Life Ways escrita por Vic Teani


Capítulo 3
Idiota!




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  - E então? – disse ela – O que tem a dizer em sua defesa?
  Kiba se virou, e viu que a franja da garota escondia seus olhos. Ele andou até ela.
   - Sakura, eu sei que eu prometi a você mais... – falou ele.
  Um instante e ele parou de falar, uma mão fechada o acertou no rosto, uma expressão de surpresa no rosto do outro garoto que assistia.
  - Seu idiota! Ainda tem coragem de tentar inventar alguma desculpa? – disse Sakura, sem levantar a cabeça – Idiota!
  Ela abaixou o braço, permanecendo em silencio. Kiba sabia que ela estava se preparando para acertá-lo de novo, mas o que aconteceu foi que a Haruno andou para frente, abriu e os braços e se jogou em Kiba, abraçando-o fortemente.
  - Sakura... – ele disse.
  Uma lágrima tocaram o chão.
  - Idiota! – as lágrimas continuavam a escorrer por sua face – Idiota! Idiota, idiota, idiota, idiota, idiota!
  Kiba apenas passou os braços em volta da Haruno, abraçando-a também.
  - Sakura... Desculpa... – falou o moreno.
  - Seu idiota! – disse ela. Soluços interromperam sua fala por um instante – Eu não quero perder você também! Eu não quero perder vocês dois!
  Um silencio se seguiu.
   - Não quero... Não... Não posso... Perder vocês dois também... Não posso... Não quero... – ela disse, entre soluços.
  Naruto já estava ao lado deles, com a mão no ombro de Sakura.
  - Tudo bem, Sakura. Acho que o Kiba aprendeu a lição – falou o garoto, sorrindo.
  Sakura se afastou de Kiba, erguendo a cabeça. Um sorriso delicado começava a se formar no rosto dela.
  - Eu amo vocês... Seus idiotas... – ela disse.
  Ela pulou em cima dos dois, abraçando-os, e sem querer derrubando os três no chão.
  A porta da casa ao lado foi aberta.
  - Garotos, o almoço já está pronto... Mas acho que vocês já estão matando a fome, né? – a mulher riu.
  Eles caíram na risada.
  Se levantaram e tiraram a terra das roupas.
  - Sakura, você quer vir almoçar também? – perguntou a mulher.
  - Ah, não, não quero incomodar – disse a menina, educadamente.
  - Vamos, não tem problema, fiz comida de sobra – a mulher insistiu.
  - Ah, bom, não tenho outra escolha, não é? – Sakura deu de ombros.
  - De jeito nenhum – disse a mulher, rindo.
  Eles entraram na casa, enquanto o sol atingia seu ponto mais alto.

 

***

  O sol estava alto, exibindo-se para as cerejeiras que o apreciavam em silencio. Uma brisa doce, silvestre, típica do inicio da primavera, soprava em direção a garota sentada em um pequeno banco verde.
  A menina desamarrou os dois laços que prendiam seus coques, e deixou seus cabelos serem jogados para trás com a brisa que soprava.
  - Você fica bem mais bonita de cabelo solto – disse uma voz sedutora atrás dela.
  A menina se assustou a principio, mas logo ficou vermelha.
  O garoto que estava parado atrás dela rodeou o banco, ficando de frente para ela.
  - Eu sou Sasuke Uchiha – disse ele, estendendo a mão – Acho que não sei seu nome.
  Tenten só ficava mais vermelha. Podia não aparentar, mas ela era muito tímida. Bom, pelo menos com garotos.
  - Agora você diz seu nome – disse Sasuke, sorrindo. Um meio sorriso, fofo, diferente de como ele fizera antes, na aula de educação física.
  - Eu me chamo Ten... Tenten... – falou a garota.
  - Ten... – disse ele, como que esperando uma continuação.
  - Tenten... – disse ela.
  - Se continuar gaguejando assim não vamos muito longe – disse Sasuke, sorrindo novamente.
  - Hum? – disse ela, sem entender – Ah, não, meu nome é Tenten mesmo.
  - Ah, então Tenten, posso me sentar? – ele falou, de modo educado.
  - C-Claro... – disse a menina.
  Ele se sentou ao lado dela, de um modo elegante, como só os príncipes faziam, pensou ela.
  Uma mão quente tocou o rosto dela.
  - Sua pele é tão macia – disse ele – Tão delicada...
  Tenten não conseguia falar nada, as palavras ficavam presas em sua garganta.
  - E seus lábios – disse ele, chegando mais perto – Vermelhos, porem um vermelho nem tão vivo... um vermelho tímido, discreto... Mais provocante...
  O que se seguiu foi uma respiração apressada, uma sensação nova, lábios se aproximando, e... um empurrão.
  Sasuke caiu para fora do banco, desnorteado.
  - Mas o que... – disse Sasuke, atordoado.
  - Desculpe – disse ela, se levantando – Eu... Eu, tenho que ir...
  Ela saiu correndo, deixando o Uchiha no chão, com cara de idiota.

