Olhos de Sangue escrita por valeriac


Capítulo 22
E o tão esperado final?


Notas iniciais do capítulo

Adivinhem? Acabou que deu tempo de postar hoje. Achei crueldade fazê-los esperar até sábado. Õ/ Boa leitura.



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         A noite estava no seu auge. A festa estava no seu auge. A luz do luar penetrava pelas janelas do salão e iluminava os casais que dançavam na pista. “O liquido vermelho” era visto por toda parte, sendo servido para os convidados. As pessoas, ou melhor, os vampiros ali presentes mantinham sorrisos e risos em seus rostos, expressões que por tempos não foram utilizadas, eles aspiravam um novo futuro, um futuro melhor sob a direção de um novo líder.

          A cerimônia estava magnífica e surreal. Não sei se foi o efeito da grande quantidade de... Hã... Sangue que eu consumi. Porque eu era uma recém vampira, eu precisava de forças e vampiros a têm por causa do sangue, então não me façam ficar mais culpada do que eu já estou.

        Admito que no discurso de Derick, eu fiquei um pouco emotiva... Para falar a verdade, eu desabei. Não sou muito fazer isso, mas era emocionante. Derick não perdeu o humor no seu discurso, apesar de estar discursando para toda a elite dos nobres. Bom, mas Derick é Derick, se ele não fizesse isso, não seria ele.

          Como estávamos, eu e Mitchell? Muito bem, muito obrigada. Nós dançamos quase a noite inteira, quero dizer, ele ensinou-me a dançar quase a noite inteira. Típico final de contos de fada, mas como isso aqui não é um conto de fada, vocês já imaginam que alguma coisa tinha de atrapalhar. Não. Não era um fato catastrófico. Pelo menos, não para todos da festa.

           -Com licença? – Uma voz soou, interrompendo minha dança com Mitchell.

           -Pôs não? – Meu acompanhante pronunciou-se.

           Eu voltei meu olhar para a pessoa, cuja voz pertencia. Era uma mulher de aparência jovem, em torno de vinte cinco anos ou mais, alta com longos cabelos loiros e lisos, olhos castanhos e pele pálida, com certeza devia ser uma vampira. Em sua companhia, estava um homem de idade mediana, eu o daria uns trinta a trinta e cinco anos, era alto com curtos cabelos grisalhos, olhos azuis e igual a mulher, também tinha pele pálida.

           -Desculpem-nos interrompê-los. – A mulher falou, encarando-me. – Mas o assunto é de grande importância.

           -Do que se trata? – Perguntei. – Ou melhor, vocês desejam tratar o assunto com quem?

           -Nós começamos de uma forma um tanto informal. – O homem pronunciou-se. –Meu nome é Steven Baker e essa ao meu lado, é minha esposa, Maureen Baker.

           -Prazer. – Mitchell falou cumprimentando Steven. – Eu sou Mitchell Walker e essa é minha... Hã... Essa é Mai Carter. – Ele finalizou.

           -Já sabemos. – A mulher falou. – Nós queríamos falar com vocês, pode ser?

           Eu e Mitchell nos entreolhamos e depois assentimos. Nós quatro nos dirigimos para um lugar mais calmo. Mitchell sugeriu o escritório de Derick e para lá fomos. Eu não sabia se eu ficava com medo, feliz ou surpresa quanto a chegada repentina... Desses dois. Porque não sei se vocês já perceberam, mas eu não tenho um bom histórico em finais felizes em festas. Chegamos ao cômodo e Steven logo se pronunciou.

           -Bom. Mai, você era uma olho de sangue, legitima. – Ele falou, voltando o olhar para mim. – Mas você acabou tornando-se uma vampira, porque Mitchell a transformou...

           -Onde querem chegar? – Mitchell falou. Pude perceber pelo tom de sua voz que não estava gostando do rumo que a conversa estava tomando.

          -Acalme-se, Mitchell. – Steven falou, olhando para ele. – Não é o que você está pensando. O fato é que Mai ainda tem DNA de uma legitima no sangue...

          -O que?! – Falei, aumentando o tom de minha voz.

