P.O.V Cauã

Doenças nada mais são do que um atraso de vida, um tempo determinado em que ficamos a maior parte do tempo sem fazer nada. E fazer nada me dava nos nervos.

Estava há dias sem ver a Sophia. Estar longe dela era como se estivesse em um dia sem sol,sem ar, a minha vida era ela,ela estava em cada pensamento,em cada pedaço de mim,tudo o que faço é pensando nela.

Sei que ela não se sente assim com relação a mim. Mas não tenho como evitar o que sinto e nem quero,pois é esse sentimento e a esperança de que algum dia ela me ame é o que me da forças todos os dias para me levantar da cama.

Eu a amei desde a primeira vez que a vi, ainda no jardim de infância, quando a professora mandou que desenhássemos um coração e ela esticou sua mãozinha delicada e pequena e me passou o lápis de cor. Eu a amei como uma irmãzinha, como o passar do tempo quando estávamos na 4°série eu a amei como uma colega,quando estávamos na 8° série eu passei a amá-la como uma garota, e quando estávamos no 1° ano do ensino médio, o meu sentimento por ela começou a ganhar proporções gigantescas e com o passar do tempo ela ficou ainda mais linda, se tornou uma linda mulher.

Em todos os momentos de sua vida, eu estava como ela, tanto nos tristes como nos alegres.

Eu era o único, alem de sua família que sabia do seu dom, várias vezes ela vinha ate mim me contar o que viu, e perguntava o que tinha que fazer se era certo, e eu sempre estive ali para o que ela precisasse.

Um dia meu pai me mandou estudar fora do país, mesmo não querendo, eu sabia que aquilo era bom para o meu futuro profissional.

Deixá-la foi quase impossível, nos primeiros dias, parecia que iria morrer de tanta saudade e dor no peito. Mas continuei firme.

Falávamos-nos todos os dias, por telefone, carta, internet, não importava o meio, mas sempre estávamos em contato.

Quando ela me contou que estava namorando outro cara, uma enorme raiva e inveja me invadiram. Raiva porque não queria que ninguém beijasse a boca dela e tivesse ela nos braços, e inveja por ser ele que ela queria e não eu.

Mesmo aquilo me doendo profundamente, eu fiquei do seu lado.

Em fim chegou dia de voltar, estava muito feliz de reencontrá-la e ficar perto dela, mesmo que não do jeito que eu queria e desejava.

Assim que cheguei, ela me disse que tinha tido uma visão e que seu namorado babaca iria lhe deixar. Embora aquilo lhe fosse deixar triste eu fiquei feliz,pois estava decidido a começar aos poucos demonstrar o meu amor por ela.

Pela primeira vez na minha vida, senti ódio de uma pessoa. Aquele cretino,canalha do seu namorado tinha insistido para transar com ela,como prova de amor,mesmo sabendo que ela era virgem.Eu queria bater nele ate morrer.Mas ela pediu-me para não fazer isso,mas me contentei em apenas dar uns murros mesmo.

Quando pensei que as coisas depois que ela terminasse iria ficar bom, me enganei ela perde a memória, não se lembrava de mim e de ninguém.

Eu decidi mesmo assim tentar me declarar e ganhar seu amor aos poucos.

A voz de minha mãe avisando – me que ela tinha chegando me trouxe de volta ao presente. Corri o mas rápido que pude pelas escadas,mas ao descer tomei um susto enorme.

Ela estava de mãos dadas com o meu primo Dylan. Não pode ser verdade isso.

- Oi primo quanto tempo. – Dylan disse vindo ate a escada onde eu não conseguia me mover de tão perplexo que estava.

- Nossa você não mudou nada – disse me abraçando. Retribuir o abraço mesmo sem querer.

Nicole estava parada na porta com uma expressão confusa, Dylan me soltou e foi para o seu lado.

- Então é esse o seu amigo? – perguntou entre gargalhadas para ela.

- É.... – respondeu

- Como você esta em? Fiquei muito preocupada com você, sabia? – perguntava-me vindo ate mim.

- Estou um pouco melhor... ainda um pouco cansado, e agora um pouco confuso com isso – lhe expliquei apontando para os dois.

P.O.V Sophia.

Dylan ofereceu- se pra ir comigo para a casa de Cauã e não podia e nem queria dizer não,então fomos,no começo eu lhe expliquei o caminho,mas parece que ele já sabia,pois parou em frente a casa certa.

Descemos do carro e bati na porta.Uma linda mulher nos atendeu,deduzi que so podia ser a mãe de Cauã.

Assim que ela abriu a porta, Dylan a abraçou e eles ficaram conversando por alguns minutos, ate ela subir e ir chamar o Cauã.

Será possível que o Cauã é o primo do Dylan? Como esse mundo é pequeno.