Vozes do Medo escrita por Nian


Capítulo 2
Dúvidas


Notas iniciais do capítulo

demorei pra postar né? :/ sorry
olhem que incirveeel! descobri que salsicha + omelete + miojo = cratividade extra! Legal né? só por isso eu quis postar aqui...



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Marcos. Então quer dizer que a voz de minha cabeça tem um nome? Fiquei pensando nisso por um tempo. Talvez eu precisasse de mais intimidade com Marcos – se é que uma voz pode ter um nome...

Talvez aquilo não fosse só uma simples voz.

E essa era a questão. Eu tentava não pensar no que Marcos realmente podia ser, e conseguia, enquanto ainda estava acordada.

De noite não dava pra evitar, acabava tendo vários sonhos. Nenhum fazia sentido na verdade, então não fazia esforço nenhum para descobrir significados. Preferia achar que estava louca.

Passaram-se dias, e nada de ouvir a voz. Comecei a achar que não ia mais ouvi-la, e que talvez tudo não passasse de um sonho.

Minha melhor amiga notou que eu não estava no meu estado normal, e depois da aula veio falar comigo.

– Lizzie? Você tá bem? Anda um pouco estranha esses dias... - disse Suzana, desconfiada.

- Tá tudo bem Sue... - eu disse, mas sabia que ela não desistiria tão fácil.

- Não, você não está nada bem! - ela começou a bronca. - Pode me contar, não temos segredos lembra?

- É, eu ia te contar... Mas deve ser besteira minha. - eu disse.

Sue não era cristã como eu, ela era um tipo de espírita. Graças a isso não tenho preconceito com nenhuma religião.

– Espera aí... Estou sentindo a presença de um espírito... - ela fechou os olhos e começava a tentar saber mais sobre o espírito, de onde ele veio, por que estava ali, essas coisas.

Então tudo pareceu se esclarecer. Comecei a entender que talvez aquela voz pudesse ser um espírito. Ela podia estar aqui agora mesmo, podia ser a presença que minha amiga sentira.

Mas era impossível.

Ou pelo menos eu achava que era.

 

Não entendi minha reação. Depois de refletir, e finalmente descobrir o que possivelmente era a voz, eu simplesmente quis ir pra casa. Eu não queria que minha melhor amiga descobrisse sobre a voz, então não dava pra continuar ali.

Sue estava em uma concentração imensa, parecia já ter descoberto tudo. Tive a brilhante ideia de sair correndo, sem fazer barulho.

Mas ela percebeu. E pra completar começou a chover.

– Espera! Por que está fazendo isso Lizzie? - ela perguntou, mas eu já estava bem longe. Olhei pra trás e vi ela voltando pra escola, já estava se molhando.

A essa altura a chuva estava forte demais, chegava a doer quando caía em meu rosto.

Cheguei em casa encharcada, mas não teria que dar explicação à ninguém, porque meus pais estavam no trabalho, e meu irmão na escola.

Troquei de roupa e fui ver a chuva, que agora estava mais calma. Um hábito meu. Pensei nos dias que eu estava passando. Nenhum deles explicava direito o fato de eu ter ouvido uma voz... Apesar de eu não estar mais ouvindo Marcos. Ele está me ignorando. Ou eu que estou fazendo isso.

O telefone tocou e eu me assustei. Devia ser Sue, ou minha mãe.

– Alô? – eu disse.

Mas não ouvi nada. Nada além de um grande silêncio.

– Alô? – eu repeti aborrecida.

Não parecia ter ninguém do outro lado da linha, mas com certeza tinha.

– Parou de me ignorar, Elizabeth? – era Marcos. Meu coração pareceu congelar, só pelo fato de eu ouvir sua voz outra vez.

Tentei falar alguma coisa, mas minha voz não saía, depois de várias tentativas em vão, consegui dizer algo.

– C-como assim? – gaguejei. – Não estava t-te ignorando.

– Ah, estava sim. Então resolvi te ignorar também. - ele esperou que eu falasse alguma coisa, como não disse nada, continuou. – Vejo que sua amiguinha me descobriu. Não é bem assim que as coisas funcionam, você não pode dizer nada sobre mim, pra qualquer pessoa. Pode guardar esse segredinho?

Resolvi acabar com aquilo o mais rápido possível, senão acabaria desmaiando.

– Posso. - dessa vez minha voz saiu como eu queria.

– Maravilha. Sempre que sentir minha falta, eu estarei aí, do seu lado – seu tom de voz era maldoso, e eu tremia só de pensar na ideia de ouví-lo mais uma vez.

E desligou.

Depois ouvi a campainha tocar. Eram meus pais.

– Oi filha! Como foi seu dia? – perguntou minha mãe.

– Ótimo. Mãe, ficarei lá no meu quarto, me chama quando o almoço ficar pronto. - e subi as escadas depressa.

Eu precisava ficar sozinha. Refletir sobre tudo o que anda acontecendo. Não ia mais ignorar Marcos, sabendo que mesmo assim ele voltava a falar comigo. O que eu mais temia era afetar minha família. E se isso acontecesse teria que dar um fim na voz de minha cabeça.

 


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Notas finais do capítulo

não se preocupem... vou postar mais...amanha? depois? enfim..



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