          -Sim. O DNA de Mitchell não foi o suficiente para suprimir todo o DNA de uma legitima. – Maureen explicou. – Não se preocupe com isso. Não oferece nenhum risco. – Ela completou

          -Então qual o objetivo dessa conversa? – Mitchell perguntou, ele demonstrava desconfiança no tom de sua voz.

          -Bom. O resultado foi a mistura dos dois DNA, então os poderes de Legitima de Mai se uniram com os poderes de um vampiro normal, o que acabou resultando em uma grande força e habilidade. – Steven falou, olhando para mim e para Mitchell

          -Podem ser mais diretos? – Eu disse friamente.

          -Então, nós resolvemos que seria melhor você treinar... Mas especificamente com vampiros experientes, para você aprender a controlar seus poderes... – Maureen falou, olhando para mim. – Cabe a você, Mai, Decidir isso. Pense bem.

          Uma onda de dúvidas imensa me atingiu no momento em que Maureen falou tal coisa. O que aconteceria caso eu aceitasse? O que aconteceria caso eu não aceitasse? E Mitchell? Eu teria que me separar dele? Eu não tinha a resposta para nenhuma dessas perguntas. Meu estado de choque era visível e acho que Mitchell teve a mesma reação, porque depois disso não ouvi mais sua voz.

           -Quanto tempo eu tenho para dar a resposta? – Perguntei, minha voz saiu abafada.

           -Você deve dar a resposta ainda essa noite. – Maureen respondeu. – Nós partiremos amanhã de manhã.

           -Partir?! – Perguntei. O tom de mim voz era surpreso.

           -Sim. O treinamento acontecerá em outro país. – Maureen concluiu.

           Essa foi a gota d’água. Porque sempre, sempre tinha de acontecer isso? Eu não poderia ter em algum momento... Paz? Eu passei por tanta coisa, eu enfrentei tanta coisa. Tudo bem que na maioria das vezes eu quis desistir, mas eu segui em frente, porque eu tinha vontade de viver, ou no caso, continuar nesse mundo, por assim dizer. Não era justo. Definitivamente, não era justo. Mas o mundo dos vampiros não era justo, não é? Apesar de tudo, era um mundo, onde criaturas sanguinárias viviam. Eu não podia esquecer-me disso. Talvez aqui, nesse momento de cerimônia, eles se mostrem algo totalmente diferente do que são quando estou fora das vistas dos outros.

            -D-desculpe... M-mas eu não p... – Balbuciei.

            -Ela dará a resposta depois. – Mitchell murmurou, interrompendo-me. – Vocês podem ir agora. – Ele concluiu. Steven e Maureen assentiram e saíram do escritório.

            -O quê? Mitchell... – Eu estava surpresa demais para pronunciar qualquer coisa que fosse.

            -Mai. Eu não vou deixar que essa noite, que talvez seja a nossa última, seja marcada por despedidas. – Ele completou, dando o seu típico sorriso de lado.

            Eu assenti e nós voltamos para a festa. Admito que ficar dançando abraçada com Mitchell, me deixava muito mais calma.- Onde estava ele quando eu estava surtando antes da prova de química?!- Como sempre, algo teve que atrapalhar minha felicidade.

            -Posso interromper?

            -Já está interrompendo, Derick. – Mitchell resmungou.

            -Ei, você está falando com o novo líder, respeito garoto! – Derick falou, tentando parecer autoritário, mas não adiantou nada. Ele só conseguiu fazer com que eu caísse no riso junto com Mitchell.

            -Você precisa renovar suas técnicas de mostrar poder. – Mitchell Debochou. –Mas, o que você quer?

            -Eu fiquei sabendo da conversa que tiveram com Steven e Maureen. – Derick falou.

            -É mesmo verdade, Derick? – Perguntei e minha voz mais uma vez saiu abafada.

            -Infelizmente sim, Mai. – Derick falou, agora com a expressão séria.

            Abaixei meu olhar. Eu ainda tinha esperanças que aquilo tenha sido... Eu não sei... Alguma brincadeira. – Ou algum plano do mal que poderia me matar. – Sendo que eu escolheria qualquer opção para não ter de sair daqui, de perto das pessoas que eu acabei me apegando e da pessoa que eu pude conhecer melhor, apesar de viver toda minha com ela. Sim. Eu estou falando de Derick, de minha mãe e de... Mitchell. Eu não sei se aguentaria deixá-lo, eu não estou preparada.

