If You Only Knew escrita por wendy anne


Capítulo 4
Rumo à Nova York


Notas iniciais do capítulo

Aí está mais um capítulo. Espero que gostem e aproveitem a leitura



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Eu nunca iria imaginar que duas semanas passariam tão rápido. Quando acordei naquela manhã de terça-feira, com o despertador do meu celular, e me dei conta de que meus dias em Los Angeles acabaram, senti um enorme aperto no coração. Olhei no pequeno relógio, que havia na parede daquele quarto que me hospedara durante aquelas semanas que se passaram, e ainda eram 7h da manhã.

Mesmo sendo bem cedo, levantei-me da cama e caminhei na direção do banheiro, para tomar um longo banho. Desviei de Leslie que ainda dormia no colchão que estava no chão, ao lado da cama, e tentei fazer o máximo de silêncio possível. Minha amiga havia insistido em dormir na casa de minha tia, apenas para me acompanhar ao aeroporto, o que era ótimo para mim.

(...)

Após tomar um bom banho e me arrumar completamente, voltei ao quarto e minha amiga ainda continuava adormecida. Minha reação foi agachar no chão para acordá-la. Sacudi-lhe levemente o ombro e a chamei diversas vezes:

— Leslie. Leslie acorda!

— Hm... Já é de manhã? — a voz da menina soou claramente entorpecida.

— Sim. Vá se arrumar que eu estarei na cozinha, ok? — proferi e ela apenas balançou a cabeça, concordando.

Ergui-me do chão e caminhei em direção à cozinha. Cheguei lá e deparei-me com minha tia, que já havia preparado o café-da-manhã. A mesa já estava posta e um cheiro delicioso tomava conta do recinto, porém nada daquilo me fez feliz. Na realidade, saber que dali a umas horas eu não estaria mais naquele lugar me amargurou completamente.

— Bom dia, querida. — minha tia interrompeu o rumo dos meus pensamentos.

— Bom dia. — respondi educadamente.

— Sente-se e tome seu café, eu irei apenas me arrumar para te levar ao aeroporto. — ela puxou uma das cadeiras para que eu me sentasse e eu simplesmente o fiz.

Logo acompanhei, com os olhos, Kate deixar o cômodo. Foi só quando meu olhar não pôde mais segui-la que me concentrei em saciar minha fome.

Alguns longos minutos depois, quando eu já estava quase a ponto de terminar minha refeição, Leslie apareceu terminando de prender seus cabelos em um rabo de cavalo. A menina logo se sentou à mesa e me olhou fixamente durante um longo tempo, até que, finalmente, falou:

— Então quer dizer que a partir de hoje eu não te verei mais?

Não sabia o que responder. Então eu resolvi apenas ficar em silêncio. Demonstrei, em meu olhar, que estava realmente abatida com tudo aquilo, ao que a loira reagiu tomando a palavra novamente.

— Eu sei que passamos essas duas semanas inteiras juntas e falamos muito sobre isso, mas esqueci de te dizer que... Que eu te desejo boa sorte e que tudo dê certo para você lá em Nova York. — abriu um sorriso tênue.

— Obrigada, você nem sabe o quanto isso me deixa feliz. — retribuí o pequeno e delicado sorriso. — Eu prometo que, assim que puder lhe mandarei um email para podermos manter contato.

Sim, email. Leslie não era tão chegada com a internet. E, como as ligações seriam absurdas, havíamos combinado de trocar emails durante a semana. Apenas para contar os fatos que estavam acontecendo à nossa volta. Não seria o mesmo que ter uma amiga ao meu lado, para poder contar tudo, mas já seria uma maneira de lidar com aquilo.

— Seu vôo é às 10h, certo? — a menina mudou de assunto.

— É, mas como daqui até o LAX demora um pouco, minha tia planejou para que saíssemos 8h e 30min. — comentei, enquanto olhava em meu relógio para me certificar que ainda faltava certo tempo para sairmos.

— Estão prontas meninas? — Kate surgiu na cozinha, já arrumada e carregando uma de minhas malas.

— Ainda não. — falamos em coro.

— Bem, então terminem de se arrumar ok? Eu vou levar suas coisas até o carro, Miley. — logo ela saiu da residência.

