PDV RENAN

Quando me dei conta da luta, a situação já estava feia. Um momento de fraqueza e Bianca podia decaptar Wellerson e ele por sua vez podia causar um corte muito grande na barriga dela.

Eu não queria ver nenhum dos dois machucados então fui obrigado a intervir:

- CHEGA!

Os dois olharam pra mim.

- Já chega da luta de vocês.

Eles voltaram a se olhar e relaxaram os braços. Logo se separaram e voltaram para a arquibancada.

Bianca foi para perto das meninas que a parabenizaram pela coragem e por ter lutado tão bem. Wellerson ao contrário de todos os outros foi para longe de nós. Sentou em um canto isolado da escada e se encostou na parede. Sozinho com seus pensamentos.

Pedro mais uma vez tomou o comando:

- Acho que já esperamos o bastante por isso. Gabi e Naty, é a vez de vocês nos mostrarem como podem lutar!

PDV GABRIELA

Enquanto Well e Bia lutavam eu me mantinha quieta e observando a luta nos mínimos detalhes. Mexia em meu colar. O colar que me permitia manipular pensamentos com o olhar. É claro que precisávamos treinar, mas acho que tínhamos esquecido do que estava acontecendo.

As empousai pretendiam dominar o mundo e estavam se duplicando. Rachel era mantida refém por Karina e só juntamos Eduardo, Pedro, Renan e Felipe para fazermos a poção. Agora perdíamos tempo com lutinhas imbecis em uma arena negra. Aliás, o acampamento tinha sido dominado pela guerra.

Nem dei muita importância quando Pedro anunciou meu nome. Me dirigi logo para arena, para acabar logo com isso.

PDV NATÁLIA

Finalmente! Depois de 4 lutas, chegou a minha vez. Me dirigi à arena pronta para mostrar o que eu podia fazer. Como eu podia lutar. Desembanhei minha espada de ouro e Gabi empunhou a dela de prata. Estávamos a 10 metros de distância uma da outra.

Gabi deu alguns passos para trás, nos dando mais distância.

Ela girou a espada e eu girei a minha. Todos estavam em uma espectativa tão grande que ninguém falou para começarmos dessa vez:

- Vamos logo com isso. Sem jogos, nem suspense. Vamos lutar de verdade. - disse Gabi.

Ela atirou a espada em minha direção e eu joguei a minha de encontro com a dela.

No momento em que as duas se encontraram água e raios explodiram para todo lado.

As espadas não mais existiam. Apenas uma onda imensa controlada por Gabi e uma parede de raios comandada por mim.

A onda veio em minha direção. A parede de raios me protegeu. Quando a água colidiu com a eletricidade, ambos explodiram para todos os lados.

Joguei os raios com toda a minha força na direção dela e ela se protegeu com a água.

Percebi que não iria adiantar muito ficar nessa luta de água e raios, então transformei a eletricidade novamente em espada e Gabi fez a mesma coisa. Agora só precisávamos começar a lutar.

PDV GABRIELA

Fui correndo até Naty e ataquei. Ela bloqueeou e girou atacando na cabeça. Me protegi com a espada e rodei, atacando na barriga. Naty conseguiu pular pra trás no último segundo, mas vacilou. Acertei sua testa com o cabo da espada e quando sua cabeça foi jogada pra trás, chutei sua barriga.

Ela se recuperou rapidamente e não perdeu tempo. Acertou um soco no meu nariz e outro no ombro. Ambos latejaram, mas nada que machucasse muito.

Continuamos travando lâminas, mas ninguém conseguia se acertar, então me cansei.

Ataquei com toda a minha força na cabeça dela e quando as espadas mais uma vez se tocaram, a minha explodiu em água.

Naty não estava preparada então envolvi ela em uma bola de água e a deixei sufocar por um tempo. Quando percebi que estava faltando o ar, soltei a água. Ela se dissolveu no espaço e Natália caiu no chão, completamente encharcada e cuspindo água.

Quando se levantou, tinha um olhar matador no rosto.

Ela veio andando até mim. Soltando um e outro raios no caminho. E estes por sua vez quebravam partes do teto.

Convoquei novamente a água e desta vez não foi pouco. A quantidade de água enxeu toda a arena e nos cobriu até o pescoço. Quem estava na arquibancada foi forçado a subir alguns degraus para não se molhar.

