Antes da Aurora escrita por LoaEstivallet


Capítulo 28
Nem tudo é o que parece


Notas iniciais do capítulo

CUIDADO!!!!! CAPÌTULO BOMBÀSTICO!!!!!



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JASPER

Aquela foi uma noite diferente.

Não somente pelo fato de Bella e Edward terem nos surpreendido com a entrada em família, sorrisos sutis estampados nos rostos. Nem pelo fato de que, finalmente, eu senti uma sintonia entre eles, sentimentos similares vibrando de um para o outro, apesar de, eu acreditava, nenhum dos dois ter a menor ciência disto. Tampouco por isso ter proporcionado a revelação, ao menos para mim, dos sentimentos que Zaniala cultivava por meu irmão.

Aquela noite foi ímpar, devido ao meu diálogo esclarecedor com Bella.

Depois que Edward colocou Renesme, adormecida, em seu quarto, Zaniala, Rosalie e Emmet resolveram sair para caçar com ele e Carlisle, saindo logo em seguida.

Alice se ocupou com Esme do planejamento de uma nova reforma no segundo andar. Elas achavam que uma ampliação era necessária com o crescimento da família.

Então só ficamos eu e Bella na sala.

E apesar do brilho sutil em seu olhar e da expressão tranqüila, eu diria até, aliviada, eu podia sentir a decepção vibrando forte, emanando violenta até mim.

- Eu posso te ajudar se você permitir. – Falei com seriedade.

Bella pareceu surpresa, a princípio. Depois compreendeu que eu estava sentindo o que ela sentia.

- Desculpe Jazz. Vou subir. – Disse de forma urgente.

- Você não precisa fugir de mim Bella. Eu gostaria de te ajudar.

- Obrigada, mas não. Eu sei o quanto você pode influenciar as emoções das pessoas, mas, na verdade é só uma ilusão. Assim que eu me afastar de você o alívio passará... E a dor voltará pior.

- Por que você está sofrendo tanto, Bella? – Perguntei intrigado.

Ela me olhou assombrada, como se sua angústia fosse um segredo que ninguém pudesse descobrir, algo terrível.

- Eu sinto isso desde que você acordou... Pensei que era pela falta de seus pais, pela transformação. Mas eu tenho notado que esses sentimentos vibram mais forte quando Edward está por perto.

- O que sinto nada tem haver com ele... – Ela falou com a voz tão dura quanto seu olhar.

- Você esquece com quem está falando... – A repreendi suavemente – Eu posso sentir seu nervosismo daqui, e afirmar que está mentindo.

- Jasper, por favor... – Ela se aproximou, o olhar suplicante – Eu não posso permitir que ninguém saiba disso...

- Se não quiser falar a respeito, não tem problema, eu respeitarei. Mas tenha em mente que eu sei exatamente como você está se sentindo, sempre. E quando disse que poderia ajudar... Eu quis dizer que posso te ouvir... Você precisa desabafar, Bella. Perto de você eu me sinto como se fosse explodir! Você precisa colocar isso para fora. Se não comigo, pelo menos com a Alice ou a Rose. Mas faça.

Bella ponderou por um rápido instante.

- Se eu te contar, você promete, jura que não contará nada, nem mesmo à Alice? – Ela sussurrou.

- Você tem minha palavra.

- Podemos sair daqui? Elas podem nos ouvir.

- Vamos dar uma volta.

Quando estávamos longe o suficiente da casa, Bella parou e se voltou abrupta para mim.

- Não tem perigo de um deles nos ouvir quando estiver voltando? – Ela indagou temerosa.

- Não. Estamos fora da rota. Além disso, Emmet sempre prefere passar a noite. Os outros devem segui-lo.

Ela ficou um pouco mais tranqüila, mas a tensão ainda emanava aguda.

- Eu... Eu ainda... – Ela gaguejou, lutando contra o receio de se expor.

Mas antes mesmo que ela terminasse a frase, apenas por ela pensar no que sentia, a emoção ficou clara, cristalina como água para mim. E me surpreendeu.

- Ama o Edward? – Perguntei alarmado, me questionando como eu podia ter perdido isso.

Como eu não senti antes? Esse remorso misturado com desespero? Esse amor límpido entrelaçado com arrependimento?

- Você pode sentir agora, não é? – Indagou constrangida.

