Turnabout Land escrita por Kotomi


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Realmente eu queria ver alguem mandando Reviews -.-



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- Podem parar logo aí! – gritou o Detetive Gumshoe

Maya e eu estávamos ansiosos para investigar a cena do crime e talvez encontrar algo que nos ajudasse a provar a inocência de Deagá. Em todos os nossos casos, Gumshoe nunca nos impedira de olhar a cena do crime, mesmo isso sendo parte do trabalho dele. Mas, infelizmente, parecia haver uma primeira vez para tudo...

- Ei, detetive. Eu aceitei o caso! – eu retruquei – Eu tenho que investigar a cena do crime!

- Negativo amigo! O Sr. Edgeworth disse que, se eu deixar alguém entrar na Comunidade, meu salário despencará ainda mais! Eu não quero ter que pagar pra trabalhar na polícia. – ele disse, com uma expressão tremendamente triste.

Num primeiro momento, ao ver a cara dele assim, eu até senti um pouco de pena do detetive. Porém, eu logo me lembrei de um detalhe: o salário dele devia ser cortado há cada final de semana. Como que ele ainda não estava pagando para trabalhar? A polícia local estava cada vez mais relaxada.

- Mas Detetive! Isso é pelo bem da justiça! – eu protestei, em vão.

- OBJECTION! – ele disse – A justiça diz claramente que é proibido que vocês entrem aqui! – o detetive fez então uma pequena pausa – Meu Objection foi bem legal, não? – ele disse, com um sorrisinho.

Eu estava quase desistindo de investigar. Se o Gumshoe, de todas as pessoas, me proibiu de entrar na cena do crime não uma, mas duas vezes, era sinal de que tudo estava perdido. Felizmente, Maya não cedeu tão fácil:

- Detetive! Que tal fazermos uma troca? – ela sugeriu, juntando as duas palmas e dando um sorriso enorme.

- Eu já falei que vocês não vão entrar! – respondeu o Detetive, irritado.

- Nem se eu te disser como pegar o Mew? – ela disse baixinho, se aproximando do Detetive.

- O MEW?! Mas... Isso funciona na versão Red, não é?! – ele perguntou, mantendo a mesma expressão. Mas agora ela indicava mais espanto que raiva.

- Só funciona nas versões Red, Blue, Green e Yellow!

- Mentira! Impossível! Ninguém sabe pegar o Mew!

- É só você ir na Rota 8 e aparecer na frente do Juggler que tem lá, mas você tem que estar do outro lado da tela em relação a ele. – ela explicou, enquanto o Detetive pegava seu Game Boy Color e começava a jogar - Então, você dá Fly antes dele chegar perto de você e vai pra Cerulean. Você não vai poder pausar e então... Só conto depois que investigarmos!

- Hmm – o Detetive disse com uma cara enigmática - ....... AH! EU VOEI ANTES DELE ME ENFRENTAR! E O START NÃO FUNCIONA! – ele gritou subitamente – Você realmente sabe como pegar o Mew! Ok, vocês podem investigar à vontade! Mas termine de me explicar depois!

- Muito obrigada, Detetive! – disse Maya, já me arrastando para dentro da PokéLand.

- Ah, esperem um pouco! – Gumshoe gritou – Levem mapas da Comunidade com vocês para não se perderem!

- Um mapa? Bom, onde nós estamos, Detetive? – eu perguntei

- Logo aqui, no Portal de Entrada. A cena do crime é o primeiro tópico da Oficina Web++.

Foi apenas então que eu me lembrei de que ainda não sabia onde era a cena do crime, além do vago “Comunidade PokéLand”.

- Ok. Muito obrigado, Detetive. – eu disse, antes de ir-me embora.

- E lembrem-se! Se alguém perguntar, é tudo em benefício de um jovem treinador Pokémon! – ele respondeu

Apressamos-nos em direção à Oficina Web. Ela estava no local mais remoto da comunidade, onde eu duvido que qualquer pessoa fosse por vontade própria. Mas, ainda assim, ela foi o local de um assassinato. Isso não fazia sentido.

Menos sentido ainda, porém, fazia a cena do crime. O tópico onde o assassinato ocorreu era absolutamente vazio. Havia apenas a fita branca da polícia marcando onde o cadáver estava, um pouco de sangue no chão e... Um revólver. Ele era um bocado grande; duvido que eu fosse capaz de atirar com ele. Fora esses restos do crime, não havia mais nada lá.

- Estranho, não acha, Nick? Não tem nada aqui... – Maya comentou. Ela parecia um pouco triste por não ter o que investigar.

