POV – Heath

  Eu corri para o quarto e abri a porta com cuidado. A encontrei olhando para o espelho e sorrindo. Aquele sorriso lindo e perfeito... O que está acontecendo com você Heath? Parei e foquei no momento, ela estava na posição de ataque:

 - Hey, calma. – disse levantando as mãos em um movimento de paz.

-Quem... quem é você? – ela perguntou confusa.

 -Bem, eu sou o Heath. – eu sorri.

 -Foi você quem me trouxe pra cá? – ela ainda estava confusa.

-Sim, vou te explicar tudo, agora fique calma, ok? – permaneci com minhas mãos levantadas.

-Certo...- ela hesitou por um segundo, pensando em suas opções eu acho.

 -Bom, na verdade não sei de onde começar, mas...- eu estava meio nervoso e fitei o chão enquanto coçava a nuca. –Nós a encontramos enquanto aquele vampiro sugava seu sangue, e obviamente, o tiramos de você. Então depois de... matá-lo, a trouxemos pra cá, onde ficaria mais escondida. É uma cabana abandonada...

-Hmmm...Bem, obrigada. – ela agradeceu e deu um sorriso lindo. E eu assenti.

-Você agora é uma vampira, entende isso? Eu sei que pode parecer bem estranho... – Tentei explicar.

 -En-ten-do. – ela disse. Como se eu não fosse entender. Fiquei um pouco assustado. - as, então, ninguém me procurou ainda?

 -Hm, não. Estamos longe de lá. - como alguém iria encontrá-la no meio dessa densa mata?

 -Que estranho...- Ela vincou a testa e logo tossiu. Ela estava com sede.

   -Certo, você precisa caçar!- eu disse sorrindo- E sobre isso, preciso lhe dizer sobre... nossa dieta. – mas não pude terminar porque Will entrou pela porta sorrindo. - Mas antes, este é o Will, meu irmão.

-Oi. – disse Will acenando e sorrindo.

-É bom conhecer você. E a propósito, eu sou a Mah. – Ah, Mah. Um lindo nome.

 -Vamos caçar, e depois responderemos todas as perguntas. – eu disse a guiando até a floresta. Mas logo que saímos ela começou a correr. – Máah! – eu gritei e ela se virou.

-Nós temos uma dieta diferente dos outros vampiros, sabe, nós caçamos animais em vez de pessoas. Isso é muito cruel, e acho que talvez entenda isso. – explicou Will. E ela riu.

 -Ah, eu sei. Sei mais do que pensam que eu sei... Espera, isso foi estranho. – Ela riu de novo. Garota estranha.

  -Bem, agora tenho que dizer a vocês, preciso procurar os outros. – disse ela logo após se alimentar de 3 veados e limpar sua roupa.

  -Espera, sabe sua família, não vai entender muito se você aparecer assim pra eles, e você vai... querer matá-los. – eu estava muito confuso. E ela riu outra vez.

   -Eu disse, vocês não sabem que eu já sei de tudo. Hm, eu conheço vampiros... bons. Como vocês, sabe? – ela apontou para nossos olhos. Então existiam outros com a mesma dieta?

 -É, talvez você saiba mesmo mais do que pensávamos. – concluiu Will.

-Mas o vampiro que te atacou...- Eu disse, ficando cada vez mais confuso com tudo.

-Hm, longa história! E depois eu conto, agora tem uma coisa mais urgente, precisamos voltar pra cidade. – O que?

 -Você não pode... vai acabar matando metade da população.- disse Will pesaroso.

-Tudo bem, tudo bem, mas eu preciso que vão até uma casa, verificar algo pra mim, pode ser? Não é nada perigoso... – ela falou, como se confiasse em nós, eu sorri por dentro. - -Por falar nisso quanto tempo fiquei... hm... me transformando?

 -Você foi rápida, dois dias... Havia muito veneno... – Eu falei.

 Então ela passou o endereço de uma humana chamada Bella para Will, e enquanto ele checava eu e Máh ficamos esperando. Já que precisava de alguém para cuidar dela e...

-Vocês tem, hm, poderes? – ela disse, me tirando de meus devaneios e me deixando assustado, como ela sabia?

