Sophia - a Filha do Presidente escrita por Camila_santos


Capítulo 21
Somos eu, meus pensamentos e o mar.




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Os dias estavam passando depressa, ainda mais com tanta coisa a se ver. Meus pais, Nancy, e Lucy todos os dias ligavam e eu tinha de contar todas as novidades, que não eram poucas.

As fotos que alguns paparazzi tiraram minha, corriam na internet, mais eu não estava nem ai. Eu não ia deixar de sair do hotel por causa disso.

O hotel é de luxo, a piscina é ótima, mas não troco nunca a praia pela piscina. Eu estou até morena. Como não tem a Primeira Dama para me regular aqui, eu uso roupas jeans e shorts. E isso é muito bom. Os seguranças me acompanham em todos os lugares, mas eu sempre uso a técnica que tia Desy me ensinou, a de fazê-los pagar mico, como aquele dia que eles entraram com a gente numa loja de lingerie. Falando na Tia Desiré, eu tive que tirar várias fotos e mandar para ela, ela me exigiu isso. E é claro que o que não falta aqui é lugar de tirar foto, ela ficou morrendo de vontade de conhecer o Brasil e disse que logo quer ver de perto esse país tropical, que cá entre nós não dá vontade de ir embora.

Já fui ao Pão de açúcar, a vista é perfeita. No Cristo Redentor, eu entrei lá, é uma escadaria, mas vale à pena. Fomos a varias praias. Fomos a Ipanema, Leblon e Búzios. Emily fica boba em todos esses lugares que ela vai. Ela está feito camarão e a todo o momento quer ir à praia.

Eu bem que queria fazer uma visitinha a outros estados do Brasil, pois pelo que já li, tem muitas novidades em outros estados também. Mas fazer o que né, o Sr. Presidente não quer.

Emily numa hora dessas deve estar deitada, ela deita cedo, para dormir mais e aproveitar melhor o dia seguinte. Eu gosto de ficar na janela vendo o mar à noite, é tão lindo. Mas hoje quis inovar. Eu aproveitei que todos estão em seus aposentos descansando e resolvi vim ver de perto o mar à noite. Foi difícil escapar das recepcionistas, mas eu consegui. Falei um tanto de coisa e ela me deixou sair. Estranho né, eu já tenho quase dezoito anos e tenho que pedir permissão até para atravessar a rua. Fazer o que? Eu não sou normal.

Nesse momento estou vendo o vai e vem das ondas. Isso é lindo! Dá uma paz. A praia está vazia. Talvez eu até esteja correndo risco de ficar aqui só. Mas riscos me mostram que estou viva. E pela primeira vez na vida estou só. Somos eu, meus pensamentos e o mar.

-Não é bom ficar sozinha aqui. –Uma voz falou atrás de mim e eu me arrepiei toda. Oh céus! Alguém para estragar meu momento ‘MAR’.

-Pelo amor de Deus, se for paparazzi, não estraga meu momento. Eu nunca fiquei só, me ajude nessa, se quiser tire foto de longe, mas não me atrapalhe. –Pedi em português, sem olhar para trás.

-Paparazzo é? –Ele riu, pela voz parecia ser um homem.

-Já sei, a recepcionista mandou me vigiar né?

-Não encontrei com nenhuma recepcionista. –Ele disse.

-Odeio esses seguranças! –Murmurei em inglês.

-O que?

-Odeio que me vigiem! –Gritei em português, enquanto ficava de pé ainda virada para o mar, sem olhar a cara do tal homem.

-A praia é publica!

-Eu sei! Mas sei também que está aqui para me vigiar. Para acabar com meu momento ‘ Eu, pensamentos e mar’.

-Hãn? Você é doida?

-Quem é você para me chamar de doida? –Falei brava andando de um lado para o outro. –Olha que eu mando meu pai te despedir.

-Estou de férias. –Ele riu.

-Ae? Só porque veio para praia a serviço, está achando que é férias? –Falei brava enquanto virava para encarar o suposto segurança. E sabe quando a gente sobre aquele impacto? Pois é eu sofri um da cabeça aos pés.

Ele não disse nada, só sorriu. Talvez ele soubesse quem eu sou, talvez não.

-Me desculpe achei que era um de meus seguranças! –Falei sem graça fitando o chão.

-Sem problemas. –Ele riu, ele tinha uma risada divertida que me fazia sentir bem. O analisei mesmo assim para ver se não tinha nenhuma câmera escondida, mas não, era só um cara comum com roupas comuns curtindo a praia.

-Err. Eu vou entrar agora. –Falei sem graça.

-Ei espera! Não precisa só porque eu cheguei! Pode ficar no seu momento como é mesmo? Eu, pensamentos e mar? –Ele riu, e eu acabei o acompanhando.

-É!

-Fica mais um pouco, se não for muito inoportuno da minha parte, eu queria conversar com alguém.

Eu pensei por um momento que podia ser seqüestradores e etc. Mas como eu disse riscos me dizem que estou viva. E eu preciso conversar com alguém que não me trate como a realeza.