Levantei-me da cadeira onde estava sentada e caminhei novamente em direção ao quarto de minha prima, avisando á minha amiga antes de ir. Assim que cheguei ao quarto tratei de fazer tudo o que precisava, para enfim sair.

Assim que terminei tudo, minutos depois, dei uma breve olhada ao meu redor e resolvi pegar o que faltava das minhas coisas para levar ao carro. Não faltava muito, na verdade, apenas minha frasqueira, minha bolsa e meu violão. Ao segurar na alça da bolsa que envolvia meu violão, lembrei-me de que, uma semana antes, minha tia e eu havíamos ido até a casa de minha mãe pegar mais algumas de minhas coisas e entrar naquele lugar me fez pensar ainda mais no que acontecera.

Kate também havia chamado, no mesmo dia, uma equipe de mudança para levar todas as minhas coisas para Nova York. Eles foram bem rápidos. Com relação aos móveis e tudo mais que havia na casa, minha tia cuidará de tudo. Eu dei a opção de que ela ficasse com a maioria das coisas, porém ela não aceitou.

Logo que me esqueci de tais acontecimentos, saí do quarto e caminhei até a porta de entrada da casa. Assim que abri deparei-me com Leslie e Kate que me esperavam do lado de fora. Leslie forçou um sorriso ao me ver.

— Coloque isso no porta-malas, querida. — minha tia proferiu enquanto entrava no carro.

Corri para fazer o que a mulher havia pedido, deixando apenas minha bolsa à mão, e logo fechei o porta-malas, indo em direção ao carro novamente. Entrei no veículo, no banco do carona, enquanto as duas faziam o mesmo.

Foi então que minha tia ligou o carro e este começou a se mover. Olhei Leslie pelo espelho retrovisor e vi que seu olhar estava perdido, na janela do carro. Ela, então, pareceu perceber que eu a olhava e direcionou os olhos a mim, mostrando-me um sorriso insignificante e constrangido.

Durante o caminho todo ficamos em silêncio completo, o que me fez sentir um pouco incomodada. Meu coração parecia estar sendo espetado por milhões de agulhas, tamanha era a dor que eu sentia. A dor era mais algo psicológico do que físico, porém não deixava de tornar aquela situação insuportável.

 

--

— Bem... Aqui estamos. — disse a mulher que estava ao volante, assim que parou o carro no estacionamento do aeroporto.

Olhei pela janela e observei a quantidade considerável de carros que estavam parados ali. Logo desatei o meu cinto de segurança e saí do carro sem dar nenhuma palavra. Observei as duas que me acompanhavam também saírem. Leslie me olhou com aqueles olhos castanhos tomados por uma inconfundível mágoa, enquanto Kate apenas tirava todas as minhas coisas do porta-malas.

— Pronto. — a mais velha colocou a última mala no chão. — Vamos logo que já passam das 9h e 20min e temos que fazer o check in.

Andamos com passos rápidos e, assim que me dei conta, estávamos dentro do aeroporto, aguardando numa curta fila. Não demorou muito até que chegasse nossa vez e eu apenas percorri os olhos no homem que estava atrás do balcão, o ouvi trocar algumas palavras com minha tia, porém não prestei atenção.

— Dê sua carteira de identidade Miley. — Kate se virou levemente para mim.

— Ah... — procurei minha carteira dentro da minha bolsa e, assim que a achei, tirei de lá a minha identidade, entregando-a para minha tia. — Aqui está.

E, após esse meu ato, não prestei mais atenção na mulher. Meus pensamentos desviaram para fatos insignificantes. Coisas que nem eram importantes no momento, porém, de maneira boba, um tanto boas.

— Pronto. Aqui está sua passagem. — minha tia cortou o rumo dos meus pensamentos e me mostrou o item em suas mãos. — Vamos logo até o portão de embarque.

Dei passos curtos até chegar ao local, afinal não estava com a mínima pressa. Logo que chegamos ao portão de número 12, que por sinal estava prestes a ser aberto. Nós sentamos nos bancos que haviam logo ali próximos. Não se encontravam muitas pessoas ali, porém um grupo considerável estava sentado perto de nós, alguns fitando o portão, outros conversando entre si e outros liam ou ouviam música nos seus aparelhos eletrônicos.

