notícias dele. Deixar todos os problemas e recomeçar em outro lugar.

Por um momento pensou que Sara tivesse feito isso, mas seria muito precipitado até para ela, por mais que não fosse ilógico. Toda aquela agitação, as pessoas, as confusões, o trabalho... Ele... Eventualmente, qualquer pessoa poderia precisar apenas de paz. Talvez fosse isso, uma sede incontrolável por paz...

Mas, repensando direito seus devaneios, fugir aliviaria a situação apenas inicialmente, logo ela teria a culpa como carrasco, e isso ele bem sabia que Sara não precisava.

De carrasco, já bastava ele próprio em sua vida.

A ele poderia ser dedicado todos os seus problemas, afinal ela só estava dando o mérito a seu feitor. Ela tem consciência disso e esse não seria o pior momento que passaram, se ela quisesse realmente ir embora poderia ser um acúmulo de pequenos e incômodos eventos.

Surgiu uma luz na mente de Grissom... Iria fazer uma linha de pensamento dos locais que possivelmente Sara se sentira em paz, tranquila... Se ela não fugiu, ela procurou paz, fazia sentido, certo?

Mas quais diabos seriam esses lugares?

Pensou em reservas ecológicas... Não estariam fechadas.

Tentou se lembrar dos parques que ela frequentava, percebeu que todos ficavam próximos aos lugares que já tinha ido.

Tinha um lugar a mais que ele sabia da existência, infelizmente não se lembrava... Por que não prestou só um pouco de atenção nas propostas dela?

A baixa velocidade que possuía o carro lhe dava boa visão da estrada, mesmo com a infernal chuva que fazia questão de molhar o para-brisa e lhe desconcentrar.

Após a palavra concentração lhe aparecer vagamente no nada de seus pensamos, recordou-se que naquela área do deserto havia uma linda vista para o céu, porém com aquela chuva não se podia ver a noite estrelada, se a visse, com certeza se acalmaria e pensaria melhor, afinal, Sara havia lhe falado desse local para que quando estivesse preocupado com algo fosse ver o céu e se acalmar, colocar os pensamentos em ordem...

Ele não pensou duas vezes, em um movimento jogou o volante para o lado do caminho que adentrava, fazendo o carro desviar da rota reta e entrar na trilha, sem nem considerar que poderia capotar com o movimento brusco sobre as rodas do denali.

Dirigiu por alguns instantes até ver o carro de Sara, uma grande área com lama em volta e ela sentada em uma pedra de costas para ele sendo molhada pela chuva em cima de uma elevação de terra.

Nesse momento ele respirou aliviado, desceu do carro se molhando na chuva e gritando o nome que lotava todos os seus sentimentos e pensamentos no momento.

—Sara! - Ele gritou. Ela não respondeu, nem se quer se mexeu. —Sara! -Voltou a gritar. Nada. -Sara! – Os piores pensamentos cobriram Grissom ao não vê-la responder, olhou para os bancos traseiros do carro de Brass e viu uma capa de plástico, não seria um agasalho, mas pelo  menos impediria que a água lhe molhasse ainda mais.

Ele foi subindo com muita dificuldade, sua idade se revelava brutalmente a cada passada. Chegou ofegante a ela, que se tremia debaixo da água fria, ele se aproximou devagar e colocou a capa sobre ela lhe dando um susto de início. Grissom sentou ao lado dela na pedra e ninguém disse nada.

Ela envolveu um pouco mais a capa sobre seus braços e abaixou o olhar para chão.

—Você não vai dizer nada? Perguntar? Explicar?

—Grissom “os ‘porquês’ são dispensáveis quando se conhece os ‘como’ e isso você já sabe”. Não há necessidade de nada ser dito. – Ele balançou a cabeça de forma positiva.

—Você quer que eu vá embora?- Ela balançou a cabeça de forma negativa sem desviar seu olhar. -Pelo menos por hoje eu queria pensar que você se importa comigo e não com sua perita. – Ela encostou sua cabeça no ombro de Grissom. Ele arqueou as sobrancelhas, então era realmente assim que sua imagem havia ficado com o passar de todos aqueles anos? Um chefe seco somente preocupado com o desenvolvimento dos trabalhos de seus peritos. Ele praticamente descreveu o Eclkie quando supervisionava o turno do dia. Sentiu-se enojado.

—Sara... –Ele falou com um fio de voz, circundando as costas dela com seu braço, fazendo a cabeça dela cair na curva se seu pescoço. Ele lhe beijou na cabeça sentindo o aroma gostoso do cabelo dela e deixou sua cabeça se apoiar nela. Sara abraçou-lhe pela cintura, a capa de plástico caiu e ela se encolheu nas roupas molhadas de Grissom. Aquela era uma maneira eficiente de ambos ficarem aquecidos do frio. –Desculpa... - Ela pediu baixo.

Sara olhou para cima, e quando viu o rosto de Grissom de perto, se deparou com um ferimento no canto da boca.

—O que aconteceu? – Não era comum Grissom se machucar e quando acontecia ele fazia de tudo para ninguém saber.

—Eu conversei com seu amigo Hank.

—Conversou ou se estapeou? - Ela perguntou arqueando uma das sobrancelhas.

—Ele apenas estava irritado... – Sara se aconchegou um pouco mais em Grissom e sorriu.

—Ele te bateu antes ou depois de você perguntar onde eu estava?

—Antes. – Ele disse um um pouco envergonhado e os dois esboçaram discretos sorrisos. -Você está gostando de escutar isso, não é mesmo?

