Seis Meses escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 2
Manhã Seguinte


Notas iniciais do capítulo

Oláaaa! Bem, quando eu escrevi essa fanfic algumas pessoas pediram uma continuação, e desde o ano passado eu tinha a idéia dessa fanfic na cabeça, mas tinha decidido escrevê-la apenas na época certa. E foi isso que eu fiz! Essa fic está muito mais curta que a outra, mas foi tudo o que minha inspiração me deixou escrever. Ah, e eu escrevi essa fic já passavam das 2 da manhã, então se tiver alguns erros, relevem por favor! Espero que gostem!!!!



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Manhã Seguinte

O fraco sol que brilhava no céu de Forks, não havia sido o suficiente para derreter a neve que havia caído no dia anterior.

Durante todo o caminho, eu admirava o contraste que a camada de gelo causava à paisagem. A brancura não era total; era possível ver alguns pontos verdes ou marrons na paisagem, que resistiam bravamente ao domínio da neve.

“Tem como ir mais rápido?” Emmett perguntou, impaciente. “Não quero que ninguém coma o que sobrou daquela torta de abóbora.”

Assim como em todos os anos, nós estávamos indo para a casa dos Cullens para o almoço de Natal.  Todo ano, Esme insistia para que dormíssemos lá, o que nos pouparia a viagem pela manhã, mas meu pai sempre recusava.  Vai entender!

“A pista está muito escorregadia, Emmett.” Charlie respondeu.

“Vamos nos atrasar para o almoço.” Minha mãe se lamentou.

“Mesmo que nos atrasemos, ainda vai ter comida o suficiente para comermos.” Meu pai tentou tranquiliza-los.

“Desde que tenha minha Torta de Abóbora.” Emmett, encolheu os ombros.

“Não podemos fazer todos esperarem por nós. É deselegante.” Renée insistiu.

“E acelerar nessa estrada, será um desastre.” Meu pai devolveu.

Eu revirei os olhos diante daquela situação. Todo o ano aquela situação se repetia.  Minha mãe reclamava dos atrasos, Emmett de não comer a sobra do seu prato favorito da ceia e o meu pai pela pressa deles. Eu sempre ficava calada apenas assistindo, e hoje eu tinha uma razão adicional para fazer isso.

Edward Anthony Cullen.

Meu melhor amigo, e talvez, atual namorado!

Hoje quando acordei pela manhã, eu tinha um enorme sorriso estampado no meu rosto. Eu não acreditava em Papai Noel- longe disso- mas, de alguma forma, eu havia ganho o melhor presente de Natal da minha vida. Após seis meses separados, eu tinha recuperado o meu melhor amigo e de quebra, descobri que ele ainda era apaixonado por mim.

Com um presente desses, dá até para começar a acreditar no bom velhinho.

Depois de termos nos beijado no jardim, Edward e eu voltamos para a casa onde todos esperavam por nós. Pelos sorrisos estampados nos nossos rostos, todos já haviam deduzido que a dupla imbatível –Edward e Bella- estava de volta à ativa.

Eles só não desconfiavam o quão juntos nós estávamos agora.

E para falar a verdade, analisando a festa, nem eu sabia.

Em nenhum momento Edward havia me tratado de uma maneira especial. A frieza dos últimos meses havia se dissipado no instante que seus lábios tocaram nos meus. No entanto, as juras de amor pareciam ter sido deixadas no jardim. Dentro da casa eu era apenas a velha Bella Swan: a melhor amiga que dividia a atenção dele com os demais.

Sinceramente, eu não sabia o que esperar do comportamento dele. Ele estava nos protegendo, ou simplesmente não queria tornar aquilo público. Talvez ele tivesse alguns assuntos pendentes na vida dele, antes de assumir publicamente um relacionamento.

Tanya Denalli.

Senti um nó no meu estômago ao reviver as imagens dos últimos meses. Eles eram inseparáveis, e por mais que Jasper e Emmett negassem, eu não acreditava que não existia nada entre eles.