 

***

 

  Ela abriu as portas brancas de quase três metros de altura, e um vento frio soprou em seu rosto.
  - Cheguei! – disse ela, fechando a porta, para evitar que o frio do ar - condicionado saísse.
  Não havia ninguém na sala, então ela simplesmente foi em direção a enorme escada branca de mármore.
  A escada dava para um enorme corredor, de paredes tão brancas que chegava a doer os olhos. Várias portas idênticas estavam por toda a extensão do corredor.
  Ela andou, até a terceira porta a direita. Girou a maçaneta dourada e entrou no quarto.
  O quarto todo tinha um carpete rosa felpudo, as paredes eram brancas, assim como o resto da casa. O teto era branco, e as portas dos armários tinham detalhes em rosa claro, quase como uma marca d’água.
  Ela foi para uma porta á esquerda, que dava para um banheiro imenso.
  A pia era prateada, com um enorme espelho, e estava abarrotada de todos os tipos de maquiagens importadas e produtos de beleza que o dinheiro pode comprar.
  Um banco roxo estava no canto do banheiro, ela o colocou em frente a pia.
  Sentou e soltou os longos cabelos loiros.
  Ficou olhando seu próprio reflexo no espelho por algum tempo.
  Pegou o removedor de maquiagem e um algodão, e passou delicadamente na pele clara de seu rosto. A tarefa levou alguns minutos, e então ela se despiu e deixou as roupas dobradas em cima do banco.
  Foi para baixo do chuveiro e deixou a água quente escorrer por seu corpo.

***

  Estava novamente no banco roxo, as roupas que foram deixadas ali já tinham sido levadas pela empregada. Ela terminou de passar uma sombra azul e se levantou, indo até o espelho do quarto, onde podia se ver de corpo inteiro.
  - Mais uma vez, perfeita – ela disse, admirando seu reflexo.
  Pegou a bolsa rosa e saiu do quarto, fechando a porta sem nenhum barulho.

 

***

 

  A menina andava pelos corredores vazios da escola.
  - Terceiro dia de aula – dizia ela par a si mesma – É só um colégio, você não precisa ter medo.
  Mas só a lembrança do moreno que quase a beijou no dia anterior a fazia ficar vermelha e querer correr para casa.
  Ela então encontrou o ginásio do colégio. As portas estavam fechadas, ela parou e respirou fundo.
  - Não pode acontecer nada demais numa aula de educação física, certo? Eu já fui em uma nessa colégio, não é nada anormal, correto? – ela ficou repetindo isso durante algum tempo, como uma espécie de mantra.
  Apesar disso ela não estava tão segura assim. Ela havia ouvido que a professora de educação física não tinha dado a aula anterior por que estava viajando, e colocaram um substituto, mas que ela havia voltado e daria aquela aula.
  - Ninguém pode ser mais maluco que o professor de artes, não é? – ela disse, tocando a maçaneta.
  Ela respirou fundo mais uma vez e abriu a porta do ginásio.
  - Atrasada! – foi a primeira coisa que ela ouviu.
  Ela parou, sentindo todos os olhares em cima dela.
  Todos estavam se alongando, mas pararam para olhar para ela. E no meio dos alunos, estava uma mulher alta, de cabelo preto. Um apito pendurado no pescoço.
  - Atrasada! – disse ela – Punição: 20 voltas na quadra!
  - Ahnn... Oi? – foi a única coisa que ela conseguiu dizer.
  Os alunos explodiram em risadas, mas a cara da professora não demonstrava nem resquício de risos.
  - Vinte voltas na quadra, agora! E vocês, eu mandei pararem de se alongar?
  - Ah, professora... – disse Tenten.
  - Professora Anko! – disse ela – E vai correr agora se não quiser perder essas pernas!
  Tenten saiu correndo, dando inicio as aparentemente intermináveis vinte voltas.
  - Por que eu meu deus? Por que eu? – dizia ela, enquanto corria sob o olhar mortal da nova professora.

