A sala denotava o ar contemporâneo clássico, moveis colocados de maneira que desse espaço para se movimentar.

Pessoas meio velhas, assim com uns 30 anos para lá encontravam-se conversando animadamente ao segundo que entrava uma mulher de olhos cor de mel, o cabelo mediano, encaracolado negro cai por seus ombros, a pele morena brilhosa deixando seu rosto jovial com um aspecto saudável, meramente alta com curvas nada marcantes em seu corpo meio magro.

Seus olhos caíram em cima de nós ao segundo que nos percebeu.

-Meninas – disse ela vindo até nós – Estão maravilhosas.

Sorrimos levemente enquanto me olhava.

-Qual é seu nome, chica? – perguntou ela curiosa.

-Scalat, é um prazer conhecê-la – respondi polida.

-Ah garota do cabelo branco – concluiu ela com um afável sorriso – É um prazer conhecê-la, Carmem.

A olhei por um segundo surpresa, estava então na frente da mãe de Santiago.

-Ande, entrem – disse ela nos instigando a entrar mais na sala – Sinta-se em casa, chica.

-Gracias – agradeci tentando ser educada.

Ela novamente deu um sorriso e pediu licença retirando-se para falar com as pessoas que estavam na sala que cumprimentamos rapidamente.

-Vamos – disse Amanda passando a minha frente

Caminhamos por um extenso corredor branco bem iluminado ao segundo que via algumas portas, a cozinha que estava um caos só de pessoas falando em espanhol outras vezes em inglês mesmo.

Saímos, nos deparando com um amplo quintal que fervilhava de gente dançando.

A decoração era uma mistura latino-americana regada á diversidade de cores que me deixava atordoada. Era bem arborizada enquanto descia os degraus vislumbrei a piscina mais ao fundo. Retornei meu olhar para o mar de pessoas que dançavam deixando a sensualidade transbordar por seus poros.

As garotas usavam vestidos curtos, esvoaçantes ou não, crês vivas, outras estavam mais soltas com tops brilhantes junto às jaquetas, calças justas e sandálias com saltos. Os rapazes usavam camisas folgadas com suas calças jeans.

-Pensei que não viriam – disse Debby se aproximando de nós com Julietty - Scalat, você está um arraso com esse vestido.

-Valeu – agradeci voltando meu olhar para extensa pista de dança por assim dizer.

-Não quer dançar? – indagou Julietty ficando ao meu lado enquanto as garotas já iam dançar.

-Aprendi o básico, mas – ela me puxou para dentro daquela massa humana.

-Solte-se Scalat – ela gritou enquanto sua perna junto com o quadril ia para a esquerda.

-Me concede um minuto de seu tempo? – indagou alguém por minhas costas

Voltei-me para trás deparando com Derick sorrindo para mim.

-Não sou boa nisso – o alertei sem jeito

Ele novamente sorriu enquanto pegava minha mão e enlaçava minha cintura.

-Só precisa se soltar – instruiu ele quando demos os primeiros passos.

Assenti quando meu corpo foi para frente em direção ao seu. Suor descia de seu rosto indicando que já dançara demais e que ainda tinha gás para mais se duvidar.

Ele me rodopiou ao segundo que acabei indo de encontro ao peito de alguém.

-Ah desculpe – disse erguendo meu olhar para ver quem era, ao se trata de Gregory – Foi você, então não tem problema.

Ele riu enquanto retornou seu olhar para Derick.

-Vou tomar ela de você – avisou ele tendo a confirmação dele, me tirou para dançar – Você está linda hoje.

-Obrigada – agradeci lutando para não corar

Ele gargalhou enquanto me girava, depois me enlaçando pela cintura.

Dancei com ele mais algum tempo até o momento que um tango se fez presente e toda a atenção foi para Isaac dançando com Amanda de forma que eu nunca vi antes.

Ela se enlaçou na cintura dele enquanto seu corpo era inclinado para trás. Em seguida com os pés já no chão, fizeram uma troca louca de pernas sem perder o contato visual. Ele levou a mão dela ao rosto que logo deslizou para seus braços.

Os dois sabiam causar com toda a certeza.

Assistia tudo fascinada com a graça sensual que era imposta por eles. Quando acabaram receberam os aplausos de todos incluindo o meu enquanto uma rodada de musicas começava novamente.

Encaminhei-me para a mesa dos comes e bebes, peguei um aperitivo, não sabia o que era, mas que era picante não tinha como negar.

Senti a queimação dominar todo meu céu da boca e descer para a garganta numa brutalidade assustadora.

