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                                        Capitulo Vinte

                    Ataques Histéricos e Um Poder Encontrado    

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          — O que houve com Alan? – perguntou Brina, com a testa franzida.

          — Aposto que ele está vomitando no banheiro. Alan nunca se deu bem com viagens de barco. Uma vez nosso pai nos levou em um cruzeiro de uma semana, para uma sessão de fotos. Ele passou metade da semana trancado no banheiro. Ai, que nojo. – Falou Karen, olhando para o nada, com uma expressão pensativa.

           Eu continuava olhando para mar, quando senti alguém ao meu lado. Heide.

          — Esse cordãozinho que Selene lhe deu não salvará você e seus amigos.

          — O que disse? – perguntei olhando seu rosto sombrio, que observava o horizonte.

          — Que você vai morrer, junto com todos os outros. Se prepare. Herói.

           Ela saiu andando e eu a segui com os olhos. Novamente, senti meu pescoço gelado. Imaginei que o cordão estivesse brilhante outra vez.

          — Bem. Preciso ir. – Disse Heide. Então, ela olhou para mim pelo canto do olho e sussurrou – Nos veremos em breve.

          Ela começou a brilhar, e virei meu rosto, enquanto tomava sua verdadeira forma e desaparecia.

          Estava totalmente atordoado. Então Heide estava nos traindo esse tempo todo?

          — O que foi, Mané? Está com cara de quem vai desmaiar! – falou Clarisse, debochada.

          — Bem, é que eu... – mas não terminei, pois naquele momento, meu pescoço estava gelado, e a estrela, brilhando intensamente.

          Olhei em volta e vi Alan e Kerina, conversando ao fundo. Eles perceberam que eu os observava, e pararam, me lançando um olhar suave e feliz. Acho que estou ficando maluco e paranóico. Não seria a primeira vez.

          — Você... – incentivou Thalia

          — Hum... Depois eu falo.

          Ficamos um tempo em silencio.

          — Onde estamos, exatamente? – perguntou Alina.

          — Hum... Trinta, 21, 62, 15. – respondi.

          — O que? – surpreendeu-se Ário.

          — São as coordenadas de onde estamos. – respondi.

          — Legal. – falou Alan, com a voz desanimada. Ele parecia sonolento.

          — Pessoal! Pergunta! Por que nós estamos vagando em alto mar para uma direção que não sabemos para onde nos levará? – falou Kerina, com a testa franzida.

          — Não pergunte para mim. – disseram os irmãos Stoll em uníssono.

          — Nem para mim. – falou Clarisse. – Você deveria perguntar isso pro Jackson.

          Todos olharam para mim.

          — O que? – perguntei, completamente bobo.

          — Você não sabe, não é? – perguntou Karen.

          — Na verdade... – comecei a dizer, mas naquele momento, ela deu um grito ensurdecedor.

          — Eu sabia! Nós vamos morrer! Vamos virar comidas de baleia!

          — Na verdade, baleias não comem pessoas. São os tubarões. – comentou Annabeth.

          — Tanto faz! É tudo peixe, e eu não gosto de peixe! Nós vamos morrer! Vamos virar algas! Vamos virar jantar! Vamos nos afogar, e depois virar jantar! – continuou Karen com o ataque histérico.

          — Pelo amor dos deuses, Karen! Deixe de criancice! – falou Alan, agarrando os ombros da irmã.

          — Me acalmar? Estou prestes a entregar meu lindo cabelinho aos peixes, e você pede para eu me ACALMAR? – ela disse ainda histérica.

          — Respira fundo. – aconselhou Alan. – Conte. Um, dois, três, quatro...

          Eles contaram até dez, e Karen ficou calma.

          — Percy, você consegue senti algum poder no mar, ou alguma coisa assim? – perguntou Annabeth.

          — Hum... Espere um pouco... – pedi, fechando os olhos e me concentrando.

          Depois de alguns segundos, consegui sentir uma força... Diferente. Ela era forte, e parecia puxar as ondas do mar para ela. Estava um pouco ao Sul.

          — Então? – perguntou Phoebe.

          — Ao Sul. – respondi, abrindo os olhos. Coloquei as mãos na proa, e guiei o barco.

          — Fica muito longe daqui? – perguntou Kerina, os olhos brilhando.

          — Uns dois quilômetros. – falei observando os últimos Nagas que passavam por nós.

          Ficamos alguns segundos em silencio, apenas escutando o barulho do mar, batendo contra o barco. Era reconfortante estar tão perto do mar. Ele me fazia esquecer de todos os problemas. Eu sentia como se ele fosse parte de mim. Mas uma parte com apenas pensamentos positivos e boas lembranças. Nada de pessimismo, como eu estava sendo desde que saímos do Acampamento Meio-Sangue.

          O silencio foi quebrado quando Thalia começou a passar mal.

          — Ah! Acho que vou vomitar. – ela falou, fazendo uma cara de dor, e saiu correndo para a cabine do barco.

          — Nossa. O que está havendo com eles? Normalmente, a fresca sou eu! – comentou Karen, com os olhos arregalados.  

          — Pior que ela tem razão. – sussurrou Connor.  

          Uns dez minutos depois, Thalia voltou. Ela parecia estar melhor, mas olhava tudo freneticamente, como se fosse a ultima vez que ela veria tudo aquilo.

          — Thalia. Está tudo bem? – perguntou Brina, com a testa franzida.

          — É claro. Por que eu não estaria? – ela perguntou.

          — Nada. É que... Você esta meio... Estranha. – falou Phoebe, a mandíbula apertada.

          A estrela brilhou novamente. Acho que ela era defeituosa. Thalia nunca nos trairia.

          Fui tirado dos meus devaneios quando Annabeth me chamou.

          — Percy, você está sentindo isso? - ela sussurrou.

          — O que?

          — Um... Poder.

          — Sim. – Falei, sentindo uma energia forte, em algum lugar por perto.

          — Acho que vem dali. – Annabeth falou, olhando para uma ilha de pedras coloridas. O lugar parecia o que eu havia visto no meu sonho, que estava no espelho da Heide.

          — Bem, acho que achamos o que procurávamos. – falei em voz alta, para que todos escutassem.