 

***

 

    Era apenas a terceira aula do dia, e Tenten já se sentia exausta. Ela estava na aula de história,  nome do professor era...Iruka, pelo que ela se lembrava.
  Ela podia sentir olhares sobre ela. Na verdade, de um garoto especifico, que estava sentado um pouco atrás dela.
  Como alguém podia se concentrar assim?
  Ele estava mesmo interessado nela? Uma novata que não tinha nada demais? Enquanto ele era um dos gênios do colégio... Isso a fez lembrar do outro garoto, aquele de cabelos pretos longos, por quem ela tanto se interessou. Mesmo que Sasuke fosse bonito, ela estava interessada em Neji... mas não podia negar que Sasuke havia mexido com seus sentimentos.
  - Por que? – sussurrava para ela mesma – Por que eu mal começo a estudar nesse colégio e já acontece tudo isso?
  Nesse instante, o sinal tocou, e ela ficou aliviada de imediato, por que Sasuke se levantou e saiu da sala sem olhar para ela novamente.
  Mais calma, ela arrumou suas coisas na mochila e se levantou.
  Assim que saiu da sala, esbarrou em uma garota de longos cabelos pretos.
  - Ah, desculpa – disse ela.
  - Eu que digo – disse a outra – Hum... Você é novata? Nunca te vi por aqui.
  - Ah, esse é meu terceiro dia nesse colégio. Meu nome é Tenten.
  - O meu é Hinata – disse a garota, sorrindo.
  - Você é do terceiro ano? – perguntou Tenten.
  - Não, sou do segundo mesmo, minha sala é bem do lado da sua – falou a menina de cabelos longos, apontando.
  - Jura? Eu nunca te vi antes – disse a outra.
  - Eu também não tinha te visto, então estamos quites – disse Hinata, rindo.
  As duas conversavam, sem ter noção que eram observadas por dois garotos.

 

***

 

  Era fim de tarde, três pessoas estavam sentadas em uma calçada.
  - Olha, vocês dois não tem jeito mesmo – disse Sakura, rindo – Vocês aprontam cada uma... Ah, caramba, tenho que ir trocar de roupa, o cursinho já vai começar! Falo com vocês mais tarde!
  Ela se levantou e foi correndo em direção a sua casa.
  - Ei Kiba – disse Naruto – Por que você voltou na mansão?
  - De novo esse assunto? – disse o Inuzuka – Eu já disse, não sei por que voltei lá.
  - Sei – disse Naruto – Eu te conheço o suficiente pra saber que teve algum motivo pra você voltar lá.... Mas te conheço bem o bastante pra saber que você não vai me falar tão cedo.
  - Tão cedo? – perguntou Kiba.
  - É, por que alguma hora eu vou extrair a informação de você – disse Naruto, rindo.
  - Tente, se puder – disse Kiba, rindo também.
  Então Kiba ficou sério.
  - A Sakura que não me ouça mais... Essa não foi a ultima vez que eu voltei para aquela mansão.

 

***

 

  - Sasuke, você é muito problemático – falou o garoto.
  - Você é que não sabe se divertir, Shikamaru. E aquela garota é interessante – disse o Uchiha.
  - É, mas ela quase tem um ataque toda a vez que você olha pra ela. Coitada da novata. Como se não bastasse ter que suportar o Deidara-sensei, a Anko e... – o garoto parou de andar.
  - E...? – Sasuke esperava Shikamaru terminar a frase.
  - Acabei de lembrar quem vai fiscalizar as provas esse ano... – disse Shikamaru, engolindo em seco.
  - Quem? Eu não me lembro de ninguém que possa ser assim tão ruim... – falou Sasuke, tentando de lembrar de alguém que pudesse ser tão assustador.
  - Tem certeza? – interrompeu Shikamaru.
  Sasuke precisou de um instante para se lembrar.
  - Ibiki-sensei – disseram os dois juntos.
  - Tenho pena dela – disse Shikamaru – Tenho muita pena dela.
  - Será divertido – disse Sasuke – Ah, chegamos ao ponto em que nos separamos – falou, encenando um drama excessivo.
  - Não enche o saco – disse Shikamaru – Até amanhã.
  - Até amanhã – disse Sasuke, enquanto pegavam o caminho para suas casas.
  Sasuke andou o resto do caminho pensativo, pensando não só em Tenten, mas também no terrível fiscal de provas que Shikamaru havia feito ele se lembrar.
  Sacudiu a cabeça para espantar esses pensamentos, e quando se deu conta já estava em casa.
  Notou que havia um carro a mais na garagem. Um carro que por acaso ele nunca tinha visto. Um conversível preto, de alguma marca bem cara, que ele não soube dizer qual era, não reconheceu o símbolo. O que era raro, pois ele conhecia quase todas as marcas de carros.
  - Será algum sócio do vovô? – perguntou a si mesmo quando chegou na porta.
  Abriu a porta e viu seus avós sentados no sofá. O que era estranho, pois a essa hora seu avô devia estar trabalhando, e sua avó, descansando.
  - Cheguei... – disse ele, mas parou ao ver que havia uma terceira pessoa na sala. O provável dono do conversível preto.
  Demorou um instante, mas ele reconheceu o dono do conversível.
  Deixou a mochila cair de suas costas. A surpresa tomou conta dele antes de qualquer outra emoção.
  - O que você está fazendo aqui?


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Notas finais do capítulo

Certo, eu adorei escrever esse capitulo *w*
Conto com reviews! =D