Lives escrita por Rella
Capítulo 30
Era Matthew quem estava no volante, Sarah se encontrava por demais agitada para isso.
- Sarah, me diga o que aconteceu. Você me parece tão feliz!
Ela sorriu antes de qualquer resposta. Olhou para Matthew com os olhos marejados.
- Ele voltou, Matthew. – E tornou a olhar para o seu reflexo na janela. Disse a si mesma: - Eu acreditei tanto nisso, tanto...
Fizeram a curva.
- Quer dizer que... Michael Jackson saiu do coma? É isso?!
Ela assentiu, sorridente.
- Oh, Deus, como eu o amo! – Podia sentir o sentimento aflorar em sua pele, lhe percorrer cada centímetro do corpo. Estava cheia de si.
Matthew parou bruscamente. E mesmo com o cinto, Sarah por pouco não se viu atravessar o pára-brisa. Sentiu o coração bater na garganta.
- O que... o que disse, Sarah?
Não tardou para que o som sibilante das buzinas socassem seus ouvidos.
- Matthew! Quer nos matar? Poderíamos ter morrido!
A voz não saiu tão repreensiva o quanto pensara.
- Teve algum caso com ele? Está com ele?
- Matthew, dá pra parar? Ande! Estamos atrapalhando o trânsito!
Passados vinte minutos em completo silêncio, Matthew olhou novamente para o retrovisor, e então teve certeza.
- Estamos sendo seguidos.
Ele pisou no acelerador e pegou uma via alternativa. O automóvel aumentou a velocidade, seguindo-os.
- Matthew – Sarah estava amedrontada. -, não siga para o meu apartamento.
- Sim, claro! – Ele não desgrudava os olhos da estrada e do retrovisor.
- Vamos... vamos tentar despistá-los!
Não houve tempo para isso. No exato instante a Mercedez reluzente esfregou sua lateral com a do automóvel de Sarah. Matthew tentou inutilmente desviar, mas o choque seguinte seria fatal.
Ele afundou o pé no acelerador. Sarah permanecia alerta para ambos os lados. Matthew girou o volante numa só braçada e se deram de frente com dois faróis ofuscantes cada segundo mais próximo, junto a uma buzina ensurdecedora.
Momentos após quando o local se viu cercado de pessoas e paramédicos, uma ligação se deu por feita:
- Trabalho feito, doutor.
Dia seguinte, Sarah despertou com uma banda inteira tocando em sua cabeça. Ela tentou se mover, mas o corpo reclamava. Levou uma mão a testa e sentiu uma terrível ardência. Estava zonza.
- Oh, ela acordou!
A voz era lhe familiar.
- Pelo amor de Deus, cale a boca! – Vociferou Sarah tentando se sentar.
- É, ela está bem. – Falou Ben Peterson.
Sarah viu uma figura embaçada se movimentar para o seu lado.
- Como se sente, Peter?
- Susie, já disse para se calar. – Ela tentou engolir a saliva. – Oh, droga! Tenho que vomitar!
Uma enfermeira entrou acompanhada de Meg.
- Trouxe seu café! – Avisou a enfermeira.
- Tio? – Sarah olhou para Ben. – Tia? – Virou-se para Meg. – O que estão fazendo aqui?
- É uma longa história, querida. – Respondeu Meg ao pegar a bandeja e se sentar rente à sobrinha. – Agora deve se alimentar.
Ela nem teve tempo de olhar para o que havia sobre a bandeja, só o cheiro lhe revirou o estômago. Inclinou-se para o outro lado da cama, e então vomitou. Sarah voltou a olhar para sua família.
- Ainda estou com uma dor de cabeça terrível!
- O médico avisou que você acordaria assim. E sente-se nauseada por causa dos medicamentos. – Falou Meg.
- Médico?
Susie interveio:
- Você sofreu um acidente ontem à noite e abortou, Sarah. Por que não nos disse que estava grávida?
Sarah optou por não responder. A dor que sentia agora era bem mais intensa que sentia em seu corpo. Susie acrescentou:
- Sam me contou antes mesmo do hospital dar a confirmação.
- Não queria que soubessem.
- Sarah, uma hora iríamos saber!
- Eu sei, mas...
Meg interrompeu:
- O importante é que Sarah está bem. – Ela afagou os cabelos de Sarah. – Querida, não se culpe pela criança.
Era tarde demais.
- E... e onde está Matthew? Ele está bem? Hein?
Houve um silêncio mútuo e perturbador.
- Por que... por que não me respondem? Digam-me, como ele está? Ele está aqui? Eu quero vê-lo.
Ben se aproximou e tomou-lhe a mão.
- Lamento, querida.
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