Minha história nunca se pode comparar com jovens por aí da minha idade. Garotas felizes e sorridentes, que viviam para gastar o que restava de dinheiro nos cartões de crédito. Pra falar a verdade nunca me importei muito com a palavra ‘‘família’’, era algo completamente ignorado por mim no meu dicionário.

Eu era como qualquer garota de dezessete anos... Gostava de cultivar amigos, ficar bêbada até altas horas, namorar atletas do colégio sem neurônios e pisar em todos aqueles que fossem inferiores.

Tudo com apenas um objetivo: aproveitar tudo que tinha direito sem se importar com as pessoas ao meu redor.

Um dia eu e minha família resolvemos passar férias na Itália, mais especificamente em Volterra. Uma tentativa frustrada de unir a todos da família ou o que sobrou dela.

- A noite italiana, não é linda Bells? – Charlie meu pai me disse sorrindo, ao ver as miríades das estrelas, naquela noite. Nossa última.

- É Bella, pai! – corrigi seria. Gostava que me chamassem de Bella, o prefixo ‘‘Bells’’, me dava cinco anos de idade.

Andávamos por ali, procurando por algo que nos preenchesse, meu pai insistia que tivéssemos esse dia em família antes que voltássemos para Forks e eu me mudasse de vez daquela estúpida cidade.

Foi então que os vi – eram três ao todo. Todos eram pálidos e possuíam sorrisos satisfeitos ao nos ver ali, tão perto. Também não pude deixar de reparar nos olhos, lindos olhos, porém frios e calculistas.

Olhos vermelhos... Como sangue.

Senti o medo me invadir como uma injeção nas minhas veias de adrenalina. Vi de relance o cara grande e forte segurar meus pais com os dois braços e logo em seguida tudo a minha volta desaparecer.

Nas horas seguintes senti como se estivesse ido para o inferno. Lembro de desejar a morte para acabar com aquela dor. Era desesperadora... Sem tamanho. Senti como se cada parte do meu corpo estivesse novamente moldado, como se eu estivesse ressurgindo em meio às trevas.

Me vi depois daquilo vivendo um turbilhão de emoções avassaladoras, até mesmo para um vampiro como eu. Pelo que os Volturi havia me contando não haviam conseguido salvar meus pais por conta do entusiasmo e desejo de um dos membros do clã. Não me importei em destruí-lo com a força da minha mente, com os novos poderes que tinha.

Sim eu agora tinha poderes com o potencial para destruir todos aqueles covardes!

Sei que é loucura dizer que eu ainda continuo aqui, sendo que eles foram os responsáveis por toda a minha dor e desespero nos anos seguintes. Mas aprendi uma lição com eles que levaria por toda imortalidade: A vingança é uma espécie de droga viciante, uma vez experimentada sempre se quer mais.

Não me importo com a dor que eles me causaram, não me importo com suas leis estúpidas, se for para fazer os humanos, que não valorizassem sua existência como eu havia feito. Então eu continuaria, continuaria até que os fizesse sofrer como eu.

Eu agora tinha um novo nome:

Isabella Volturi.