            -Qualquer que for sua escolha. Nós estaremos com você. – Uma voz soou.

            Levantei minha cabeça para que eu pudesse ver a pessoa a quem essa voz pertencia, e pude ver minha mãe ao lado de Derick, olhando-me com um olhar confortador.

             -Mãe... – Pronunciei com minha voz quase inaudível

             -Será bom para você... O treinamento. – Derick falou, encarando-me- Você estará preparada e segura. Pense bem antes de dizer o que quer...  Realmente.

             -Por quanto tempo? – Eu perguntei. – Por quanto tempo vou precisar estar fora?

             -Seis meses. – Derick respondeu. – Mas, eles passarão rápido...

             -Não tenha tanta certeza disso. – Falei, abaixando meu olhar.

             Eu, realmente, não esperava isso. Seis meses é muito tempo, eu poderia... Hã... Fazer coisas importantes para mim nesse tempo. Se bem que o treinamento é bom... Mas... Argh! Quem eu quero enganar? Eu não quero deixar Mitchell aqui. E se... Ele achar outra? E se ele não quiser me esperar? E se ele... Deixar de me amar? Eu não podia deixar isso ocorrer. Pensar isso me deixava péssima. É como se eu não confiasse em Mitchell... Mas eu não consigo parar de pensar nessas coisas.

             -Você não devia usar esses critérios para fazer sua escolha. – Mitchell falou, interrompendo meus devaneios.

             -Mas... – Falei e voltei meu olhar para ele.

             -Acho que você devia ir. – Mitchell murmurou, encarando o vazio em sua frente.

             -O que?! – Perguntei surpresa com a atitude de Mitchell.

             -Não pense besteiras,Mai. – Mitchell falou, voltando o olhar para mim. – Você sabe que eu não seria capaz de fazer nenhuma das coisas que você teme.

             Abaixei o olhar, envergonhada, por ter desconfiado que algum dia Mitchell fizesse tais coisas. Mas era impossível não pensar isso! Mitchell é muito charmoso, elegante e... Gato. Isso não era segredo... Nem pra mim e nem para o resto das meninas da cidade!

             -Você aceita? – Derick perguntou, encarando-me.

             -S-sim. – Balbuciei, abaixando o olhar.

             -Tem certeza, minha filha? – Minha mãe perguntou, sem esconder a preocupação no tom de sua voz.

             -Não se preocupe... Mãe. – Murmurei.

             -Então... Se você deseja assim. – Derick falou por fim. – Vou avisar Steven e Maureen.

              Bom. O que está feito... Está feito, não é? Agora o que me resta é conforma-me com essa história. Derick saiu em direção a multidão e assim o perdemos de vista. Minha mãe o acompanhou, deixando eu e Mitchell, novamente, a sós.

              -Parece que essa noite é a despedida, não? – Perguntei, olhando para Mitchell.

              -Eu já disse que odeio despedidas. – Mitchell murmurou, dando um sorriso de lado.

              -Você prefere que eu vá, sem que nós tenhamos nos falado?

              -Claro que não. – Ele respondeu, voltando o olhar para algum lugar do segundo andar. – Venha. Sei um lugar onde podemos conversar sossegados. – Ele completou, segurando em meu braço e me levando para o andar de cima.

               Eu não sabia que a casa de Derick tinha lugares tão perfeitos e bonitos. Mitchell me levou para a sacada do segundo andar. A vista era perfeita, magnífica. A lua, que estava cheia, encontrava-se brilhante e enorme vista dali. Nem parecia que a casa se localizava naquele bairro sombrio e horripilante que eu havia mencionado antes. A vista dava para os fundos da casa, que como o resto da mesma, não tinha nada a ver com a vizinhança. Um enorme chafariz enfeitava o centro do jardim e vários bancos estavam localizados ao redor do mesmo. As plantas e árvores pareciam ser bem cuidadas e suas aparências eram admiráveis. Podia-se ver o reflexo da lua, na água do chafariz que dava um ar sereno ao lugar. O barulho da festa era abafado pela minha atenção voltada áquela beleza.

