Lacuna Sangria escrita por Jacqueline Sampaio


Capítulo 17
Peças do tabuleiro




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Olhou a figura feminina adormecida, o corpo com alguns ferimentos que provavelmente demorariam a cicatrizar. Edward lembrou-se do que havia ocorrido.

 

Flash back:

 

O jovem vampiro retornou após sentir o cheiro de sangue de Bella, sentia o desespero atingindo níveis catastróficos. O cenário que encontrou fora atordoador. Vários corpos de vampiros estraçalhados e Bella desacordada repleta de ferimentos. Correu ao seu encontro. Ao que tudo indicava fora Bella que os derrotou. Será mesmo? Nem mesmo Bella poderia ser tão forte assim. Se bem que Bella mostrava ser diferente dos outros vampiros pelo simples fato de que podia caminhar durante o dia. A pegou e rapidamente saiu do local vendo os corpos dos vampiros mortos se esfarelarem.

 

Fim do flash back.

 

E a duvida ainda ecoava sua mente... Quem eram aqueles vampiros? Quem salvou Bella? Tantas perguntas e achou que deveria procurar novamente o irmão para satisfazer sua curiosidade, mas não sairia até Bella despertar. Ela corria perigo isso era evidente e tinha de convencê-la ao menos a permanecer em sua casa antes de investigar o que acontecia.

 

...

 

Uma figura de magra e incrivelmente branca sorvia sangue em uma taça enquanto olhava alguns escritos antigos com desinteresse. Outra pessoa se aproxima, uma mulher.

 

-Mestre James, pediu-me para vir até o senhor?

 

James: Sim. A minha peça nesse imenso tabuleiro que se chama mundo já se move. Eu tenho agora que posiciona-la para dar o xeque-marte. E você é o meu trunfo para que Bella seja convertida como quero.

 

-Convertida?

 

James: Isso mesmo. Bella se transformou em uma vampira pelas minhas mãos, mas isso não é o suficiente para que ELA volte.

 

-ELA? Quem seria essa pessoa? Não entendo o que diz mestre James.

 

James: Logo você entenderá. Todos entenderão o porquê de transformar uma “Zé ninguém” como Isabella em uma vampira.

 

...

 

Folheou novamente o livro de nome LACUNA SANGRIA, sem duvida aquele era o diário pessoal da medica Lacuna sangria, a primeira vampira que surgiu e que conseguiu contaminar a humanidade e assim gerar a raça vampiresca. Talvez Bella tenha encontrado ao acaso aquele livro tão raro, mas Edward em seu intimo sentia que poderia não ser ao acaso que tinha tal documento. Deixou o livro em um canto qualquer e se aproximou da cama, Edward o fitava ainda com uma expressão sonolenta e incomodada, na certa sentindo dor em seus ferimentos que não mostravam sinais de que se cicatrizariam facilmente.

 

Bella: Edward...

 

Edward: Melhor?

 

Bella: Um pouco.

 

Edward: Prepararei algo para você comer. –Ela o deteve.

 

Bella: Obrigada por não desistir de mim.

 

Edward: Não precisa agradecer. –Bella deu um rápido sorriso que fez Edward sentir algo tão bom quanto à época em que a mãe era viva e o abraçava. Queria permanecer ali, mas saiu disposto a fazer algo para Bella comer.

 

...

 

Suas forças pareciam emergir sem ainda ter sorvido sangue desde que teve sua natureza convertida na de um vampiro. Bella percebeu a noite chegar e tão logo aproveitou para sair. Tinha de resolver uma pendência.

 

Edward ouviu o barulho no telhado enquanto vestia sua sobrecasaca. Como imaginou Bella havia saído. Não se importou por hora. Seria bom que ela não estivesse presente e o visse sair. Logo o Cullen mais jovem deixou seu palacete, tinha um lugar para ir, perguntas que deveriam ser respondidas.

 

Edward: Jasper. –E assim ele seguiu.

 

...

 

Bella: E como ele está?