Ela se jogava aos pés dele, e acreditar no que os garotos me contavam, era irreal.  Ele até tinha feito uma droga de música para ela! Como eles podiam negar o óbvio?

A discussão dentro do carro chegou ao fim, assim que alcançamos a entrada que levava a casa dos Cullens. Saímos do carro estampando sorrisos, como se fôssemos a família ideal. Pena que isso acabava no instante que entravamos na casa.

E isso era uma das coisas que eu mais gostava da minha família: não éramos frios o suficiente para mantermos as aparências.

Graças a Deus que os Cullens e os Hales já estavam acostumados conosco.

“Que bom que chegaram! Já vamos servir o almoço.” Esme anunciou ao abrir a porta.

Todos estavam na sala de jantar quando chegamos. Nem conseguimos cumprimentar ninguém, já que Carlisle logo nos levou para a sala de jantar.

Acho que realmente estávamos atrasados.

O almoço transcorreu tranquilamente, embora eu não conseguisse parar de olhar para Edward e Tanya, que estavam sentados lado-a-lado.

Não existe nada entre eles,  não existe nada entre eles, não existe nada entre eles. O mantra se repetia na minha cabeça, mas sem nenhum sucesso.

Após o almoço, os adultos foram para a sala de estar; e os quase adultos para a cozinha.  É desnecessário mencionar que isso tinha sido idéia do meu irmão, certo?

“Torta de abóbora!” Ele exclamou, antes de soltar um suspiro. “Finalmente nos encontramos, meu amor.”

“Como é?” Rosalie perguntou, com a sobrancelha arqueada.

“Rose, o caso deles é mais antigo. Desde que o Emmett tinha doze anos de idade.” Expliquei.

“O que vamos fazer?” Alice perguntou, olhando para nós. Percorri meu olhar por todos os meus amigos, até que meus olhos encontraram um certo par de olhos verdes. Minha garganta logo secou diante a tamanha intensidade que emanava deles.

“Eu não sei vocês, mas eu vou comer.” Emmett anunciou.

“Bella, posso falar com você um instante?” Edward pediu, antes que sua irmã continuasse com sua missão em exterminar o ócio.

“Claro.” Respondi, não conseguindo olhá-lo nos olhos.

Ele foi andando na frente, e eu o segui até a pequena sala onde ficava seu piano.  Aquela sala era o seu mundo, o seu refúgio particular.

“Então?” Perguntei. Estava nervosa demais para controlar minha ansiedade.

Edward se aproximou de mim, colocou suas mãos na minha cintura, e me beijou longamente.

“Eu gostaria de te dar seu presente de natal.” Ele falou, quando nos separamos.

“Ok.” Respondi, me sentindo um pouco tonta.

“Vem cá.” Ele me pegou pela mão, e me levou até o piano.

Assim que me sentei ao seu lado, ele começou a tocar a música. Era uma melodia doce e calma, e soava familiar para mim. Eu não conseguia lembrar exatamente onde eu tinha ouvido, mas eu sabia que a conhecia.

Deixei-me envolver pela música, e um pouco antes dele terminar de tocar, vi um flash na minha cabeça.

Edward e Tanya. A sala de música da escola. Ele tocando essa mesma música.

Eu não podia acreditar naquilo! Como ele ousava me dar aquela música de presente?

“Eu não acredito!” Disse indignada, levantando-me.

“O que foi?” Edward parou de tocar, abruptamente e me encarava confuso.

“Acho melhor eu ir.” Eu não ficaria ali para ser a substituta de Tanya em nenhum sentido.

De alguma forma, antes que eu pudesse chegar a porta, Edward me alcançou e me segurou pelo braço.

“Da última vez que você saiu assim, ficamos seis meses sem nos falar.” Ele exalou pesadamente, e soltou o meu braço. “O que aconteceu?”

