- SAINDO?! COLOCA DE VOLTA PRA DENTRO, COLOCA! Meu deus, eu não nasci pra ver isso, por favor, por favor...

- É o elevador que tá saindo do lugar, animal!

- É? Não tá não!

- Tá sim, eu estou sentindo ele se mexer!

- Você tá sentindo é outra coisa, porque o elevador continua parado!

- Ah meu deus, o que é que eu estou sentindo? – exclamou, desesperado.

- Deve ser gases! Olha, se você peidar aqui eu acabo com a sua vida! Se eu sobreviver, é claro... – lamentou-se o moreno.

- Peidar? PEIDAR, AOI?! Que vocabulário mais chulo!

- Aprendi com você.

- Comigo mesmo não! Essas baixarias você aprende nos seus becos, em minha casa não!

- Sua casa é um beco!

- Ó O RESPEITO, BELEZA!

- Que respeito? A gente chega na sua casa e nunca tem o que comer, sempre tem alguma coisa quebrada, nunca tem papel higiênico... Aliás, como você se limpa? É uma dúvida que todo mundo tem!

- Se não tem papel é porque eu já usei, esperto!

- Esperto eu sempre fui, ok.

- AHAHA, faz-me rir...

- O que é que você quer?

- Ah Aoi, me poupe. Você mesmo diz que foi uma criança problemática. Lê-se problemática como criança lerda.

- Olha quem fala! Você é cheio dos complexos, fica andando por aí com um pano no meio da cara, e eu que sou problemático!

- Pano no meio da cara não! FAIXA, SEU IGNORANTE, FAIXA!

- É, eu sou tão ignorante quanto a mulher da novela é estrábica, né?!

- FOI UM ACIDENTE! Troquei o nome por nervosismo!

- Desde quando nervosismo é analfabetismo?

A discussão ficava cada vez mais intensa. Eles teriam continuado se não tivessem sentindo um forte impacto, e logo em seguida o elevador começou a mover-se.

- MEXEU! Ai, eu to tão emocionado! – gritava Aoi.

- GLÓRIA!

- A bolsa da mãe rompeu, e o bebê elevador saiu!

- Aoi... Que comparação foi essa?!

- Estou movido pela emoção, releve. – falou, com ar envergonhado.

- QUANDO É COMIGO NINGUÉM VOCÊ NÃO RELEVA!

- Reita, aquela foi demais!

- Ah, me deixe!

Os dois finalmente conseguiram sair do elevador e seguiram a caminho do estúdio. Chegando lá, quase uma hora atrasados, encontraram os companheiros de banda revoltados.

- Uma hora? Mas será possível uma coisa dessas! – exclamou Ruki.

- Meu filho, nós ficamos presos no elevador!

- Sinceramente, vocês não pensaram em apertar o botãozinho não?

- Que botãozinho, Kai? – perguntou o baixista.

- Aquele que tem escrito “emergência”! – respondeu.

- Aoi, seu burro! Você não viu esse botão lá não?

- Sou estrábico, me desculpe.

- Dá pra você esquecer isso?

- Que história de estrábico é essa?! – perguntou Uruha.

- Reita foi falar que a mulher era claustrofobica e acabou falando que ela era estrábica e raquítica!

- FOI UM ACIDENTE!

- Meu Deus, temos um analfabeto na banda! – lamentou-se o menor, em meio as próprias gargalhadas.

- Acabou o assunto, vamos ensaiar!

- Ensaiar? Tá na hora do almoço já! Fique você aí, porque eu vou comer.

- Ruki, só por causa de um atrasado minúsculo desse você vai sair pra comer?

- VOCÊ SABE QUE HORAS FOI QUE EU COMI PELA ÚLTIMA VEZ, ESTRÁBICO BOY?!

- Vá comer, ser demoníaco!

- Ah, quer saber, vamos todos!

Os cinco saíram do estúdio ainda rindo do episódio. Uruha cogitou a possibilidade de comprar um dicionário para Reita, mas não pode concluir o raciocínio, pois o mesmo voou sobre ele.

- Aonde vamos almoçar?

- Ah, tem um restaurante ali no fim da ru.. AAAAAAAAAAH!

- O ELEVADOR PAROU!

- Eu não vou sobreviver pra contar a história de novo!