— Que horas são? — Leslie perguntou, fazendo com que eu voltasse minha atenção a ela.

— 9h e 30min. — minha tia respondeu assim que olhou no relógio em seu pulso. — Eles já vão abrir o portão Miley, vai querer ir até o avião agora ou depois?

— Depois. — respondi sem hesitar.

— Tudo bem.

Eu, que estava ao lado de minha amiga, apenas segurei-lhe firmemente a mão, sem dizer nem uma palavra. E assim ficamos, em completo silêncio, observando as pessoas que estavam na fila para o mesmo vôo que eu.

Chamada para o vôo 92 com destino ao aeroporto de John F. Kennedy em Nova York. Embarque no portão 12. — ouviu-se os alto-falantes anunciarem.

Os últimos instantes ao lado de Leslie foram mais difíceis do que eu imaginava que seria. O que estava tornando tudo pior era o fato de não conseguirmos falar nada. E, algum tempo depois, ouvi os auto-falantes anunciarem a chamada do meu vôo novamente, o que me fez levantar calmamente e parar em frente à minha amiga, que me olhou por um curto tempo e logo se levantou também.

— Bem, então é isso... — senti minha voz travar, não conseguia pensar no que dizer.

Nem precisei dizer mais nada, apenas nos abraçamos e ficamos unidas por um bom tempo, até que comecei a lembrar de tudo o que passamos juntas. Não consegui evitar as lágrimas e, quando essas surgiram em meus olhos, apenas deixei-as caírem.

Quando finalmente rompemos o abraço, notei que Leslie também estava em prantos. Ela apenas enxugou as lágrimas e falou num com a voz definitivamente abalada pelo choro:

— Eu espero que dê tudo certo pra você Miley e saiba que você é e sempre será minha melhor amiga.

— Você também Leslie e muito obrigada. Não se preocupe que irei te mandar um email o mais rápido que puder. — limpei as lágrimas em meu rosto com as costas das mãos.

Abracei-a de novo, porém dessa vez foi por um curto tempo. Após nós nos separarmos, desviei o olhar para minha tia que também chorava. Todo aquele choro me deixava ainda mais triste ao partir, não gostava de ver duas das pessoas que eu mais amava chorando, ainda mais por minha causa. Caminhei até a mulher e abracei-a de maneira firme e senti como se estivesse abraçando minha mãe, afinal, era isso que ela havia sido pra mim naquelas últimas semanas, como uma segunda mãe. E ter essa imagem dela me fez sentir ainda mais abalada ao partir.

— Obrigada por tudo tia Kate, se você não estivesse ao meu lado nesses últimos dias, nem sei como eu suportaria toda essa reviravolta. — falei enquanto interrompia o abraço.

— Não tem de quê querida, eu fiz apenas minha obrigação, que foi te acolher, você nem precisa agradecer por isso. — ela fez uma breve pausa e suspirou. — Tome cuidado ok? E boa sorte com sua nova vida, sua nova família e numa cidade tão diferente. Se algo acontecer, você sabe que pode contar comigo.

— Nem sei como agradecer. — eu olhei para ambas as que estavam ali à minha frente. — Vocês são mais do que especiais para mim.

Última chamada para o vôo 92 com destino ao aeroporto de John F. Kennedy em Nova York. Embarque no portão 12. — os alto-falantes anunciaram.

— Você tem que ir querida. Já são quase 10h. — minha tia falou ao olhar para o relógio em seu pulso.

— Não! — a reação de Leslie foi inconfundivelmente desesperadora. Observei que ela cobriu os lábios com uma das mãos e seus olhos ainda estavam cheios de lágrimas, as quais ela parecia resistir para não derramar.

— Leslie, olha você é forte ok? E vai continuar sendo, mesmo eu estando longe de você. — coloquei as mãos sobre os ombros dela e sua reação foi apenas balançar a cabeça negativamente, mostrando que não concordava com minhas palavras. — Pare! Você não pode se prender desse jeito.

— Mas você é e sempre foi minha única e melhor amiga. — ela choramingou.