- Realmente, nós nunca tivemos um caso com tão poucas evidências. Eu me perguntou se o Edgeworth está tão perdido quanto a gente...

- É óbvio que ele está, Nick! – ela disse, com um sorriso absurdamente grande – É por isso que ele não queria que o Detetive Gumshoe nos deixasse investigar. Para não descobrirmos que ele não sabe de nada!

- É, pode ser – eu menti, para agradá-la. Eu sabia que Edgeworth tinha preocupações maiores do que seu ego – Bom, vamos indo. O detetive disse que havia uma testemunham, então nós deveríamos ir falar com e...

- NIICK! PARE!

- O quê? – eu disse, surpreso, enquanto parava – Você ach...

- SEU PÉ! NÃO PISE!!

Ela falou bem a tempo. Quase que eu destruí uma valiosa pista.

- Isto... – eu disse, me abaixando para investigar a pista – O que diabos é isto?

- Parece algum tipo de distintivo... E muito sujo.

Realmente, o objeto era um pequeno distintivo azul. Havia algo escrito nele, mas ele estava sujo demais para ser lido. O que isso poderia significar?

\"Pista\"

[Nota do autor: Perdoem minhas PÉSSIMAS Paint-skills!]

- Nick! Vamos investigar! Anda logo, limpe o emblema...

- AHÁ! Eu sabia que não poderia confiar em vocês! – gritou alguém. Mas sua voz era muito familiar.

- Detetive Gumshoe! – eu disse, virando-me e vendo o Detetive.

- Nada de mexer na cena do crime, amigo! Esse distintivo sujo continuará logo aí onde ele está, sujo como está! E andem, podem sair daqui. A Cena do Crime agora está fora dos limites.

- Mas... E o Mew, Detetive? – perguntou Maya, triste.

- ARGH! – gritou o Detetive – Hmm... Acho que vou ter que abandoná-lo, por hora. – ele respondeu, tristonho – Não posso deixar vocês adulterarem a cena do crime desta vez. Sinto muito. Vão questionar o Shinji ou algo do... AAAAHHHHHH!

- Então o Username da testemunha é Shinji. Obrigado, detetive! – eu disse, antes de sair da Cena do Crime.

Ir embora de lá não era sacrifício nenhum; não havia mais nada para investigar mesmo. O verdadeiro problema agora era onde encontrar esse tal de Shinji. A polícia não o teria deixado sair da comunidade, isso é certo. Mas, sendo a PokéLand do tamanho de uma cidade, isso não era ajuda nenhuma.

- Hmm, onde será que esse Shinji estará? – eu me perguntei.

- Ele certamente estará no Planalto Indigo, Nick! – Maya respondeu – É lá que todos se reúnem para jogar em campeonatos famosos como o Desafio à Elite 4.

- Mesmo quando o fórum está fechado porque houve um assassinato na noite anterior? – eu perguntei sarcasticamente.

- Ah, é. Acho que ele não deverá estar lá então. – ela disse, triste – Nem no Dojo ou Coliseu Pokémon, então.

- Que tal aqui? – eu disse, apontando para o Boteco da Esquina no mapa.

Maya não disse nada, o que eu aceitei como um “Ok” e assim fomos ao Boteco. Lá, eu encontrei uma figura ainda mais bizarra que meu cliente: um rapaz com uma franja gigantesca cobrindo seu olho direito. Quase tão grande quanto sua franja, era seu nariz, apesar de que nenhum deles era páreo para a cabeça de Deagá. Por último, ele carregava num note book consigo, como se fosse a coisa mais preciosa do mundo.

- Com licença – eu disse – mas você poderia...

- Seus colegas acabaram me questionar. Pergunte para eles. – respondeu o sujeito, sem sequer olhar para mim.

- Ah, mas é que nós... – eu tentei novamente

- Pergunte pra eles.

- Mas nossos colegas não vieram aqui! – interveio Maya – Nós não somos da Polícia. Nós somos Maya Fey e Phoenix Wright, a equipe de defesa do Deagá!

- Maya! Você não deveria fal...

- Ah, são? Aquele Detetive maluco disse que eu deveria responder às perguntas de quem quer que estivesse aqui... Eu acho estranho o advogado do suspeito estar na cena do crime, mas se vocês têm permissão para isso, acho que não tenho escolha, senão responder suas perguntas. Meu username é Ikari Shinji, mas vocês podem m,e chamar só de Shinji. Eu sou a testemunha do crime.

Quem diria! Novamente, a (falta de) inteligência do Detetive Gumshoe e a impulsividade da Maya tinham me salvado! Eu não perdi essa oportunidade dourada de questionar a testemunha.