“Como se você não soubesse.” Respondi, rispidamente.

“Mas eu não sei.” Ele se defendeu.

“A música.”

“Você não gostou?” Ele perguntou com o cenho franzido, e algo cruzou no seu olhar. Tristeza, talvez?

“Foi a mesma música que você tocou para a Tanya.” Acusei.

“O quê?” A cada palavra que eu dizia, parecia que só aumentava a confusão dele.

“Eu ouvi você tocando essa música para ela a alguns meses na escola.” Expliquei, levemente exaltada.

“E o que tem?” Ele perguntou, como se o fato não fosse importante.

“O que tem? Como você ousa me presentear com uma música que você fez para ela?”

“Eu não fiz essa música para ela.” Edward elevou, ligeiramente, a  voz.

“Não precisa mentir, eu vi com os meus próprios olhos!”

“E o que exatamente você viu?” Ele perguntou, cruzando os braços.

“Você tocando a música, ela falando que era linda e você dizendo que fazia jus a inspiração.”

“Eu estava falando sobre você!” Ele disse sério.

“Para de negar o óbvio.” Revirei meus olhos. Eu já estava farta de toda aquela negação.

“Bella, olha o nome na partitura.” Contrariada, fui até o piano e li a primeira linha da partitura. Bella.

“Mas...” Tentei articular uma palavra, mas nada saía.

“Obrigado por pensar tão pouco de mim.” Ele falou rispidamente, me deixando sozinha na sala.

“Edward!” Chamei, em vão.

Era como reviver aquela briga tudo de novo. Eu o havia magoado novamente, só que desta vez, ele que havia me deixado para trás. Era um sentimento horrível de se experimentar.

“Vocês nunca se entendem, não?” Olhei para frente, e vi meu irmão encostado no batente da porta.

“O que você está fazendo aqui?” Eu sabia que era injusto descontar meu mau-humor nele, mas era inevitável.

“Eu meio que ouvi a conversa de vocês.”

“Foi tão alta assim?” Perguntei, receosa com o fato de nossos pais terem ouvido.

“Não. Eu estava passando.” Ele respondeu, tranquilamente. Alguma coisa na calmaria do Emmett, despertou o caos dentro de mim.

“Por que eu sempre tenho que estragar tudo?” Deixei as lágrimas rolarem, enquanto eu me sentava na banqueta.

“Bella...”

“Emm, é sério. Eu tenho o dom de estragar tudo de bom que acontece na minha vida. Eu devo ser algum tipo de Midas ao avesso, ou alguma coisa parecida.”

“Bells, você não estragou nada.” Ele disse, sentando-se ao meu lado.

“Estraguei sim.” Respondi, fungando.

“Então vá lá em cima e conserte tudo. Ou você vai esperar mais seis meses para fazer isso?” Ele sorriu ternamente, e abraçou me abraçou pelos ombros.

“Ele deve estar me odiando agora.”

“Ele não te odeia.”

“Como você sabe?” Arqueei, uma sobrancelha.

“Por que ele te ama.” Ele respondeu, sorridente.  “Não foi o que ele disse ontem, para você?”

“Emmett David Swan, você estava me espionando?”

“Eu tinha ido atrás de você ontem a noite, quando eu ouvi ele se declarando antes de enfiar aquela língua na sua boca.”  Ele explicou, antes de fazer uma careta.         “Falando nisso, teremos que ter uma longa conversa sobre rapazes.”

“Emmett.”

“É isso mesmo. Você é minha irmãzinha e eu tenho que proteger você.”

“Do Edward?” Aquela era a idéia mais absurda que ele já tinha tido.

“Principalmente dele!” Ele respondeu, antes de piscar para mim.

Levantei-me da banqueta, limpei as lágrimas e dei um beijo no rosto do meu irmão.

Eu e o Emmett tínhamos nossos momentos em que quase nos matávamos mutuamente, mas uma coisa eu nunca podia questionar: ele sabia exatamente o que dizer para me alegrar.

