Mais tarde, Bela encontra com André na lavanderia do condomínio, e ela acha bonitinho o fato dele lavar a própria roupa.

- Oi

- Oi –retribui ele – dia de lavar roupa?

- Sim. Gosto de lavar uma vez por semana pra não acumular..

- Eu lavo quando as roupas limpas acabam

- Que bom ouvir isso.

- O Rodrigo é mais organizado que eu, ele sai pegando todas as coisas espalhadas na casa.

- Então ele deveria estar saindo comigo e não com a Julie.

- Por quê? Ela é muito bagunceira?

- Não.. eu que sou maníaca por organização.

- Disciplina adquirida no balé.. quem diria que serviria pra alguma coisa..

- Como?

- Estou brincando, eu gosto de debochar das coisas que eu não posso ser.

- Oh, você queria ser bailarino? – debochando.

- E como está a Julie?

- Bem, foi estudar na biblioteca. Você não acha ótimo ela e o Rodrigo estarem juntos?

- Quê? Nem sabia que eles estavam juntos.

- Ele não te contou?

- Não, pra falar a verdade não vejo o Rodrigo desde de ontem a noite. Mas, se eles estão juntos eu os abençoou.

- Eu gosto desse seu jeito palhaço.

- Eu não sou palhaço, como disse gosto de debochar das coisas que não posso ser ou ter..

Ela abaixa a cabeça e se concentra nas roupas.

- Eu já acabei aqui, a gente se vê.

- A gente se vê.

- Acho que as peças intimas devem ser lavadas separadas, stra organização.

Quando Julie chegou na biblioteca o único que havia chego era Diego. Ela gostava dele, achava bom conversar com e ela estava louca pra contar sobre o que havia acontecido na noite anterior. Na verdade, ela queria contar pra todo, pra senhora no ponto de ônibus, pra o cobrador do ônibus, pra garota q sentou ao lado dela no ônibus e por ai vai, mas ela não era tão louca assim. Porém, agora ela encontrou alguém pra quem contar seu conto de fada, coitado do Diego...

- Oi! – disse ela com um sorriso de orelha a orelha.

- Oi – retribuiu ele meio desconfiado – tudo isso é felicidade de estudar no sábado de manhã? Eu imaginei que você fosse meio doidinha mesmo...

- Hun, seus comentários não vão acabam com o meu bom humor. – ela começa a abrir os livros.

- Esse bom humor tem nome, razão...

- Nome – interrompe ela, fechando o livro bruscamente – Rodrigo. – ela ri e coloca as mãos sobre o rosto.

- Rodrigo? – meio desapontado – como assim?

- Eu vou te contar tudo – ela não via a hora de fazer isso mesmo – ontem depois que todo mundo foi embora do Crazy, nós ficamos. Foi lindo, foi romântico, ele colocou uma música, Wonderwall, eu adoro essa música, nós dançamos e nós ficamos!

- Você já disse isso.

- Por que eu sinto que você não está feliz por mim? – falando mais pausadamente agora.

- Não, eu estou feliz por você sim – se esforça o máximo pra sorrir.

- Você nem disfarça..qual é o problema?

- Jul.. desde de quando você conhece o Rodrigo?

- Isso faz diferença? Quer dizer, eu acabei de chegar, qualquer um que eu ficasse daria na mesma. Por que você tem essa implicância toda com o Rodrigo?

Diego fica meio sem jeito, coça a cabeça imaginando como poderia responder essa pergunta:

- Não é bem uma implicância. Só acho que talvez você esteja criando muita expectativa nessa ficada.. vocês estão namorando? – Julie responde que não com a cabeça – tipo, ele te deu alguma esperança de vocês ficarem de novo, ou...

- Ele não precisa me dar esperanças, ok.

O tom de voz de Julie, fez com que Diego ficasse sem jeito e ela percebeu isso, sentindo-se mal por ter sido grossa:

- Desculpa, não queria ter sido grossa com você. Mas é que você não entende... você nem conhece ele direito.. tá, eu também não conhece ele a milhares de anos, mas eu nunca senti isso antes, e ontem quando eu estavamos juntos eu senti que era verdadeiro.

- Eu só não quero que você se machuque.. você tem razão, eu não conheço ele direito, tudo  que eu sei é o que escuto pelos outros.

Agora a curiosidade chegou, o que será que ele sabia?

- E o que você escuta? – pergunta timidamente, com medo de saber a verdade, mas a curiosidade era muito maior – O que você sabe, Diego?

- O que eu escuto, é que ele, Rodrigo e Liz, são o casal inseparável, vivem entre tapas e beijos e no meio desse tapas, sempre tem beijos de outras pessoas no meio. E até onde eu sei, eles estão no meio dos tapas agora, não é?

De repente, toda a felicidade se transformou em insegurança. Pra que ela quis saber a verdade? A verdade sempre é difícil de se ouvir...

- Você tem certeza? Quer dizer, podem ser apenas boatos..

- O que o Rodrigo já te disse a meu respeito?

- Só que você é filho de mafioso – estranhando a pergunta – por quê? O que isso tem haver?

Ele não responde, olha pros lados tentando esconder um sorriso. Julie imagina o que ele pode disser e antecipa surpresa:

- Não! A Liz? – sua voz sai mais alta quando fala ‘Liz’ esquecendo totalmente que ela estava em uma biblioteca.

- Hey, fala baixo, a gente está na biblioteca – fazendo sinal de silencio.

- A Liz? – sussurando.

- O Rodrigo que não pode ser né..

- Nem sabia que vocês se conheciam.

- A gente não se conhece, é assim que as coisas funcionam, quando os tapas acabam, eles voltam ao paraíso e nada aconteceu.

Julie abaixa a cabeça e fica pensativa. Será que ia ser assim? Será que foi tudo um passatempo pra ele? Que boba ela era. Diego percebe o quanto ela ficou mal com essa conversa, e sente-se o pior dos amigos, ela chegou tão feliz..

- Mas, pode ser que as coisas tenham mudados, não é? Talvez o Rodrigo tenha cansado de tanto tapas e queria carinho de uma pessoa especial. Ele tem sorte de ter encontrado essa pessoa tão rápido.. – ele olha pra ela carinhosamente, e ela sorri sem graça.

O resto do grupo de estudos começa a chegar interrompendo a conversa dos dois. Mas durante o dia todo Julie não conseguir deixar de pensar sobre o Diego havia dito sobre os tapas e beijos. Não podia ser verdade, o Rodrigo tinha sido tão verdadeiro quanto aos seus sentimentos.. ‘a gente nem conversou sobre sentimentos.., por que eu fui esquecer meu celular no Crazy? Se ele ligar quer dizer que não fui um beijo entre os tapas, não é?’

- Jul, escutou o que o disse? – Diego acorda-a dos seus pensamentos.

- Hã?

- Você está na página errada, estamos na página 134..

- Ah, tá.