— E você também sempre foi a minha, mas você vai fazer novas amizades. Tenha confiança e seja você mesma. Todos vão te amar apenas por isso, assim como eu amo. — eu me mantinha numa postura firme.

Ela apenas me olhou, os olhos brilhando por culpa do choro que ela tentava engolir. Aquele olhar me dava desconforto. Era uma tortura para mim, ver minha melhor amiga daquele jeito. Nunca tinha visto-a tão abatida antes, o que me deu vontade de esquecer-me de tudo e não viajar mais. Como eu queria que isso fosse possível.

— Miley, é melhor você se apressar, o seu vôo sai daqui a 5 minutos. — minha tia me alertou.

Ao ouvir isso apenas respirei fundo e tirei as mãos que apoiavam o ombro de Leslie. Olhei para minha amiga e, alternadamente, para Kate. Decidi que seria melhor apenas me afastar de uma vez por todas. Dei apenas dois passos para trás e, logo após, disse:

— Eu amo muito vocês. Adeus. — sem esperar pela reação de ambas, dei meia volta e andei apressada até o portão de embarque.

Aquela palavra ficara entalada em minha garganta na hora de dizê-la. Não queria, mas tive que fazer aquilo. E tentava prender ao máximo o choro, enquanto caminhava, com passos rápidos.

— Bom dia. Sua passagem, por favor. — disse uma mulher, com um sorriso fixo no rosto, que estava atrás de um balcão, logo no acesso ao portão.

Entreguei-a o que ela havia pedido sem dizer nenhuma palavra.

Após a mulher destacar um pequeno pedaço da minha passagem, ela me entregou novamente a parte que deveria e me olhou com o mesmo sorriso.

— Obrigada e boa viagem. — ela disse.

Apenas agradeci de uma maneira não muito suave. Senti vontade de olhar pra trás e correr para os braços de minha tia Kate e de Leslie, mas me contive. Enquanto atravessava a passarela, que se armava do aeroporto até o avião, desvencilhei. Acabei caindo no choro, sem nem tentar prender o mesmo.

— Olá. — um homem com um uniforme impecável esperava na porta do avião, ao lado de uma mulher, também devidamente uniformizada.

— Está tudo bem? — ouvi o tom nítido de preocupação na voz da moça.

— Sim. Sim, está tudo bem — menti e forcei um sorriso.

— Bem, então esperamos que você tenha uma ótima viagem. E que, se precisar de qualquer coisa, possamos atender aos seus desejos. — o homem tentou manter o sorriso, porém seus olhos mostravam preocupação.

— Obrigada. — falei, logo entrando no avião.

Caminhei, procurando por meu assento. Ficava um pouco mais para o meio da aeronave, era exatamente no 16A, ao lado da janela. Eu não estava carregando muita bagagem de mão, apenas minha bolsa normal, então resolvi sentar-me logo. Apenas coloquei o cinto de segurança, assim que me sentei. Não reparei muito ao meu redor, porém pude ver que não havia muitas pessoas ali.

Não conseguia pensar em outra coisa que não fosse o desastre que minha vida se tornara. Eu tentei novamente segurar o choro, mas não consegui. Sentia as lágrimas quentes rolarem por meu rosto, incessantemente. A imagem de minha mãe me tomava os pensamentos.

Eu nem estava me importando com a aparência ou com terceiros que, possivelmente, me encaravam. As únicas coisas e pessoas com as quais eu me importava estavam longe de mim agora e nunca mais as veria de novo. Pelo menos não tão cedo.

Tudo o que eu mais queria era que aquilo tudo acabasse logo, de uma forma ou de outra. E o pior era que o vôo durava cerca de 5 horas. Bem, meu maior pesadelo começara naquele exato momento.

--

Finalmente desembarquei do avião, 5 horas e uns 13 minutos depois, no John F. Kennedy International Airport, que fica no bairro do Queens, em NY. Lugar onde meu pai morava. Eu já havia pegado todos meus pertences e apenas esperava na entrada, olhando de um lado para o outro, em busca de algum sinal do sujeito que me buscaria ali.

— Miley! Miley aqui. — ouvi uma voz, já reconhecível aos meus ouvidos, gritar meu nome.

