No dia seguinte, fomos dar uma volta pela cidade. Queria que a Amber conhecesse Portland e eu queria matar saudades de Portland. Hoje não tinha nenhuma entrevista de emprego. Almoçamos num restaurante de fast food e à tarde fomos ao centro comercial.

Enquanto passeávamos pelo centro comercial o meu telemóvel tocou.

- Estou? – Perguntei.

- Estou, Alice. É a Esme.

- Ah! Olá, Esme. Tudo bem? – Perguntei-lhe.

- Sim e com vocês?

- Também.

- Queria perguntar se, amanhã, vocês querem vir almoçar comigo.

- Sim, claro que queremos.

- Óptimo.

- Mamã, é a avó? É a avó? – Perguntou a Amber aos pulinhos.

- Sim, princesinha, é a avó. – Ouvi a Esme a rir do outro lado.

- Deixa falar! Deixa falar! – Continuou a Amber a dizer aos pulinhos. Dei o telemóvel à Amber e ela começou a falar com a Esme. Deixei-as falar, a Amber estava tão feliz a falar com a avó. Nunca a tinha visto tão feliz. Percebi que voltar para Portland, foi a melhor coisa que fiz. Consegui fazer a minha princesinha mais feliz do que era. Estava curiosa para ver a reacção dela quando ela soubesse quem era o pai dela. Eu queria tanto que ela soubesse e que ele também mas eu tinha tanto medo da reacção dele. E se depois ele quisesse tirar-ma. E se depois ele quisesse a Amber só para ele e eu não a pudesse ver. Eu morreria se me separassem da Amber. Eu já não conseguia viver sem ela.

- Mamã! – Chamou a Amber.

- Sim, querida.

- A avó quer falar contigo. – Disse ela passando-me o telemóvel.

- Sim, Esme?

- Então fica para amanhã à uma, naquele restaurante que costumávamos ir, ok? – Perguntou ela.

- Sim, fica combinado. Até manhã.

- Até manhã! – Disse ela desligando o telemóvel. Desliguei o meu também. Continuei a ver as lojas no centro comercial com a Amber. Por volta das cinco voltámos para casa para descansar um bocadinho visto que passámos o dia todo a passear. Quando chegámos a casa fui dar banho à Amber. Ela adorava tomar banho. Enquanto a banheira enchia, fui ajudando a Amber a despir-se. Quando a banheira já estava cheia, meti a Amber dentro de água. Ela começou logo a salpicar tudo.

- Amber Rose! Não salpiques tudo! – Repreendi na brincadeira. Continuei a dar-lhe banho. Lavei o seu corpinho e depois o seu cabelo. Desembaracei-o bem e depois penteie-o pois era a maneira mais fácil de o pentear. Os caracóis dela eram muito difíceis de pentear. Depois de a enxugar vesti-lhe o pijama. Ela pegou na sua boneca e foi para a sala brincar. Fui fazer o jantar. Por volta das oito e meia, acabei de fazer o jantar e fomos as duas comer. Quando acabámos a Amber ajudou-me a arrumar as coisas e depois fomos as duas ver televisão para a sala. A Amber acabou por adormecer ao meu colo. Fui pô-la na cama dela para ela dormir num sítio mais confortável. Aproveitei para ir tomar um duche rápido. Quando saí do banho, vesti o pijama e fui para a cama dormir.

No dia seguinte acordei com a tosse da Amber. Levantei-me e fui buscar os medicamentos da Amber. De seguida dirigi-me ao quarto dela. Ela ainda estava a dormir mas estava a tossir imenso. Acordei-a.

- Amber… - Sussurrei no ouvido dela. Ela começou a esfregar os olhos e depois abriu-os. – Tens de tomar o medicamento. – Disse-lhe. Ela ainda estava muito ensonada. Ainda era cedo. Eram oito e meia da manhã. Dei-lhe o medicamento e depois levantei-me para a deixar dormir mais um bocado.

- Fica aqui! – Pediu ela.

- Ok.

Meti os medicamentos na mesa-de-cabeceira e deitei-me ao lado dela. Ela aconchegou-se mais a mim e adormeceu outra vez. Na primeira meia hora ainda tossiu um bocado mas depois melhorou. Acabei por adormecer outra vez, voltando a acordar ao meio-dia e meio. Já estava atrasada para me encontrar com a Esme. Fui vestir-me, deixando a Amber dormir mais um pouco. Quando acabei de me vestir fui acordar a Amber. Ela acordou bem, vesti-a e fui o mais rápido que pude para o restaurante. Já estávamos cinco minutos atrasadas. Entrámos no restaurante e fomos ao encontro da Esme.