 

Leah: Atordoado. Não sabe se o que ouve entre vocês foi real ou não. Tive medo de que ele enlouquecesse. Bella é melhor você não aparecer assim para ele e desaparecer sem explicações. Volte e fique! –Leah olhou a figura sentada ao seu lado no telhado de sua casa.

 

Bella: Não.

 

Leah: MAS...

 

Bella: Eu tenho uma nova vida e devo aceita-la. Agora eu vivo em um mundo diferente do seu e do Jacob.

 

Leah: MAS O JAKE TE AMA! ELE NÃO VAI LIGAR PARA AS DIFERENÇAS! ELE... –Viu a amiga se levantar.

 

Leah: Vim apenas para pedir que cuide dele. Com o tempo ele me terá apenas como uma lembrança boa, mas ele precisa de alguém para ajudá-lo a superar isso. Por isso vim aqui. Vim pedir para que você fique ao lado dele ajudando-o. O que me diz? –Agora os olhos de Bella fitavam os olhos de Leah.

 

Leah: Não sei se posso. –E Bella aproximou-se da amiga ficando ajoelhada diante dela, colocou suas mãos frias nos ombros da amiga. Leah olhou a figura de cabelos castanhos que sorria discretamente.

 

Bella: Você... Sempre o amou não é? –Leah arregalou os olhos, estava perplexa com o comentário de Bella.

 

Leah: O QUE ESTÁ DIZENDO? EU NÃO... –Bella ainda sorria e Leah emudeceu.

 

Bella: Somos amigas há muito tempo. Não pode mentir para mim. Eu saberei. –Leah ainda olhava para Bella. Sentiu os olhos marejados e logo se entregou ao choro. Sentia-se aliviada. Em fim Bella havia descoberto o que tanto a atormentou.

 

Leah: Sim eu... Eu o amo! Sempre o amei! Perdão! –Jogou-se nos braços da amiga, soluçava. –Eu tentei conter esse sentimento, mas não... Não consegui eu...

 

Bella: Esqueça. Eu não a odeio por isso. Jamais a odiaria. Eu é que tenho que pedir perdão. Ele teria sido mais feliz se tivesse ficado com você desde o inicio.

 

Leah: NÃO DIGA ISSO! –Apertava compulsivamente à amiga.

 

Bella: Quero que cuide dele. No momento certo confesse seu amor sem medo. Vocês serão felizes juntos. Eu garanto. –Afastou-se de Leah dando-lhe um beijo na testa. –Adeus minha irmã. –Antes que Leah balbuciasse algo pulou por entre as casas deixando a amiga desolada, mas depois de alguns minutos ininterruptos de choro Leah sorriu.

 

Leah: Obrigada... Minha irmã.

 

...

 

Jasper: Entre. –E tão logo a figura antes prostrada à frente da grande porta de seu escritório entrou. Jasper olhou com desdém ao irmão que mantinho os olhos rubros fixos nele. –Qual a acusação desta vez?

 

Edward: Você ordenou um ataque para a Bella, não foi?

 

Jasper: Sim. Ela tem cometido muitos assassinatos desnecessários. E estando você junto dela logo esta historia cairá nas graças do conselho vampiresco. Se associarem você a ela o bom nome Cullen que você herdou, este mesmo nome será manchado.

 

Edward: Então está tentando mata-la não pelos crimes que Bella cometeu pelo numero de vampiros assassinados por ela, mas por que teme que o nome Cullen seja manchado? É ISSO?

 

Jasper: Claro! Verdade seja dita se ela eliminasse todos os vampiros que conheço não me importaria. Mas estando ela ameaçando o nome Cullen eu tenho que tomar minhas providencias.

 

Edward: Agindo assim me leva a crer que talvez você esteja por trás das tragédias que se abateram sobre ela.

 

Jasper: O único incidente que estou por trás é o que ocorreu ontem.

 

Edward: Não ouse tocar nela! Nem você e nem seus lacaios!

 

Jasper: Então mantenha a vampira quieta!

 

Edward: Ela quer apenas a sua vingança.