Percorri os olhos em volta daquele local, até que encontrei meu pai, que estava com a face para fora da janela do carro. Decidi não mostrar expressão nenhuma e caminhei até a direção daquele automóvel que me levaria para minha nova residência. O homem saiu do veículo quando me viu chegar.

— Quer ajuda com suas coisas? — ele questionou.

— Não, obrigada. Só abra o porta-malas para mim. — o respondi, num tom um tanto frio.

O mais velho simplesmente fez o que eu havia pedido e, então, tirei as minhas malas e meu violão do carrinho, que tinha usado para trazê-las até ali, e coloquei tudo no porta-malas, fechando o mesmo em seguida. Sem nem olhar para a face do homem que estava me acompanhando, fui em direção à porta do carona, abri, entrei naquele automóvel preto e fechei a porta com certa força, que não consegui controlar. Acompanhei, pelo espelho retrovisor, os passos de meu pai e o vi entrar no carro.

Ele girou a chave, ligando o carro, e então saímos do aeroporto, sem dizer uma palavra por longos minutos. Eu não me incomodei com o silêncio, na verdade, achei melhor não estarmos trocando nenhuma palavra. Até que encontramos uma longa fila de carros engarrafados, metros de distância do aeroporto. A reação do meu pai foi apenas suspirar e ligar o rádio, deixando uma música da banda Nirvana tocar.

— Gosta do Nirvana? — perguntou ele.

— Sim. Eu gosto muito. — falei, porém continuei sem demonstrar nenhuma emoção e sem encará-lo.

— É uma pena o Kurt Cobain ter morrido, não acha? Ele era ótimo. — insistiu em puxar assunto.

— Aham. — não estava com vontade de dar uma resposta longa.

Novamente o silêncio tomou conta daquele espaço. Eu apenas olhava a longa fila de carros, através da janela e ouvia, sem prestar a mínima atenção, a música que tocava, não sabia dizer em si qual era. Ouvi a voz de meu pai tomar a palavra novamente:

— Eu espero que você goste de sua nova casa.

— Hum... — fiz descaso àquela frase tão monótona.

— Como você nunca morou em um apartamento antes, você pode estranhar um pouco, mas depois tenho certeza que você vai se acostumar. — olhei disfarçadamente para o homem que estava ao volante e notei que seu olhar se fixara em mim.

— Sei. — novamente optei por uma resposta curta.

— Bem... — ele pigarreou — Eu me esqueci de mencionar, mas agora você terá um irmão postiço. Ele tem a sua idade e acho que vocês se darão bem.

— Irmão postiço?! — eu não tinha a mínima idéia se aquilo seria bom ou ruim. Mas eu tinha a sensação de que isso só tornaria a situação ainda mais confusa.

— Sim, a Allison tem um filho. O nome dele é Nicholas e vocês dois estudarão na mesma escola, será um bom motivo para vocês se aproximarem, não acha?

— Hum... — naquele momento eu estava claramente irritada.

Ficamos mais um bom tempo em silêncio e eu estava ainda mais confusa com tudo aquilo. E se eu não me desse bem com meu “irmão”? E se nós nos odiássemos? Nunca tive um irmão, era filha única até todo aquele desastre acontecer. Como eu iria me acostumar agora?

— Ah, quando você chegar em casa, temos uma surpresa para você. — a voz de meu pai pareceu animada.

— O que? Mais um irmão? — rolei os olhos.

— Não. — ele deu uma breve risada — Eu não posso falar se não perderá a graça.

Confesso que aquele assunto me fez ficar curiosa. Olhei para minha frente e notei que a fila de carros ainda parecia interminável. Apesar de tudo, eu não parecia me animar muito, apenas continuei a esperar, em silêncio, no banco do carro.

 

 

 


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Notas finais do capítulo

Bem, o capítulo era bem mais longo, mas eu encurtei um pouco para que não ficasse muito cansativo para vocês.
Espero que tenham gostado. E, na minha opinião, é depois desse capítulo que as coisas interessantes acontecem. HOHO'
Ah e o LAX, que eu citei no texto, é o aeroporto internacional de Los Angeles.
Espero que tenham gostado do capítulo e não esqueçam dos reviews, escrevê-los não arranca pedaço, eu juro. Bejs.