By The Way escrita por Ducta


Capítulo 6
Common Denominator


Notas iniciais do capítulo

Common Denominator - Justin Bieber



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Annabeth acordara com o braço de Percy ao redor dela, achou melhor levantar. Vestiu sua camisa e foi em direção a porta, mas não a abriu, estava com receio de encontrar a mãe de Percy pelos corredores. Que ela diria se esse encontro acontecesse? Que ela acharia que Annabeth estava fazendo com Percy? Coisas “descentes” com certeza ela não pensaria. A garota encostou na porta e começou a observar o quarto de Percy. As paredes eram de um enjoativo verde musgo, o carpete era preto, a janela dava pra escada de incêndio. Annabeth se lembrou da sua casa em Louisiana, seu quarto também dava pra escada de incêndio e ela gostava de ficar sentada na plataforma até tarde... O sol parecia estar lindo, mas Annabeth não abriu a janela, Percy ainda devia estar com dor de cabeça. Aí ela baixou os olhos pro Percy e segurou o riso: ele estava babando.

Enquanto seu olhar se voltava pros móveis do quarto, ela achou uma caixa de CDs perto de rádio pequeno que estava perto da cama. Annabeth se sentou à frente do aparelho e pegou a caixa, ficou surpresa com o gosto musical de Percy.

- Alanis Morissette? Arctic Monkeys. The Kooks. OMG, Justin Bieber?! – ela murmurava enquanto passava as capas. Não chegou até a última e se levantou de novo antes de colocar a caixa de CDs no lugar, encarou a porta por um instante. Bom, ela teria que sair de lá mais cedo ou mais tarde não é? Respirou fundo e abriu à porta, tudo estava silencioso. Annabeth foi até o banheiro para lavar o rosto, mas acabou dando um jeito na bagunça que ela e Percy deixaram no banheiro, depois foi até a cozinha e passou um café, pegou uma xícara e voltou ao quarto de Percy, dessa vez ficou recostada ao batente o olhando dormir.

Pouco tempo depois Percy abriu um olho apenas e viu Annabeth parada ali, voltou a fechá-lo, ainda sentia a cabeça doer.

- Qual a sua perspectiva de mim agora? – ele perguntou ainda sonolento, os olhos fechados.

Annabeth sorriu.

- Imaturo irresponsável e totalmente, completamente sem noção.

- Imaginei que era algo próximo a isso.

Annabeth sorriu de novo.

-Ai que vergonha. – ele lamentou cobrindo o rosto com as mãos.

- Do que?

- Você me viu vomitando.

- Você não foi o primeiro que eu vi vomitando.

- Mas mesmo assim, eu to morto de vergonha.

- Que lindo, Percy Jackson com vergonha. – Annabeth debochou.

- É sério, Annie!

- Ah Percy, para de graça, tá tudo bem.

- Pra você.

- Como você está?

- Com muita dor de cabeça e com fome.

- Eu fiz um café forte, quer?

- Quero.

Annabeth foi buscar, quando ela estava saindo da cozinha a porta abriu e ela deu de cara com a mãe de Percy.

- Oh. – Annabeth fez.

- Quem é você? – Sally perguntou surpresa.

- Annabeth. Sally?

- Sim. Ah, você veio com o Percy daquela festa?

- Sim. – Annabeth disse muito sem graça, suas bochechas corando violentamente.

- Tá tudo bem querida. Mas você é a primeira que ele trás.

Viu? Eu sabia que ela não ia pensar boa coisa! Ah droga! – Annabeth pensou em desespero.

- Na verdade, eu que trouxe ele.

- Como assim?

- Mãe? – Percy gritou do quarto.

- Oi meu bem?

- A Annie ainda está viva?

- Porque não estaria?

- Imaginei que ela teria um infarto quando te visse.

Annabeth sentiu o rosto queimar com mais força.

- Com licença, vou levar café pra ele. – Annabeth disse sem olhar pra Sally e se retirou.

Annabeth encontrou Percy sentado na cama sorrindo meio bobo.

- Eu te odeio. – ela disse entregando a xícara pra ele.

- Já te falei que é recíproco.

- Você nunca disse que me odiava.

- Tudo o que você sente por mim, eu sinto por você.

- Bom saber. Eu acho.

Percy sorriu.

- Você pode ir lá agora dizer pra sua mãe que nós não dormimos juntos!

- Mas nós dormimos, Annie.

Ela abriu a boca pra retrucar, mas não conseguiu pensar em uma resposta.

- Dormimos de porta trancada e tudo. – ele continuou. – Não sei se você lembra, mas você me abraçou no meio da noite.

O rosto de Annabeth ficou violentamente rubro.

- E você não se esquivou quando eu te abracei. – ele continuou.

Annabeth sentia o rosto em brasa.

- E você gemeu meu nome.

- Mentira! Nem vem que não tem! Seu nome eu não gemi meeeeeeeeesmo!

Percy sorriu maliciosamente.

- Gemi? – ela perguntou na beira do pânico.

Ele assentiu mantendo aquele sorriso. Annabeth cobriu o rosto com as mãos. Que constrangedor, meu Deus! – ela pensou. Queria muito que tivesse um buraco no chão pra ela poder enfiar a cabeça.

