- Niiiiiiiiiiiiiiick! Você está atrasado!

Essa foi a primeira coisa que eu escutei ao chegar ao meu escritório. Para variar, eu estava atrasado. O que era realmente estranho era minha assistente estar reclamando disso: ela nunca percebia ou meus atrasados ou, pelo menos, fazia parecer que nunca os percebeu.

- Você não pode se atrasar assim, Nick! Não hoje!

- ... Hoje? – eu perguntei, hesitante. Sabia que essa pergunta apenas pioraria a situação, mas não tinha outra escolha.

- É! Você prometeu que ia me levar na PokéLand hoje!

Maya, Maya... Essa era minha assistente. Apesar de já ter 19 anos, ela ainda insistia em se comportar como uma criança. Entre ser fã de seriados infantis como o Steel Samurai e estar tão excitada para visitar uma comunidade de fãs de Pokémon, eu não sei como ela poderia ficar pior. Surpreendentemente, em breve ela se tornaria líder do Clã Fey, famoso pela sua Técnica Kurain de Incorporar Espíritos. Isso mesmo, a infantil Maya era capaz de se comunicar com os mortos! Essa habilidade foi fundamental para que nós pudéssemos solucionar vários dos casos em que trabalhamos juntos. E, mesmo que ela fosse tão infatil, ela levava seu treinamento a sério: sempre andava com suas roupas de treinamento pela cidade, por mais bizarras que fossem.

- Anda logo, Nick! Vamos lá! – ela disse, já me arrastando para fora do escritório

- Mas já, Maya?!

- É claro! Você não sabe que a PokéLand é quase uma cidade separada? Vamos precisar do dia todo para olhar tudo!

- Oh, Deus... – lamentei

- Pare de reclamar, Nick! Não se esqueça que eu achei sua versão Blue jogada no sofá semana passada!

- Mas aquilo era de anos atr...

- Anos? Tente dias! Não precisa ter vergonha, Nick! Será divertido!

Eu até estava um pouco excitado com a idéia de rever os Pokémons de minha infância, mas o ânimo excessivo da Maya me deixava doente. E, na hora, nós não podíamos nem começar a imaginar que esse era o começo de um dos meus últimos casos...

Eu? Meu nome é Phoenix Wright e eu sou um advogado de defesa. Acreditar nos meus clientes e defendê-los até o fim é o meu trabalho. E esta é a história do caso em que defendi um dos meus clientes mais bizarros.