               -Sabia que você ia gostar. –Mitchell falou, tirando-me de meus devaneios.

               -É-é lindo! – Eu murmurei e Mitchell deu um pequeno sorriso de lado.

               -Quando eu era menor, digo, quando eu morava nessa casa. Eu costumava vir aqui. É um bom lugar quando se quer refletir. E agora, esses tempos que passei aqui, tive a certeza disso.

                -No que você pensava, antes? – Perguntei, voltando meu olhar para o jardim.

                -Eu não tinha “muitos problemas” e então não tinha tanta coisa para pensar. Coisas supérfluas. – Ele respondeu, também voltando o olhar para o jardim.

                - E agora? Nesses tempos, no que você pensava?

                -Em você. – Ele murmurou.

                Tal resposta fez com que eu voltasse meu olhar para ele, e o mesmo retribuiu meu olhar. Eu me senti nas nuvens, admito. Aquilo me fez esquecer todos os problemas que rondavam minha mente. Se meu coração ainda estivesse batendo, eu diria que ele batia em um ritmo inimaginável, enquanto minhas pernas tremeluziam. Naquele momento, demos o beijo mais esperado da noite. Aquele que não poderia ser explicado nem com todas as palavras do mundo. Aquele que não seria esquecido por nenhum de nós dois. – Bom, agora eu era vampira. Não tinha problema com ar, não é?- Nós nos separamos e Mitchell me encarou.

               -Tudo que passamos... Tudo que vivemos... Tudo que enfrentamos...

               -Para acabar comigo indo embora... – Murmurei, abaixando o olhar.

               -Mai, esse não é o fim. Nem você e nem eu vamos morrer. – Ele pegou no meu queixo, levantando meu rosto, fazendo com que eu olhasse em seus olhos. – Mesmo assim, se fosse para morrer agora... Eu, com certeza, morreria feliz. – Ele finalizou, encarando-me.

               Não consegui me conter. Uma lágrima escapou, percorrendo toda extensão do meu rosto. Mitchell passou o dedo delicadamente pelo meu rosto, limpando o rastro molhado deixado pela lágrima.

               -Será que nós vamos nos reencontrar mesmo? – Murmurei.

               -Nós temos que nos reencontrar. – Ele respondeu convicto. – De um jeito ou de outro!

               -Como assim?

               Ele não respondeu, apenas deu o seu sorriso típico de lado e tirou algo de dentro do bolso. Mais especificamente, uma caixinha preta. Ele começou a abri-la, enquanto se agachava. Bom. Imaginem vários fogos de artifícios estourando no ar, então, eu estou semelhante a isso.

              -Mai Carter... Você quer ser minha esposa? – Ele concluiu, encarando-me e dando aquele sorriso que se eu ainda tivesse respiração, me deixaria sem ar.

              Eu não sei qual reação eu tinha naquele momento. Eu estava surpresa, feliz, em êxtase, ou seja, eu não sabia descrever como eu estava naquele momento. Várias perguntas passavam pela minha cabeça. Eu tinha dezesseis anos! Apenas dezesseis anos! Mas, qual o problema? Eu ia ficar com essa idade pelo resto da eternidade, então, para que esperar? Se for para passar a eternidade com Mitchell, eu passaria sem problema algum. Resolvi não deixar Mitchell mais apreensivo. Em resposta a sua pergunta, eu, digamos, pulei encima dele e gritei em alto e bom som: “Sim”. Nesse momento, fogos de artifícios subiram ao ar, iluminando o céu e abafando o som dos risos, meus e de Mitchell, e a nossa euforia. Bom, essa foi a coincidência mais conveniente que me aconteceu. Mas o que eu posso fazer? Minha vida é cheia de surpresas, até mais do que eu pensava, não? Agora, se esse era o fim, ou o começo de uma nova aventura? Isso era o que eu ia descobrir.


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Notas finais do capítulo

Reviews?!!

Gente, esse é o último capitulo. T_T
Mas ainda falta o epílogo õ/
Espero que tenham gostado das aventuras de Mai.
Eu adorei escrever essa fic. *--*
Agradeço vocês que acompanharam e agradeço os reviews õ/

Eu devo postar sábado, o epílogo õ/
Abraços.



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