Paranormal escrita por Neru


Capítulo 8
Capítulo 8 - Reunião


Notas iniciais do capítulo

Demorou um poquinho mas aqui está outro capitulo fresquinho, acabei de passart do papel para o pc.
Espero que gostem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/85406/chapter/8

O Diego era um cara bem legal pelo o que eu percebi, e, aliais bem bonito, mas parece que Mabel já estava de olho nele há mais tempo.

- Então você vai dividir o quarto com a Ada e com a Mabel?- Ele me perguntou com um sorriso de derreter qualquer coração. – Tome cuidado com elas. Elas brigam até dormindo, não irão te deixar dormir nem um segundo se quer.

- Arrá! Muito engraçado. Você é que não a deixaria dormir, aposto que ronca, e muito. – Mabel rebateu com expressão de ultrajada mas ao mesmo tempo divertida.

Diego não respondeu nada, apenas a olhou com uma expressão divertida.

- Vocês já contaram a ela sobre a reunião amanha? – Seu sorriso de diversão se tornou em uma cara séria.

- Que reunião?-Perguntei virando-me para Adália. Pela cara de Diego não deveria ser nada de bom.

- Não é nada, é só um encontro que fazemos uma vez por mês que misteriosamente coincide com o dia em que a senhora Sanches vai visitar os pais e o irmão em uma fazenda bem longe daqui. - Adália olhou para Mabel em busca de ajuda. Devia ser algo nada bom para elas estarem enrolando tanto para chegar ao ponto.

- É como seu fosse uma roda para contar histórias e novidades. Nós também fazemos desafios. – Nessa parte eu notei que a Mabel fez uma pequena e breve careta. – E eu acho bom você ficar esperta Mady, pois como você é novata, vai acabar sobrando para você.

- E não adianta tentar ficar no quarto, que aquele pessoal irá dar algum jeito de te arrancar de lá, nós sabemos como isso é. Melhor ir pelo amor do que pela dor. –Adália disse tentando me consolar.

Pelo tom de voz das duas percebi que as brincadeiras não deviam ser muito agradáveis. Nas escolas anteriores já sofri trotes, mas foram bem leves. Uma vez quando voltava para casa a pé e sozinha, no segundo dia de aula, um monte de gente da minha sala me cercou em uma esquina e mandaram ver na ovada e na farinha, cheguei em casa parecendo e cheirando a bolo mal assado. Em outra, me jogaram com o a bolsa e tudo dentro da piscina olímpica do colégio.

- Cadê o Ricardo, Diego?

- Não sei se devo contar. Ele me fez prometer que não daria pistas sobre ela a você. O que você fez para deixá-lo tão bravo, Ada?  

Eu revirava o resto da minha comida do prato enquanto isso. O refeitório começava a se esvaziar.

- Ele não quer fazer o trabalho comigo.

- Você sabia como ele é. Nada mais do que um folgado. Eu é que não iria querer fazer trabalho com ele.- Completou Diego.

Se até ele que é amigo do Ricardo evitava a folga dele, a paixão de Adália deveria estar deixando-la muito cega.

Saímos do refeitório. Diego foi para o dormitório dos meninos e Mabel, Adália e eu fomos para o nosso.

Quando tinha saído com as meninas para o refeitório, não havia quase ninguém nos corredores do dormitório, mas agora estava parecendo um formigueiro. Esbarrei em várias meninas para chegar até o quarto. Mabel e Adália nem pareceram notar a bagunça, devia ser algo normal aqui nesse colégio.

- Aqui é sempre tão agitado assim? – Essa aglomeração de gente me deixava até claustrofóbica.

- Você devia ver como fica os banheiros depois do fim das aulas, por isso eu não deixei você ir lá.

Quando chegamos no quarto percebi que a minha cama ainda parecia crua, inabitada, tinha que arranjar alguns enfeites, ou costurá-los eu mesma. Amanhã iria ser um longo dia, eu tinha que dormir o mais cedo possível. Minha bolsa já estava com o estojo, o uniforme já estava pendurado no armário, mas ainda não tinha pistas sobre o paradeiro dos meus livros.

-Meninas, vocês sabem aonde poderiam estar os livros?

- Devem estar na arca.-Responderam em uníssono sem seque olhar para mim.

Cheguei perto do baú e o abri. Elas estavam certas, metade do baú era ocupada por livros e em cima deles havia meu horário escolar e  a outra metade estava vazia. Peguei minha toalha e me dirigi ao banheiro. Depois do banho voltei para o quarto e me sentei na cama. Adália e Mabel estavam em suas camas fazendo suas respectivas lições. Para me distrair e não incomodá-las peguei os livros e folhei-os um a um. Boa parte da matéria eu já havia visto rápido no ultimo ano no outro colégio, o que não me surpreendeu, cada colégio tem o seu ritmo e método de ensino.

Terminei de folhear os livros e os coloquei de volta no baú. Esperei um pouco e o silencio começou a me incomodar. Eu não gosto de silencio, deixa muitas perguntas e coisas não ditas no ar. Eu sou nova nesse colégio, tenho que fazer novas amizades, tenho que puxar conversa e rápido.

- Hum...Mabel você gosta de ler....Mangá, né?- Me lembrei da sua animação mais cedo.

Mabel abaixou o papel que segurava e me olhou por cima dele com uma expressão que tentava entender se a pergunta era verdadeira ou se eu a estava zombando. Por fim, pareceu decidir-se e abriu a tampa de seu baú. O baú estava cheio até a metade de Mangás, uma verdadeira arca do tesoura para um leitor voraz.

- É....gosto.Tenho vários, mas como eu disse para a Adália mais cedo saiu um Mangá novo. Eu quero muito ele, mas eu já acabei com a minha mesada.

- Se você quiser posso te emprestar algum dinheiro.- Sempre ser simpática, regra numero um para se arranjar uma amizade. Mas também fiz isso porque ela parece ser uma pessoa muito legal.

- Não precisa, não.

- Você não pode pedir para seu pai, então?

No mesmo instante ela ficou com a expressão rígida. Adália me deu um olhar de que eu pisava em um terreno minado.

- Meu pai não mora comigo e com minha mãe.

Eu podia ser mais azarada? Tanta coisa para conversar e eu tenho a “sorte” de tocar em um assunto que não é lá muito agradável.

- Me desculpe!

Reconheço que acabei de fazer uma grande burrada. Ótimo, eu quero me enturmar e não me encrencar.

- Não foi nada, você não sabia. – Mabel tentava me reconfortar com o sorriso de volta no rosto.- Meu pai é um empresário. Vive sempre viajando, mas já faz alguns meses que não volta e não nos telefona.

Devia ser duro ser deixado por um dos pais. Isso deveria gerar um sentimento de traição igual ao que senti em meu sonho.

 

Depois que Adália terminou a lição resolvemos ir dormir. Antes de cair no sono reparei que havia outra coisa no quarto que dava um toque juvenil a decoração: atrás da porta havia pôsteres, uma porção deles, de cantores e atores famosos. Outra coisa que me veio a cabeça antes de adormecer foi o relato da reunião amanha, o que será que eles iriam aprontar comigo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam? Vou fazer o máximo para postar o próximo o mais rapido possivel!



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Paranormal" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.