- Qual é Annie, tá tudo bem!

- Pra você!

Percy riu com gosto, depois ficou observando Annabeth que ainda não tirara as mãos do rosto.

- Você baba enquanto dorme. – Annabeth disse de repente.

- Que?

- isso mesmo que você ouviu.

- Não babo não.

- Olha seu travesseiro então.

- Não babo não. – Ele repetiu sem fazer o que ela sugeriu.

- Eu vi Percy.

- Ah droga!

Annabeth riu.

- Você não vai falar com a sua mãe?

- Eu não. Os incomodados que se vão.

- Grosso. – ela concluiu saindo do cômodo.

Ok, Annabeth, respira. Você não fez nada demais, você ajudou o Percy... CALMA PORRA! – ela dizia a si mesma pra evitar que as mãos tremessem.

Annabeth encontrou Sally na cozinha, guardando algumas compras na geladeira.

- Quer ajuda?

- Oh, não precisa querida. Obrigada.

- Tá. Sally, posso falar com você?

- Claro. – A mulher disse apontando a mesa da cozinha.

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Percy viu Annabeth conversando com sua mãe e decidiu tomar um banho quente, pois ainda tinha que levar Annie pra casa e sabe-se lá qual seria a reação do pai e do irmão dela.

- Vamos Annie? – ele disse aparecendo na cozinha hora e meia depois.

- Achei que você tinha morrido no banheiro. – Annabeth disse se levantando.

 Percy não respondeu.

- Bom, te vejo por aí Sally. – Annabeth disse com um sorriso.

- Obrigada Annabeth.

- Imagina.

- Que vocês estavam conversando? – Percy perguntou quando bateu a porta da sala.

- Estávamos falando sobre você.

- Eu sou tão interessante assim?

- Estávamos falando dos seus problemas.

- Imaginava que fosse isso. – o rapaz murmurou um pouco incomodado.

- Como você está se sentindo? – Annabeth perguntou rapidamente pra evitar qualquer conflito.

- Bem. E aí, como foi passar esse tempo comigo? – Percy disse de um jeito travesso e sexy ao mesmo tempo.

- Quem ouve você falando pensa que nós tivemos uma noite incrível, passamos a madrugada fazendo sexo selvagem e que de manhã, transamos na mesa da cozinha. – Annabeth disse sarcástica enquanto sorria.

Percy por sua vez até imaginou o que ela estava dizendo, mas logo afastou tais pensamentos da cabeça.

- Qualquer dia desses, você topa? – Percy perguntou ainda naquele tom sexy e travesso, sem conseguir se conter.

- Topo o que?

- Uma noite incrível, sexo selvagem no quarto e de manhã transar comigo de novo na mesa da cozinha, oras.

A boca de Annabeth se abriu em um perfeito “o” antes dela dar tapas estralados no rapaz.

- Não vai responder? – Percy perguntou aos risos.

- Você ainda quer que eu responda? – Annabeth disse em um tom chocado, parando a frente dele.

- Quem cala consente.

- Deixa de ser abusado.

- Isso vai ser difícil.

Percy sorriu maliciosamente e passou um braço pela cintura de Annabeth, puxando o corpo dela até que estivesse colado ao seu. Annabeth assustou-se mais ainda quando viu seus rostos a centímetros um do outro. Ela engoliu seco enquanto o olhar de Percy descia até seus lábios e voltava para seus olhos várias vezes, decidindo se fazia ou não o que pretendia.

- Que diabos você está fazendo? – Annabeth perguntou com a voz falha.

- Você quer realmente saber?

- Me solta. – Annabeth disse de um fôlego.

Percy obedeceu e tirou seu braço da cintura de Annabeth, que se afastou sentindo o coração palpitar acelerado.

Eles voltaram a andar, em completo silêncio.

- Você ia me beijar? – Annabeth perguntou com o tom de voz de volta ao normal.

- Não.

- Não?

- Não.

- Então?

- Ia tirar sua roupa e a minha ali mesmo e nós íamos transar no meio da rua, pra todo mundo ver o quanto a gente se ama. – ele disse olhando sempre a frente, mantendo a expressão séria.

- Sério?

- Sim.

- Sério mesmo?

- Não. Você acreditou?

- De você eu não duvido mais nada.

Percy sorriu.

Voltaram ao silêncio.

- Você gosta de mim? – Annabeth perguntou de repente, tirando a atenção de Percy de seus cadarços.

- Não sei. Acho que sim. Por quê?

- Nada. – ela disse sem conter o sorriso.

- Eu te odeio mais do que eu gosto.

- Por quê?

- Você é muito irritante. Sua mania de perfeição me tira do sério. Seriamente.

- Isso é muito ruim?

- Não. Eu comecei a achar que você é um denominador comum.

- Denominador comum?

- O meu denominador comum. Nós somos uma fração e você é um denominador comum. Entende?

Annabeth riu. Era tão estranho ver Percy falando de amor usando matemática pra ilustrar.

- Entendo sim, mas sua matemática está um tanto quanto errada.

- Isso não vem ao caso.

Annabeth riu e o silencio se fez presente até eles chegarem à casa do pai de Annabeth.

- Melhor você entrar primeiro, Annie.


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