Turnabout Land escrita por Kotomi


Capítulo 2
Capítulo 2




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Eu ainda não conseguia acreditar que estava indo à PokéLand com a Maya. Na primeira vez que ela me falou disso, pensei que após uma semana ela já teria esquecido. Mas, dias depois, lá estávamos nós, logo em frente aos portões de Comunidade. A atmosfera do local, porém, estava estranha; ao invés de haver várias crianças correndo para todos os lados falando de Pokémon, havia apenas policiais por todos os cantos.

 

- Vamos, Nick! Um mundo novo de aventuras nos aguarda! É uma nova jornada, com novas emoções! Mas ainda temos que pegar...

- Podem parar por aí, amigos! Esta é uma zona restrita!

 

Aquela voz... A mania de falar “amigo”... E, mais importante, aquela capa verde velha, mal-cuidada e fedorenta. Eu não precisei olhar para a cara dele para saber que aquele era o Detetive Gumshoe. Gumshoe trabalhava junto da polícia local, investigando os mais variados crimes... Quer dizer, apenas assassinatos. Em todas as cenas do crime que eu investiguei, lá estava Gumshoe também.

 

- Detetive Gumshoe! – disse Maya, surpresa em encontrá-lo depois de tanto tempo – Você só está dizendo isso para ter todos os Pokémons para você, não é? Pode admitir, você quer pegar todos!

- Mas é claro que eu quero! – respondeu o Detetive, eufórico.

- Então vamos lá! Vamos pegar tod...

- DE JEITO NENHUM! – interrompeu o Detetive – Vocês não podem entrar na PokéLand hoje!

- Por que não? – perguntou Maya, triste. Ela já estava olhando para o chão, com seus olhos fechados, quase chorando.

- Porque, erm... huh... É que a Comunidade...... Ela está fechada para manutenção! É isso!

 

Bastou Gumshoe terminar de pronunciar essa frase para que “aquilo” começasse de novo. Eu vi tudo ao redor dele, exceto pelo próprio Detetive, desaparecer, deixando apenas escuridão seu lugar. Então, um par de correntes apareceu, cruzando-se onde estaria o coração do Detetive Gumshoe. Em cima desse cruzamento, um grande cadeado vermelho apareceu.

 

Essa alucinação bizarra era algo que eu conhecia como uma Psyche-Lock. Em um dos casos que trabalhei, recebi um talismã, meu Magatama, capaz de perceber quando alguém mente ou esconde algo. Quando isso ocorre, eu então posso ver a Psyche-Lock dessa pessoa. Ou as Psyche-Locks, caso o segredo esteja muito bem escondido. Em todo caso, para destravar os cadeados que trancam esses segredos, bastava apenas que eu fosse descobrindo partes do dito segredo, preferencialmente apresentando provas do que eu dissesse. Era isso que eu ia fazer com o Detetive Gumshoe naquele momento.

 

- Detetive! – eu disse – Você está escondendo, algo, não está? Qual é o verdadeiro motivo de não podermos entrar na PokéLand?

- Mentindo?! Como assim? Eu disse exatamente o que meus superiores disseram para eu falar para quem...

- O que seus superiores disseram? Então vocês estão escondendo algo!

- Ugh!

 

Esse realmente era o Gumshoe que eu conhecia. Ele tinha um coração de ouro, que apenas desejava o bem a todos mas, infelizmente, ele tinha o mesmo QI de uma porta quebrada. Essa (ausência de) inteligência dele era, em parte, responsável por várias de minhas vitórias em tribunais. E agora, seria responsável para eu descobrir o que realmente estava na PokéLand!

 

- Detetive, eu acho que já sei o que está acontecendo na Comunidade PokéLand!

- Eu também, sr. Wright. A Comunidade está apenas em...

- Estado de caos por causa de um assassinato!

- A-a-a-assassinato, amigo? É-é-é óbvio que não h-h-houve nenhum assassinato aqui!

- Então por que você está gaguejando?! – eu perguntei, apontando para o detetive

- Argh! – ele disse, fazendo uma expressão de quem acabou de levar um murro. Será que eu botei o dedo perto demais? – Você não tem provas de que houve um assassinato aqui! Então não houve nenhum assassinato, amigo!