“Te amo, Ursinho de Pelúcia!” Disse antes de sair da sala.

“Eu também, pequena.” Escutei-o gritar.

Subi as escadas o mais rápido que minhas pernas bambas permitiam. Emmett estava certo, seu eu deixassem as coisas como estavam, todo sofrimento que vivi nos últimos meses se repetiriam. Eu não podia agüentar isso novamente.

Bati a porta do quarto dele, antes de abri-la.

“Edward?” Chamei. Ele estava deitado em sua cama.

“O que você quer, Bella?” Edward perguntou seco, sem desviar seu olhar do teto.

“E-Eu-Eu queria pedir desculpas sobre o que aconteceu lá embaixo.” Falei, sem conseguir olhar em sua direção. Eu já podia sentir as lágrimas voltando novamente. “Eu passei os últimos meses achando que você e Tanya tinham alguma coisa, e quando eu você tocou a música foi a gota d água. Eu sei que exagerei, mas não pude evitar.”

“Por que você achava que tinha alguma coisa entre eu e a Tanya?” Edward sentou-se na cama, e pela primeira vez olhou para mim desde que eu entrara no quarto.

“Vocês combinam. Quer dizer, você é praticamente um Adônis e ela a Afrodite. Além do mais, para todo lugar que eu olhava eu via vocês juntos. E ela sempre arranjava uma maneira de estar tocando você.”

“A mesma coisa que acontecia entre você e o Jacob.” Ele apontou.

“É completamente diferente. O Jake não ficava dando em cima de mim a cada dois minutos.”

“Isso tudo é ciúme?” Ele perguntou com um sorriso presunçoso.

“E se for?” Devolvi, desafiante.

Edward não disse uma palavra se quer, apenas levantou-se da cama e veio andando na minha direção.

“Nunca existiu nada entre mim e Tanya.” Ele disse acariciando o meu rosto. “Ela sempre tentou, mas eu nunca conseguia vê-la desse modo. Além do mais, já faz algum tempo que uma certa morena ocupa meu coração. ” Ele adicionou, sorrindo de lado. “E eu só toquei a sua música para ela, por que ela estava curiosa para saber o que eu tanto fazia na sala do piano.”

“Desculpa.” Sussurrei, o meu pedido.

“Agora, você pode me dizer o que achou do eu presente?”

“A música é linda, mas eu prefiro o presente que você me deu na noite anterior.”

“Qual?” Ele perguntou confuso. Para um garoto tão inteligente quanto ele, às vezes, Edward era obtuso demais.

“Você.”  Respondi com um sorriso.  “Foi o meu melhor presente de natal.”

“Engraçado. Eu ia dizer a mesma coisa sobre você.” Ele falou, me fazendo rir.

“Eu te amo, Edward.”

“Eu também.” Ele sussurrou, antes de encostar seus lábios nos meus. Abri meus lábios, e Edward logo deslizou sua língua para minha boca. Ele me segurou pela cintura, na mesma hora que enterrei minha mão em seus cabelos. Eu havia me desligado de tudo ao meu redor, a única coisa da qual eu estava consciente era Edward e sua magnífica habilidade de beijar.

“Eu não ouço vozes.” Emmett gritou, do lado de fora do quarto. “Se vocês não saírem em cinco minutos, eu vou entrar ai!” Ele avisou.

“O que deu nele?” Edward perguntou, ofegante.

“Está bancando o irmão mais velho.” Respondi, revirando os olhos.

“Então acho melhor aproveitarmos nossos minutos, antes de descermos e anunciar a novidade para todos.”

“Ótima idéia.” Sorri, antes de beijá-lo, novamente.

“Quatro minutos, hein!” Emmett gritou novamente.

Enquanto eu estava envolta nos braços do Edward, eu só conseguia pensar em uma única coisa: Mal posso esperar pelo próximo natal!


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