 

Jasper: Mas ela está longe de matar o responsável pelo acontecimento que a fez virar uma vampira. Enquanto ela perde tempo eliminando o lixo que pertence à raça vampiresca o verdadeiro responsável move as suas peças para dar o xeque-marte nela.

 

Edward: Falando assim parece até que você sabe de quem se trata.

 

Jasper: Ele em fim deu as caras. Eu sabia que se promovesse um ataque a Bella ele viria em sua defesa. Parece que ele tem interesse em mante-la viva, mas não sei o porquê.

 

Edward: De quem está falando?

 

Jasper: A cobra que sempre ambicionou ser o mestre de todos os vampiros: James.

 

Edward: James? Quem é esse?

 

Jasper: Descubra você mesmo. Ocupe sua vampira nesta busca quem sabe assim ela não causa mais transtornos e deixa os outros vampiros furiosos com suas ações. Agora vá. –Edward projeta-se para ir embora satisfeito com as informações coletadas. –Ah, Edward? –Jasper chama fazendo o irmão se virar. –Aquela vampira está condenada. Não pelas minhas mãos, mas pelas mãos dos outros vampiros do conselho. Se ela não se precaver, ela será a presa ao invés do contrario. –Edward, alarmado com as palavras proferidas pelo irmão, sai rapidamente do local.

 

...

 

Não se sentia arrependida pela decisão que tomara. Agora estava na marina apreciando a brisa terrestre que seguia para o oceano. O barulho das águas que se chocava contra a ponte de madeira do cais era algo revigorante a seu ver.

 

Bella: Agora eu terei que seguir com minha vingança, ao lado do Edward. –Pela primeira vez não se sentiu solitária em sua caminhada, principalmente ao pronunciar o nome “Edward”. –Ele estará me esperando para cuidar de mim. –Sorriu com a última frase dita. Levantou-se lentamente, não poderia demorar mais. Caso o contrário Edward se preocuparia. Ao se aproximar de um galpão sentiu a presença de alguém, segurou no cabo de sua arma.

 

“Doces borboletas que passeiam pelo jardim

Pousam de flor em flor até encontrá-la

A doce menina fica entre borboletas...”

 

Espantou-se ao ouvir aquela voz cantando aquela canção tão conhecida para ela. Agora com a arma nas mãos olhava atordoada para todas as direções.

 

Bella: QUEM É? APAREÇA! –Deu três tiros em diferentes direções. E a canção prosseguia.

 

“Doces borboletas que passeiam pelo jardim

Pousam de flor em flor até encontrá-la

A doce menina fica entre borboletas...”

 

“Essa voz... NÃO PODE SER?” - Os lábios trêmulos, murmurando a palavra que não chegou a sair da garganta. Logo sentiu algo atingi-la no ombro e crispou os olhos com a dor. Uma adaga e pelo estrago feito era de prata. Atirou freneticamente em todas as direções, mas logo a voz cessou. Passou a caminhar apressada.

 

...

 

Infelizmente o Sol já havia nascido e Edward não poderia procurar Bella. As palavras de Jasper apenas o deixavam mais apreensivo quanto à demora da mesma. Mas agora Bella poderia caminhar de dia, pelo menos era até mais seguro estar nesse horário perambulando pelas ruas, mas essa conclusão não o confortou. E foi depois de novamente andar de um lado para outro pela sala da biblioteca que sentiu o cheiro que não queria sentir. Era o cheiro de sangue dela.

 

“Bella... ESSA NÃO!” - Correu até a grande porta de mogno localizada na sala. Bella entrara por esta ofegante, a adaga ainda enterrada no ombro. Fechando a porta ela pendeu ao chão.

 

Edward: BELLA! –Correu pegando-a. Bella conseguiu ficar ainda mais pálida e fria do que o normal. –O QUE HOUVE? BELLA FALA COMIGO!

 

Bella: Eu... Estou... Estou bem... Edward... –O vampiro a tomou nos braços tentando controlar o instinto assim que sentiu o aroma do sangue da vampira.


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