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                                                  Capitulo Dezenove

                                              Eu Vejo Deuses Mortos

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          Acordei assustado, e me levantei abruptamente.

          — O que foi? – perguntei assustado.

          — Venha ver uma coisa. – respondeu Annabeth.

          Não dava pra saber se o que quer que fosse que ela queria me mostrar era bom ou ruim. Seu rosto era inexpressivo.

          Cheguei á beira do convés e olhei para o mar, mas não vi nada. De repente, vi uma coisa dourada passando um pouco abaixo da superfície. Depois outro, e outro e outro.

          — O que são essas coisas? – perguntou Nico, com os olhos vidrados no mar.

          — São Nagas. – respondeu uma voz diferente, fazendo todos se assustarem.

          Virei-me e vi Heide sentada na beirada do barco, olhando para o céu. Quando a vi lembrei instantaneamente do meu sonho. Senti um frio na espinha, e um arrepio percorrendo meu corpo. Eu podia confiar nela?

          Ela olhou nos meus olhos e vi que tinha algo diferente nela. Ela não usava mais a túnica grega verde clara, mas sim um vestido curto violeta, e seus olhos estavam de uma cor diferente, como se o verde estivesse se tornando cor de mel. Do jeito que ela me olhava, com os lábios e testa franzida, parecia que ela tinha escutado o que pensei. Subitamente sua expressão se tornou fria, e, então, suave.

          — Criaturas adoráveis, Nagas. A menos que vocês mexam com eles. – ela continuou. – Estão perto. Muito perto.

          — Perto? – perguntou Travis, levantando uma sobrancelha.

          — Sim. Não conseguem sentir? É muito... Poderoso. Muito... Importante. – Heide falou, os olhos fechados, como se estivesse imaginando algo.

          Virei-me para o mar, e vi um Naga sentado em uma pedra, olhando para o barco. Era uma criatura estranha, que lembrava dracaenais. Até a cintura era uma linda mulher de cabelos negros, olhos verdes e pele branca, com um arranjo dourado na cabeça. Mas, no lugar das pernas havia uma cauda dourada, como uma serpente.

          Olhei em seus olhos, e, de repente, não estava mais observando o mar. Estava no topo de uma montanha, e, aos pés dela havia... Nada. Não havia nada, apenas uma névoa branca e espessa.

          Era noite de lua cheia, parecia que a luz da Lua refletia no meio da névoa, pois havia um ponto luminoso. Mas ele parecia estar andando em direção á mim, e percebi que era uma pessoa. Uma mulher para ser mais exato. Ela devia ter uns dezenove anos, com cabelos loiros quase brancos, a pele pálida, lábios vermelhos como sangue e os olhos de um azul puro. Ela usava um vestido longo branco, e, em sua baça, usava um tipo de rede prateada com cristais na ponta.

          A garota que subia a montanha era simplesmente linda. Claro que não tanto quanto Annabeth. Mas ainda era bonita.

          Ela sorriu para mim quando chegou ao topo da montanha.

          — Olá, nobre semideus. – ela falou, com uma voz fina e suave, que mesmo assim demonstrava bravura.

          Não respondi.

          Ela olhou para mim, inclinou a cabeça, como se estivesse me avaliando.

          — Eu sei o que deve estar se perguntando. Quem eu sou? O que estou fazendo aqui? – ela sorriu novamente – Sou Selene. Antiga Deusa da Lua.

          Meu queixo caiu. Como assim, Selene, antiga Deusa da Lua?

          — Mas... Você não devia... Estar, er, morta? – pergunte, meio sem jeito, quando consegui falar.

          Ela deu uma risada leve, como uma brisa.

          — Eu estou morta. Sou apenas como uma... Lembrança. Ou um sentimento.

          Senti um arrepio, e um vento frio cortar contra mim, errante.

          — Mas por que me trouxe aqui? – perguntei, hesitante.

          — Alguém precisava lhe avisar. Os inimigos estão chegando. E então perto. Querem vingança. Contra você e todos aqueles que vos chamam de amigo. E eles ficarão mais perto do que você imagina. E... Parece que um já lhe enganou.

          O rosto de Selene era sério, tinha melancolia e misericórdia. O vento aumentou, e agora era frio e forte, e cortava como navalhas de gelo.

          — O que você quer dizer? – perguntei estupefato.

          — Você entendeu, Percy Jackson. Ah! Sim. Tenho uma coisa para lhe dar. – ela disse dando um sorriso travesso.

          Então, como mágica, ela flutuou até atingir uns cinco metros, e parou numa posição como se estivesse sentada. De repente, um arco em formato de lua apareceu em suas mãos, e ela o movimentou como se tivesse um flecha. Quando ela soltou, de lá saiu um raio prata reluzente, que atingiu uma estrela. O que eu achei que fosse muito surreal, até para uma Deusa (ressaltando que ela está morta). 

          A flecha e a estrela desapareceram, e apareceram na sua mão. A estrala era um ponto luminoso, com as cores do arco-íris.

          Selene a movimentou em suas mãos, transformando-a em um pingente, e passou uma corrente prata (que ela tirou de não sei aonde).

          — Pegue. Isso vai lhe fazer ver a resposta. – ela falou e me jogou o cordão. Antes que eu pudesse pegá-lo, a luz da estrela aumentou e me cegou por um momento, e no outro já estava de volta ao barco.

          Olhei em volta, e ninguém estava prestando atenção em mim. Pelo que parecia, não havia se passado nem trinta segundos.

          Olhei para baixo, e vi o cordão de Selene brilhando em meu pescoço. O brilho foi diminuindo até ser apenas um pequeno ponto tremeluzente, invisível pelo menos á dois metros.  

          Não sei quanto tempo fiquei olhando para o cordão não sei por quanto tempo, até que Annabeth me chamou.

          — Está tudo bem, Cabeça de Alga?

          — Sim. Só estava... Pensando. – respondi, olhando em seus olhos.

          — Er... Com licença.- falou Alan, hesitante, entrando na cabine do barco. Ele parecia estar passando mal.

          Senti algo gelado no meu pescoço, e vi que a estrela estava maior e mais brilhante. Então me lembrei. Isso vai lhe fazer ver a resposta.

          Só não sabia qual era essa resposta.

Atenção: Pra quem não leu o aviso (que eu exclui) eu montei um blog para postar as novidades das minhas fics. Para entrar, acesse: Fics Thamy-Chan

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