Mas um dia nessa humilde vida, normal como qualquer outro. Isso se eu fosse normal...

Não consigo mais dormir então me levanto banho rápido, coloco a mesma roupa: meu jeans favorito, camiseta preta, botas, cabelos soltos ainda molhados e nas unhas meu novo esmalte roxo que ganhei da Minnie, e sim Minnie realmente é seu nome e não o apelido idéia da irmã q escolheu.

Falando nela percebo vindo em minha direção cabelos preso em um coque frouxo, maquiagem impecável e algo bom no ar, talvez seu perfume com cheiro de flores do campo. É quando sinto de repente alguém pulando em minhas costas e assustada solto um grito, mas alguém no fundo me diz:

-ei sou eu, calma Mel! Se alguém quisesse te matar seria fácil, com você viajando ouvindo musica.

-não é qualquer musica, é Pitty.

Digo, e lhe dou um sorriso sarcástico, me matarem?! Como se fosse possível ultima coisa q penso depois me concentro na letra de  Desconstruindo Amélia

Em silêncio, andamos cada uma com seu ipod, rumo ao inferno, o ensino médio.

Inglês, artes, química, inglês, biologia, história, essa é a seqüência de hoje, plena sexta-feira e aqui estou em uma sala com pessoas que preciso suportar.

Como companhia, as minhas dores de cabeça, que voltaram com tudo. Tento me distrair com Monet e seus lindos quadros. Paisagens serenas, tranqüilas. Ate que o sinal bate, somos obrigados a sair, algum idiota deve estar fumando no corredor e acionou o alarme de incêndio a “acidentalmente”.

Quando saímos, encontramos o laboratório coberto por fumaça, um forte cheiro de pólvora sai do local, e encontro um olhar fixo no meu, lindos olhos verdes, em meio à destruição e, me sinto atraída como se algo me puxa-se ate ele.

-melissa, sai já do laboratório, a fumaça pode ser tóxica.

Então me viro e vejo a Margaret ao meu lado, com a mesma cara de náusea, me levando para longe, para longe daqueles olhos, sinto como se algo fosse tirado de mim, entro em pânico por algum motivo que ainda não sei...