-Eu também estou precisando. –Assim que falei, ele se sentou do meu lado, continuei olhando para frente, fitando o mar.

-Bonito, não é?

-Bonito o que? –Perguntei distraída.

-O mar, uai.

-É lindo!

Continue encarada para o mar, eu bem que queria conversar com aquele menino, mas eu não tinha o que dizer, eu nunca tinha me sentido tão insegura. Mas perto dele é como se eu não tivesse aquele meu raciocínio rápido.

-Eu tenho que ir! -disse me lembrando que se eu demorasse, era bem capaz de chamar a guarda nacional para me procurar. Falei já saindo.

-Ei? Espera.

Fingi que não ouvi e corri para o hotel, as coisas estavam tranqüilas. Nada de Emily, nada de seguranças e nada de papai, mamãe e Nancy. Entrei para minha suíte, escovei os dentes e tentei dormir.

Rolava para um lado e outro e nada. Aquele menino estava nos meus pensamentos, preso nos meus pensamentos. E só então me dei conta que talvez eu nunca mais o visse. Já que nem o nome dele eu sabia. E com sinceridade me doeu pensar nisso.

(...)

Os dias iam passando e nada do tal garoto brasileiro. Até que eu decidi sair à noite, no mesmo horário daquele dia e no mesmo lugar. Quem sabe ele estaria lá.

E assim fiz. Arrumei mil e uma desculpas e sai. Cheguei à praia, tirei minhas sandálias, eu gostava de sentir a areia. Sentei e esperei.

-Oi. –Uma voz falou atrás de mim. Era ele.

-Oi. –Falei me contendo para não sair pulando de alegria.

-Você sumiu. Eu vim aqui todas essas noites para lhe ver. –Ele disse. Ele veio aqui me procurando, ele que não sabia que todo cara que eu via eu torcia para ser ele.

-É meio difícil, eu sair.

-Entendo. –Ele disse. Virei-me para vê-lo. Queria tanto ver aquele rosto. E ele sorriu simpático. Acho que no fundo, ele estava mexendo comigo.

E assim combinamos de nos ver, sempre ali. Diante do mar. Era bom está com ele. Eu me sentia muito bem, e livre. Encontramos-nos muitos dias ali. Conversávamos sobre muitas coisas, eu não falava de nada da minha família, nem da minha vida. Queria ser normal (ao menos nos minutos que estávamos juntos), ele também não falava nada, até parecia que não sabia que eu era a filha do presidente.

Teve um dia que sobre a luz da lua ele me fez viajar pelo Brasil. Descreveu-me detalhes incríveis de lugares maravilhosos. Esse dia foi mesmo incrível. Pena que eu não posso dizer o mesmo de outro dia, que nos encontramos. Decepção!

-O Lucas! O Lucas!  -Gritou uns caras atrás de nós. Ele olhou para eles e fez algum gesto o qual eu não consegui ver. Os caras se aproximaram. E ele mandou que eles ficassem quietos.

-Pô cara, já deu. Você já cumpriu sua parte, não precisa ficar grudado na moça. –O amigo dele disse. E eu levei aquele choque. Cumpriu sua parte? O que significava aquilo.

-Você veio conversar com a menina, já conversou. Ganhou a aposta. –O outro completou. Aposta? Então quer dizer que eu sou uma aposta?

-Aposta? O que isso quer dizer? –Perguntei, olhando fixa para os dois rapazes.

-Ora, eu Lucas e o Marcos fizemos uma aposta. –Ele disse na maior naturalidade. –Quem conversaria primeiro com você. Quando soubemos que você viria para o Rio, falamos que seria impossível alguém daqui conversar com você. Até porque achávamos você bem metidinha. –Metida? OMG! –Lucas então disse que iria falar com você, e nós três apostamos quem conseguiria. De lá para cá acompanhamos seus passos em muitos lugares. Mas a sorte foi do Lucas. O premio é dele.

-Me seguiram? Premio? –Falei confusa e chateada. –Então não foi uma coincidência você ali, eu não estava sendo normal para você, eu estava sendo um premio. Uma aposta? –falei nervosa.

-Calma Sophia! No inicio era só aposta, afinal não é sempre que temos uma pessoa como você aqui. Mas voltei aqui depois porque gostei de você. Antes achei que você era só uma filhinha de papai, por isso aceitei. Depois te conheci e vi que você é uma pessoa legal.

-Obrigada pelo legal. –Falei sínica. –E obrigada por me enganar. Por me fazer de boba. Por me fazer pensar que ao menos uma vez na vida eu estava sendo normal. –Falei saindo nervosa. Enquanto sai ouvi Lucas reclamando com os amigos dele. Depois ele veio atrás de mim.

-Se continuar me seguindo chamo os seguranças. –Falei seca, e ele saiu. Preciso dizer que eu fiquei um bagaço?

Assim que cheguei ao hotel liguei para meu pai dizendo que eu queria voltar. Ele quis saber por que, eu não contei é claro.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado!
Obrigado Joyce pelas sugestões!
Se alguem tiver alguma... São bem vindas!



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