As férias voaram como pássaros e tudo que pude fazer foi pensar em como me vingar de Pansy. Passei dias e mais dias com as piadas ecoando na minha cabeça e pensava em fazer igual ou pior com ela, por que não? Era justo.

Volta e meia  flashes de Draco e Harry perpassavam e me faziam esquecer por breves instantes daquela filha da mãe. O ódio que tomava conta de mim era extremamente novo, e não sabia bem como lidar com isso. As maneiras de acabar com ela eram inúmeras, porém, apesar da raiva tremenda uma coisa ainda me mantinha com o pé no chão: minha consciência.

Sim, aquilo que sempre corta meu barato agora insistia em não quebrar a rotina e me encher a paciência. Em conflito com as memórias, planos e consciência passei as férias na casa de meus pais, que hora ou outra tentava me perguntar sobre a escola e logo se arrependiam por conta do nó que se formava na cabeça deles.

Setembro não tardou a chegar e junto com ele o expresso de Hogwarts. Nunca me senti tão isolada quanto no primeiro dia. A essa altura do campeonato já não lembrava de quase nada do que tinha feito em minha ‘outra vida’, esperava apenas viver essa na esperança de acabar com a Pansy.

Vi ao longe alguns alunos se despedindo dos pais, e fiz o mesmo com os meus. Não é por conta do meu ódio colossal que vou esquecer deles né? Claro que não, eles nada tinham a ver com essa idiotice toda, porém, algumas outras pessoas iam pagar recebendo minha total indiferença.

Uma das coisas que parei para refletir nas férias foi que Draco apesar de me animar nada me disse sobre parecer uma palhaça mal arrumada, apenas dizia para pararem de rirem de mim, mas o que me prova que ele também não riu com eles? Nada. Pois é.

Agora Harry... Bom, ai a história muda. Ele foi bom comigo, me alertou e ainda ficou preocupado comigo, isso sim que é amigo, não esse pessoal que eu pensei que fosse.  É, talvez Draco não fosse tão bondoso como pareceu ser.

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Estava sozinha em um vagão, tinha feito questão de não falar com ninguém de sonserina, e apenas cumprimentei de longe Harry e Rony. Era tão estranho ficar sem ninguém no vagão. No primeiro ano tentei conversar com todos, mas agora... eu só queria ficar isolada.

- Olá mione! – uma voz arrastada saudou-me

- Ola Malfoy – cumprimentei sem erguer a vista.

- Que houve? – seria isso um tom de preocupação Draco? Meio tardio não?

- O que houve? Nada. Por quê? – E bendito seja o ser que inventou a ironia.

- Está meio... desanimada.

- Impressão sua, vai ver é porque estou sem a maquiagem de palhaça que estava ano passado. – Ah sim, não se esqueça de agradecer ao inventor do sarcasmo também.

- Ah sim haha – ainda ousava rir de mim – Mas eai, como foram as férias? Aproveitou bem?

- Claro.

- Er... que fez?

- Planejei meio de acabar com a vida da Pansy, mas não devia contar-lhe isso não é mesmo? Capaz de você ficar com peso na consciência e contra pra ela – fingi receio – Oh não espere, você não é do tipo de avisar os outros não é mesmo? Gosta apenas de observar – sorri sarcasticamente

- Mione... que houve? Ainda está magoada com a brincadeira que a Pansy fez contigo? Deixa disso vai!

-Mione? Desculpe Malfoy, mas não acho que desconhecidos podem me chamar assim.

- Desconhecidos? Somos da mesma casa, e que eu saiba somos amigos.

- Tsc tsc, coitados dos seus amigos ein? Bom, de nada me importa suas amizades. De uma coisa eu sei, amigos meus contam que estou sendo motivo de piadas, e que eu saiba você não fez isso, fez?

- AF! Faça como quiser Granger. – E fechou a cabine de solavanco.

Certo remorso ameaçou me invadir, porém, ao lembrar o que passei. O ódio novamente aflorou e essa discussão foi apagada, assim como os dias de calma entre mim e Malfoy.

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Durante o jantar tudo correu na maior tranqüilidade possível. E poderia ser diferente? Eu deixara de falar com todos de Sonserina e aqueles que ainda riam de mim. Fiquei no canto da mesa comendo tranquilamente sem esperar conversa de ninguém.

O banquete como sempre estava delicioso; Dumbledore estava sorridente e vi Harry do outro lado do salão brincando com o Ronald. Deliciei-me em vê-lo sorrindo imaginando como seria estar do lado dele, naquele momento, e porque não, em todos os outros.

Os alunos por fim foram mandados para cama, e sem me importar muito fui para o dormitório das garotas. Algumas conversavam animadamente em um grande grupo ( o de pansy) , algumas novatas estavam mais ao lado conversando timidamente sobre as recentes descobertas (Ah, que saudade desse tempo!), e outras já dormiam. Sem me importar muito me juntei ao grupo das que já descansavam e deitei-me

Esse era um novo ano, uma nova chance de vingar-me de Pansy e de selecionar bem as amizades. Talvez tenha sido esse o motivo de poder repetir tudo; perceber a falsidade dos outros e não juntar-me a eles...é, faz sentido.

Por hora descansei desses pensamentos. Tive um estranho sonho com Draco. Vi-o chorando e lamuriando o motivo de ter sido tão estúpido comigo, mas acordei abruptamente com um forte impulso de ir consolá-lo no dormitório masculino, assim como ele tinha feito comigo. Uma coisa que mais gostava em Draco era seu raro sorriso...

Mas não mais o veria, não diretamente a mim. Não iria mais ser amiga de Malfoy.