Capítulo 13

Descoberta: eu sou assassina?

No dia seguinte, entrei como  um meteoro na escola, pisotendo e quase quebrando o piso do chão da escola. Entrei escancarando a porta que nem uma loca, pronta para encarar Mandy mais uma vez. Lá estava ela, sentada com as pernas em cima da mesa, relaxando na poltrona enquanto tomava um capuccino com um canudinho.

- O que foi? - Ela perguntou na maior calma.

- O que foi?! Você diz que meus pais são assassinos e foram mortos por uma máfia ou sei lá o que e ainda me pegunta o que foi?!

Ela esperou um pouco, olhou para o lado e voltou a olhar para mim.

- O que foi? - Ela perguntou de novo.

- Vai me dizer que aquela história é verdade?! - Gritei histérica.

- Não.

- Não o que?!

- A história.

- Então porque me contou? - Perguntei entediada.

- Eu só queria ver sua cara. - Ela riu. - Mas a parte dos seus pais serem assassinos era verdade.

Eu cai no sofá dura e fitei o vazio por um longo tempo.

- Que cara é essa? - Mandy perguntou a mim.

- Como assim, que cara é essa?! Como você acha que ficaria se eu te contasse que seus pais eram assassinos?!

- Na verdade, eu não fiquei dando um ataque de pelanca igual a você. Eu fiquei na minha. Você deveria fazer isso também.

- Pra você é fácil. Você nem coração tem.

-  Se eu não tivesse um coração, não estaria viva. E, qual é? Não é motivo pra se matar. Apenas aceite.

Eu olhei entediada para ela.

- Tá legal, que mal humor. Se não quiser, não precisa ficar na festa.

- Que merda é essa?

- É o meu aniversário. Parabéns pra mim.

- Nossa, que ego enorme você tem. Agora é sério, que merda é essa?

- Não é mentira. Hoje é meu aniversário. Se não quiser me dar os parabéns, então tudo bem. Não vou te matar por isso.

- Ok. Agora me explica essa coisa toda. Como assim, meus pais eram assassinos?!

- Olha, é o seguinte. Alguns filhos de assassinos custumam herdar esse tipo de... habilidade, digamos assim.

- E acha que eu herdei esse tipo de coisa? Até parece. Eu não faria mal nem a uma mosca.

- Isso não se trata de uma escolha. É algo que vai estar em você até o fim da sua vida e não será mudado até lá.

- Você também é assim?

- Não.

- Então porque faz esse tipo de coisa? E seus pais?

- Meus pais não tem nada a ver com isso. Eles não sabem.

- Então porque?

- Porque a partir de um certo momento da minha vida, eu percebi que não conseguiria respeito do modo mais fácil. Eu tinha que começar a mostrar pra esses idiotas que não estão nem aí pra vidinha de merda deles, o que acontece com gente que nem eles.

- Sei. Então agora eu também tenho que ser uma de vocês? Até parece.

- Você pode até não querer, mais um dia isso vai te atormentar e vai ser pior.

- Isso tudo iria sacrificar a minha... liberdade.

Ela se levantou bruscamente e aproximou seu rosto bem perto do meu.

- Então eu vou tirar isso de você. - Disse Mandy com seu sorrisinho de sempre.

Ela saiu em passos rápidos da sala que mais pareciam em câmera lenta. Eu apenas permaneci sentada, pensando em tudo que eu tinha acabdo de absorver com minha mente agora esmagadora de tantos problemas.