- Então, Sr. Shinji, você poderia, por favor, nos contar o que viu do crime?

- Eu não vi crime nenhum.

Eu e Maya ficamos sem palavras. Como uma testemunha não teria visto o crime?!

- Mas fui eu quem destrancou o tópico onde ele aconteceu. Lá dentro, eu encontrei GBcrazy, morto, e Deagá, inconsciente. Também, tanto tempo num tópico trancado... Não é de surpreender que ele tenha ficado sem ar e inconsciente. Isso é basicamente tudo que eu sei.

- Apenas isso? – eu perguntei, decepcionado.

- É.

“Impossível!” eu pensei “Uma cena do crime vazia e uma testemunha que não sabe de nada. Que tipo de caso é esse?!”

- Ei, espere um segundo, Shinji! – disse Maya – Como assim, o tópico estava trancado? Apenas moderadores podem trancar e destrancar tópicos!

- Ah, sim. Esse é o grande mistério do caso. Nenhum deles era um moderador para poder trancar. – a testemunha respondeu.

- Então mais alguém passou no tópico. É a conclusão lógica! – eu disse.

- Não há mais nenhum nome no registro.

- COMO ASSIM?!

- Eu falei que era um mistério.

Antes eu achava que apenas meu cliente era estranho. Mas agora, eu enfrentava um tópico que se trancava sozinho...

- Mas, Sr. Shinji, - eu prossegui, ignorando esse mistério – Como você destrancou o tópico? Você não é um...?

- Não mesmo. – ele interrompeu – Eu apenas achei estranho um tópico na Oficina Web++, onde ninguém vai, estar trancado. Então eu usei meu notebook para hackear o sistema e destrancá-lo. Foi então que eu achei os dois corpos.

- Você usou seu notebook? Então ele deve ter vários programas especiais, correto? – eu perguntei, apesar de não saber que tipo de relevância isso teria com um caso.

- Ah, ele não tem nada de especial não...

As cores sumiram. Tudo escureceu. E então, as correntes apareceram! Formando 2 X’s, um em cada lado de Shinji, e cada um tendo um cadeado em sua intersecção. Shinji tinha uma Psyche-Lock; ele estava escondendo algo sobre aquele notebook! Mas o que poderia ser? E, mais importante ainda: por que esconder esse segredo, seja lá qual for?

- Muito obrigado pelas respostas, Sr. Shinji – eu disse – Agora, se me der licença, tenho que continuar a investigação.

Expliquei a Maya sobre as Psyche-Locks que vi. Nós tínhamos de descobrir o que Shinji estava escondendo. Mas como? Como eu iria descobrir algo sobre o notebook dele? Olhando meu mapa, pensando em onde continuar nossa busca, pensei ter encontrado a solução:

- Que tal se formos neste Beco dos Perdidos? Eu me sinto bem perdido quanto a isso tudo. – sugeri.

- Não sei, Nick. Eu me lembro de ouvir falar que novatos não deveriam ir no Beco, mas não lembro porquê.

- Ah, não pode ser nada ruim. Vamos lá!

Pela primeira vez em toda a investigação, Maya estava hesitante. O que será que poderia haver no Beco dos Perdidos? Seguimos até lá, ansiosos.

- Vamos logo, Maya! – eu disse – Não temos o dia todo!

- Mas Nick... Eu acho não deveríamos ir no Beco dos Perdidos!

- E não devem mesmo! – disse alguém

- Ah, Detetive Gumshoe! – eu disse – Desculpe-nos, é só que...

- Detetive Gumshoe? – perguntou a voz – Ah, vocês devem estar falando daquele Detetive maluco. Mas eu não sou ele. Eu sou Armando Meziat, um dos administradores da PokéLand. Mas vocês podem me chamar de Meme.

Foi apenas então que eu me virei para ver quem esse “Meme” era. Vestido numa espécie de armadura parecida com um dinossauro, ele ganhava o troféu de Miss Weird do ano, mesmo sendo um homem. Eu não queria nem reparar no resto; apenas a armadura já era aberrante o bastante.

- Sinto informar, mas até instalarmos o upgrade que faz posts não contarem no Beco, ninguém pode entrar lá.

- ........ O quê? – eu perguntei, hesitante.

- Ah, vocês não podem entrar no Beco e pronto. Fim.

- Mas, Sr. Meme! – disse Maya – Nós... nós temos que investigar o Beco para descobrir o segredo no Notebook do Shinji! – ela falou, fazendo uma expressão triste.