-Na verdade sim. Will tem um tipo de escudo, pode até nos deixar invisível, além de proteger. E eu tenho um poder, hm, não tão bom...

-Qual?- ela estava curiosa. Será que eu deveria contar?

-Eu posso reproduzir a dor da transformação...- eu contei. Antes eu gostava disso, mas percebi que era horrível. E ela fez uma careta. - Uhum...

-É como o de Jane? Dos Volturi, quero dizer. – Ela também conhecia os Volturi! Já tinha ouvido falar, por causa de Joseph.

-Ah, já ouvi falar. Mas o meu é diferente, reproduz exatamente o que a pessoa sentiu na transformação, cada segundo...

-Ah. – ela terminou a conversa. E eu desejava termos mais assunto. Até que me lembrei...

 -E eu preciso te dizer, não foi a primeira vez que nos encontramos... – Lembrei de Port Angeles e da escola. Fitei o chão e seu silencio me motivou a continuar. - Em Port Angeles, e Forks também... – eu esperei.

 -O beco... E também os vultos no estacionamento! – Ela se lembrou.

 -Sim, e eu me arrependo muito por tudo! No beco, eu tinha “deslizado” naquele dia, e eu estava discutindo com Will porque queria mudar de vez minha dieta... Will felizmente me impediu de te matar naquela hora mesmo, era estranho como seu sangue era tão apetitoso pra mim, tão apelativo! E quando a vimos sendo quase morta por aquele vampiro... Não tinha outra escolha se não salvá-la. Não está brava por eu ter quase matada você antes, não é? Eu realmente sinto muito! – Falei tão rápido e chegava cada vez mais perto dela.

 -Na verdade não, e você afinal não me matou, e até salvou minha vida! Eu é que tenho que estar grata a você. – ela disse docemente. E sem perceber eu a estava abraçando! Eu nunca fiz isso antes! E logo ela retribuiu.

 -Ah, me desculpe. Eu só estou feliz... – eu disse sorrindo e tentando explicar meu abraço inesperado.

 -Tudo bem.  – ela deu de ombros e sorriu também. E então Will chegou e acabou com o momento.

 -E ai? O que descobriu? – ela perguntou.

  -Vampiros realmente estiveram lá, há pouco tempo... E também encontrei um bilhete. Nele a tal de Bella diz pro pai que teve de viajar com urgência com uma tal de Alice e Iza. Isso serve de algo? – Perguntou Will.

Ela demorou para responder, e ficou pensando. Então fiquei preocupado:

  - O que foi?

 -Volterra... – ela disse quase engasgando.

  Ela explicou que tinha de estar lá, e isso era mais que urgente. Então eu consegui alugar um jatinho, já que ela teria de ficar longe de pessoas por um tempo em mais ou menos uma hora estávamos a caminho de Volterra, a terra dos Volturis. E mesmo sem saber o que faríamos lá, eu estava com máh, e algo me dizia que eu faria qualquer coisa por ela.

***

  Acho que Will percebeu a situação e dirigiu o jatinho deixando eu e Máah sozinhos. Eu não tinha certeza ainda do que sentia, mas tinha certeza que sentia algo, que nunca havia sentido antes. Era novo. Era diferente.

  Após muitas horas de viagem e conversa nós chegamos a tal Volterra. Conseguimos parar um pouco longe do centro e máh falou que teríamos que chegar a torre do relógio até o meio-dia. Então Will tentou colocar seu escudo a nossa volta e com sucesso corremos o mais rápido possível até a torre do relógio. Máh disse para que continuássemos com o escudo, até conseguirmos entrar na moradia dos Volturi. Eu não entendi nada, só a segui.

  Passamos por alguns vampiros e Mah disse que eram seus amigos. Tinha um com cabelo cor de bronze com uma humana ao seu lado, também tinha uma baixinha com cabelo curto e outra mais alta, com cabelo castanho que se chamava Iza, todos tinham olhos dourados. Também tinha alguns membros do Volturi, um chamado Demetri, outro grandalhão e chegou uma loira, todos de olhos vermelhos e posturas arrepiantes.

  Houve uma troca de sorrisos entre o grupo vegetariano, parecia que podiam se comunicar sem falar. Continuamos a andar até chegar a um salão enorme, onde um vampiro esperava.