- Eu preciso de mais provas do que um Detetive que investiga apenas homicídios presente aqui? E que tal todos esses policiais correndo para todos os lados?! Detetive Gumshoe, houve um assassinato neste Comunidade e você está investigando-o!

 

O cadeado se estilhaçou. As correntes recuaram e eu novamente podia enxergar ao redor do Detetive. Sua Psyche-Lock não mais existia.

 

- Ok, amigo, você venceu. Um dos membros da comunidade foi assassinado esta noite.

 

- Um membro... Assassinado?! – disse Maya, pasmada. Ela não conseguia acreditar que seus colegas fãs de Pokémon eram capazes de assassinar uns aos outros.

 

- Um membro... – eu disse, para mim mesmo, pensando sobre o assunto – Qual era o nome dele, Detetive?

 

- Pois é, amigo, esse é o nosso problema. Aqui as pessoas não usam seus nomes de verdade, mas sim apelidos, Usernames. Você sabe, coisas de internet.

 

- Então vocês não sabem o verdadeiro nome da vítima?

 

- Não, e nem do suspeito! Que coincidência, hein, amigo?! – ele disse, sorrindo, como se isso fosse algo legal.

 

- Isso não é motivo para sorrir, Detetive! Algum treinador Pokémon foi morto! – disse Maya

 

- Oh, me desculpe. Eu apenas achei essa coincidência interessante... Se bem que nem a nossa testemunha também nos contou seu nome verdadeiro. Apenas seu Username.

 

- Mas vocês não são a Polícia? Vocês não podem obrigá-los a falar?

 

- Mais devagar, amigo! É que este crime não será julgado num tribunal convencional... Ele será julgado no próprio tribunal da PokéLand! Então os Usernames deles, que estão registrados na Comunidade, são tudo de que precisamos.

 

- Então por que você falou disso como se fosse algum problema gigantesco?!

 

- Eu achei que o suspense seria interessante...

 

“Ótimo” eu pensei “Um Detetive querendo mudar os fatos para torná-los mais interessantes.”

 

- Em todo caso, Detetive – eu continuei – Quem foi a vítima?

 

- Um usuário que atende por GBcrazy. E antes que você pergunte do assassino, já digo que é aí que a coisa fica interessante!

 

- Interessante...? – eu perguntei, confuso

 

- Sim! O suspeito é o usuário Deagá. Segundo nossas fontes, eles eram grandes amigos. Aí um matou o outro. Legal, não?!

 

- Legal?! Detetive, isso não tem nada de legal! É apenas cruel! – eu retruquei

 

- Oh, me desculpe, amigo! – disse o detetive, fazendo uma carinha de cachorro pidão. Eu quase tinha pena dele quando ele fazia essa expressão.

 

- Nick... – disse Maya, baixinho, olhando para o chão. Eu podia sentir a tristeza dela na pele.

 

- Sinto muito, Maya, mas não vamos poder ver a PokéLand hoje. Mas nós podemos voltar quando a polícia acabar de investigar este assassinato.

 

- Não é isso, Nick! – ela retrucou, desta vez falando mais alto – Você não escutou... Você não escutou o que o Detetive disse?

 

- O que ele disse?

 

- O que foi que eu falei?! – perguntou o detetive, apavorado

 

- GBcrazy e Deagá... Eles eram amigos. E agora, Deagá, além de ter que lidar com a morte de seu amigo, ainda foi preso! É que nem aquela vez...

 

- Aquela vez... Não, você não está falando...?!

 

- De quando assassinaram minha irmã, Nick! – ela disse, chorando – E me prenderam como suspeita! Nós temos que ajudar o Deagá, Nick!

 

Maya estava certa. Deagá devia estar passando por uma das piores situações imagináveis e sem ninguém para ajudá-lo... Foi para ajudar pessoas assim que eu me tornei um advogado e eu sabia que era meu dever ajudá-lo. Por hora, eu teria que deixar a PokéLand e ir ao Centro de Detenção, para conversar com meu cliente.

 

- Ei amigo, se você for defender esse cara, você precisa saber apenas mais uma coisa! – disse o Detetive, assim que eu me preparava para sair

 

- O que é, Detetive?

 

- O Promotor responsável pelo caso – ele disse, estufando o peito, cheio de orgulho – É o Sr. Edgeworth!


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