- Desculpe o atraso, adormecemos.

- Não faz mal. Está tudo bem com vocês? – Perguntou ela pegando na Amber.

- Mais ou menos, a Amber começou outra crise de asma.

- Mas está tudo bem com ela? – Perguntou a Esme visivelmente preocupada.

- Sim, já lhe dei os medicamentos, ela deve ficar melhor.

- Avó! Tenho uma coisa para ti. – Disse a Amber.

- Ai, sim? Deixa ver. – Pediu a Esme carinhosamente. Amber deu-lhe o desenho. A Esme desdobrou a folha e viu-o. – Está lindo, Amber. – Disse a Esme dando um beijo na bochecha da Amber. Pedimos a comida e depois ficámos a falar enquanto esperávamos.

- Alice, quando é que estás a pensar contar ao Jasper? – Perguntou a Esme.

- Não sei… - Eu estava com medo de contar-lhe. Estava com medo que depois ele quisesse separar-me da Amber.

- O que se passa? – Perguntou ela percebendo o meu medo.

- Eu tenho medo que ele me queira separar da Amber. Eu não aguentaria isso. – Disse-lhe desesperada.

- Alice, o Jasper nunca te faria isso. Toda a gente percebe o quanto amas a Amber e de certeza que ele também vai perceber isso. Mesmo que ele quisesse, eu não iria deixar. Percebo o quanto a amas.

- Obrigada Esme. – Agradeci sinceramente.

- De nada. Já te disse que estou cá para te ajudar. O que achas de ires lá jantar no Sábado? – Perguntou-me ela.

- Estão lá todos? – Perguntei eu hesitante.

- Sim, ao Sábado jantámos sempre juntos lá em casa.

- Não sei…

- Anda lá, vai correr tudo bem. Vais ver que eles vão ficar felizes por te ver.

- Ok. Mas se eles começarem a manifestar desagrado por eu estar lá, eu vou-me embora. Não quero arranjar discussões.

- Ok. – Concordou ela.

A comida veio e nós continuamos a falar de banalidades enquanto comíamos. Depois de comermos e pagarmos a conta, fomos dar uma volta pelo parque. A Amber quis logo ir para os baloiços e os escorregas. Eu e a Esme ficámos num banco a vê-la brincar.

- Ela é tão adorável. – Admirou a Esme.

- Pois é! – Disse eu orgulhosa.

Depois de passarmos algum tempo no parque, a Esme teve que ir para casa e nós fomos também para o apartamento. Estive a brincar com a Amber o resto da tarde.

Ainda faltavam dois dias para Sábado e eu já estava nervosa, nem quero imaginar Sábado! Não via a hora de ver o Jasper. Eu sei que ele já não gostava de mim mas eu amava-o e estava cheia de saudades dele.

Mesmo que ele não soubesse que a Amber era filha dele, eu queria ver a reacção dele ao vê-la.

Também estava cheia de saudades da Rose. Ela era como uma irmã para mim. Sempre que me acontecia algo, era a ela que eu contava e era ela que me ajudava a resolver as coisas. Ela sabia toda a minha vida. Ela era a pessoas que mais me compreendia. Conhecia todos os meus medos e receios. Foi ela que me ajudou a conquistar o Jasper. Sentia mesmo a falta dela.

- Mamã! Mamã! Estás a ouvir-me? – Resmungou a Amber. Ela devia ter estado a falar comigo mas eu estava demasiada embrenhada nos meus pensamentos.

- Desculpa, princesinha, não te estava a ouvir. O que foi? – Perguntei-lhe carinhosamente.

- Tenho fome. – Disse ela amuada. Ela ficava tão querida quando estava amuada.

- Ok. A mãe vai preparar uma coisa rápida para comermos ok?

- Ok. – Disse ela continuando amuada.

Fui preparar algo rápido antes que ela ficasse mais impaciente. Quando a chamei para vir comer, ela já não estava amuada. Comemos as duas e depois fomos ver um filme que ela adorava. Já tinha visto esse filme um milhão de vezes mas nunca se fartava e eu gostava de ver o filme com ela. Era tão engraçado.

Quando o filme acabou, fui deita-la. Ela mal se viu na cama, adormeceu. Eu ainda aproveitei para ler um pouco mas estava muito cansada. Li durante meia hora e depois fui-me deitar. Amanhã tinha uma entrevista logo de manhã, tinha de me levantar cedo. A Amber tinha de ir comigo, não tinha ninguém com quem ficar.