- Sim.

- Por favor, Jasper...

- Não se preocupe. Eu te dei minha palavra. Mas eu acho que você está agindo errado.

- Por quê?

- Você deveria dizer a ele como se sente. Não compreendo porque você está escondendo isso.

- De nada adiantaria dizer isso a ele. – Falou com o tom amargurado.

- Como não? Então não é exatamente por isso que ele sofre? Por acreditar que o que ele sente é platônico?

Os olhos de Bella desfocaram.

Por alguns segundos ela se sentiu perdida. Em seguida a confusão lhe tomou.

- Do que você está falando? – Ela perguntou num tom disperso.

- Como assim?

- O que você quis dizer com “o que ele sente é platônico”?

- Edward acredita que você não o ama. Que ele a ama sem ser correspondido. O conceito básico de platônico, Bella. – Respondi confuso.

- Ele... Ele ainda me... Ama? – Gaguejou incrédula.

- Evidente que sim.

- Mas eu achava que ele... Tinha raiva. Por tudo que eu fiz e... Meu Deus!

Bella colocou as mãos sobre o rosto, sentindo a compreensão invadi-la enquanto eu desvendava um gigantesco mal-entendido.

Ela acreditava que ele a odiava por seu abandono. Ele pensava que não era correspondido em seu amor.

Como dois vampiros com extra-sentidos podem ser tão cegos?

- Eu acho, agora mais do que nunca, que você deveria contar a ele como se sente.

Bella me surpreendeu com um abraço. Passado o susto inicial, eu correspondi o gesto irreverente e sorri.

- Obrigada Jazz. – Sua voz era embargada – Muito obrigada.

EDWARD

Eu podia sentir seu coração bater descompassado pelo medo.

Ela sabia que estava encurralada.

Com um salto eu a imobilizei por trás, torcendo seu frágil pescoço antes mesmo que o som de sua agonia fosse esboçado.

Cravei meus dentes, fundo em sua jugular, sentindo o líquido quente abrandar o fogo em minha garganta à medida que descia.

O par de olhos dourados que me observava me fez sorrir.

Larguei a corsa exangue de lado, me levantando para caminhar até ela.

Eu tinha tomado àquela decisão na vinda para cá.

Não seria algo fácil de fazer, porque eu receava não ser capaz de suprimir meus sentimentos por Bella. Mas afinal era uma tentativa, e eu deixaria isso claro.

Notei seus olhos aumentarem de tamanho com minha aproximação. As pupilas dilataram. Mais um sinal.

Tomei sua mão entre as minhas.

Estávamos sós.

Os outros estavam ocupados com suas presas e relativamente distantes de nós.

Suspirei.

- Eu não posso mentir para você... – Comecei ainda inseguro – Eu ainda amo Bella.

Zaniala assentiu. Seu olhar parecia tenso e ansioso.

- Mas eu também não posso negar que sinto algo por você... Eu não sei definir o que é, uma atração, uma familiaridade...

Ela colocou o dedo indicador, da mão que estava livre, em meus lábios, me fazendo calar em surpresa.

- Eu sei o que quer dizer... Eu me sinto assim também. – Falou com o tom suave – E

Eu sei também o quanto você ainda a ama.

Ela pausou, como se buscasse as palavras certas.

Seu dedo deslizou por minha boca até meu queixo, e ela o segurou com a mão delicada.

- Se o que você está tentando me dizer...

Foi minha vez de interrompê-la.

- Eu gostaria de tentar. – Disse num sorriso – Eu gostaria que tentássemos ser mais que os bons amigos que temos sido.

Ela não respondeu. Ao menos não verbalmente.

Ela puxou lentamente meu rosto para o dela, pelo queixo que ainda prendia em sua mão.

Eu me deixei guiar, curioso com a emoção que me tomaria.

O beijo foi brando. Doce como eu não pensei que poderia ser.

E eu me entreguei a ele com uma satisfação inesperada.

Em surpresa eu percebi que tudo que flutuava em minha mente naquele momento, era exatamente aquele momento, e nada mais.


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Notas finais do capítulo

Ok Ok... Não me matem nem me abandonem... Uma emoção é sempre bom... E desesperadora assim é excelente para esquentar a história.
Já prometi e reprometi que o final será FELIZ!!!!
Me aguardem semana que vem.
Beijos