-Beba isto – recomendou alguém colocando um copo na minha frente.

Olhei por um segundo desconfiada o copo depois para quem o segurava.

Será que beleza está tão gratuita assim?

Ele tinha o cabelo negro como a noite, batia na sua nuca, liso levemente desgrenhado, os olhos eram de um castanho acobreado marcante, a pele era bronzeada brilhosa, seu físico era desejável por muitos e no mínimo deveria ter 1,80 de altura.

Pisquei um segundo enquanto nos lábios delineados dele formava-se em um meio sorriso.

-Sua garganta – me lembrou ele colocando seus olhos sobre o copo

Peguei-o e virei o conteúdo em um só gole sentindo o gosto doce e forte em meio a leve tontura.

-O que você me deu para beber? – perguntei tornando meu tom acusador

-Uma mistura de vodca com laranja – respondeu ele calmamente

-Você me deu álcool? – indaguei ficando irritada

-Mais que resolveu seu dilema – argumentou ele pousando seus olhos sobre mim

-Argh – grunhi enquanto ele sorria novamente – Não tem graça.

-Está bem, está bem – disse ele ainda com um leve sorriso – Para compensar tudo, aceita dançar comigo?

-Não – neguei cruzando os braços

-Sim – discordou ele me puxando para dançar

-Olha – disse enquanto nossos corpos se uniam – dessa vez passa.

Novamente um sorriso transpareceu em seu rosto enquanto íamos para frente para trás comigo requebrando o quadril.

-Você tem ginga – comentou ele me rodopiando

-Tive bons professores – repliquei com nossos corpos já unidos novamente.

Inalei seu perfume sentindo todos seus hormônios masculinos á flor da pele.

O espaço ao redor de nós ficava aos segundos cada vez mais vazio á ponto de que todos agora nos assistiam.

Ele me rodopiou novamente, ficamos longe um do outro. Sacudi meus ombros enquanto ia na sua direção ficando de costas para ele que colocou suas mãos na minha cintura enquanto rebolava levemente.

Minha mão foi para meu cabelo enquanto deixava meu rosto de lado ao segundo que voltamos ao passo de pra frente pra trás. Ele me girou novamente depois ficamos um na frente do outro. Seus olhos possuíam uma intensidade que fazia meu rosto queimar quando me observavam.

Ele pegou minha mão direita, levando-a de contra seu peito enquanto meu corpo se inclinava para o seu. Depois me afastei novamente dele rodopiando.

Não sabia como ainda não estava tonta.

Deixei meu corpo cair no qual ele segurou por minha cabeça, me arrastando com seu olhar cravado ao meu. Novamente a queimação em meu rosto foi sentida enquanto me endireitava balançando apenas meu quadril segundo que meu cabelo esvoaçava.

Novamente estávamos colados dando mais alguns rodopios. Sua mão deslizou para meu quadril enquanto íamos para frente e para trás ritmicamente. Ele me puxou depois, meus joelhos tocaram uma de suas coxas ao segundo que a musica parou e nos olhávamos ofegantes e com intensidade.

Seus lábios criaram mais um sorriso estonteante sarcástico com malicia ainda por cima provavelmente. Enquanto nos afastávamos ouvíamos os assobios e aplausos de todos que logo retornaram a dançar a famosa salsa.

Ao fazer isso minha mão soltou a do moreno que parecia um deus grego versão atualizada. Mãos pousaram em meus ombros enquanto lábios tocaram minha orelha.

-O nome dele é Zero – contou Nemesis solene

Voltei-me para ela que detinha um olhar faceiro no rosto angelical. Fiz uma careta, pois sabia o motivo daquela animação dela.

-Não me interessei por ele – disse convicta já saindo do meio daquelas pessoas dançando

-Também concordo – disse ela ficando ao meu lado – Não sei quem ele mesmo é, não quero você com qualquer um.

Arqueei uma sobrancelha retórica enquanto ela soltava uma gargalhada.

-De onde ele é? – perguntei mordendo o lábio inferior

-Não sei – respondeu ela – Derick disse apenas que era seu amigo que acabou de chegar.

Assenti com a cabeça enquanto que Gregory a puxou para dançar. Nemesis me olhou se desculpasse, dei-lhe um sorriso amigável, fazendo-a ficar melhor. Deixei meus olhos procurarem por algo de interessante em meio aquelas pessoas, só que eles recaíram no moreno estonteante que sorria enquanto conversava com uma loira de falsete.

Deveria ser sua namorada ou o rolo da noite.

-Zero – murmurei ainda o olhando – Um perfeito idiota.