- O... Notebook do Shinji? – ele falou consigo mesmo – Vocês não poderiam estar falando... Não, é impossível que vocês soubessem daquilo!

- Daquilo o q...

- Ah, me dêem um segundo que eu vou trazer o resumo do tópico que fala do que eu estou pensando. Brb. – ele disse, desaparecendo tão subitamente quanto apareceu

- Que cara estranho – eu comentei para Maya

- Pode até ser, mas acho que ele vai nos aj...

- Sinto muito, mas demorei mais que 1 segundo. – disse Meme, aparecendo do nada – Mas aqui está o resumo do tópico que eu falei antes.

Maya e eu lemos o resumo. O tópico havia sido feito por Shinji muito tempo atrás. Nele, ele confessava que um outro usuário do fórum era seu fake. O usuário Abra. Mas o mais importante era a real identidade desse Abra: apesar de ser “fake” do Shinji, ele não era realmente o Shinji, mas sim o notebook dele!

- Espere um segundo – eu disse – Esse Abra... é o notebook do Shinji, mas não o próprio Shinji?!

- Isso mesmo. Ele é um bot. Como se fosse um robô virtual.

- Ah, sim. Obrigado Sr. Meziat.

- Pode me chamar de Meme. Eu já falei.

- Obrigado, Sr. Meme. – eu corrigi – Agora, se nos der licença, temos de continuar nossa investigação.

- Ah, foi um prazer ajudar. Sintam-se à vontade para perguntar mais qualquer coisa.

E, assim, eu e Maya seguimos de volta ao Boteco da Esquina. Descobrir por que Shinji ocultou a existência de Abra era a última parte de nossa investigação.

- Com licença, Shinji – eu disse – Mas precisamos te fazer mais algumas perguntas.

- Ah, eu já falei que não vi nada. Tchau.

- Eu não estou aqui para perguntar do assassinato. Eu quero saber sobre seu notebook.

- Eu já falei! Ele não tem nada demais! – ele respondeu, irritado. Suas Psyche-Locks reapareceram.

- É mesmo? Pois eu sei que seu notebook é único no mundo!

- E por que ele seria único, Sr. Wright? – ele perguntou, quase que tirando sarro da minha cara.

- Porque um bot o habita... Um bot chamado Abra!

- Oras, um bot? Apenas poucas pessoas têm acesso a uma tecnologia dessas. Se você diz que há um bot no meu notebook, Sr. Wright, prove que ele existe.

- TAKE THAT! – eu disse, mostrando o resumo do tópico a ele – Neste tópico, você próprio confessou a existência do Abra em seu notebook!

O primeiro cadeado se estilhaçou. Eu estava há um passo da verdade.

- Mas o Abra estava em outro notebook! – ele respondeu, obviamente mentindo, pois ainda tinha uma Psyche-Lock

- Não, ele estava nesse notebook!

- Prove!

E agora, era hora de fazer o que eu fazia de melhor: blefar o meu caminho até a verdade, rezando para funcionar!

- Você próprio é a prova, Shinji, por ocultar a existência dele desde o início. Não foi você quem destrancou o tópico ou viu o crime. Foi o Abra!!

O último cadeado desapareceu. As correntes retrocederam, a claridade voltou. Eu havia descoberto o segredo que Shinji ocultava. Meus instintos estavam tão afiados como sempre.

- De fato, foi Abra quem destrancou o tópico – ele confessou – Mas tem algo mais.

- Algo... Mais? – eu perguntei, ansioso por causa de todo esse suspense.

- Abra... ele viu mais do assassinato!

- Como assim, ele viu?!

- Ele é um bot, um ser virtual. Ele pode entrar nas câmeras que há nos tópicos e...

- HÁ CÂMERAS?!

- Os dados da noite passada foram apagados. Mas o Abra clama ter visto algo mais... Exceto que ele se recusa a me contar. E eu não posso exigir que um bot deponha num tribunal de Justiça! Pelo amor de Deus! E, é claro, eu não posso contar isso pra ninguém. Eu não posso contar que eu, que sei tanto de computadores, estou sendo dominado pelo meu próprio!

- Shinji, muito obrigado – eu disse – Você nos ajudou a chegar um passo mais perto do que realmente aconteceu neste caso.

- Eu não faço idéia de como eu ajudei – ele respondeu – Mas... De nada.

E assim acabou nossa investigação. Eu não podia parar de imaginar o que Abra teria “visto”... Pena que ele era um bot. E o que seria aquele distintivo azul? Eu teria que descobrir a verdade por trás disso tudo no dia seguinte, no tribunal. Esses dois detalhes, eles eram minha única chance de provar a inocência de Deagá!


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