Com meu próprio lago na arena, eu estava em certa vantagem.

PDV NATÁLIA

Ela inundou a arena inteira e agora eu estava atolada em água até o pescoço. Meus raios não funcionavam debaixo d'água. Não sem muito esforço. Eu estava completamente sem defesa.

Quando Gabi sorriu e emergiu na água, meu medo aumentou. Ela estava vindo em minha direção, mas eu não conseguia vê-la.

Senti um corte na minha perna direita e sabia que ela estava sangrando. Senti outro no meu braço esquerdo e um outro até no tornozelo.

Tudo ardia e em pouco tempo Gabi voltou a superfície, no mesmo lugar onde tinha sumido.

Ela sorriu de novo e ondas agitaram a água. Como o mar. Elas foram aumentando e a cada vez eu caia na água. Quando conseguia voltar, outra onda já se formava e eu era atirada na água novamente.

Chega! Eu não aguentava mais ser como um brinquedo. Juntei todas as forças que podia e submergi. Encostei a palma da mão no chão e soltei toda a eletricidade que podia. Ela foi carregada por toda água. Eu não levei nenhum choque, mas Gabi...

Quando voltei para o alto as águas se acalmaram e eu não via sinal dela.

Aos poucos toda a água desapareceu e Gabi estava no chão, respirando pesada, com areia negra grudada por todo o corpo e com marcas violentas de raios pelos braços e pelo rosto, como queimaduras.

Apesar da dor que devia estar sentindo, por ter levado tantos choques e por ter ficado tão marcada, ela se levantou com dificuldade. Pronta, para continuar.

PDV GABRIELA

A dor que eu sentia pelas queimaduras não era nada comparada a que eu podia sentir se perdesse. Por muito tempo em minha vida fui chamada de fraca. Todos jogavam na minha cara minhas derrotas e apontavam meus defeitos sempre que podiam. Eu não ia enfrentar isso denovo.

Me levantei, sentindo cada ponto de meu corpo protestar. Sabia que estava de novo com meu olhar aterrorizante, mas eu não me importava.

Eu não aguentava mais, mas novamente a água explodiu de todos os cantos e foi ao encontro de Natália.

Ela se defendeu com raios.

Os dois iam até o teto e se estendiam por toda a arena.

Um dos raios atingiu o teto e ele começou a desabar, tamanha a intensidade. Soltei a água e Naty soltou os raios imediatamente.

- CORRAM! - ouvi a voz de Kaio no meio da multidão e logo vi pessoas correndo.

A última coisa que vi foram pedras e mais pedras desmoronando do alto a começar pelo lugar onde Wellerson estava sentado.

Saí correndo para fora.

A chuva caía forte e pesada, o chão tremia, relâmpagos e trovões povoavam o céu negro. Quando Felipe saiu a arena desmoronou por completo.

- Estão todos aqui? Estão todos bem? - perguntou Eduardo

- Acho que sim - disse Karina

- Espera! Cadê o Wellerson? - perguntou Marcelo

Não tivemos tempo de responder porque um raio devastou uma estátua de Hermes que estava bem ao nosso lado e fomos forçados a correr para não sermos atingidos.

Minha cabeça estava rodando. Quíron veio galopando até nós:

- Rápido, se refugiem em algum chalé, antes que seja tarde!

Outro raio caiu bem perto de nós.

Saímos correndo o mais rápido que podíamos e nos jogamos no primeiro chalé que vimos. Érick trancou a porta!

Foi quando me dei conta de que estávamos no chalé de Zeus.

Todos se jogaram nas camas exceto eu, Rany e Kaio que desabamos no chão.

- Oh, meu Deus, o que aconteceu? - perguntou Rany

- O teto desabou! - disse Érick

- Eu sei mas, cadê o Wellerson? - Rany voltou a perguntar.

Marcelo se levantou com os olhos marejados de lágrimas.

- Gente, eu sinto muito mas... é... o Well queria ficar sozinho e... o teto começou a desabar bem em cima da parte onde ele estava.

- O que quer dizer com isso? - perguntou Bianca

- Eu... eu sinto muito mas... o Wellerson está morto!