 -Ah! Então Bella está viva afinal... – disse o vampiro que esperava, o qual máh disse que se chamava Aro. Tinha cabelo preto e um ar de poder. – E aqui também temos Alice e Izabela! Maravilhoso! Viu Edward? Não está feliz por ter recusado seu pedido?

-Sim Aro, estou. – O de cabelo cabelo de bronze, que parecia se chamar Edward, respondeu. Então mais dois vampiros chegaram e Mah falou que eram os irmãos de Aro, Marcus e Caius. Então Marcus ofereceu sua mão a Aro, e de repente Aro ficou fascinado. Máh explicou o poder dos três e eu e Will ficamos assustados.

-Ainda não compreendo. – começou Aro – Como pode ficar ao lado dela... La Tua Cantante! Que desperdício! – e Eu e meu irmão não entendíamos nada. - -Você se importaria querida? – ele perguntava a Izabela, que assentiu e deu a mão.

Um tempo se passou e ele soltou a mão dela murmurando: ‘’realmente fascinante’’.  E logo ele perguntou se seria imune a Bella, a humana com Edward. E descobriu que sim.

-Hmm, interessante. – Disse Aro - Pergunto-me se ela também é imune aos nossos outros talentos... Jane, querida? –

Rapidamente Edward rosnou e colocou a humana para trás. – Imagino, se Bella é imune a você.

   As coisas aconteceram rápido. Edward foi para cima da baixinha Jane e a Izabela e vampira pequena tentaram para-lo, mas ele já estava no chão se contorcendo agoniado. Mah havia explicado o dom de Jane, era horrível, parecido com o meu. Então Bella, a mortal, tentou chegar até Edward mas a vegetariana baixinha a segurou dizendo que estava tudo bem e Izabela foi até Edward e depois que o acalmou de alguma maneira ela se voltou para Aro. E máh não agüentava mais, estava aflita e preocupada, então pediu para Will tirar o escudo e todos puderam nos ver. Estavam totalmente assustados e confusos.

-Ah! Se não é Marina! Que surpresa... Todos pensavam que estava morta – disse Aro, quase rindo.   – Acho que tudo foi um mal entendido, estou certo?

-Essa aí não estava morta? – perguntou Jane. E algo me dizia que eu realmente não gostava dela.

-Aro! Sim, sou eu. Você poderia pedir para sua cão de guarda loira tirar as patas do meu irmão? – disse Mah, raivosa. Mas não deu muito certo pois Jane a olhou morrendo de raiva e logo Máh estava no chão se contorcendo, e eu comecei a correr até ela, mas Izabela passou por mim tão rápido e chegou a Jane, que não a viu e caiu no chão. Jane levou um choque e a vegetariana sorriu, ela deveria ter algum poder também.

-Não mexa com minha amiga de novo! – Izabela avisou. Mas antes dela levantar Jane a derrubou no chão e ela começou a se contorcer e mah não agüentou, levantou e foi até Jane a derrubando outra vez.

 -Não toque nela de novo! – máh gritava para Jane, Ela estava defendendo sua amiga.

-Máah, não! – Izabela gritava. Assim, Jane empurrou Mah, que saiu de perto dela e foi abraçar sua amiga. – Obrigada.

-Maravilhoso – Falou Aro sarcástico. Linda demonstração de afeto, são muito corajosas para afetar Jane.

Todos voltaram aos seus lugares, e eu não sabia o que fazer.

-Vamos voltar ao problema... – Jane estava furiosa.

-Hm.. Quem são vocês? – perguntou Caius a mim e meu irmão.

-Sou Heath, e esse é meu irmão Will. – eu expliquei calmamente.

-Heath e Will, - disse Aro – Se aproximem. – E nós dois demos alguns passos – Creio que já ouviram falar de nós.

-Sim, já ouvimos algumas histórias – Will disse.

-Hm, se importa? – Aro estendia sua mão para nós dois, esperando que algum oferecesse também e Will ofereceu.

  Logo Aro fechou os olhos e recebeu toda aquela história da vida de Will, e assim de minha vida também.

  Após um tempo, soltaram as mãos e Aro gargalhou, uma risada fria e natural e eu não sabia o que seria de nós a partir de agora.