A ida ao shopping foi um desastre. Eu até comprei roupas, fingi que estava tudo ótimo, mas minha mãe sabia que tinha algo errado comigo...

Passei o fim de semana sem comer quase nada, apenas olhando pro teto, deitada, no máximo dormindo...

Só não acho que esteja depressiva. Só com ódio.

Paulo passou um tempo sem vir pra escola, não sei por quê. E quando ele voltou parecia com medo de mim. Aliás, muitas pessoas estavam morrendo de medo do que eu podia fazer.

E no final eu não fiz nada. Cada um retomou sua vida, só que eu não ia mais a nenhuma festa.

Se eu não encontrei ninguém que pudesse substituir o Paulo? Até encontrei. Óbvio que não tinha uma fila de pretendentes na porta da minha casa.

Só havia um; Carlos.

Ainda não tinha certeza se queria ficar com ele. Minhas amigas diziam que sim, lógico, óbvio...!

E no final acabou rolando... E fiquei com ele por um bom tempo. Demorou pra achar um namorado que substituísse o Paulo. Fiquei sozinha durante um ano.

Mas já passou.

É claro que o final não é assim tão perfeito. Minha mãe perdeu o emprego. Tive que economizar durante meses, sem poder gastar um real sequer. Isso é deprimente pra meninas como eu. Fui obrigada a ir morar com o meu pai. Mas justo agora que minha vida estava se resolvendo! Tive que aceitar, mas o problema é que ele morava em outra cidade... Mudei de faculdade. Não tinha amigos nessa faculdade. A matéria era diferente da que eu aprendia antes. E o pior: não via o Carlos à muito tempo. Da última vez que o-encontrei foi na festa de aniversário da única amiga que eu mantive da escola antiga.

Ele me contou que estava com saudades. Eu disse que também estava.

No fim da festa estava muito triste por nunca mais poder ver meu namorado de novo. Se é que ainda éramos namorados.

Já não mantia mais contato com a minha mãe. De vez em quando ela me ligava pra saber como eu estava. Mas já não era a mesma coisa de antes. Até minha mãe eu perdi com essa maldita mudança!

Mas no fim minha vida continuou. Me formei, e esse foi o último dia que vi minha mãe. Depois disso comecei a trabalhar, aluguei um apartamento e fiquei sozinha por muito tempo.

Só que um dia o Carlos veio me procurar. Saiu de São Paulo só pra vir me ver!

- Quero que venha morar comigo. Economizei dinheiro, e posso comprar uma casa pra gente! - ele dizia empolgado com a ideia.

- Mas... Como assim, Carlos? - fingi não gostar da proposta, mas na verdade estava adorando. - primeiro que não namoramos mais. Segundo, que... e o meu apartamento? Se pensa que eu vou vendê-lo só pra ir...

- Tudo bem... - ele me interrompeu. - eu demorei muito tempo pra vir te procurar. Mas eu te amo!

E me deu um beijo. Já não ganhava um a... Dois ou três anos?

Por isso não ligava mais pra loucura que ele fez de vir lá em casa.

Em pouco tempo já éramos namorados outra vez. Tive que vender meu apartamento e fomos morar numa casa, bem maior que todas que eu já morei.

Carlos arranjou um emprego, e me pediu em casamento. Foi tudo tão rápido! Passaram-se anos e fiquei grávida. Contei pra minha família toda, e minha mãe veio morar em nossa casa por um tempo, já que eu não tinha a menor experiência com bebês... Descobri tempos depois que seria uma menina.

Quando ela nasceu dei o nome de Amanda. Sempre quis ter uma filha com esse nome. Ela cresceu tão rápido, e logo minha mãe voltou pra São Paulo.

No final aprendi uma coisa; Todos têm direito de ser feliz, e não é toda hora que você consegue o que quer sem fazer o mínimo esforço.