—Estaria mentido se disse que não. - Ela não teve problema em admitir. - Brass o levou para casa?

—Eles ficaram conversando. - Grissom franziu o cenho se tocando da pergunta, curioso com a intuição da mulher em seus braços. -Como você sabe que Brass estava lá?

—Grissom!? Estamos falando de um momento antes de você vir me procurar. Você quer mesmo que eu pense que a ideia de estar aqui foi por sua livre e espontânea vontade? – Grissom exalou com força.

—Pelo menos a planta você sabe que fui eu que mandei sem a opinião de Brass?

—Sei sim, isso eu tive certeza.

—Hãm?

—Brass nunca teria deixado você mandar uma planta. – Ele balança a cabeça de forma negativa. Porque ela é a única mulher que desconfiava do seu potencial romântico? Vieram duas respostas a sua mente: primeira, porque ela era Sara Sidle, segunda, porque ela era a única mulher que realmente lhe interessou e ele nunca percebeu, coisa que um romântico competente saberia lidar com bem menos trabalho. -Brass nunca se lembraria que você gosta de vegetação. – Ele retrucou lhe arranco uma risada. A chuva estava diminuindo. –Você sabe que estamos no meio do nada, tomando banho de chuva na madrugada?

—Sim eu sei, e peço desculpas, você deve estar cansado passou o dia trabalhando.

—Sim, e que dia.

—Era o parricídio? O que aconteceu afinal?

—O pai trai a mãe, a outra cansa de ser amante e vai falar com o filho. Ele fica perturbado. A mãe chega em casa. Ele com raiva pega a arma e tenta atirar na mãe. Ele acerta no chão da sala, mais a amante vê a chance de acabar de vez com a sua rival e atira pensando que não descobriríamos já que o filho confessaria o crime. Foi bom você não ter participado desse caso, ela deu um verdadeiro banho de saliva na Catherine e na Sophia.

—Como assim “banho de saliva”?

—Ela começou a cuspir nas duas, saiu às tapas com Sophia, quando chegamos ao apartamento da dela tivemos que ceda-la.

—Nossa! Que caso hein? Qual era o problema da esposa para o marido ficar com outra? Gastava demais? Briguenta? Ciumenta? Sobrepeso?

—Nenhum, ele apenas não se conformou com o que tinha e nunca percebeu que o que tinha era suficiente. E agora ele chora arrependido.

—Como é?

—Sim, ele ficou arrasado com a morte da mulher.

—A maioria dos homens nunca ficam satisfeitos com o que tem. E você Grissom? você ficaria conformado só com uma mulher?

—Hãm?

—É, se um dia você se casasse você iria procurar na rua felicidade?

—Hm... Eu acho que você está passando muito tempo com a Catherine.

—Não respondeu minha pergunta.

—Não.

—"Não" o que?

—Minha resposta é não, se eu chegasse um dia a me casar com certeza seria com uma pessoa que eu sabia que me daria a felicidade que eu procuro, sem falar que na minha mãe me ensinou que só se tem felicidade dentro de casa, não fora. – Os dois ficaram em silêncio. Sara se mal disse em pensamento pela pergunta que fez. E como nos momentos "cite sua fonte" era a vez dela responder e Grissom faria questão de ouvir essa resposta. - E você? - Ele jogou a pergunta de volta.

—Hoje eu fui tentar procurar nos braços de outra pessoa a felicidade que alguém me negava. Eu percebi que eu por mais que eu procure ninguém nunca poderá me dar os sorrisos e os bons momentos que aquela pessoa me dá. Ninguém chegará nem a seus pés. Se eu me casasse com essa pessoa, não precisaria buscar nada em ninguém, tudo que eu espero em um homem vejo nele e ele sabe disso. Se eu me casasse com outro, talvez eu traísse, o que eu preciso só essa pessoa tem e mesmo que eu procurasse em cem homens nunca acharia o que nela eu encontro sem procurar.

Os dois não perceberam que sua conversa se estendeu por toda a madrugada. Quando Sara terminou de falar, só nessa hora, viram a que a chuva já passou e se tocaram que o sol estava raiando em lentidão a sua frente. Ambos se desencostaram e cada um ficou olhando para a paisagem de um novo dia que se projetava a diante.

Como por instinto de final em todos os contos de fadas aonde o bem vence o mal, no caso, aonde o amor venceu a insegurança e o medos, eles se entreolhavam, aproximando suas bocas e saboreando nos lábios dos outros o sentimento de realização pessoal.

Como aquele dia que nascia, ambos renasciam da morte espiritual à despedaçada e conturbada relação de sentimentos e pensamentos da rejeição.

Não, não vou escrever agora "E eles viveram felizes para sempre". Isso não existe na vida real. A única coisa que posso dizer com certeza é que: se assumindo ou não, os dois sabiam e entendiam o que sentiam e isso já era bastante para darem um passo inicial para suas vidas juntos.

Por hoje a serenidade que um fornecia ao outro era o bastante. Pelo agora, o barulhento silêncio que assombrava a cabeça de Grissom não lhe deixando em paz com a quietude do nada havia passado e em seu lugar surgia um barulho alegre e cheio de vida motivado pelo amor que ressoava com nome de Sara por seus pensamentos lhe tornando algo melhor.


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Notas finais do capítulo

É ficou grande né??
Tudo bem, você me perdoam!
GENTE OBRIGADA MESMO!!
Espero que tenham gostado tando de ler a fic como eu de escrevê-la.
E agente se encontra nas fic da vida, eu escrevendo e vocês lendo ou vice-versa.

Kiss ~Dark_Hina



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